PARÓQUIAS DE NISA
Domingo, 05 de setembro de 2021
XXIII domingo do tempo comum
LITURGIA
DOMINGO
XXIII DO TEMPO COMUM
Verde – Ofício do domingo (Semana III do Saltério).
Te Deum.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. dominical.
L 1 Is 35, 4-7a; Sal 145 (146), 7. 8-9a. 9bc-10
L2 Tg 2, 1-5
Ev Mc 7, 31-37
* Proibidas as Missas de defuntos, exceto a exequial.
* Na Ordem de São Domingos – Aniversário dos familiares e benfeitores falecidos
da Ordem.
* Na Congregação das Missionárias da Caridade – S. Teresa de Calcutá,
virgem e Fundadora da Congregação – SOLENIDADE
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Salmo 118, 137.124
Vós sois justo, Senhor, e são retos os vossos julgamentos.
Tratai o vosso servo segundo a vossa bondade.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus, que nos enviastes o Salvador
e nos fizestes vossos filhos adotivos,
atendei com paternal bondade as nossas súplicas
e concedei que, pela nossa fé em Cristo,
alcancemos a verdadeira liberdade e a herança eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Is 35, 4-7a
«Então se desimpedirão os ouvidos dos
surdos
e a língua do mudo cantará de alegria»
Leitura do Livro
de Isaías
Dizei
aos corações perturbados: «Tende coragem, não temais. Aí está o vosso Deus; vem
para fazer justiça e dar a recompensa; Ele próprio vem salvar-nos». Então se
abrirão os olhos dos cegos e se desimpedirão os ouvidos dos surdos. Então o
coxo saltará como um veado e a língua do mudo cantará de alegria. As águas
brotarão no deserto e as torrentes na aridez da planície; a terra seca
transformar-se-á em lago e a terra árida em nascentes de água.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 145 (146), 7.8-9a.9bc-10 (R. 1)
Refrão: Ó minha alma, louva o Senhor.
Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se
O Senhor faz justiça aos oprimidos,
dá pão aos que têm fome
e a liberdade aos cativos. Refrão
O Senhor ilumina os olhos dos cegos,
o Senhor levanta os abatidos,
o Senhor ama os justos. Refrão
O Senhor protege os peregrinos,
ampara o órfão e a viúva
e entrava o caminho aos pecadores. Refrão
O Senhor reina eternamente;
o teu Deus, ó Sião,
é rei por todas as gerações. Refrão
LEITURA II Tg 2, 1-5
«Não escolheu Deus os pobres
para serem herdeiros do reino?»
Leitura da Epístola de São Tiago
Irmãos:
A fé em Nosso Senhor Jesus Cristo não deve admitir aceção de pessoas. Pode
acontecer que na vossa assembleia entre um homem bem vestido e com anéis de
ouro e entre também um pobre e mal vestido; talvez olheis para o homem bem
vestido e lhe digais: «Tu, senta-te aqui em bom lugar», e ao pobre: «Tu, fica
aí de pé», ou então: «Senta-te aí, abaixo do estrado dos meus pés». Não estareis
a estabelecer distinções entre vós e a tornar-vos juízes com maus critérios?
Escutai, meus caríssimos irmãos: Não escolheu Deus os pobres deste mundo para
serem ricos na fé e herdeiros do reino que Ele prometeu àqueles que O amam?
Palavra
do Senhor.
ALELUIA cf. Mt 4, 23
Refrão: Aleluia. Repete-se
Jesus pregava o Evangelho do reino
e curava todas as enfermidades entre o povo. Refrão
EVANGELHO Mc 7, 31-37
«Faz que os surdos oiçam e que os mudos falem»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Marcos
Naquele
tempo, Jesus deixou de novo a região de Tiro e, passando por Sidónia, veio para
o mar da Galileia, atravessando o território da Decápole. Trouxeram-Lhe então
um surdo que mal podia falar e suplicaram-Lhe que impusesse as mãos sobre ele.
Jesus, afastando-Se com ele da multidão, meteu-lhe os dedos nos ouvidos e com
saliva tocou-lhe a língua. Depois, erguendo os olhos ao Céu, suspirou e
disse-lhe: «Efatá», que quer dizer «Abre-te». Imediatamente se abriram os
ouvidos do homem, soltou-se-lhe a prisão da língua e começou a falar corretamente.
Jesus recomendou que não contassem nada a ninguém. Mas, quanto mais lho
recomendava, tanto mais intensamente eles o apregoavam. Cheios de assombro,
diziam: «Tudo o que faz é admirável: faz que os surdos oiçam e que os mudos
falem».
Palavra
da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Senhor nosso Deus, fonte da verdadeira devoção e da paz,
fazei que esta oblação Vos glorifique dignamente
e que a nossa participação nos sagrados mistérios
reforce os laços da nossa unidade.
Por Nosso Senhor.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 41, 2-3
Como suspira o veado pela corrente das águas,
assim minha alma suspira por Vós, Senhor.
A minha alma tem sede do Deus vivo.
Ou Jo 8, 12
Eu sou a luz do mundo, diz o Senhor;
quem Me segue não anda nas trevas,
mas terá a luz da vida.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentais e fortaleceis
à mesa da palavra e do pão da vida,
fazei que recebamos de tal modo estes dons do vosso Filho
que mereçamos participar da sua vida imortal.
Por Nosso Senhor.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: Is 35, 4-7a: O
profeta anuncia a hora da libertação depois do exílio de Babilónia com imagens
de curas cheias de alegria. Jesus há de realizar à letra estas e outras
imagens, mostrando assim que chegara com Ele a hora da salvação, desde longe
anunciada.
Tg 2, 1-5: Deus
não faz aceção de pessoas. Assim também o cristão não a há de fazer; pelo
contrário, o amor de Deus, mostra-se mais benevolente para com os mais pobres e
os mais desprezados. O cristão há de dar maior atenção aos que dela mais
precisarem.
Mc 7, 31-37: Aquilo
que os Profetas anunciaram, veio Jesus realizá-lo, mostrando assim que, com
Ele, tinham chegado os tempos tão esperados do reino de Deus, que os surdos
podiam agora escutar a palavra de Deus, que os mudos podiam proclamar o louvor
do Senhor, que todos os homens podiam reconhecer n’Ele o Enviado de Deus e o
seu Salvador.
AGENDA DO DIA:
09.30 horas: Missa em
Amieira do Tejo.
10.00 horas: Missa em
Arez
10.45 horas: Missa em
Tolosa
11.00 horas: Missa em
Nisa
12.00 horas: Missa em
Alpalhão
12.00 horas: Missa em
Gáfete
15.30 horas: Missa no
Cacheiro
15.30 horas: Missa no
Arneiro
15.30 horas: Missa em Montalvão.
A VOZ DO PASTOR:
“QUERIDA AMAZÓNIA” - INJUSTIÇA E CRIME
O primeiro dia do mês de setembro é o Dia Mundial dedicado à
gratidão pela Casa Comum, a qual, o seu Criador e Senhor, a todos no-la confiou
como zelosos cuidadores e usufrutuários em fraterna solidariedade. Esta iniciativa terá repercussões até ao dia
4 de outubro, dia da festa de São Francisco de Assis, o santo patrono do meio
ambiente. Fixado pelo Brasil, o dia 5 deste mês de setembro, é o Dia da
“Querida Amazónia” que se apresenta “aos olhos do mundo com todo o seu
esplendor, o seu drama e o seu mistério” (QA1). É uma reserva natural, a maior
floresta tropical do mundo, com sete milhões de quilómetros quadrados
distribuídos por nove países da América do Sul: Brasil, Bolívia, Colômbia,
Equador, Guiana, Perú, Suriname, Venezuela e Guiana Francesa.
Deste grande bioma que suscita contemplação, gratidão e
ternura, desde há muito que saltam gritos de indignação e sofrimento que ecoam
por todo o mundo, pedindo respeito, justiça e solidariedade. A devastação da
floresta, a criação de gados, a indústria mineira e petrolífera, a construção
de hidroelétricas, o projeto de hidrovias, os incêndios provocados, o impacto
sobre os rios e os ecossistemas, a privatização da água potável, a perde de
flora e fauna, o roubo do território aos nativos, os subornos, tudo serve para
satisfazer os interesses económicos e destruir a natureza, ferir, encurralar e
expulsar os povos indígenas para as periferias das cidades, ficando sujeitos às
piores formas de escravidão e miséria, à xenofobia, à exploração sexual, ao
tráfico de pessoas, ao desenraizamento e à desintegração das famílias (cf. QA
9-11). Além disso, conforme escreveu Francisco no documento conclusivo do
Sínodo que decorreu em outubro de 2019, e a que deu o nome de “Querida
Amazónia”, muita desta devastação ambiental e ameaças à dignidade humana, têm a
ver com uma falsa mística. A Amazónia “tem sido apresentada como um enorme
vazio que deve ser preenchido, como uma riqueza em estado bruto que se deve
aprimorar, como uma vastidão selvagem que precisa de ser domada. E, tudo isto,
numa perspetiva que não reconhece os direitos dos povos nativos ou simplesmente
os ignora como se não existissem e como se as terras onde habitam não lhes
pertencessem. Nos próprios programas educacionais de crianças e jovens, os
indígenas apareciam como intrusos ou usurpadores. As suas vidas e preocupações,
a sua maneira de lutar e sobreviver não interessavam, considerando-os mais como
um obstáculo a demover do que como seres humanos com a mesma dignidade que
qualquer outro e com direitos adquiridos” (QA12). E acrescenta: “Para aumentar
esta confusão, contribuíram alguns slogans, nomeadamente o de «não entregar»,
como se a citada sujeição fosse provocada apenas por países estrangeiros,
quando os próprios poderes locais, com a desculpa do progresso, fizeram parte
de alianças com o objetivo de devastar, de maneira impune e indiscriminada, a
floresta com as formas de vida que abriga. Os povos nativos viram muitas vezes,
impotentes, a destruição do ambiente natural que lhes permitia alimentar-se,
curar-se, sobreviver e conservar um estilo de vida e uma cultura que lhes dava
identidade e sentido” (QA13).
Todas estas operações económicas locais, nacionais e
internacionais “há que rotulá-las com o devido nome: injustiça e crime.
Quando algumas empresas sedentas de lucro fácil se apropriam dos terrenos,
chegando a privatizar a própria água potável, ou quando as autoridades deixam
mão livre a madeireiros, a projetos mineiros ou petrolíferos e outras
atividades que devastam as florestas e contaminam o ambiente, transformam-se
indevidamente as relações económicas e tornam-se um instrumento que mata. É
usual lançar mão de recursos desprovidos de qualquer ética, como penalizar os
protestos e mesmo tirar a vida aos indígenas que se oponham aos projetos,
provocar intencionalmente incêndios florestais, ou subornar políticos e os
próprios nativos. A acompanhar tudo isto, temos graves violações dos direitos
humanos e novas escravidões que atingem especialmente as mulheres, a praga do
narcotráfico que procura submeter os indígenas, ou o tráfico de pessoas que se
aproveita daqueles que foram expulsos de seu contexto cultural. Não podemos
permitir que a globalização se transforme num «novo tipo de colonialismo»
(QA14).
E Francisco apela à indignação: “É preciso indignar-se, como se indignou
Moisés (cf. Ex 11, 8), como se indignava Jesus (cf. Mc 3,
5), como se indigna Deus perante a injustiça (cf. Am 2, 4-8; 5,
7-12; Sal 106/105, 40). Não é salutar habituarmo-nos ao mal; faz-nos
mal permitir que nos anestesiem a consciência social, enquanto um rasto de
delapidação, inclusive de morte, (…) coloca em perigo a vida de milhões de
pessoas, em especial do habitat dos camponeses e indígenas”. A propósito dessa
vergonhosa injustiça e crueldade verificados na Amazónia venezuelana aquando da
época da borracha, fica-nos este testemunho do sofrimento dos indígenas: «Os
nativos não recebiam dinheiro, mas apenas mercadorias, e caras, que nunca
acabavam de pagar. (...) Pagavam, mas diziam ao indígena: “Ainda estás a dever
tanto” e o indígena tinha que voltar a trabalhar (...). Mais de vinte aldeias
ye’kuana foram completamente arrasadas. As mulheres ye’kuana foram violadas e
seus seios cortados; as grávidas desventradas. Aos homens, cortavam-lhes os
dedos das mãos ou os pulsos, para não poderem navegar (...), juntamente com
outras cenas do sadismo mais absurdo» (QA15).
No meio de todos estes excessos, contradições e lacerações, Francisco
realça o trabalho daqueles missionários que, atentos ao joio, se mantiveram
fiéis ao Evangelho, chegando a inspirar legislação favorável como as Leis das
Índias, que “protegiam a dignidade dos indígenas contra as violações de seus
povos e territórios» e a quem os próprios indígenas pediam insistentemente que
não os abandonassem pois eram eles que os ajudavam a defender de ladrões e
abusadores (cf. QA18). Mas o Papa também não esconde: “não podemos negar que o
joio se misturou com o trigo, pois os missionários nem sempre estiveram do lado
dos oprimidos, deploro-o e mais uma vez «peço humildemente perdão, não só pelas
ofensas da própria Igreja, mas também pelos crimes contra os povos nativos
durante a chamada conquista da América» e pelos crimes atrozes que se seguiram
ao longo de toda a história da Amazónia. Aos membros dos povos nativos,
agradeço e digo novamente que, «com a vossa vida, sois um grito lançado à
consciência (…). Vós sois memória viva da missão que Deus nos confiou a todos:
cuidar da Casa Comum» (QA19).
Nesta hora escura para os povos da Amazónia e para a nossa Casa Comum,
associemo-nos aos sonhos do Papa Francisco: “Sonho com uma Amazónia que lute pelos direitos dos mais pobres, dos povos
nativos, dos últimos, de modo que a sua voz seja ouvida e a sua dignidade
promovida. Sonho com uma Amazónia
que preserve a riqueza cultural que a carateriza e na qual brilha de maneira
tão variada a beleza humana. Sonho com uma Amazónia que guarde zelosamente a sedutora beleza natural que
a adorna, a vida transbordante que enche os seus rios e as suas florestas. Sonho com comunidades cristãs capazes de se devotar e
encarnar de tal modo na Amazónia, que deem à Igreja rostos novos com traços
amazónicos” (QA7).
Antonino Dias
Portalegre-Castelo, 03-09-2021.
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