PARÓQUIAS DE NISA
Sábado, 25 de setembro de 2021
Sábado da XXV semana do tempo comum
LITURGIA
Sábado
da semana XXV
Santa Maria no Sábado – MF
Verde ou br. – Ofício da féria ou da memória.
Missa à escolha (cf. p. 19, n. 18).
L 1 Zac 2, 5-9. 14-15a; Sal Jer 31, 10. 11-12ab. 13
Ev Lc 9, 43b-45
* Na Ordem Carmelita – B. Josefa Naval Girbés, virgem secular – MF
* I Vésp. do domingo – Compl. dep. I Vésp. dom.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA
Eu sou a salvação do meu povo, diz o Senhor.
Quando chamar por Mim nas suas tribulações,
Eu o atenderei e serei o seu Deus para sempre.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que fizestes consistir a plenitude da lei
no vosso amor e no amor do próximo,
dai-nos a graça de cumprirmos este duplo mandamento,
para alcançarmos a vida eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos ímpares) Zac 2,
5-9.14-15a
«Eu venho habitar no meio de ti»
O profeta vê numa visão a cidade de Jerusalém como cidade aberta a todos os
homens, defendida por Deus, que habita no meio dela. Mais tarde, S. João há-de
contemplar de modo semelhante a Jerusalém celeste (Ap 21, 15). A experiência do
exílio fez certamente compreender melhor estas novas perspetivas da cidade de
Deus, que nós agora, à luz de Jesus ressuscitado, melhor ainda podemos admirar.
Leitura da Profecia de Zacarias
Levantei os olhos e vi um homem
que tinha na mão um cordel de medir. Eu perguntei-lhe: «Aonde vais?». Ele
respondeu-me: «Vou medir Jerusalém, para ver qual é a sua largura e o seu
comprimento». Quando o Anjo que me falava se adiantou, outro Anjo veio ao seu
encontro e disse-lhe: «Corre e vai dizer a esse jovem: Jerusalém deverá ficar
sem muros, por causa da multidão de homens e animais que haverá nela. E Eu
serei para ela __ diz o Senhor __ uma muralha de fogo à sua volta e no meio
dela serei a sua glória. Exulta e alegra-te, filha de Sião, porque Eu venho
habitar no meio de ti – oráculo do Senhor. Nesse dia, muitas nações hão-de
aderir ao Senhor. Serão o meu povo e Eu habitarei no meio de ti».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Jer 31, 10.11-12ab.13 (R. 10d)
Refrão: Como o pastor guarda o seu
rebanho,
assim nos guarda o Senhor. Repete-se
Escutai, ó povos, a palavra do Senhor,
e anunciai-a às ilhas distantes:
Aquele que dispersou Israel vai reuni-lo
e guardá-lo como um pastor ao seu rebanho. Refrão
O Senhor resgatou Jacob
e libertou-o das mãos do seu dominador.
Regressarão com brados de alegria ao monte Sião,
acorrendo às bênçãos do Senhor. Refrão
A virgem dançará alegremente,
exultarão os jovens e os velhos.
Converterei o seu luto em alegria
e a sua dor será mudada em consolação e júbilo. Refrão
ALELUIA cf. 2 Tim 1, 10
Refrão: Aleluia. Repete-se
Jesus Cristo, nosso Salvador, destruiu a morte
e fez brilhar a vida por meio do Evangelho. Refrão
EVANGELHO Lc 9, 43b-45
«O Filho do homem vai ser entregue.
Eles tinham medo de O interrogar sobre tal assunto»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, estavam todos admirados com tudo o que Jesus fazia. Então
Ele disse aos discípulos: «Escutai bem o que vou dizer-vos. O Filho do homem
vai ser entregue às mãos dos homens». Eles, porém, não compreendiam aquelas
palavras; eram misteriosas para eles e não as entendiam. Mas tinham medo de O
interrogar sobre tal assunto.
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai benignamente, Senhor, os dons da vossa Igreja,
para que receba nestes santos mistérios
os bens em que pela fé acredita.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 118, 4-5
Promulgastes, Senhor,
os vossos preceitos para se cumprirem fielmente.
Fazei que os meus passos sejam firmes
na observância dos vossos mandamentos.
Ou Jo 10, 14
Eu sou o Bom Pastor, diz o Senhor;
conheço as minhas ovelhas
e as minhas ovelhas conhecem-Me.
ORAÇÃO DEPOIS DA
COMUNHÃO
Sustentai, Senhor, com o auxílio da vossa graça
aqueles que alimentais nos sagrados mistérios,
para que os frutos de salvação
que recebemos neste sacramento
se manifestem em toda a nossa vida.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: Zac 2, 5-9.14-15a: O profeta vê numa visão a cidade de Jerusalém como cidade aberta a todos
os homens, defendida por Deus, que habita no meio dela. Mais tarde, S. João
há-de contemplar de modo semelhante a Jerusalém celeste (Ap 21, 15). A
experiência do exílio fez certamente compreender melhor estas novas perspetivas
da cidade de Deus, que nós agora, à luz de Jesus ressuscitado, melhor ainda
podemos admirar.
Lc 9, 43b-45: O
mistério da Cruz, que não é outro senão o mistério Pascal da salvação do mundo
em Cristo morto e ressuscitado, domina toda a vida de Jesus. Para os discípulos
de todos os tempos, ele será sempre uma realidade misteriosa, difícil de ser
acreditada. No entanto, é nele que se revela todo o mistério de Jesus Cristo,
Filho de Deus, Salvador.
AGENDA DO DIA:
15.00 horas: Missa na Falagueira
16.00 horas: Missa no
Monte Claro
16.00 horas: Missa no
Pardo
18.00 horas: Missa em
Nisa – Espírito Santo
18.00 horas: Missa em
Alpalhão.
A VOZ DO PASTOR:
PATOLOGIAS DUM PROGRESSO SEM REGRAS
O planeta Terra continua imprevisível. E vai-se queixando, aqui ou além,
com calamidades e outras coisas mais. Não por ser um senhor casmurro, que
acorda mal dormido e mal humorado. Em pés de lá ou com botas cardadas, há quem,
num desordenado modo de conceber a vida e a ação humana, o faça sentir-se
assaltado, espancado, espremido e abandonado, sem respeito pela sua
extraordinária complexidade, harmonia e beleza sem igual. Para espicaçar o apetite
do leitor a saber mais sobre as suas queixas, convido-o, mais uma vez, a
pescar, no mar imenso do senhor doutor Google, a Carta Encíclica Laudato Si,
cujo III Capítulo vou sintetizar. É um fármaco a não desperdiçar. Se o tomarem
diariamente, em doses aconselháveis, é um medicamento profilático de alta
qualidade. E excelente também para minimizar as graves doenças desta casa
comum, antes que, desde os telhados aos
alicerces, tudo vá pró maneta, e o maneta não fique atrás!... Embora o diga a
brincar, a coisa é mais que séria!...
Mesmo quem vive noutro mundo ou muito distraído com futebóis e fantasias
alienantes, não deixa de apreciar o avanço da ciência, da cultura, do
progresso. E aqueles que, de calças rotas, mas remendadas e limpas!, já
saltámos do milénio passado para este, em que muitos tinham de ir descalços à
escola, a quilómetros de distância, sem transporte, sem ar condicionado, sem
cantina nem bar onde pudessem comer o que agora lhes proíbem por tão
apaparicados que são (e ainda bem!), não podemos deixar de agradecer o que, de
facto, foi acontecendo: “somos herdeiros de dois séculos de ondas enormes de
mudanças: a máquina a vapor, a ferrovia, o telégrafo, a eletricidade, o
automóvel, o avião, as indústrias químicas, a medicina moderna, a informática
e, mais recentemente, a revolução digital, a robótica, as biotecnologias e as
nanotecnologias. É justo que nos alegremos com estes progressos e nos entusiasmemos
à vista das amplas possibilidades que nos abrem estas novidades incessantes”.
Imensas autoestradas se abriram, por terra e ar, nas mais diversas direções do
saber e do fazer, e das respostas a dar às necessidades humanas. E mais
veremos, tenham paciência e esperança!
No entanto, não são favas contadas que tudo esteja a ser usado de forma
construtiva. Há muitos sintomas de doença, há patologias e desvios endeusados
com consequências imprevisíveis. É um poder tal que, se está na mão de poucos,
pode não significar progresso da humanidade e da história. Sobretudo quando se
perde o sentido da responsabilidade e dos valores para bem gerir o uso desse
poder. A liberdade do ser humano “adoece, quando se entrega
às forças cegas do inconsciente, das necessidades imediatas, do egoísmo, da
violência brutal”. Se ao longo dos milénios, o homem e a natureza caminhavam
conjuntamente, dando-se as mãos, agora, o homem esqueceu essa nobre e educada
delicadeza no trato e convivência com este jardim que lhe foi confiado. Vive
apoiado na “mentira da disponibilidade infinita dos bens do planeta, que leva a
‘espremê-lo’ até ao limite e para além do mesmo”.
Os avanços da ciência, do saber e da técnica são um dom, uma graça, a
humanidade mudou profundamente. No entanto, se é verdade que ninguém quer o
regresso ao antigamente, “é indispensável abrandar a marcha para olhar a
realidade doutra forma, recolher os avanços positivos e sustentáveis e ao mesmo
tempo recuperar os valores e os grandes objetivos arrasados por um desenfreamento
megalómano”.
Não podemos perder o sentido e a profundidade da vida. Não podemos viver
numa espécie de vazio, de tédio enfadonho por entre uma permanente e
globalizada novidade de produtos que entusiasmam os homens da economia e da
técnica, os teóricos da finança e os promotores do ter e do poder próprio, mas
exploram o povo, a natureza e, sobretudo, os mais pobres de entre os pobres. Os
avanços da ciência e da técnica não são neutros. Se usados sem responsabilidade
e valores, são daninhos, condicionam a cultura e os estilos de vida. Acabam por
determinar e orientar “as possibilidades sociais na linha dos interesses de
determinado grupo de poder”. Com boca doce, eles sabem impor a lógica do
domínio que está para além da mera lógica do bem-estar e do bem-fazer. Pela sua
teimosa influência, até se vai tornando “anti cultural a escolha dum estilo de
vida, cujos objetivos possam ser, pelo menos em parte, independentes da
técnica, dos seus custos e do seu poder globalizante e massificador”. E a vida
“passa a ser uma rendição às circunstâncias condicionadas pela técnica,
entendida como o recurso principal para interpretar a existência”. Os sintomas
deste erro estão à vista: degradação ambiental, ansiedade, perda do sentido da
vida, enfraquecimento da sã convivência social, uma economia que mata, uma
tecnologia ao serviço do lucro, uma finança que sufoca a economia real. As
reservas naturais vão-se esgotando, os ecossistemas sofrem, os problemas da
fome e da miséria não se resolvem, agravam-se. Não há uma visão global da
situação humana. Muitos não têm o básico, não se garante o desenvolvimento
humano integral nem a inclusão social, não se respeita a vida, não se promove a
ecologia integral. A fragmentação do saber, fez esquecer o desenvolvimento que
a ciência gerou nas outras áreas, inclusive na área da filosofia e da ética
social. Por tudo isso e muito mais, torna-se urgente “um olhar diferente, um
pensamento, uma política, um programa educativo, um estilo de vida e uma
espiritualidade que oponham resistência ao avanço do paradigma tecnocrático.
Caso contrário, até as melhores iniciativas ecológicas podem acabar bloqueadas
na mesma lógica globalizada. Buscar apenas um remédio técnico para cada
problema ambiental que aparece, é isolar coisas que, na realidade, estão
interligadas, é esconder os problemas verdadeiros e mais profundos do sistema
mundial” (cf. LSi, 101-136).
Entre nós, no Alentejo, sente-se alguma preocupação com as culturas ou
monoculturas intensivas ou superintensivas. Nutrientes, fertilizantes, desinfeção
de pragas, maquinarias, rega, transportes dos produtos, etc. etc., acompanham o
processo. E quem vê com os olhos de querer ver, não vê. Mesmo que estique os
olhos por entre a imensa extensão das explorações, aliás, bonitas de se verem,
fica sem enxergar bem se os pequenos produtores já foram dando à sola ou se
viraram em assalariados precários, se a diversidade produtiva deu às de
vila-diogo e levou atrás de si a economia agrícola regional, se a mão-de-obra é
escrava, se os lucros são tributados na região, se ao menos no país, se todos
ou quase todos em Espanha. O que parece verdade certinha, é que, em muitos
locais, muitas espécies da biodiversidade já tiveram de comprar bilhete de
“voos low cost” para migrar. E as safadas, encrespadas com tanta insistência
das TVs em mostrar os técnicos a espetar a agulha da vacina no braço ou a
enfiar a zaragatoa por nariz abaixo do cliente, até se aventuraram a partir sem
certificado de vacinação e máscara, aceitando apenas a obrigação de cumprir o
rápido distanciamento, antes que fosse tarde. E não eram negacionistas, não
senhor. Inteirámo-nos junto de fonte fidedigna e bem informada, embora
sigilosa, claro!
Antonino
Dias
Portalegre-Castelo Branco, 2021-09-17.
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