PARÓQUIAS DE NISA
Quinta, 23 de setembro de 2021
Quinta-feira da XXV semana do tempo comum
LITURGIA
Quinta-feira da semana XXV
S. Pio de Pietrelcina, presbítero –
MF
Verde ou br. – Ofício da féria ou da memória.
Missa à escolha (cf. p. 19, n. 18).
L 1 Ag 1, 1-8; Sal 149, 1-2. 3-4. 5-6a e 9b
Ev Lc 9, 7-9
* Na Diocese de Lamego – Aniversário da Ordenação episcopal de D. António José
da Rocha Couto (2007).
* Na Ordem Cisterciense da Estrita Observância – S. Pio de Pietrelcina,
presbítero – MO
* Na Ordem Franciscana (II Ordem) – Encontro do Corpo de S. Clara de Assis – MF
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – S. Pio de Pietrelcina, presbítero, da
I Ordem – MO
Missa
ANTÍFONA DE ENTRADA
Eu sou a salvação do meu povo, diz o Senhor.
Quando chamar por Mim nas suas tribulações,
Eu o atenderei e serei o seu Deus para sempre.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que fizestes consistir a plenitude da lei
no vosso amor e no amor do próximo,
dai-nos a graça de cumprirmos este duplo mandamento,
para alcançarmos a vida eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos ímpares) Ag 1, 1-8
«Reconstruí o meu templo e nele porei a minha complacência»
Ao regressar do exílio de Babilónia, o povo de Deus encontrou a cidade de
Jerusalém e o templo em ruínas. Então, pela voz do profeta, Deus exorta os dois
principais chefes do povo, Zorobabel, o governador, e Josué, o sacerdote, a
fazerem que o povo reconstrua o templo do Senhor, e não se interesse só pela
reconstrução das suas próprias casas.
Início da Profecia de Ageu
No segundo ano do rei Dario, no primeiro dia do sexto mês, foi dirigida a
palavra do Senhor, por meio do profeta Ageu, a Zorobabel, filho de Salatiel,
governador de Judá, e a Josué, filho de Josadac, sumo sacerdote: «Assim fala o
Senhor do Universo: Este povo diz: ‘Não chegou ainda o tempo de se reconstruir
o templo do Senhor’». E a palavra do Senhor foi manifestada, por meio do
profeta Ageu: «Para vós chegou o tempo de habitardes em casas confortáveis,
enquanto este templo continua em ruínas». Por isso, assim fala o Senhor do
Universo: «Pensai bem na vossa situação. Semeais muito e colheis pouco; comeis
e não vos saciais; bebeis e não matais a sede; vestis-vos e não vos aqueceis; e
o operário mete o seu salário num saco roto». Assim fala o Senhor do Universo:
«Pensai bem na vossa sorte: Subi ao monte, trazei madeira e reconstruí o meu
templo; nele porei a minha complacência e manifestarei a minha glória» – diz o
Senhor.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 149, 1-2.3-4.5-6a e 9b (R. 4a)
Refrão: O Senhor ama o seu povo. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se
Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor na assembleia dos santos.
Alegre-se Israel em seu Criador,
rejubilem os filhos de Sião em seu Rei. Refrão
Louvem o seu nome com danças,
cantem ao som do tímpano e da cítara,
porque o Senhor ama o seu povo,
coroa os humildes com a vitória. Refrão
Exultem de alegria os fiéis,
cantem jubilosos em suas casas;
em sua boca os louvores de Deus.
Esta é a glória de todos os seus fiéis. Refrão
ALELUIA Jo 14, 6
Refrão: Aleluia. Repete-se
Eu sou o caminho, a verdade e a vida, diz o Senhor;
ninguém vai ao Pai senão por Mim. Refrão
EVANGELHO Lc 9, 7-9
«A João mandei-o eu decapitar.
Mas quem é este homem, de quem oiço tais coisas?»
A visão, puramente humana, que Herodes tinha de Jesus, não lhe permitia atinar
com a explicação justa para a pessoa do Senhor. Chega a pensar no regresso à
vida de algum dos antigos profetas, ou até de João Baptista, que ele próprio
mandara matar. E Jesus fica sendo a grande interrogação: “Quem é este homem?”
Só a luz da fé poderá responder.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, o tetrarca Herodes ouviu dizer tudo o que Jesus fazia e andava
perplexo, porque alguns diziam: «É João Baptista que ressuscitou dos mortos».
Outros diziam: «E Elias que reapareceu». E outros diziam ainda: «É um dos
antigos profetas que ressuscitou». Mas Herodes disse: «A João mandei-o eu
decapitar. Mas quem é este homem, de quem oiço dizer tais coisas?». E procurava
ver Jesus.
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai benignamente, Senhor, os dons da vossa Igreja,
para que receba nestes santos mistérios
os bens em que pela fé acredita.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 118, 4-5
Promulgastes, Senhor,
os vossos preceitos para se cumprirem fielmente.
Fazei que os meus passos sejam firmes
na observância dos vossos mandamentos.
Ou Jo 10, 14
Eu sou o Bom Pastor, diz o Senhor;
conheço as minhas ovelhas
e as minhas ovelhas conhecem-Me.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Sustentai, Senhor, com o auxílio da vossa graça
aqueles que alimentais nos sagrados mistérios,
para que os frutos de salvação
que recebemos neste sacramento
se manifestem em toda a nossa vida.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS:
AGENDA DO DIA:
15.00 horas: Funeral em
Tolosa
17.00 horas: Funeral em
Tolosa
18.00 horas: Missa na
Igreja de Nossa Senhora da Graça - Nisa
21.00 horas: Adoração
ao Santíssimo na Igreja de Nossa Senhora da Graça
A VOZ DO PASTOR:
PATOLOGIAS DUM PROGRESSO SEM REGRAS
O planeta Terra continua imprevisível. E vai-se queixando, aqui ou além,
com calamidades e outras coisas mais. Não por ser um senhor casmurro, que
acorda mal dormido e mal humorado. Em pés de lá ou com botas cardadas, há quem,
num desordenado modo de conceber a vida e a ação humana, o faça sentir-se
assaltado, espancado, espremido e abandonado, sem respeito pela sua
extraordinária complexidade, harmonia e beleza sem igual. Para espicaçar o
apetite do leitor a saber mais sobre as suas queixas, convido-o, mais uma vez,
a pescar, no mar imenso do senhor doutor Google, a Carta Encíclica Laudato
Si, cujo III Capítulo vou sintetizar. É um fármaco a não desperdiçar. Se o
tomarem diariamente, em doses aconselháveis, é um medicamento profilático de
alta qualidade. E excelente também para minimizar as graves doenças desta casa
comum, antes que, desde os telhados aos
alicerces, tudo vá pró maneta, e o maneta não fique atrás!... Embora o diga a
brincar, a coisa é mais que séria!...
Mesmo quem vive noutro mundo ou muito distraído com futebóis e fantasias
alienantes, não deixa de apreciar o avanço da ciência, da cultura, do
progresso. E aqueles que, de calças rotas, mas remendadas e limpas!, já
saltámos do milénio passado para este, em que muitos tinham de ir descalços à
escola, a quilómetros de distância, sem transporte, sem ar condicionado, sem
cantina nem bar onde pudessem comer o que agora lhes proíbem por tão
apaparicados que são (e ainda bem!), não podemos deixar de agradecer o que, de
facto, foi acontecendo: “somos herdeiros de dois séculos de ondas enormes de
mudanças: a máquina a vapor, a ferrovia, o telégrafo, a eletricidade, o
automóvel, o avião, as indústrias químicas, a medicina moderna, a informática
e, mais recentemente, a revolução digital, a robótica, as biotecnologias e as
nanotecnologias. É justo que nos alegremos com estes progressos e nos entusiasmemos
à vista das amplas possibilidades que nos abrem estas novidades incessantes”.
Imensas autoestradas se abriram, por terra e ar, nas mais diversas direções do
saber e do fazer, e das respostas a dar às necessidades humanas. E mais
veremos, tenham paciência e esperança!
No entanto, não são favas contadas que tudo esteja a ser usado de forma
construtiva. Há muitos sintomas de doença, há patologias e desvios endeusados
com consequências imprevisíveis. É um poder tal que, se está na mão de poucos,
pode não significar progresso da humanidade e da história. Sobretudo quando se
perde o sentido da responsabilidade e dos valores para bem gerir o uso desse
poder. A liberdade do ser humano “adoece, quando se entrega
às forças cegas do inconsciente, das necessidades imediatas, do egoísmo, da
violência brutal”. Se ao longo dos milénios, o homem e a natureza caminhavam
conjuntamente, dando-se as mãos, agora, o homem esqueceu essa nobre e educada
delicadeza no trato e convivência com este jardim que lhe foi confiado. Vive
apoiado na “mentira da disponibilidade infinita dos bens do planeta, que leva a
‘espremê-lo’ até ao limite e para além do mesmo”.
Os avanços da ciência, do saber e da técnica são um dom, uma graça, a
humanidade mudou profundamente. No entanto, se é verdade que ninguém quer o
regresso ao antigamente, “é indispensável abrandar a marcha para olhar a
realidade doutra forma, recolher os avanços positivos e sustentáveis e ao mesmo
tempo recuperar os valores e os grandes objetivos arrasados por um desenfreamento
megalómano”.
Não podemos perder o sentido e a profundidade da vida. Não podemos viver
numa espécie de vazio, de tédio enfadonho por entre uma permanente e
globalizada novidade de produtos que entusiasmam os homens da economia e da
técnica, os teóricos da finança e os promotores do ter e do poder próprio, mas
exploram o povo, a natureza e, sobretudo, os mais pobres de entre os pobres. Os
avanços da ciência e da técnica não são neutros. Se usados sem responsabilidade
e valores, são daninhos, condicionam a cultura e os estilos de vida. Acabam por
determinar e orientar “as possibilidades sociais na linha dos interesses de
determinado grupo de poder”. Com boca doce, eles sabem impor a lógica do
domínio que está para além da mera lógica do bem-estar e do bem-fazer. Pela sua
teimosa influência, até se vai tornando “anti cultural a escolha dum estilo de
vida, cujos objetivos possam ser, pelo menos em parte, independentes da
técnica, dos seus custos e do seu poder globalizante e massificador”. E a vida
“passa a ser uma rendição às circunstâncias condicionadas pela técnica,
entendida como o recurso principal para interpretar a existência”. Os sintomas
deste erro estão à vista: degradação ambiental, ansiedade, perda do sentido da
vida, enfraquecimento da sã convivência social, uma economia que mata, uma
tecnologia ao serviço do lucro, uma finança que sufoca a economia real. As
reservas naturais vão-se esgotando, os ecossistemas sofrem, os problemas da
fome e da miséria não se resolvem, agravam-se. Não há uma visão global da
situação humana. Muitos não têm o básico, não se garante o desenvolvimento
humano integral nem a inclusão social, não se respeita a vida, não se promove a
ecologia integral. A fragmentação do saber, fez esquecer o desenvolvimento que
a ciência gerou nas outras áreas, inclusive na área da filosofia e da ética
social. Por tudo isso e muito mais, torna-se urgente “um olhar diferente, um
pensamento, uma política, um programa educativo, um estilo de vida e uma
espiritualidade que oponham resistência ao avanço do paradigma tecnocrático.
Caso contrário, até as melhores iniciativas ecológicas podem acabar bloqueadas
na mesma lógica globalizada. Buscar apenas um remédio técnico para cada
problema ambiental que aparece, é isolar coisas que, na realidade, estão
interligadas, é esconder os problemas verdadeiros e mais profundos do sistema
mundial” (cf. LSi, 101-136).
Entre nós, no Alentejo, sente-se alguma preocupação com as culturas ou
monoculturas intensivas ou superintensivas. Nutrientes, fertilizantes, desinfeção
de pragas, maquinarias, rega, transportes dos produtos, etc. etc., acompanham o
processo. E quem vê com os olhos de querer ver, não vê. Mesmo que estique os
olhos por entre a imensa extensão das explorações, aliás, bonitas de se verem,
fica sem enxergar bem se os pequenos produtores já foram dando à sola ou se
viraram em assalariados precários, se a diversidade produtiva deu às de
vila-diogo e levou atrás de si a economia agrícola regional, se a mão-de-obra é
escrava, se os lucros são tributados na região, se ao menos no país, se todos
ou quase todos em Espanha. O que parece verdade certinha, é que, em muitos
locais, muitas espécies da biodiversidade já tiveram de comprar bilhete de
“voos low cost” para migrar. E as safadas, encrespadas com tanta insistência
das TVs em mostrar os técnicos a espetar a agulha da vacina no braço ou a
enfiar a zaragatoa por nariz abaixo do cliente, até se aventuraram a partir sem
certificado de vacinação e máscara, aceitando apenas a obrigação de cumprir o
rápido distanciamento, antes que fosse tarde. E não eram negacionistas, não
senhor. Inteirámo-nos junto de fonte fidedigna e bem informada, embora
sigilosa, claro!
Antonino
Dias
Portalegre-Castelo Branco, 2021-09-17.
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