terça-feira, 21 de setembro de 2021

 



 

 

PARÓQUIAS DE NISA 

 

Quarta, 22 de setembro de 2021

 

Quarta-feira da XXV semana do tempo comum

 

 

LITURGIA

 

Quarta-feira da semana XXV

Verde – Ofício da féria.
Missa à escolha (cf. p. 19, n. 18).

L 1 Esdr 9, 5-9; Sal Tob 13, 2. 3-4a. 4bcd. 5. 8
Ev Lc 9, 1-6

* Na Ordem Agostiniana – B. Josefa da Purificação Masià Ferragut, virgem e mártir – MO
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – S. Inácio de Santhià, presbítero, da I Ordem – MO
* Na Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus – B. João Maria da Cruz, presbítero e mártir – MO
* Na Congregação Salesiana – Bb. José Calasanz e Companheiros, mártires – MO
* No Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora – Bb. Amparo Carbonell Múñoz, Carmen Moreno Benítez, José Calasanz, Henrici Sáiz e Companheiros, mártires – MO

 MISSA

 ANTÍFONA DE ENTRADA
Eu sou a salvação do meu povo, diz o Senhor.
Quando chamar por Mim nas suas tribulações,
Eu o atenderei e serei o seu Deus para sempre.

ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que fizestes consistir a plenitude da lei
no vosso amor e no amor do próximo,
dai-nos a graça de cumprirmos este duplo mandamento,
para alcançarmos a vida eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

LEITURA I (anos ímpares) Esdr 9, 5-9
«Na nossa escravidão, Deus não nos abandonou»


Leitura do Livro de Esdras

Na hora da oblação da tarde, eu, Esdras, levantei-me da minha prostração e, com as vestes e o manto rasgados, pus-me de joelhos, estendi as mãos para o Senhor, meu Deus, e disse: «Meu Deus, tenho tanta vergonha e confusão que não posso levantar o rosto para Vós, meu Deus. Porque as nossas iniquidades multiplicaram-se acima das nossas cabeças e os nossos pecados acumularam-se até ao céu. Desde o tempo dos nossos pais até ao dia de hoje, são grandes as nossas culpas. Por causa dos nossos pecados, nós, os nossos reis e os nossos sacerdotes, fomos entregues às mãos dos reis das nações, à espada, ao cativeiro, à rapina e à vergonha, como acontece neste dia. Mas agora, em pouco tempo, o Senhor, nosso Deus, concedeu-nos a graça de conservar entre nós um resto de sobreviventes e de nos dar asilo no seu lugar santo. Assim o nosso Deus iluminou os nossos olhos e deu-nos um pouco de vida na nossa escravidão. Porque nós éramos escravos, mas, na nossa escravidão, o nosso Deus não nos abandonou: atraiu sobre nós a benevolência dos reis da Pérsia, dando-nos a vida necessária para erguer a casa do nosso Deus e restaurar as suas ruínas e concedendo-nos um abrigo seguro em Judá e Jerusalém».

Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Tob 13, 2.3-4a.4bcd.5.8 (R.2a)
Refrão: Bendito seja Deus, que vive eternamente. Repete-se

Bendito seja Deus, que vive eternamente:
o seu reino permanece por todos os séculos.
Nas suas mãos está o castigo e o perdão,
a vida e a morte,
nada e ninguém escapa ao seu poder. Refrão

Dai-Lhe graças, filhos de Israel, diante das nações,
porque Ele vos dispersou no meio dos gentios,
mas entre eles manifestou a sua grandeza:
Exaltai-O diante de todos os seres vivos. Refrão

Por nossos pecados Ele nos castiga,
mas de novo usará de misericórdia
e vos reunirá de todas as nações,
entre as quais vos dispersastes. Refrão

Na terra do meu exílio louvarei o meu Senhor,
darei a conhecer o seu poder e a sua grandeza
a um povo de pecadores.
Vinde, pecadores, e praticai a justiça na sua presença:
talvez vos mostre a sua benevolência e a sua misericórdia. Refrão

ALELUIA Mc 1, 15
Refrão: Aleluia. Repete-se
Está próximo o reino de Deus:
arrependei-vos e acreditai no Evangelho. Refrão

EVANGELHO Lc 9, 1-6
«Enviou-os a proclamar o reino de Deus e a curar os enfermos»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, Jesus chamou os doze Apóstolos e deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demónios e para curarem todas as doenças. Depois enviou-os a proclamar o reino de Deus e a curar os enfermos. E disse-lhes: «Não leveis nada para o caminho: nem cajado, nem alforge, nem pão, nem dinheiro, e não leveis duas túnicas. Quando entrardes em alguma casa, ficai nela até partirdes dali. Se alguns não vos receberem, ao sair dessa cidade, sacudi o pó dos vossos pés, como testemunho contra eles». Os Apóstolos partiram e foram de terra em terra a anunciar a boa nova e a realizar curas por toda a parte.

Palavra da salvação.

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai benignamente, Senhor, os dons da vossa Igreja,
para que receba nestes santos mistérios
os bens em que pela fé acredita.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 118, 4-5
Promulgastes, Senhor,
os vossos preceitos para se cumprirem fielmente.
Fazei que os meus passos sejam firmes
na observância dos vossos mandamentos.
Ou Jo 10, 14
Eu sou o Bom Pastor, diz o Senhor;
conheço as minhas ovelhas
e as minhas ovelhas conhecem-Me.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Sustentai, Senhor, com o auxílio da vossa graça
aqueles que alimentais nos sagrados mistérios,
para que os frutos de salvação
que recebemos neste sacramento
se manifestem em toda a nossa vida.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA

 

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste 

2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

LEITURAS: Esdr 9, 5-9: Esta leitura é preenchida pela oração de Esdras, na qual ele pede perdão a Deus pelas faltas do povo e dá graças pelo regresso, do cativeiro, daquele punhado de gente, a que os profetas chamaram o “Resto” por serem tão poucos, mas que será, até ao fim, o detentor das promessas de Deus. A falta dos homens não será causa de Deus faltar; Ele o Fiel.

Lc 9, 1-6: A missão dos Apóstolos é exatamente a mesma que a de Jesus: evangelizar e curar os enfermos. O Concílio Vaticano II disse-o de maneira clara, ao introduzir a explicação de como na Liturgia se continua a obra de salvação realizada por Jesus. Diz o Concílio que, assim como o Pai enviou Jesus, assim agora Jesus envia os Apóstolos a tornarem presente entre os homens do futuro a obra da salvação por Ele realizada.

AGENDA DO DIA:

17.00 horas: Missa em Gáfete

17.00 horas: Funeral no Cacheiro

18.00 horas: Missa na Igreja de Nossa Senhora da Graça - Nisa

18.00 horas: Missa em Tolosa.

 

A VOZ DO PASTOR:

 

 

PATOLOGIAS DUM PROGRESSO SEM REGRAS

O planeta Terra continua imprevisível. E vai-se queixando, aqui ou além, com calamidades e outras coisas mais. Não por ser um senhor casmurro, que acorda mal dormido e mal humorado. Em pés de lá ou com botas cardadas, há quem, num desordenado modo de conceber a vida e a ação humana, o faça sentir-se assaltado, espancado, espremido e abandonado, sem respeito pela sua extraordinária complexidade, harmonia e beleza sem igual. Para espicaçar o apetite do leitor a saber mais sobre as suas queixas, convido-o, mais uma vez, a pescar, no mar imenso do senhor doutor Google, a Carta Encíclica Laudato Si, cujo III Capítulo vou sintetizar. É um fármaco a não desperdiçar. Se o tomarem diariamente, em doses aconselháveis, é um medicamento profilático de alta qualidade. E excelente também para minimizar as graves doenças desta casa comum, antes que, desde os telhados  aos alicerces, tudo vá pró maneta, e o maneta não fique atrás!... Embora o diga a brincar, a coisa é mais que séria!...

Mesmo quem vive noutro mundo ou muito distraído com futebóis e fantasias alienantes, não deixa de apreciar o avanço da ciência, da cultura, do progresso. E aqueles que, de calças rotas, mas remendadas e limpas!, já saltámos do milénio passado para este, em que muitos tinham de ir descalços à escola, a quilómetros de distância, sem transporte, sem ar condicionado, sem cantina nem bar onde pudessem comer o que agora lhes proíbem por tão apaparicados que são (e ainda bem!), não podemos deixar de agradecer o que, de facto, foi acontecendo: “somos herdeiros de dois séculos de ondas enormes de mudanças: a máquina a vapor, a ferrovia, o telégrafo, a eletricidade, o automóvel, o avião, as indústrias químicas, a medicina moderna, a informática e, mais recentemente, a revolução digital, a robótica, as biotecnologias e as nanotecnologias. É justo que nos alegremos com estes progressos e nos entusiasmemos à vista das amplas possibilidades que nos abrem estas novidades incessantes”. Imensas autoestradas se abriram, por terra e ar, nas mais diversas direções do saber e do fazer, e das respostas a dar às necessidades humanas. E mais veremos, tenham paciência e esperança!

No entanto, não são favas contadas que tudo esteja a ser usado de forma construtiva. Há muitos sintomas de doença, há patologias e desvios endeusados com consequências imprevisíveis. É um poder tal que, se está na mão de poucos, pode não significar progresso da humanidade e da história. Sobretudo quando se perde o sentido da responsabilidade e dos valores para bem gerir o uso desse poder. A liberdade do ser humano “adoece, quando se entrega às forças cegas do inconsciente, das necessidades imediatas, do egoísmo, da violência brutal”. Se ao longo dos milénios, o homem e a natureza caminhavam conjuntamente, dando-se as mãos, agora, o homem esqueceu essa nobre e educada delicadeza no trato e convivência com este jardim que lhe foi confiado. Vive apoiado na “mentira da disponibilidade infinita dos bens do planeta, que leva a ‘espremê-lo’ até ao limite e para além do mesmo”.

Os avanços da ciência, do saber e da técnica são um dom, uma graça, a humanidade mudou profundamente. No entanto, se é verdade que ninguém quer o regresso ao antigamente, “é indispensável abrandar a marcha para olhar a realidade doutra forma, recolher os avanços positivos e sustentáveis e ao mesmo tempo recuperar os valores e os grandes objetivos arrasados por um desenfreamento megalómano”.

Não podemos perder o sentido e a profundidade da vida. Não podemos viver numa espécie de vazio, de tédio enfadonho por entre uma permanente e globalizada novidade de produtos que entusiasmam os homens da economia e da técnica, os teóricos da finança e os promotores do ter e do poder próprio, mas exploram o povo, a natureza e, sobretudo, os mais pobres de entre os pobres. Os avanços da ciência e da técnica não são neutros. Se usados sem responsabilidade e valores, são daninhos, condicionam a cultura e os estilos de vida. Acabam por determinar e orientar “as possibilidades sociais na linha dos interesses de determinado grupo de poder”. Com boca doce, eles sabem impor a lógica do domínio que está para além da mera lógica do bem-estar e do bem-fazer. Pela sua teimosa influência, até se vai tornando “anti cultural a escolha dum estilo de vida, cujos objetivos possam ser, pelo menos em parte, independentes da técnica, dos seus custos e do seu poder globalizante e massificador”. E a vida “passa a ser uma rendição às circunstâncias condicionadas pela técnica, entendida como o recurso principal para interpretar a existência”. Os sintomas deste erro estão à vista: degradação ambiental, ansiedade, perda do sentido da vida, enfraquecimento da sã convivência social, uma economia que mata, uma tecnologia ao serviço do lucro, uma finança que sufoca a economia real. As reservas naturais vão-se esgotando, os ecossistemas sofrem, os problemas da fome e da miséria não se resolvem, agravam-se. Não há uma visão global da situação humana. Muitos não têm o básico, não se garante o desenvolvimento humano integral nem a inclusão social, não se respeita a vida, não se promove a ecologia integral. A fragmentação do saber, fez esquecer o desenvolvimento que a ciência gerou nas outras áreas, inclusive na área da filosofia e da ética social. Por tudo isso e muito mais, torna-se urgente “um olhar diferente, um pensamento, uma política, um programa educativo, um estilo de vida e uma espiritualidade que oponham resistência ao avanço do paradigma tecnocrático. Caso contrário, até as melhores iniciativas ecológicas podem acabar bloqueadas na mesma lógica globalizada. Buscar apenas um remédio técnico para cada problema ambiental que aparece, é isolar coisas que, na realidade, estão interligadas, é esconder os problemas verdadeiros e mais profundos do sistema mundial” (cf. LSi, 101-136).

Entre nós, no Alentejo, sente-se alguma preocupação com as culturas ou monoculturas intensivas ou superintensivas. Nutrientes, fertilizantes, desinfeção de pragas, maquinarias, rega, transportes dos produtos, etc. etc., acompanham o processo. E quem vê com os olhos de querer ver, não vê. Mesmo que estique os olhos por entre a imensa extensão das explorações, aliás, bonitas de se verem, fica sem enxergar bem se os pequenos produtores já foram dando à sola ou se viraram em assalariados precários, se a diversidade produtiva deu às de vila-diogo e levou atrás de si a economia agrícola regional, se a mão-de-obra é escrava, se os lucros são tributados na região, se ao menos no país, se todos ou quase todos em Espanha. O que parece verdade certinha, é que, em muitos locais, muitas espécies da biodiversidade já tiveram de comprar bilhete de “voos low cost” para migrar. E as safadas, encrespadas com tanta insistência das TVs em mostrar os técnicos a espetar a agulha da vacina no braço ou a enfiar a zaragatoa por nariz abaixo do cliente, até se aventuraram a partir sem certificado de vacinação e máscara, aceitando apenas a obrigação de cumprir o rápido distanciamento, antes que fosse tarde. E não eram negacionistas, não senhor. Inteirámo-nos junto de fonte fidedigna e bem informada, embora sigilosa, claro!

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 2021-09-17.

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