PARÓQUIAS DE NISA
Quarta, 22 de setembro de 2021
Quarta-feira da XXV semana do tempo comum
LITURGIA
Quarta-feira
da semana XXV
Verde – Ofício da féria.
Missa à escolha (cf. p. 19, n. 18).
L 1 Esdr 9, 5-9; Sal Tob 13, 2. 3-4a. 4bcd. 5. 8
Ev Lc 9, 1-6
* Na Ordem Agostiniana – B. Josefa da Purificação Masià Ferragut, virgem e
mártir – MO
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – S. Inácio de Santhià, presbítero, da
I Ordem – MO
* Na Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus – B. João Maria da Cruz,
presbítero e mártir – MO
* Na Congregação Salesiana – Bb. José Calasanz e Companheiros, mártires – MO
* No Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora – Bb. Amparo Carbonell Múñoz,
Carmen Moreno Benítez, José Calasanz, Henrici Sáiz e Companheiros, mártires –
MO
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA
Eu sou a salvação do meu povo, diz o Senhor.
Quando chamar por Mim nas suas tribulações,
Eu o atenderei e serei o seu Deus para sempre.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que fizestes consistir a plenitude da lei
no vosso amor e no amor do próximo,
dai-nos a graça de cumprirmos este duplo mandamento,
para alcançarmos a vida eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos ímpares) Esdr 9, 5-9
«Na nossa escravidão, Deus não nos abandonou»
Leitura do Livro
de Esdras
Na hora da oblação da tarde, eu,
Esdras, levantei-me da minha prostração e, com as vestes e o manto rasgados,
pus-me de joelhos, estendi as mãos para o Senhor, meu Deus, e disse: «Meu Deus,
tenho tanta vergonha e confusão que não posso levantar o rosto para Vós, meu
Deus. Porque as nossas iniquidades multiplicaram-se acima das nossas cabeças e
os nossos pecados acumularam-se até ao céu. Desde o tempo dos nossos pais até
ao dia de hoje, são grandes as nossas culpas. Por causa dos nossos pecados,
nós, os nossos reis e os nossos sacerdotes, fomos entregues às mãos dos reis
das nações, à espada, ao cativeiro, à rapina e à vergonha, como acontece neste
dia. Mas agora, em pouco tempo, o Senhor, nosso Deus, concedeu-nos a graça de
conservar entre nós um resto de sobreviventes e de nos dar asilo no seu lugar
santo. Assim o nosso Deus iluminou os nossos olhos e deu-nos um pouco de vida
na nossa escravidão. Porque nós éramos escravos, mas, na nossa escravidão, o
nosso Deus não nos abandonou: atraiu sobre nós a benevolência dos reis da
Pérsia, dando-nos a vida necessária para erguer a casa do nosso Deus e
restaurar as suas ruínas e concedendo-nos um abrigo seguro em Judá e
Jerusalém».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Tob 13, 2.3-4a.4bcd.5.8 (R.2a)
Refrão: Bendito seja Deus, que vive
eternamente. Repete-se
Bendito seja Deus, que vive eternamente:
o seu reino permanece por todos os séculos.
Nas suas mãos está o castigo e o perdão,
a vida e a morte,
nada e ninguém escapa ao seu poder. Refrão
Dai-Lhe graças, filhos de Israel, diante das nações,
porque Ele vos dispersou no meio dos gentios,
mas entre eles manifestou a sua grandeza:
Exaltai-O diante de todos os seres vivos. Refrão
Por nossos pecados Ele nos castiga,
mas de novo usará de misericórdia
e vos reunirá de todas as nações,
entre as quais vos dispersastes. Refrão
Na terra do meu exílio louvarei o meu Senhor,
darei a conhecer o seu poder e a sua grandeza
a um povo de pecadores.
Vinde, pecadores, e praticai a justiça na sua presença:
talvez vos mostre a sua benevolência e a sua misericórdia. Refrão
ALELUIA Mc 1, 15
Refrão: Aleluia. Repete-se
Está próximo o reino de Deus:
arrependei-vos e acreditai no Evangelho. Refrão
EVANGELHO Lc 9, 1-6
«Enviou-os a proclamar o reino de Deus e a curar os enfermos»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, Jesus chamou os doze
Apóstolos e deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demónios e para curarem
todas as doenças. Depois enviou-os a proclamar o reino de Deus e a curar os
enfermos. E disse-lhes: «Não leveis nada para o caminho: nem cajado, nem
alforge, nem pão, nem dinheiro, e não leveis duas túnicas. Quando entrardes em
alguma casa, ficai nela até partirdes dali. Se alguns não vos receberem, ao
sair dessa cidade, sacudi o pó dos vossos pés, como testemunho contra eles». Os
Apóstolos partiram e foram de terra em terra a anunciar a boa nova e a realizar
curas por toda a parte.
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai benignamente, Senhor, os dons da vossa Igreja,
para que receba nestes santos mistérios
os bens em que pela fé acredita.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 118, 4-5
Promulgastes, Senhor,
os vossos preceitos para se cumprirem fielmente.
Fazei que os meus passos sejam firmes
na observância dos vossos mandamentos.
Ou Jo 10, 14
Eu sou o Bom Pastor, diz o Senhor;
conheço as minhas ovelhas
e as minhas ovelhas conhecem-Me.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Sustentai, Senhor, com o auxílio da vossa graça
aqueles que alimentais nos sagrados mistérios,
para que os frutos de salvação
que recebemos neste sacramento
se manifestem em toda a nossa vida.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: Esdr 9, 5-9: Esta
leitura é preenchida pela oração de Esdras, na qual ele pede perdão a Deus
pelas faltas do povo e dá graças pelo regresso, do cativeiro, daquele punhado
de gente, a que os profetas chamaram o “Resto” por serem tão poucos, mas que
será, até ao fim, o detentor das promessas de Deus. A falta dos homens não será
causa de Deus faltar; Ele o Fiel.
Lc 9, 1-6: A
missão dos Apóstolos é exatamente a mesma que a de Jesus: evangelizar e curar
os enfermos. O Concílio Vaticano II disse-o de maneira clara, ao introduzir a
explicação de como na Liturgia se continua a obra de salvação realizada por
Jesus. Diz o Concílio que, assim como o Pai enviou Jesus, assim agora Jesus
envia os Apóstolos a tornarem presente entre os homens do futuro a obra da
salvação por Ele realizada.
AGENDA DO DIA:
17.00 horas: Missa em
Gáfete
17.00 horas: Funeral no Cacheiro
18.00 horas: Missa na
Igreja de Nossa Senhora da Graça - Nisa
18.00 horas: Missa em
Tolosa.
A VOZ DO PASTOR:
PATOLOGIAS DUM PROGRESSO SEM REGRAS
O planeta Terra continua imprevisível. E vai-se queixando, aqui ou além,
com calamidades e outras coisas mais. Não por ser um senhor casmurro, que acorda
mal dormido e mal humorado. Em pés de lá ou com botas cardadas, há quem, num
desordenado modo de conceber a vida e a ação humana, o faça sentir-se
assaltado, espancado, espremido e abandonado, sem respeito pela sua
extraordinária complexidade, harmonia e beleza sem igual. Para espicaçar o
apetite do leitor a saber mais sobre as suas queixas, convido-o, mais uma vez,
a pescar, no mar imenso do senhor doutor Google, a Carta Encíclica Laudato
Si, cujo III Capítulo vou sintetizar. É um fármaco a não desperdiçar. Se o
tomarem diariamente, em doses aconselháveis, é um medicamento profilático de
alta qualidade. E excelente também para minimizar as graves doenças desta casa
comum, antes que, desde os telhados aos
alicerces, tudo vá pró maneta, e o maneta não fique atrás!... Embora o diga a
brincar, a coisa é mais que séria!...
Mesmo quem vive noutro mundo ou muito distraído com futebóis e fantasias
alienantes, não deixa de apreciar o avanço da ciência, da cultura, do
progresso. E aqueles que, de calças rotas, mas remendadas e limpas!, já
saltámos do milénio passado para este, em que muitos tinham de ir descalços à
escola, a quilómetros de distância, sem transporte, sem ar condicionado, sem
cantina nem bar onde pudessem comer o que agora lhes proíbem por tão apaparicados
que são (e ainda bem!), não podemos deixar de agradecer o que, de facto, foi
acontecendo: “somos herdeiros de dois séculos de ondas enormes de mudanças: a
máquina a vapor, a ferrovia, o telégrafo, a eletricidade, o automóvel, o avião,
as indústrias químicas, a medicina moderna, a informática e, mais recentemente,
a revolução digital, a robótica, as biotecnologias e as nanotecnologias. É
justo que nos alegremos com estes progressos e nos entusiasmemos à vista das
amplas possibilidades que nos abrem estas novidades incessantes”. Imensas
autoestradas se abriram, por terra e ar, nas mais diversas direções do saber e
do fazer, e das respostas a dar às necessidades humanas. E mais veremos, tenham
paciência e esperança!
No entanto, não são favas contadas que tudo esteja a ser usado de forma
construtiva. Há muitos sintomas de doença, há patologias e desvios endeusados
com consequências imprevisíveis. É um poder tal que, se está na mão de poucos,
pode não significar progresso da humanidade e da história. Sobretudo quando se
perde o sentido da responsabilidade e dos valores para bem gerir o uso desse
poder. A liberdade do ser humano “adoece, quando se entrega
às forças cegas do inconsciente, das necessidades imediatas, do egoísmo, da
violência brutal”. Se ao longo dos milénios, o homem e a natureza caminhavam
conjuntamente, dando-se as mãos, agora, o homem esqueceu essa nobre e educada
delicadeza no trato e convivência com este jardim que lhe foi confiado. Vive
apoiado na “mentira da disponibilidade infinita dos bens do planeta, que leva a
‘espremê-lo’ até ao limite e para além do mesmo”.
Os avanços da ciência, do saber e da técnica são um dom, uma graça, a
humanidade mudou profundamente. No entanto, se é verdade que ninguém quer o
regresso ao antigamente, “é indispensável abrandar a marcha para olhar a
realidade doutra forma, recolher os avanços positivos e sustentáveis e ao mesmo
tempo recuperar os valores e os grandes objetivos arrasados por um
desenfreamento megalómano”.
Não podemos perder o sentido e a profundidade da vida. Não podemos viver
numa espécie de vazio, de tédio enfadonho por entre uma permanente e
globalizada novidade de produtos que entusiasmam os homens da economia e da
técnica, os teóricos da finança e os promotores do ter e do poder próprio, mas
exploram o povo, a natureza e, sobretudo, os mais pobres de entre os pobres. Os
avanços da ciência e da técnica não são neutros. Se usados sem responsabilidade
e valores, são daninhos, condicionam a cultura e os estilos de vida. Acabam por
determinar e orientar “as possibilidades sociais na linha dos interesses de
determinado grupo de poder”. Com boca doce, eles sabem impor a lógica do
domínio que está para além da mera lógica do bem-estar e do bem-fazer. Pela sua
teimosa influência, até se vai tornando “anti cultural a escolha dum estilo de
vida, cujos objetivos possam ser, pelo menos em parte, independentes da
técnica, dos seus custos e do seu poder globalizante e massificador”. E a vida
“passa a ser uma rendição às circunstâncias condicionadas pela técnica,
entendida como o recurso principal para interpretar a existência”. Os sintomas
deste erro estão à vista: degradação ambiental, ansiedade, perda do sentido da
vida, enfraquecimento da sã convivência social, uma economia que mata, uma
tecnologia ao serviço do lucro, uma finança que sufoca a economia real. As
reservas naturais vão-se esgotando, os ecossistemas sofrem, os problemas da
fome e da miséria não se resolvem, agravam-se. Não há uma visão global da
situação humana. Muitos não têm o básico, não se garante o desenvolvimento
humano integral nem a inclusão social, não se respeita a vida, não se promove a
ecologia integral. A fragmentação do saber, fez esquecer o desenvolvimento que
a ciência gerou nas outras áreas, inclusive na área da filosofia e da ética
social. Por tudo isso e muito mais, torna-se urgente “um olhar diferente, um
pensamento, uma política, um programa educativo, um estilo de vida e uma
espiritualidade que oponham resistência ao avanço do paradigma tecnocrático.
Caso contrário, até as melhores iniciativas ecológicas podem acabar bloqueadas
na mesma lógica globalizada. Buscar apenas um remédio técnico para cada
problema ambiental que aparece, é isolar coisas que, na realidade, estão
interligadas, é esconder os problemas verdadeiros e mais profundos do sistema
mundial” (cf. LSi, 101-136).
Entre nós, no Alentejo, sente-se alguma preocupação com as culturas ou
monoculturas intensivas ou superintensivas. Nutrientes, fertilizantes,
desinfeção de pragas, maquinarias, rega, transportes dos produtos, etc. etc.,
acompanham o processo. E quem vê com os olhos de querer ver, não vê. Mesmo que
estique os olhos por entre a imensa extensão das explorações, aliás, bonitas de
se verem, fica sem enxergar bem se os pequenos produtores já foram dando à sola
ou se viraram em assalariados precários, se a diversidade produtiva deu às de
vila-diogo e levou atrás de si a economia agrícola regional, se a mão-de-obra é
escrava, se os lucros são tributados na região, se ao menos no país, se todos
ou quase todos em Espanha. O que parece verdade certinha, é que, em muitos
locais, muitas espécies da biodiversidade já tiveram de comprar bilhete de
“voos low cost” para migrar. E as safadas, encrespadas com tanta insistência
das TVs em mostrar os técnicos a espetar a agulha da vacina no braço ou a
enfiar a zaragatoa por nariz abaixo do cliente, até se aventuraram a partir sem
certificado de vacinação e máscara, aceitando apenas a obrigação de cumprir o
rápido distanciamento, antes que fosse tarde. E não eram negacionistas, não
senhor. Inteirámo-nos junto de fonte fidedigna e bem informada, embora
sigilosa, claro!
Antonino
Dias
Portalegre-Castelo Branco, 2021-09-17.
Sem comentários:
Enviar um comentário