quinta-feira, 9 de setembro de 2021

 



 

PARÓQUIAS DE NISA 

 

Sexta, 10 de setembro de 2021

 

Sexta-feira da XXIII semana do tempo comum

 

 

 

LITURGIA

 

Sexta-feira da semana XXIII

Verde – Ofício da féria.
L 1 1 Tim 1, 1-2. 12-14; Sal 15 (16), 1-2a e 5. 7-8. 11
Ev Lc 6, 39-42

* Na Ordem Agostiniana – S. Nicolau de Tolentino, presbítero – FESTA
* Na Ordem de Cister – B. Oglério, abade – MF
* Na Companhia de Jesus – B. Francisco Gárate, religioso – MF
* No Instituto das Irmãs da Misericórdia de Verona – B. Vicenza Maria Poloni, Fundadora do Instituto – FESTA
* Na Congregação da Paixão de Jesus Cristo – Ofício e Missa votivos da Paixão.

 

 MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 118, 137.124
Vós sois justo, Senhor, e são retos os vossos julgamentos.
Tratai o vosso servo segundo a vossa bondade.

ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus, que nos enviastes o Salvador
e nos fizestes vossos filhos adotivos,
atendei com paternal bondade as nossas súplicas
e concedei que, pela nossa fé em Cristo,
alcancemos a verdadeira liberdade e a herança eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

LEITURA I (anos ímpares) 1 Tim 1, 1-2.12-14
«Tinha sido blasfemo, mas alcancei misericórdia
»

Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo a Timóteo

 Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, por ordem de Deus, nosso Salvador, e de Jesus Cristo, nossa esperança, a Timóteo, meu verdadeiro filho na fé: A graça, a misericórdia e a paz da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo, nosso Senhor. Dou graças Àquele que me deu força, Jesus Cristo, Nosso Senhor, porque me julgou digno de confiança e me chamou ao seu serviço, a mim que tinha sido blasfemo, perseguidor e violento. Mas alcancei misericórdia, porque agi por ignorância, quando ainda era descrente. A graça de Nosso Senhor superabundou em mim, com a fé e a caridade que temos em Cristo Jesus.

Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 15 (16), 1-2a e 5.7-8.11 (R. cf. 5a)
Refrão: O Senhor é a minha herança. Repete-se

Defendei-me, Senhor; Vós sois o meu refúgio.
Digo ao Senhor: Vós sois o meu Deus.
Senhor, porção da minha herança e do meu cálice,
está nas vossas mãos o meu destino. Refrão

Bendigo o Senhor por me ter aconselhado,
até de noite me inspira interiormente.
O Senhor está sempre na minha presença,
com Ele a meu lado não vacilarei. Refrão

Dar-me-eis a conhecer os caminhos da vida,
alegria plena em vossa presença,
delícias eternas à vossa direita. Refrão

ALELUIA cf. Jo 17, 17b.a
Refrão: Aleluia. Repete-se
A vossa palavra, Senhor, é a verdade:
consagrai-nos na verdade. Refrão

EVANGELHO Lc 6, 39-42
«Poderá um cego guiar outro cego?»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

 Naquele tempo, disse Jesus aos discípulos a seguinte parábola: «Poderá um cego guiar outro cego? Não cairão os dois nalguma cova? O discípulo não é superior ao mestre, mas todo o discípulo perfeito deverá ser como o seu mestre. Porque vês o argueiro que o teu irmão tem na vista e não reparas na trave que está na tua? Como podes dizer a teu irmão: ‘Irmão, deixa-me tirar o argueiro que tens na vista’, se tu não vês a trave que está na tua? Hipócrita, tira primeiro a trave da tua vista e então verás bem para tirar o argueiro da vista do teu irmão».

Palavra da salvação.

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Senhor nosso Deus, fonte da verdadeira devoção e da paz,
fazei que esta oblação Vos glorifique dignamente
e que a nossa participação nos sagrados mistérios
reforce os laços da nossa unidade.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 41, 2-3
Como suspira o veado pela corrente das águas,
assim minha alma suspira por Vós, Senhor.
A minha alma tem sede do Deus vivo.

Ou Jo 8, 12
Eu sou a luz do mundo, diz o Senhor;
quem Me segue não anda nas trevas,
mas terá a luz da vida.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentais e fortaleceis
à mesa da palavra e do pão da vida,
fazei que recebamos de tal modo estes dons do vosso Filho
que mereçamos participar da sua vida imortal.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
 

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA

 

 

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste 

2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

LEITURAS:   1 Tim 1, 1-2.12-14: Começamos hoje a leitura da Primeira Epístola de S. Paulo a Timóteo. A Carta começa com a saudação do costume, logo seguida de uma ação de graças. A primeira atitude de quem quiser falar do mistério de Deus, revelado na história da salvação e na sua própria vida, é reconhecer como a sua misericórdia nos envolve, e como é dom que vem d’Ele tudo o que por Ele desejamos fazer.

Lc 6, 39-42: Numa breve leitura, estão agrupados três ensinamentos de Jesus: não pode alguém que é cego guiar outro cego; o discípulo não é mais do que o mestre; e não se há de ter a hipocrisia de querer julgar os outros, porque todos somos também culpados e talvez mais que os outros. A vida de relação com os outros há de assentar na humildade, na prudência, na caridade, na consciência das próprias limitações.

AGENDA DO DIA:

15.00 horas: Missa no Lar de Arez

16.45 horas: Funeral em Nisa

18.00 horas: Missa em Alpalhão

18.00 horas: Missa em Nisa.

 

 

A VOZ DO PASTOR:

 

 

“QUERIDA AMAZÓNIA” - INJUSTIÇA E CRIME

 

O primeiro dia do mês de setembro é o Dia Mundial dedicado à gratidão pela Casa Comum, a qual, o seu Criador e Senhor, a todos no-la confiou como zelosos cuidadores e usufrutuários em fraterna solidariedade.  Esta iniciativa terá repercussões até ao dia 4 de outubro, dia da festa de São Francisco de Assis, o santo patrono do meio ambiente. Fixado pelo Brasil, o dia 5 deste mês de setembro, é o Dia da “Querida Amazónia” que se apresenta “aos olhos do mundo com todo o seu esplendor, o seu drama e o seu mistério” (QA1). É uma reserva natural, a maior floresta tropical do mundo, com sete milhões de quilómetros quadrados distribuídos por nove países da América do Sul: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Perú, Suriname, Venezuela e Guiana Francesa.

Deste grande bioma que suscita contemplação, gratidão e ternura, desde há muito que saltam gritos de indignação e sofrimento que ecoam por todo o mundo, pedindo respeito, justiça e solidariedade. A devastação da floresta, a criação de gados, a indústria mineira e petrolífera, a construção de hidroelétricas, o projeto de hidrovias, os incêndios provocados, o impacto sobre os rios e os ecossistemas, a privatização da água potável, a perde de flora e fauna, o roubo do território aos nativos, os subornos, tudo serve para satisfazer os interesses económicos e destruir a natureza, ferir, encurralar e expulsar os povos indígenas para as periferias das cidades, ficando sujeitos às piores formas de escravidão e miséria, à xenofobia, à exploração sexual, ao tráfico de pessoas, ao desenraizamento e à desintegração das famílias (cf. QA 9-11). Além disso, conforme escreveu Francisco no documento conclusivo do Sínodo que decorreu em outubro de 2019, e a que deu o nome de “Querida Amazónia”, muita desta devastação ambiental e ameaças à dignidade humana, têm a ver com uma falsa mística. A Amazónia “tem sido apresentada como um enorme vazio que deve ser preenchido, como uma riqueza em estado bruto que se deve aprimorar, como uma vastidão selvagem que precisa de ser domada. E, tudo isto, numa perspetiva que não reconhece os direitos dos povos nativos ou simplesmente os ignora como se não existissem e como se as terras onde habitam não lhes pertencessem. Nos próprios programas educacionais de crianças e jovens, os indígenas apareciam como intrusos ou usurpadores. As suas vidas e preocupações, a sua maneira de lutar e sobreviver não interessavam, considerando-os mais como um obstáculo a demover do que como seres humanos com a mesma dignidade que qualquer outro e com direitos adquiridos” (QA12). E acrescenta: “Para aumentar esta confusão, contribuíram alguns slogans, nomeadamente o de «não entregar», como se a citada sujeição fosse provocada apenas por países estrangeiros, quando os próprios poderes locais, com a desculpa do progresso, fizeram parte de alianças com o objetivo de devastar, de maneira impune e indiscriminada, a floresta com as formas de vida que abriga. Os povos nativos viram muitas vezes, impotentes, a destruição do ambiente natural que lhes permitia alimentar-se, curar-se, sobreviver e conservar um estilo de vida e uma cultura que lhes dava identidade e sentido” (QA13).

Todas estas operações económicas locais, nacionais e internacionais “há que rotulá-las com o devido nome: injustiça e crime. Quando algumas empresas sedentas de lucro fácil se apropriam dos terrenos, chegando a privatizar a própria água potável, ou quando as autoridades deixam mão livre a madeireiros, a projetos mineiros ou petrolíferos e outras atividades que devastam as florestas e contaminam o ambiente, transformam-se indevidamente as relações económicas e tornam-se um instrumento que mata. É usual lançar mão de recursos desprovidos de qualquer ética, como penalizar os protestos e mesmo tirar a vida aos indígenas que se oponham aos projetos, provocar intencionalmente incêndios florestais, ou subornar políticos e os próprios nativos. A acompanhar tudo isto, temos graves violações dos direitos humanos e novas escravidões que atingem especialmente as mulheres, a praga do narcotráfico que procura submeter os indígenas, ou o tráfico de pessoas que se aproveita daqueles que foram expulsos de seu contexto cultural. Não podemos permitir que a globalização se transforme num «novo tipo de colonialismo» (QA14).

E Francisco apela à indignação: “É preciso indignar-se, como se indignou Moisés (cf. Ex 11, 8), como se indignava Jesus (cf. Mc 3, 5), como se indigna Deus perante a injustiça (cf. Am 2, 4-8; 5, 7-12; Sal 106/105, 40). Não é salutar habituarmo-nos ao mal; faz-nos mal permitir que nos anestesiem a consciência social, enquanto um rasto de delapidação, inclusive de morte, (…) coloca em perigo a vida de milhões de pessoas, em especial do habitat dos camponeses e indígenas”. A propósito dessa vergonhosa injustiça e crueldade verificados na Amazónia venezuelana aquando da época da borracha, fica-nos este testemunho do sofrimento dos indígenas: «Os nativos não recebiam dinheiro, mas apenas mercadorias, e caras, que nunca acabavam de pagar. (...) Pagavam, mas diziam ao indígena: “Ainda estás a dever tanto” e o indígena tinha que voltar a trabalhar (...). Mais de vinte aldeias ye’kuana foram completamente arrasadas. As mulheres ye’kuana foram violadas e seus seios cortados; as grávidas desventradas. Aos homens, cortavam-lhes os dedos das mãos ou os pulsos, para não poderem navegar (...), juntamente com outras cenas do sadismo mais absurdo» (QA15).

No meio de todos estes excessos, contradições e lacerações, Francisco realça o trabalho daqueles missionários que, atentos ao joio, se mantiveram fiéis ao Evangelho, chegando a inspirar legislação favorável como as Leis das Índias, que “protegiam a dignidade dos indígenas contra as violações de seus povos e territórios» e a quem os próprios indígenas pediam insistentemente que não os abandonassem pois eram eles que os ajudavam a defender de ladrões e abusadores (cf. QA18). Mas o Papa também não esconde: “não podemos negar que o joio se misturou com o trigo, pois os missionários nem sempre estiveram do lado dos oprimidos, deploro-o e mais uma vez «peço humildemente perdão, não só pelas ofensas da própria Igreja, mas também pelos crimes contra os povos nativos durante a chamada conquista da América» e pelos crimes atrozes que se seguiram ao longo de toda a história da Amazónia. Aos membros dos povos nativos, agradeço e digo novamente que, «com a vossa vida, sois um grito lançado à consciência (…). Vós sois memória viva da missão que Deus nos confiou a todos: cuidar da Casa Comum» (QA19).

Nesta hora escura para os povos da Amazónia e para a nossa Casa Comum, associemo-nos aos sonhos do Papa Francisco: Sonho com uma Amazónia que lute pelos direitos dos mais pobres, dos povos nativos, dos últimos, de modo que a sua voz seja ouvida e a sua dignidade promovida. Sonho com uma Amazónia que preserve a riqueza cultural que a carateriza e na qual brilha de maneira tão variada a beleza humana. Sonho com uma Amazónia que guarde zelosamente a sedutora beleza natural que a adorna, a vida transbordante que enche os seus rios e as suas florestas. Sonho com comunidades cristãs capazes de se devotar e encarnar de tal modo na Amazónia, que deem à Igreja rostos novos com traços amazónicos” (QA7).

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo, 03-09-2021.


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