PARÓQUIAS DE NISA
Quinta, 30 de setembro de 2021
Quinta-feira da XXVI semana do tempo comum
LITURGIA
S.
Jerónimo, presbítero e doutor da Igreja – MO
Branco
– Ofício da memória.
Missa da memória.
L 1 Ne 8, 1-4a. 5-6. 7b-12; Sal 18 B (19), 8-9. 10. 11
Ev Lc 10, 1-12
S. JERÓNIMO, presbítero e doutor da
Igreja
Nota
Histórica:
Nasceu em
Estridon (Dalmácia) cerca do ano 340. Estudou em Roma e aí foi baptizado. Tendo
abraçado a vida ascética, partiu para o Oriente e foi ordenado sacerdote.
Regressou a Roma e foi secretário do papa Dâmaso. Nesta época começou a revisão
das traduções latinas da Sagrada Escritura e promoveu a vida monástica. Mais
tarde estabeleceu se em Belém, onde continuou a tomar parte muito activa nos
problemas e necessidades da Igreja. Escreveu muitas obras, principalmente
comentários à Sagrada Escritura. Morreu em Belém no ano 420.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Josué 1, 8
A palavra de Deus esteja sempre nos teus lábios,
medita nela dia e noite, para observares
tudo o que está escrito na lei,
e serás feliz em todos os teus caminhos.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus, que destes ao presbítero São Jerónimo o dom de saborear a
Sagrada Escritura e de a viver intensamente, fazei que o vosso povo se alimente
cada vez mais com a vossa palavra e encontre nela a fonte da verdadeira vida.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do
Espírito Santo.
LEITURA I 2 Tim 3, 14-17
«Toda a Escritura, inspirada por Deus, é útil para ensinar»
Leitura da
Segunda Epístola do apóstolo São Paulo a Timóteo
Caríssimo: Permanece firme no que aprendeste e aceitaste como certo, sabendo de
quem o aprendeste. Desde a infância conheces as Sagradas Escrituras; elas podem
dar-te a sabedoria que leva à salvação, pela fé em Cristo Jesus. Toda a
Escritura, inspirada por Deus, é útil para ensinar, persuadir, corrigir e
formar segundo a justiça. Assim o homem de Deus será perfeito, bem preparado
para todas as boas obras.
Palavra do Senhor.
SALMO
RESPONSORIAL Salmo
118 (119), 9 e 10.11 e 12.13 e 14 (R.12b)
Refrão: Ensinai-me, Senhor,
o caminho dos vossos mandamentos.
Como há de o jovem manter puro o seu caminho?
Guardando as vossas palavras.
De todo o coração Vos procuro,
não me deixeis afastar dos vossos mandamentos.
Conservo a vossa palavra dentro do coração,
para não pecar contra Vós.
Bendito sejais, Senhor,
ensinai-me os vossos decretos.
Enuncio com os meus lábios
todos os juízos da vossa boca.
Sinto mais alegria em seguir as vossas ordens
do que em todas as riquezas.
ALELUIA Mc 1, 15
Refrão: Aleluia Repete-se
Está próximo o reino de Deus:
arrependei-vos e acreditai no Evangelho. Refrão
EVANGELHO Lc 10, 1-12
«A vossa paz repousará sobre eles»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, designou o Senhor setenta e dois discípulos e enviou-os dois a
dois à sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir. E
dizia-lhes: «A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao dono da
seara que mande trabalhadores para a sua seara. Ide: Eu vos envio como
cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa nem alforge nem sandálias, nem
vos demoreis a saudar alguém pelo caminho. Quando entrardes nalguma casa, dizei
primeiro: ‘Paz a esta casa’. E se lá houver gente de paz, a vossa paz repousará
sobre eles; senão, ficará convosco. Ficai nessa casa, comei e bebei do que
tiverem, que o trabalhador merece o seu salário. Não andeis de casa em casa.
Quando entrardes nalguma cidade e vos receberem, comei do que vos servirem,
curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: ‘Está perto de vós o reino de
Deus’. Mas quando entrardes nalguma cidade e não vos receberem, saí à praça
pública e dizei: ‘Até o pó da vossa cidade que se pegou aos nossos pés
sacudimos para vós. No entanto, ficai sabendo: Está perto o reino de Deus’. Eu
vos digo: Haverá mais tolerância, naquele dia, para Sodoma do que para essa
cidade».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Concedei-nos, Senhor, que, a exemplo de São Jerónimo, depois de termos meditado
na vossa palavra, nos aproximemos dignamente do vosso altar para Vos oferecer o
sacrifício da salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Jer 15, 16
Alimentei-me com a vossa palavra
e o meu coração exultou de alegria,
porque sobre mim foi invocado o vosso nome,
Senhor Deus do universo.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Este alimento que recebemos, Senhor, ao celebrar com alegria a festa de São
Jerónimo, desperte os corações dos vossos fiéis, para que, meditando sempre na
Sagrada Escritura, vejam o caminho a seguir e, seguindo-o fielmente, alcancem a
vida Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade
do Espírito Santo.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: Lc 10, 1-12: Os
discípulos são enviados a preparar a vinda de Jesus. Eles são já mensageiros do
reino de Deus. Por isso, quem espera o reino de Deus há de prestar atenção
àqueles que lho anunciam, porque eles são os portadores da Palavra do Senhor,
que é fonte de paz.
AGENDA DO DIA:
18.00
horas: Missa em Nisa
21.00
horas: Adoração do Santíssimo em Nisa.
PENSAMENTO
DO DIA
Cumpro o meu dever, obedecendo aos preceitos de
Cristo, que diz: Examinai as Escrituras,
e: Procurai e encontrareis, para que não tenha de ouvir o que foi dito aos
judeus: Estais enganados, porque não
conheceis as Escrituras nem o poder de Deus. Se, de facto, como diz o
apóstolo Paulo, Cristo é o poder de Deus
e a sabedoria de Deus, aquele que não conhece as Escrituras não conhece o
poder de Deus nem a sua sabedoria. Ignorar
as Escrituras é ignorar a Cristo.
(Do Prólogo ao Comentário de São Jerónimo, sobre o
Livro do Profeta Isaías. Ofício
das Leituras do dia)
A VOZ DO PASTOR:
SOBRE ÓRGÃOS SOCIAS E RESPONSÁVEIS PAROQUIAIS
O
amigo leitor sabe o que é um papibaquígrafo? É um trava-línguas. Há muitos, e
este também é: “percebeste? Se percebeste, percebeste, se não percebeste, faz
que percebeste para que eu perceba que tu percebeste, percebeste?” Ora, dado
este rigoroso e total esclarecimento, mesmo que alguém me olhe de soslaio e eu
finja não perceber, vou mesmo parlengar. Sobretudo para ver se ajudo a
destravar outras ideias e outro modo de estar em quem, na matéria em título,
descarrilou.... Vou falar sobre o papel de Responsáveis disto ou daquilo, mais
daquilo do que disto. Não de Órgãos Sociais, ou Equiparados, que o são com
todos os pergaminhos. Perante esses, e pela parte que me toca, curvo-me
respeitosamente e tiro o meu chapéu, mui grato pelo seu serviço e sentido de
corresponsabilidade!... Também não me refiro aos órgãos sociais de instituições
meramente civis, como associações humanitárias, culturais, desportivas,
fundações, sociedades anónimas ou seja lá o que for. Cada uma dessas
organizações sabe bem com que linhas se cose e que espécie de águas por lá
correm: se saudáveis, se inquinadas, se turbas ou assim-assim. Refiro-me aos
Órgãos Sociais de pessoa jurídica canónica ou de pessoa jurídica
canónico-civil, como, por exemplo, Paróquia, Irmandade/Confraria, Centro Social
Paroquial... A grande maioria funciona como deve ser, merece os nossos
aplausos. No entanto, pode haver certos cozinhados que temos de colocar na
beirinha do prato, não apreciamos, é coisa papibaquígrafa! Neste reino de
Portugal e dos Algarves, d’aquém e d’além-mar, por vezes bufa uma aragem
incómoda que chega a sacudir alguns jornais. Leva a crer que há Responsáveis de
uma ou de outra dessas instituições, que o são de direito, mas, de facto, nunca
o foram, não o são, são-no de fachada ou do faz de conta! Embora eleitos ou
propostos e homologados pela autoridade competente com toda a seriedade,
confiança e esperança no seu trabalho, logo são tidos como verbos de encher por
quem tem dificuldade em entender que o exercício da presidência reclama
comunhão corresponsável e respeitosa. Ou, então, são eles mesmos que, por
indigna subserviência, falso respeito ou confiança mal entendida em quem
preside, logo se dispensam de assumir o seu lugar e função. Quem aceita ser
eleito ou nomeado, é nomeado ou eleito para verdadeiramente assumir e exercer a
missão em causa. Não raro, porém, em discreta informação ou em estardalhaço de
guerra aberta, ecoa, de facto, o mal-estar de quem tem as responsabilidades
atribuídas mas se sente marginalizado ou impossibilitado de as levar a cabo, de
forma colegial e complementar. Sabemos que há quem invente, deturpe, exagere,
seja de difícil trato ou de difícil inserção em equipas de trabalho onde sempre
gosta de falar alto, de se impor ou manipular. Por isso, tudo se ouve com
delicadeza e atenção, deita-se água na fervura, não se tiram conclusões
precipitadas. Mas, sem grande demora, incrédulos, crentes ou na dúvida, lá se
procura auscultar o que, no terreno, na verdade se passa. Nem sempre tal
alarido corresponde à verdade, as razões são outras, nem sempre as mais sadias.
Noutras vezes, porém, a coisa é mesmo verdade, fica-se triste, sente-se o dever
de agir, às vezes sem saber bem como... É muito difícil lidar com pessoas que
se julgam donas da verdade e intocáveis. Estão sempre prontas a inventar
desculpas ou a escavar razões sem qualquer espécie de razão!...
Entre
Conselhos Económicos de Paróquias, Irmandades/Confrarias e Centros Sociais
Paroquiais, cujos dirigentes são homologados pela Bispo diocesano, há mais que
muitos. É verdade que os Conselhos para os assuntos económicos das paróquias,
pela força do Direito Canónico são consultivos, mas, na prática, pelo respeito
que nos merecem e pelo serviço que prestam ao povo de Deus e aos próprios
párocos, que são quem os apresenta ao Bispo para serem homologados, devem ser
tidos e respeitados como se de Órgãos Sociais se tratasse, embora diferentes na
sua constituição e missão. Ora, todas as instituições têm direito à boa imagem
e à boa fama, mas também têm o dever de fazer por isso. O mesmo se diga de quem
as serve, generosa e dedicadamente, com espírito de serviço e boa vontade. O
documento que acaba de nos chegar às mãos sobre o próximo Sínodo convocado pelo
Papa Francisco, também coloca essa questão: “como são vividos na Igreja a
responsabilidade e o poder”? Como se convertem “preconceitos e práticas
distorcidas que não estão enraizadas no Evangelho”?
O
burburinho que se gera à volta desta ou daquela instituição (Paróquia,
Irmandade/Confraria ou Centro Social Paroquial), fazendo correr cobras e
lagartos sobre ela e sobre quem as dirige, mesmo que possa ser mentira, pode
ter origem na forma de agir, ou de não agir, dos seus Responsáveis. Podem
existir muitos vícios acumulados a provocar, mesmo sem maldade, falta de
transparência e nervosismo em quem, generosa e retamente, se apresentou a
colaborar dentro do normal funcionamento das coisas. De facto, pode haver
membros de Órgãos Sociais ou de Conselhos para os assuntos económicos de
paróquias que nunca exerceram o cargo para o qual foram eleitos ou propostos e
homologados. Tesoureiros que nunca exerceram tal lugar, mas assinam de cruz!
Secretários que nunca fizeram uma ata, mas assinam de cruz! Pode haver quem,
por sua própria culpa, não tenha ou não conheça os Estatutos ou o Compromisso
pelos quais a instituição se rege. Ao aceitar o cargo, era pressuposto tê-los e
conhecê-los, sabendo qual é a sua missão e lugar, bem como qual é o espírito da
Instituição e o perfil pessoal que ela reclama. Pode haver responsáveis, de uma
ou de outra destas instituições, que nunca reuniram, nunca avaliaram, nunca
programaram colegialmente, deixam que tudo vá correndo ao sabor dos ventos, de
qualquer forma, sei lá se até ao fracasso total. Se alguma coisa conversam
entre si sobre algum assunto referente à instituição, é capaz de não ir além de
uma mera conversa no café ou no caminho. Por esse falso respeito, subserviência
daninha, ou seja lá o que for perante quem preside (leigo/a ou sacerdote), os
outros membros da direção, que têm consciência da missão e responsabilidade que
lhes foram confiadas, apesar de sofrerem com isso, deixam-se andar até que o
mandato acabe para se irem embora. Não querem fazer barulho, não contestam as
atitudes de quem preside ou manda, embora reconheçam que ele ou ela se serve
deles ou delas como se de joguetes ou de títeres se tratasse. Promove-se o
“eu”, ignora-se o “nós”. Entre nós, porque é difícil conviver com isso, até se
tem feito formação para que se tenha consciência da igual pertença, para que
essa maneira de ser e estar não aconteça, ou, se existe, seja banida, e haja
corresponsabilidade no cuidado a ter com pessoas, património, obras, arquivos,
inventários.... Além disso, todos os membros dos Órgãos Socias e Equiparados
sabem que são responsáveis e respondem pelos atos que a instituição realiza,
pequenos ou grandes, mesmo quando eles, porventura, partam das ordens
arbitrárias de um só. As boas regras e o senso comum, mandam que, de facto,
tudo seja falado e decidido colegialmente e lavrado em ata para a sua real legalidade
e defesa de todos. Esta praxe, mesmo que o trabalho e as decisões não sejam
muitas e o dinheiro a gerir ainda seja menos, não existe porque os membros da
Direção desconfiam uns dos outros, se têm como inimigos ou se julgam
imprevisíveis. Acontece porque todos se estimam e respeitam, no muito e no
pouco, e têm consciência de que a instituição que representam deve construir a
sua história com toda a dignidade e respeito. É possível que haja instituições
com uma história rica e bela pelo bem que fazem à comunidade, com apreço e
garbo. No entanto, pode acontecer que, desde há anos, não tenham dados para
escrever a história: as atas deixaram de existir, nada fica escrito, é pena!
Se
saltarmos para o espaço da corresponsabilidade pastoral, também temos de reconhecer
quão difícil é a escuta e a programação da mesma em itinerário e modelo
sinodal: “como forma, como estilo e como estrutura da Igreja”. Como é difícil
este “processo eclesial participativo e inclusivo”, não só em relação “àqueles
que, por vários motivos, se encontram à margem”, mas também em relação àqueles
que estão dentro e próximos, mas cuja cultura é colocar-se ao lado, deixando
“de contribuir para colocar em movimento as ideias, as energias e a
criatividade”. Há uma cultura demasiadamente passiva e preconceituosa,
promovida, aliás, ao longo dos tempos. A solicitude pastoral, se assim a posso
chamar, não raro, dispensava os outros e baseava-se mais no querer, no poder e
no mandar, mesmo quando não se sabia. Os efeitos prolongam-se, e porque custa
virar o bico ao prego, continua-se a perguntar se a culpa não será de Adão, ou
de Eva, ou da cobra.... A nossa fragilidade é muito criativa em artimanhas
dessas!...
Seja
como for, o Papa Francisco mostrou-se mais uma vez de mangas arregaçadas e a
deitar as mãos ao arado. Ele insiste, oportuna e inoportunamente, a que dêmos
as mãos nesta tarefa de uma nova sementeira, uma sementeira que comprometa,
promova e dê frutos de liberdade e salvação. Se também deitarmos as mãos ao
arado, sem olharmos para trás, até não faltará quem comece a repetir bem e
muito mais depressa papibaquígrafo e outras coisas mais.... As surpresas de
Deus são constantes e gratificantes!...
Antonino
Dias
Portalegre-Castelo Branco, 24-09-2021.
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