PARÓQUIAS DE NISA
Sexta, 03 de setembro de 2021
Sexta-feira da XXII semana do tempo comum
LITURGIA
Sexta-feira
da semana XXII
S.
Gregório Magno, papa e doutor da Igreja – MO
Branco – Ofício da memória.
Missa da memória.
L 1 Col 1, 15-20; Sal 99 (100), 2. 3. 4. 5
Ev Lc 5, 33-39
* Na Diocese do Algarve – Aniversário da Ordenação episcopal de D. Manuel Neto
Quintas (2000).
* Na Ordem Beneditina – S. Gregório Magno – FESTA
* Na Ordem Agostiniana – I Vésp. de Nossa Senhora da Consolação.
S.
GREGÓRIO MAGNO, papa e doutor da Igreja
Nota
Histórica:
Nasceu em Roma por volta do ano
540. Tendo tomado a carreira política, chegou a ser nomeado prefeito da Urbe.
Abraçou depois a vida monástica, foi ordenado diácono e desempenhou o cargo de
legado pontifício em Constantinopla. No dia 3 de Setembro do ano 590 foi
elevado à Cátedra de Pedro, cargo que exerceu como verdadeiro bom pastor no
governo da Igreja, no cuidado dos pobres, na propagação e consolidação da fé.
Escreveu muitas obras de Moral e Teologia. Morreu a 12 de Março do ano 604.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA cf. Sir 45,
30
O Senhor firmou com ele uma aliança de paz,
fê-lo pastor do seu povo
e escolheu-o para ser sacerdote eternamente.
ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente, que velais pelo vosso povo com infinita misericórdia
e o governais com inefável amor, por intercessão do papa São Gregório Magno,
concedei o espírito de sabedoria àqueles que escolhestes como mestres e guias
da Igreja, para que o progresso dos fiéis seja a alegria eterna dos seus
pastores. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos ímpares) Col 1, 15-20
«Por Ele e para Ele tudo foi criado»
Leitura da
Epístola do apóstolo São Paulo aos Colossenses
Cristo
é a imagem de Deus invisível, o Primogénito de toda a criatura; Porque n’Ele
foram criadas todas as coisas no céu e na terra, visíveis e invisíveis, Tronos
e Dominações, Principados e Potestades: por Ele e para Ele tudo foi criado. Ele
é anterior a todas as coisas e n’Ele tudo subsiste. Ele é a cabeça da Igreja,
que é o seu corpo. Ele é o Princípio, o Primogénito de entre os mortos; em tudo
Ele tem o primeiro lugar. Aprouve a Deus que n’Ele residisse toda a plenitude e
por Ele fossem reconciliadas consigo todas as coisas, estabelecendo a paz, pelo
sangue da sua cruz, com todas as criaturas na terra e nos céus.
Palavra
do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 99 (100), 2.3.4.5 (R. 2c)
Refrão: Vinde à presença do Senhor
com cânticos de alegria. Repete-se
Aclamai o Senhor, terra inteira,
servi o Senhor com alegria,
vinde a Ele com cânticos de júbilo. Refrão
Sabei que o Senhor é Deus,
Ele nos fez, a Ele pertencemos,
somos o seu povo, as ovelhas do seu rebanho. Refrão
Entrai pelas suas portas, dando graças,
penetrai em seus átrios com hinos de louvor,
glorificai-O, bendizei o seu nome. Refrão
Porque o Senhor é bom,
eterna é a sua misericórdia,
a sua fidelidade estende-se de geração em geração. Refrão
ALELUIA Jo 8, 12
Refrão: Aleluia Repete-se
Eu sou a luz do mundo, diz o Senhor;
quem Me segue terá a luz da vida. Refrão
EVANGELHO Lc 5, 33-39
«Dias virão em que o noivo lhes será tirado...
Nesses dias jejuarão»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele
tempo, os fariseus e os escribas disseram a Jesus: «Os discípulos de João
Baptista e os fariseus jejuam muitas vezes e recitam orações. Mas os teus
discípulos comem e bebem». Jesus respondeu-lhes: «Quereis vós obrigar a jejuar
os companheiros do noivo, enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o
noivo lhes será tirado; nesses dias jejuarão». Disse-lhes também esta parábola:
«Ninguém corta um remendo de um vestido novo, para o deitar num vestido velho,
porque não só rasga o vestido novo, como também o remendo não se ajustará ao
velho. E ninguém deita vinho novo em odres velhos, porque o vinho novo acaba
por romper os odres, derramar-se-á e os odres ficarão perdidos. Mas deve
deitar-se vinho novo em odres novos. Quem beber do vinho velho não quer do
novo, pois diz: ‘O velho é que é bom’».
Palavra
da salvação.
ORAÇÃO
SOBRE AS OBLATAS
Permiti, Senhor, que, ao celebrarmos a memória de São Gregório Magno, seja para
nós fonte de santidade esta oblação que instituístes para libertar o mundo de
seus pecados. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco
na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Jo 10, 11
O Bom Pastor dá a vida pelas suas ovelhas, diz o Senhor.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Deus de sabedoria infinita, que nos alimentais com o Corpo de Cristo, pão da
vida, ensinai-nos com a sua doutrina e fazei que, ao celebrarmos a memória de
São Gregório, conheçamos melhor a vossa verdade e a pratiquemos na caridade.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do
Espírito Santo.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: Col 1, 15-20: Esta
leitura faz parte de um hino em louvor de Cristo, “Primogénito de toda a
criatura” e “Primogénito de entre os mortos”. Cristo é o primeiro, tanto na
ordem da Criação – “por Ele todas as coisas foram feitas” –, como na ordem de re-criação, realizada pela sua morte e
ressurreição. Esta passagem é um dos hinos mais belos em louvor de Cristo.
Lc 5, 33-39:
Jesus tenta fazer compreender aos fariseus e escribas, pessoas que passavam por
ser das mais religiosas do Antigo Testamento, o espírito novo que Ele lhes
vinha comunicar. Jesus é o noivo presente no meio dos seus, estes não podem
tomar atitudes menos festivas; um dia, quando Ele lhes for tirado, na hora da
paixão, então eles jejuarão, como a Igreja depois começou a fazer, e ainda faz,
no “jejum pascal”, na Sexta-feita Santa e no Sábado Santo (cf. Concílio, SC
110).
AGENDA DO DIA:
15.00
horas: Funeral no Cacheiro
16.00
horas: Funeral em Alpalhão
17.00-
18.00 horas: Exposição Mariana no Calvário – Nisa
17.00
horas: Adoração ao Santíssimo em Alpalhão
18.00
horas: Funeral em Amieira do Tejo
18.00
horas: Celebração da Palavra Nisa
18.00
horas: Celebração da Palavra em Alpalhão.
A VOZ DO PASTOR:
O
1.º DE SETEMBRO E A PEGADA ECOLÓGICA
Vivemos um tempo de
grande apreço pelos direitos, e bem. Mas direitos e deveres são correlativos,
interdependentes. Assim como ninguém deve negar aos outros os seus direitos,
também há deveres que ninguém pode negar a si mesmo, não os pode mandar às malvas,
nem adiar ou delegar. São imperativos categóricos para todos e cada um. E hoje
refiro-me ao dever da educação ou conversão ambiental. A Pegada Ecológica per capita em Portugal,
segundo o Relatório Planeta Vivo, aumentou significativamente entre 2018 e 2020.
Depois de ter ocupado o 66.º lugar mundial, o país posiciona-se agora,
infelizmente, no 46º lugar do ranking mundial. Isto significa que são
necessários 4,1 hectares de terra por pessoa, ou seja, para manterem o seu
atual estilo de vida, os portugueses precisam de 2,52 planetas.
Como sabem, o Papa
Francisco, em 6 de agosto de 2015, instituiu, na Igreja Católica, o Dia Mundial
de Oração pelo Cuidado da Criação. E ao estabelecê-lo no 1º dia de setembro,
fê-lo num gesto verdadeiramente ecuménico. Já em 1989, o Patriarca ecuménico
Bartolomeu I o tinha estabelecido para a Igreja Ortodoxa precisamente nesse
dia. A par, Francisco providenciou para que se fizessem os contactos necessários com o Patriarcado
Ecuménico e outras realidades ecuménicas, para que esse Dia Mundial se
tornasse, de facto, um caminho para todos os que creem em Cristo e se cuidasse
também duma possível coordenação com as iniciativas do Conselho Mundial de
Igrejas. Será um ‘Tempo da Criação’ que muitas comunidades prolongam até ao dia
4 de outubro, dia da Festa de São Francisco de Assis.
Sendo um dever que
não pode ser opcional nem secundário, Francisco reconhece que alguns cristãos,
até muito comprometidos e piedosos, frequentemente escarnecem das preocupações
pelo meio ambiente, outros não se decidem a mudar os seus hábitos, falta-lhes a conversão ecológica e a consciência de
que somos cuidadores da obra de Deus (cf. LSi, 217). Ele pede aos cristãos que,
neste dia, “em harmonia com as exigências e as situações locais, a celebração
seja devidamente organizada com a participação de todo o Povo de Deus:
sacerdotes, religiosos, religiosas e fiéis leigos”. E que se implementem
“oportunas iniciativas de promoção e de animação, para que esta celebração
anual seja um momento forte de oração, reflexão, conversão e uma oportunidade
para assumir estilos de vida coerentes”.
Como cristãos –
afirma Francisco – “queremos oferecer a nossa contribuição à superação da crise
ecológica que a humanidade está a viver”. Coisa que
não existirá verdadeiramente “sem uma moção
interior que impele, motiva, encoraja e dá sentido à ação pessoal e
comunitária. Temos de reconhecer que nós, cristãos, nem sempre recolhemos e
fizemos frutificar as riquezas dadas por Deus à Igreja, nas quais a
espiritualidade não está desligada do próprio corpo nem da natureza ou das
realidades deste mundo, mas vive com elas e nelas, em comunhão com tudo o que
nos rodeia (LSi, 216). A crise ecológica chama-nos,
pois, a uma profunda e sincera conversão espiritual. Urge ouvir os gritos da
Terra e o clamor dos pobres. A consciência da
gravidade da crise cultural e ecológica precisa de traduzir-se em novos
hábitos, precisa de uma verdadeira conversão ecológica. Não se trata de
ideologizar o debate ambiental por má-fé ou ignorância, trata-se de lutar pela
sustentabilidade ou sobrevivência. Não se trata apenas de filosofar ou
denunciar o que está mal, trata-se de assumir atitudes diversas e, por exemplo,
renunciar àquilo que o mercado oferece e promove compulsivamente como se nada
tivesse a ver com isso. As mudanças nos hábitos de consumo são determinantes.
De nada serve mostrar grande sensibilidade ecológica e lutar pela defesa do
meio ambiente se se vive afogado em compras inúteis, gastos supérfluos e
consumo obsessivo. Também não basta a informação científica e a existência de
leis para limitar os maus comportamentos se as famílias, as escolas, as
academias, as universidades, os meios de comunicação social, a catequese e
todas as instâncias não se preocuparem com uma séria educação ambiental. É
preciso adquirir convicções, vontade própria e motivações, virtudes sólidas,
transformação pessoal, verdadeiro compromisso ecológico. Como afirma Francisco,
“é muito nobre assumir o dever de cuidar da
criação com pequenas ações diárias, e é maravilhoso que a educação seja capaz
de motivar para elas até dar forma a um estilo de vida. A educação na
responsabilidade ambiental pode incentivar vários comportamentos que têm
incidência direta e importante no cuidado do meio ambiente, tais como evitar o
uso de plástico e papel, reduzir o consumo de água, diferenciar o lixo,
cozinhar apenas aquilo que razoavelmente se poderá comer, tratar com desvelo os
outros seres vivos, servir-se dos transportes públicos ou partilhar o mesmo
veículo com várias pessoas, plantar árvores, apagar as luzes desnecessárias…
Tudo isto faz parte duma criatividade generosa e dignificante que põe a
descoberto o melhor do ser humano” (cf. LSi, 211)
A disciplina e a
sobriedade pessoal libertam, educam, constroem. Praticar maus hábitos só porque
se olha para o lado e se presume que ninguém está a ver o mal que se faz, é
hipocrisia refinada. “Não há criatura que possa esconder-se à presença de Deus.
Tudo fica nu e descoberto aos olhos daquele a quem devemos prestar contas” (cf.
Heb 4, 13).
A cidadania ecológica, se vive preocupada e denuncia
a crise ambiental, não pode viver de braço dado com o desleixo individual em
relação às pequenas ações. Qualquer gesto, por mais insignificante que nos
pareça, pode marcar a diferença e contribuir para a melhoria da situação. A
grandeza de cada um está em fazer com amor as mais pequeninas coisas de cada
dia. O respeito pela natureza nasce e alimenta-se de pequenos gestos e
atitudes. E ninguém pode crer, agir e fomentar a ideia de que a natureza sempre
se renova ou regenera.
Assim como à
política e à economia se pede que reconheçam os seus erros, mudem de direção e
cuidem do bem comum, também não faltam conselhos sobre o que cada um pode e
deve fazer no seu dia a dia.
Avaliando com
seriedade o nosso desempenho nesse campo, vivamos o Dia Mundial de Oração pelo
Cuidado da Criação, prolongando-o até ao dia 4 de outubro, dia da Festa de São
Francisco de Assis.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 27-08-2021.
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