PARÓQUIAS DE NISA
Sábado, 04 de setembro de 2021
Sábado da XXII semana do tempo comum
LITURGIA
Sábado
da semana XXII
Santa Maria no Sábado – MF
Verde ou br. – Ofício da féria ou da
memória.
Missa à escolha (cf. p. 19, n. 18).
L 1 Col 1, 21-23; Sal 53 (54), 3-4. 6 e 8
Ev Lc 6, 1-5
* Na Ordem Agostiniana – Nossa Senhora da Consolação, Patrona da Família
Agostiniana – SOLENIDADE
* Na Ordem Franciscana (III Ordem) – S. Rosa de Viterbo, virgem, da III Ordem –
MF
* Na Congregação das Missionárias da Caridade – I Vésp. de S. Teresa de
Calcutá.
* I Vésp. do domingo – Compl. dep. I Vésp. dom.
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 85,
3.5
Tende compaixão de mim, Senhor,
que a Vós clamo o dia inteiro.
Vós, Senhor, sois bom e indulgente,
cheio de misericórdia para àqueles que Vos invocam.
ORAÇÃO COLECTA
Deus do universo, de quem procede todo o dom perfeito,
infundi em nossos corações o amor do vosso nome
e, estreitando a nossa união convosco,
dai vida ao que em nós é bom
e protegei com solicitude esta vida nova.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos ímpares) Col 1, 21-23
«Deus reconciliou-vos consigo, para serdes santos e irrepreensíveis»
Leitura da
Epístola do apóstolo São Paulo aos Colossenses
Irmãos: Outrora éreis estranhos a
Deus e na vossa mente seus inimigos pelas vossas más ações. Mas agora Deus
reconciliou-vos consigo pela morte de Cristo no seu corpo de carne, para vos
apresentar diante d’Ele santos, puros e irrepreensíveis. Portanto, permanecei
firmemente consolidados na fé e inabaláveis na esperança prometida pelo Evangelho
que ouvistes e que foi anunciado a toda a criatura que há debaixo do céu. Eu,
Paulo, fui constituído ministro deste Evangelho.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 53 (54), 3-4.6 e 8 (R. 6a)
Refrão: Deus vem em meu auxílio.
Repete-se
Senhor, salvai-me pelo vosso nome,
pelo vosso poder fazei-me justiça.
Senhor, ouvi a minha oração,
atendei às palavras da minha boca. Refrão
Deus vem em meu auxílio,
o Senhor sustenta a minha vida.
De bom grado oferecerei sacrifícios,
cantarei a glória do vosso nome, Senhor. Refrão
ALELUIA Jo 14, 16
Refrão: Aleluia Repete-se
Eu sou o caminho, a verdade e a vida, diz o Senhor;
ninguém vai ao Pai senão por Mim. Refrão
EVANGELHO Lc 6, 1-5
«Porque fazeis o que não é permitido ao sábado?»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Passava Jesus através das searas num
dia de sábado e os discípulos apanhavam e comiam as espigas, debulhando-as com
as mãos. Alguns fariseus disseram «Porque fazeis o que não é permitido ao
sábado?». Respondeu-lhes Jesus: «Não lestes o que fez David, quando ele e os
seus companheiros sentiram fome? Entrou na casa de Deus, tomou e comeu os pães
da proposição, que só aos sacerdotes era permitido comer, e também os deu aos
companheiros». E acrescentou; «O Filho do homem é senhor do sábado».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Santificai, Senhor, a oferta que Vos apresentamos
e realizai em nós, com o poder da vossa graça,
a redenção que celebramos nestes mistérios.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 30, 20
Como é grande, Senhor,
a vossa bondade para aqueles que Vos servem!
Ou Mt 5, 9-10
Bem-aventurados os pacíficos,
porque serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os perseguidos por amor da justiça,
porque deles é o reino dos céus.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentastes com o pão da mesa celeste,
fazei que esta fonte de caridade
fortaleça os nossos corações
e nos leve a servir-Vos nos nossos irmãos.
Por Nosso Senhor.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: Col
1, 21-23:
Fazendo-se cristãos, foram reconciliados com Deus, “pela morte de Cristo”.
Passar a pertencer a Cristo, entrar na Igreja pelo Batismo, é como que receber
um novo nascimento. Daí, que a vida há de ser a partir de então santa e
irrepreensível aos olhos de Deus.
Lc
6, 1-5: Na
continuação da leitura do dia anterior, Jesus procura, por outro exemplo, levar
os seus opositores a compreenderem que o Evangelho é mais do que uma simples
lei, e que é preciso entendê-lo segundo o Espírito. Ao cumprimento exterior e material
da Lei, Jesus opõe uma atitude verdadeiramente espiritual, como a que tomou
David, numa hora de necessidade. Quanto ao sábado, ele era, no judaísmo do
Antigo Testamento, instituição sagrada da maior importância. Era sobretudo o
dia do repouso, que reproduzia, de algum modo, o repouso de Deus depois da obra
da criação, na linguagem prática do Génesis, e anunciava o repouso futuro em
Deus, próprio do tempo do Messias. Jesus afirma que é Ele agora quem faz
encontrar o repouso em Deus, Ele que é o Senhor do sábado, e não seu súbdito.
AGENDA DO DIA:
09.30
horas: Funeral em Montalvão
12.00
horas: Casamento e batizado em Alpalhão
15.00
horas: Missa em Salavessa
16.00
horas: Missa no Pé da Serra
16.00
horas: Missa no Pardo
18.00
horas: Missa em Nisa com batizado
18.00
horas: Missa em Alpalhão.
A VOZ DO PASTOR:
O
1.º DE SETEMBRO E A PEGADA ECOLÓGICA
Vivemos um tempo de
grande apreço pelos direitos, e bem. Mas direitos e deveres são correlativos,
interdependentes. Assim como ninguém deve negar aos outros os seus direitos,
também há deveres que ninguém pode negar a si mesmo, não os pode mandar às malvas,
nem adiar ou delegar. São imperativos categóricos para todos e cada um. E hoje
refiro-me ao dever da educação ou conversão ambiental. A Pegada Ecológica per capita em Portugal,
segundo o Relatório Planeta Vivo, aumentou significativamente entre 2018 e 2020.
Depois de ter ocupado o 66.º lugar mundial, o país posiciona-se agora,
infelizmente, no 46º lugar do ranking mundial. Isto significa que são
necessários 4,1 hectares de terra por pessoa, ou seja, para manterem o seu
atual estilo de vida, os portugueses precisam de 2,52 planetas.
Como sabem, o Papa
Francisco, em 6 de agosto de 2015, instituiu, na Igreja Católica, o Dia Mundial
de Oração pelo Cuidado da Criação. E ao estabelecê-lo no 1º dia de setembro,
fê-lo num gesto verdadeiramente ecuménico. Já em 1989, o Patriarca ecuménico Bartolomeu
I o tinha estabelecido para a Igreja Ortodoxa precisamente nesse dia. A par,
Francisco providenciou para que se fizessem
os contactos necessários com o Patriarcado Ecuménico e outras realidades
ecuménicas, para que esse Dia Mundial se tornasse, de facto, um caminho para
todos os que creem em Cristo e se cuidasse também duma possível coordenação com
as iniciativas do Conselho Mundial de Igrejas. Será um ‘Tempo da Criação’ que
muitas comunidades prolongam até ao dia 4 de outubro, dia da Festa de São Francisco
de Assis.
Sendo um dever que
não pode ser opcional nem secundário, Francisco reconhece que alguns cristãos,
até muito comprometidos e piedosos, frequentemente escarnecem das preocupações
pelo meio ambiente, outros não se decidem a mudar os seus hábitos, falta-lhes a conversão ecológica e a consciência de
que somos cuidadores da obra de Deus (cf. LSi, 217). Ele pede aos cristãos que,
neste dia, “em harmonia com as exigências e as situações locais, a celebração
seja devidamente organizada com a participação de todo o Povo de Deus:
sacerdotes, religiosos, religiosas e fiéis leigos”. E que se implementem
“oportunas iniciativas de promoção e de animação, para que esta celebração
anual seja um momento forte de oração, reflexão, conversão e uma oportunidade
para assumir estilos de vida coerentes”.
Como cristãos –
afirma Francisco – “queremos oferecer a nossa contribuição à superação da crise
ecológica que a humanidade está a viver”. Coisa que
não existirá verdadeiramente “sem uma moção
interior que impele, motiva, encoraja e dá sentido à ação pessoal e
comunitária. Temos de reconhecer que nós, cristãos, nem sempre recolhemos e
fizemos frutificar as riquezas dadas por Deus à Igreja, nas quais a
espiritualidade não está desligada do próprio corpo nem da natureza ou das
realidades deste mundo, mas vive com elas e nelas, em comunhão com tudo o que
nos rodeia (LSi, 216). A crise ecológica chama-nos,
pois, a uma profunda e sincera conversão espiritual. Urge ouvir os gritos da
Terra e o clamor dos pobres. A consciência da
gravidade da crise cultural e ecológica precisa de traduzir-se em novos
hábitos, precisa de uma verdadeira conversão ecológica. Não se trata de
ideologizar o debate ambiental por má-fé ou ignorância, trata-se de lutar pela
sustentabilidade ou sobrevivência. Não se trata apenas de filosofar ou
denunciar o que está mal, trata-se de assumir atitudes diversas e, por exemplo,
renunciar àquilo que o mercado oferece e promove compulsivamente como se nada
tivesse a ver com isso. As mudanças nos hábitos de consumo são determinantes.
De nada serve mostrar grande sensibilidade ecológica e lutar pela defesa do
meio ambiente se se vive afogado em compras inúteis, gastos supérfluos e
consumo obsessivo. Também não basta a informação científica e a existência de leis
para limitar os maus comportamentos se as famílias, as escolas, as academias,
as universidades, os meios de comunicação social, a catequese e todas as
instâncias não se preocuparem com uma séria educação ambiental. É preciso
adquirir convicções, vontade própria e motivações, virtudes sólidas,
transformação pessoal, verdadeiro compromisso ecológico. Como afirma Francisco,
“é muito nobre assumir o dever de cuidar da
criação com pequenas ações diárias, e é maravilhoso que a educação seja capaz
de motivar para elas até dar forma a um estilo de vida. A educação na
responsabilidade ambiental pode incentivar vários comportamentos que têm
incidência direta e importante no cuidado do meio ambiente, tais como evitar o
uso de plástico e papel, reduzir o consumo de água, diferenciar o lixo,
cozinhar apenas aquilo que razoavelmente se poderá comer, tratar com desvelo os
outros seres vivos, servir-se dos transportes públicos ou partilhar o mesmo
veículo com várias pessoas, plantar árvores, apagar as luzes desnecessárias…
Tudo isto faz parte duma criatividade generosa e dignificante que põe a
descoberto o melhor do ser humano” (cf. LSi, 211)
A disciplina e a
sobriedade pessoal libertam, educam, constroem. Praticar maus hábitos só porque
se olha para o lado e se presume que ninguém está a ver o mal que se faz, é
hipocrisia refinada. “Não há criatura que possa esconder-se à presença de Deus.
Tudo fica nu e descoberto aos olhos daquele a quem devemos prestar contas” (cf.
Heb 4, 13).
A cidadania ecológica, se vive preocupada e denuncia
a crise ambiental, não pode viver de braço dado com o desleixo individual em
relação às pequenas ações. Qualquer gesto, por mais insignificante que nos
pareça, pode marcar a diferença e contribuir para a melhoria da situação. A
grandeza de cada um está em fazer com amor as mais pequeninas coisas de cada
dia. O respeito pela natureza nasce e alimenta-se de pequenos gestos e
atitudes. E ninguém pode crer, agir e fomentar a ideia de que a natureza sempre
se renova ou regenera.
Assim como à
política e à economia se pede que reconheçam os seus erros, mudem de direção e
cuidem do bem comum, também não faltam conselhos sobre o que cada um pode e
deve fazer no seu dia a dia.
Avaliando com
seriedade o nosso desempenho nesse campo, vivamos o Dia Mundial de Oração pelo
Cuidado da Criação, prolongando-o até ao dia 4 de outubro, dia da Festa de São
Francisco de Assis.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 27-08-2021.
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