PARÓQUIAS DE NISA
Terça, 29 de setembro de 2020
XXVI domingo do
tempo comum
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LITURGIA:
TERÇA-FEIRA
da semana XXVI
S. Miguel, S. Gabriel e S. Rafael,
Arcanjos – FESTA
Branco – Ofício da festa. Te Deum.
Missa própria, Glória, pf. dos Anjos.
L 1 Dan 7, 9-10. 13-14 ou Ap 12, 7-12a; Sal 137, 1-2a. 2b-3. 4-5
Ev Jo 1, 47-51
* Proibidas as Missas de defuntos, excepto a exequial.
* Aniversário da Ordenação episcopal de D. António Vitalino Fernandes Dantas,
Bispo Emérito de Beja (1996).
* Na Diocese do Porto – Aniversário da Ordenação episcopal de D. Vitorino José
Pereira Soares, Bispo Auxiliar (2019).
* Na Diocese de Portalegre-Castelo Branco – S. Miguel, Titular da Igreja
Concatedral de Castelo Branco – SOLENIDADE
* Na Ordem Beneditina – S. Miguel e todos os Santos Anjos – FESTA
* Na Congregação dos Missionários do Coração de Maria – S. Miguel e todos os
Anjos – FESTA
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S.
MIGUEL, S. GABRIEL e S. RAFAEL, Arcanjos
Nota
Histórica:
Entre
«os puros espíritos que também são denominados Anjos» (Credo do Povo de Deus),
sobressaem três, que têm sido especialmente honrados, através do séculos e a
Liturgia une na mesma celebração. Além das funções próprias de todos os Anjos,
eles aparecem-nos, na Escritura Sagrada, incumbidos de missão especial.
S. Miguel (= «Quem como Deus»?) é o príncipe dos Anjos, identificado, por
vezes, como o Anjo do turíbulo de ouro de que fala o Apocalipse. É o Anjo dos
supremos combates. É o melhor guia do cristão, na hora da viagem para a
eternidade. É o protector da Igreja de Deus (Apoc. 12-19).
S. Gabriel (= «Deus é a minha força») é o mensageiro da Incarnação (Dan. 9,
21-22). É o enviado das grandes embaixadas divinas: anuncia a Zacarias o
nascimento do Precursor e revela a Maria o mistério da divina Maternidade. Pio
XII, em 12 de Janeiro de 1951, declarou este Arcanjo patrono das
telecomunicações.
S. Rafael (= «Medicina de Deus») manifesta-se na Bíblia como diligente e eficaz
protector duma família, que se debate para não sucumbir às provações. É
conselheiro, companheiro de viagem, defensor e médico. Honrando os Anjos, cuja
existência nos é abundantemente testemunhada pela Sagrada Escritura, nós
exaltamos o poder de Deus, Criador do mundo visível e invisível.
Missa
ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo
102, 20
Bendizei o Senhor, todos os seus Anjos,
poderosos executores das suas ordens, sempre atentos à sua palavra.
Diz-se o Glória.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor Deus do universo,
que estabeleceis com admirável providência
as funções dos Anjos e dos homens,
concedei, propício, que a nossa vida seja protegida na terra
por aqueles que eternamente Vos assistem e servem no Céu.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Dan 7, 9-10.13-14
«Milhares de milhares o serviam»
Leitura da
Profecia de Daniel
Eu
estava a olhar,
quando foram colocados tronos
e um Ancião sentou-se.
Tinha vestes brancas como a neve
e os cabelos eram como a lã pura.
O seu trono eram chamas de fogo, com rodas de lume vivo.
Um rio de fogo corria, irrompendo diante dele.
Milhares de milhares o serviam
e miríades de miríades o assistiam.
O tribunal abriu a sessão e os livros foram abertos.
Contemplava eu as visões da noite,
quando, sobre as nuvens do céu,
veio alguém semelhante a um Filho do homem.
Dirigiu-Se para o Ancião venerável
e conduziram-no à sua presença.
Foi-lhe entregue o poder, a honra e a realeza,
e todos os povos, nações e línguas O serviram.
O seu poder é eterno, não passará jamais,
e o seu reino jamais será destruído.
Palavra do Senhor.
Em vez da leitura precedente, pode
utilizar-se a seguinte:
LEITURA I Ap 12, 7-12a
«Miguel e os seus Anjos lutaram contra o Dragão»
Leitura do
Apocalipse de São João
Travou-se
um combate no Céu:
Miguel e os seus Anjos lutaram contra o Dragão.
O Dragão e os seus anjos lutaram também,
mas foram derrotados
e perderam o seu lugar no Céu para sempre.
Foi expulso o enorme Dragão, a antiga serpente,
aquele que chamam Diabo e Satanás,
que seduz o universo inteiro;
foi precipitado sobre a terra
e os seus anjos foram precipitados com ele.
Depois ouvi no Céu uma voz poderosa que dizia:
«Agora chegou a salvação, o poder e a realeza do nosso Deus
e a autoridade do seu Ungido,
porque foi precipitado o acusador dos nossos irmãos,
aquele que os acusava dia e noite diante do nosso Deus.
Eles venceram-no, graças ao sangue do Cordeiro
e à palavra do testemunho que deram,
desprezando a própria vida, até aceitarem a morte.
Por isso, alegrai-vos, ó Céus,
e vós que neles habitais».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 137 (138), 1-2a.2bc-3.4-5 (R. 1c)
Refrão: Na presença dos Anjos,
eu Vos louvarei, Senhor.
De todo o coração, Senhor, eu Vos dou graças,
porque ouvistes as palavras da minha boca.
Na presença dos Anjos Vos hei de cantar
e Vos adorarei, voltado para o vosso templo santo.
Hei de louvar o vosso nome pela vossa bondade e fidelidade,
porque exaltastes acima de tudo o vosso nome
e a vossa promessa.
Quando Vos invoquei, me respondestes,
aumentastes a fortaleza da minha alma.
Todos os reis da terra Vos hão de louvar, Senhor,
quando ouvirem as palavras da vossa boca.
Celebrarão os caminhos do Senhor,
porque é grande a glória do Senhor.
ALELUIA Salmo 102 (103), 21
Refrão: Aleluia. Repete-se
Bendizei o Senhor todos os seus exércitos,
poderosos executores da sua vontade. Refrão
EVANGELHO Jo 1, 47-51
«Vereis o Céu aberto
e os Anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo,
Jesus viu Natanael, que vinha ao seu encontro, e disse:
«Eis um verdadeiro israelita,
em quem não há fingimento».
Perguntou-lhe Natanael: «De onde me conheces?».
Jesus respondeu-lhe:
«Antes que Filipe te chamasse,
Eu vi-te quando estavas debaixo da figueira».
Disse-lhe Natanael:
«Mestre, Tu és o Filho de Deus,
Tu és o Rei de Israel!».
Jesus respondeu:
«Porque te disse: ‘Eu vi-te debaixo da figueira’, acreditas.
Verás coisas maiores do que estas».
E acrescentou: «Em verdade, em verdade vos digo:
Vereis o Céu aberto
e os Anjos de Deus subindo e descendo
sobre o Filho do homem».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, este sacrifício de louvor
e fazei que, pelo ministério dos Anjos,
seja levado à presença da vossa divina majestade
e se torne para nós fonte de salvação eterna.
Por Nosso Senhor.
Prefácio dos Anjos
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 137, 1
De todo o coração, Senhor, eu Vos dou graças.
Na presença dos Anjos Vos louvarei, meu Deus.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, nosso Pai,
que nos fortalecestes com o pão do Céu,
fazei que, protegidos pelos santos Anjos,
sigamos firmemente o caminho da salvação.
Por Nosso Senhor.
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AGENDA
DO DIA
11.00 horas: Funeral
em Nisa
18.00 horas: Missa em
Alpalhão
18.00 horas: Missa em
Nisa.
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A
VOZ DO PASTOR
UM
JOVEM MILITAR ANTE AS FRAQUEZAS DO PODER
Francisco
não deixou de lembrar este jovem militar na Exortação Cristo Vive. A sua
iconografia é inconfundível. Aparece amarrado a um troco
de árvore com o corpo ferido por setas. A forma de execução fez dele um tema recorrente de pintores, escritores,
escultores, de expressões artísticas de vária ordem. Quase não há igreja ou capela que não tenha a sua
imagem em arte popular ou mais sofisticada. Dá nome a pessoas, instituições,
terras, cidades, aldeias, ruas... É invocado contra as doenças contagiosas,
contra a fome e a guerra. É
São Sebastião, um dos jovens mais
celebrado. Três setas, uma
em pala e duas em aspa, e as três atadas por um fio, constituem as suas armas
ou insígnias. Vamos recordá-lo.
Uns
dizem que nasceu no sul de França. Outros, em Milão, nos fins do século III,
duma família nobre. O que é mais certo é que cresceu e foi educado em Milão, sendo
uma pessoa que se impunha pela sua figura e qualidades. Respeitado por todos,
foi também estimado pela nobreza. Seu pai era militar, ele quis seguir a
carreira do pai. De Milão, desloca-se
para Roma, onde grassavam as mais severas perseguições contra os cristãos. Alistado nas legiões do imperador, a sua
agradável presença, coragem e dedicação logo se fizeram notar, acabando por ser
nomeado comandante da guarda pessoal do imperador, a Guarda Pretoriana, cargo
que só se dava a pessoas de gabarito e de total confiança. Se a sua dedicação à
carreira militar merecia os maiores elogios dos seus companheiros e do próprio
imperador, também a sua fé e a coerência de vida, sem subserviências, sem
alardes nem falsidades, é digna de todos os aplausos e encómios. Como cidadão
do Império romano, na destacada posição e missão que lhe estava confiada, foi
grande na sua dedicação ao imperador e à pátria. Como cidadão do Reino de Deus,
foi jovem cristão de gema e garra, sempre fiel aos seus princípios e defensor
dos cidadãos desse Reino, terrivelmente perseguidos. Sempre que podia, lá
partia, com alegria e coragem, a visitar e ajudar os cristãos encarcerados, os
torturados, os mais fracos, os doentes, os necessitados, as vítimas do ódio. A
todos consolava e animava a permanecerem fortes e firmes na fé, até ao
martírio, em fidelidade a Cristo e ao seu Batismo.
De facto, desde que haja
consciência do que significa ser cristão, o bem fazer e a santidade são
possíveis em qualquer circunstância e situação, em qualquer trabalho ou cargo
de autoridade, em qualquer idade e vocação, em qualquer compromisso humano
desde que guiados por um coração sincero e convertido, sem medo nem cobardias.
E a sociedade precisa destes testemunhos!...
Denunciado
por um pide ou bufo do seu tempo, por um
governador romano que não apreciava este seu jeito de ser e estar, veio a
saborear o pão que o diabo amassou. Julgado sumariamente, foi acusado de traição. Forçado a renunciar ao cristianismo, permaneceu firme na fé apresentando os
motivos que o animavam a seguir a fé cristã e a socorrer os perseguidos.
Contestando o imperador, rogou-lhe que deixasse de perseguir os cristãos,
garantindo-lhe que não eram subversivos, não faziam mal a ninguém, não eram
seus inimigos nem inimigos do Estado,
antes pelo contrário. O imperador, surdo no seu poder
endeusado e de olhar vesgo por meros preconceitos, não dá o braço a torcer. Enraivecido com a firmeza e os argumentos de
Sebastião, puxa pela sua importância de tirano, manda-o matar. Os soldados
levaram-no, despiram-no, amarraram-no a um tronco de árvore, fizeram dele um
alvo para o arremesso de flechas. Satisfeitos com obra tão miserável,
abandonaram-no para que sangrasse até a morte. Ao cair da noite, uma senhora chamada Irene, com algumas amigas, foram
recolher o corpo de Sebastião para o sepultarem. Espantadas no inesperado,
constataram que o ‘morto’ estava vivo. Desamarraram-no, esconderam-no em casa
de Irene, cuidaram-lhe das feridas. Já
com algumas forças e a determinação de sempre, mas ainda não completamente
restabelecido, Sebastião, no seu zelo pela Igreja perseguida, não teve
paciência para esperar mais tempo. E eis que se apresenta, de novo e determinado, junto do imperador para defender os cristãos e para
lhe condenar a sua forma impiedosa e injusta com que os tratava. Mesmo à
distância, e fora desses apertos, bem poderemos nós imaginar o embate desse
momento!...
O imperador, boquiaberto e incrédulo pelo que via, ouviu e
engoliu a surpresa, mas voltou a reagir com os preconceitos e outras maleitas
aliadas às fraquezas do poder. E, de novo, repete a dose, reforçada. Ordena que seja torturado e espancado até à morte. E, para
impedir que o corpo fosse venerado pelos cristãos,
manda que seja lançado ao esgoto
público da cidade, o lugar mais imundo de Roma.
Faleceu a 20 de janeiro, pelo ano de
286, com cerca de trinta anos. Outros cristãos resgataram o seu corpo e sepultaram-no nas catacumbas, sob a Via Ápia.
Mais tarde, no ano de 680, as suas relíquias foram solenemente transportados para
uma Basílica em Roma.
A perseguição por
causa da fé continua hoje a não dar tréguas. Mais
de 300 milhões de fiéis sofrem a discriminação e
a perseguição religiosa. Um em
cada sete vive num país onde a perseguição é
uma realidade diária.
São expulsos, deslocados, discriminados,
torturados e mortos por professarem a sua fé em Jesus Cristo. Se, porém,
olharmos noutro sentido, constataremos também outra espécie de
martírio, de testemunho, de santidade, quer nas situações limite quer nas
rotinas diárias que a vida impõe no trabalho, na profissão, no estudo, na
vizinhança, na convivência social, na coerência da vida com a fé, na
honestidade em negócios e atividade, nas tarefas domésticas, nos pais que criam
e educam os seus filhos com amor e responsabilidade, nos doentes e idosos que
continuam a sorrir para a vida e a unir o seu sofrimento ao sofrimento de
Cristo pela salvação do mundo, na autoridade que serve honestamente, que
renuncia à corrupção e se empenha pelo bem comum....
Francisco
recorda-nos que "nos momentos difíceis da história" é costume
afirmar-se que "a pátria precisa de heróis”. Isso é verdade, diz ele. Mas
acrescenta que a Igreja, hoje, também precisa de heróis, isto é, precisa de
“testemunhas, de mártires". Precisa de testemunhas no quotidiano da vida
sejam quais forem as circunstâncias existenciais de cada um!
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 25-09-2020.
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