sábado, 26 de setembro de 2020

 


 

PARÓQUIAS DE NISA

 

 

Domingo, 27 de setembro de 2020

 

XXVI domingo do tempo comum

 

 

*****************

 

LITURGIA:

 

DOMINGO XXVI DO TEMPO COMUM

Verde – Ofício do domingo (Semana II do Saltério). Te Deum.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. dominical.

L 1 Ez 18, 25-28; Sal 24 (25), 4-5. 6-7. 8-9
L 2 Filip 2, 1-11 ou Filip 2, 1-5
Ev Mt 21, 28-32


* Proibidas as Missas de defuntos, excepto a exequial.
* Dia Mundial do Migrante e do Refugiado.
* Na Diocese de Portalegre e Castelo Branco – Ofertório a favor do Instituto – Diocesano do Clero (IDC).
* Na Congregação da Missão e na Companhia das Filhas da Caridade – S. Vicente de Paulo, presbítero, Fundador da Congregação da Missão e das Filhas da Caridade – SOLENIDADE
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.

 

 

**********************

 

Missa

 

ANTÍFONA DE ENTRADA Dan 3, 31.29.30.43.42
Vós sois justo, Senhor, em tudo o que fizestes.
Pecámos contra Vós, não observámos
os vossos mandamentos.
Mas para glória do vosso nome,
mostrai-nos a vossa infinita misericórdia.


ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que dais a maior prova do vosso poder
quando perdoais e Vos compadeceis,
derramai sobre nós a vossa graça,
para que, correndo prontamente para os bens prometidos,
nos tornemos um dia participantes da felicidade celeste.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Ez 18, 25-28
«Quando o pecador se afastar do mal, salvará a sua vida»


A liturgia da palavra deste domingo vai insistir na sinceridade profunda do coração e na resposta autêntica e prática que ele dá ou não à palavra de Deus. A todo o momento, logo que o homem se converter a essa palavra e por ela orientar a sua vida, logo o Senhor o acolherá. Deus não é de vinganças; é sim salvador.

Leitura da Profecia de Ezequiel


Eis o que diz o Senhor: «Vós dizeis: ‘A maneira de proceder do Senhor não é justa’. Escutai, casa de Israel: Será a minha maneira de proceder que não é justa? Não será antes o vosso modo de proceder que é injusto? Quando o justo se afastar da justiça, praticar o mal e vier a morrer, morrerá por causa do mal cometido. Quando o pecador se afastar do mal que tiver realizado, praticar o direito e a justiça, salvará a sua vida. Se abrir os seus olhos e renunciar às faltas que tiver cometido, há de viver e não morrerá».


Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 24 (25), 4-5.6-7.8-9 (R. 6a)
Refrão: Lembrai-Vos, Senhor, da vossa misericórdia.
Repete-se

Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos,
ensinai-me as vossas veredas.
Guiai-me na vossa verdade e ensinai-me,
porque Vós sois Deus, meu Salvador:
em vós espero sempre. Refrão

Lembrai-Vos, Senhor, das vossas misericórdias
e das vossas graças que são eternas.
Não recordeis as minhas faltas
e os pecados da minha juventude.
Lembrai-Vos de mim segundo a vossa clemência,
por causa da vossa bondade, Senhor. Refrão

O Senhor é bom e recto,
ensina o caminho aos pecadores.
Orienta os humildes na justiça
e dá-lhes a conhecer os seus caminhos. Refrão


LEITURA II – Forma longa Filip 2, 1-11
«Tende os mesmos sentimentos de Cristo Jesus»


Para incutir nos cristãos sentimentos de união e de perdão mútuo, S. Paulo não encontra melhor maneira do que lembrar-lhes os sentimentos de Jesus Cristo, manifestados na sua Paixão. A leitura é, na segunda parte, um verdadeiro hino pascal, talvez mesmo um hino das primeiras gerações cristãs para celebrar o mistério pascal do Senhor, incluído depois por S. Paulo nesta sua carta. É uma passagem da Sagrada Escritura que não pode ser ignorada pelo comum dos cristãos.

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses


Irmãos: Se há em Cristo alguma consolação, algum conforto na caridade, se existe alguma comunhão no Espírito, alguns sentimentos de ternura e misericórdia, então completai a minha alegria, tendo entre vós os mesmos sentimentos e a mesma caridade, numa só alma e num só coração. Não façais nada por rivalidade nem por vanglória; mas, com humildade, considerai os outros superiores a vós mesmos, sem olhar cada um aos seus próprios interesses, mas aos interesses dos outros. Tende em vós os mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus. Ele, que era de condição divina, não Se valeu da sua igualdade com Deus, mas aniquilou-Se a Si próprio. Assumindo a condição de servo, tornou-Se semelhante aos homens. Aparecendo como homem, humilhou-Se ainda mais, obedecendo até à morte, e morte de cruz. Por isso, Deus O exaltou e Lhe deu um nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus todos se ajoelhem, no céu, na terra e nos abismos, e toda a língua proclame que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.


Palavra do Senhor.


LEITURA II – Forma breve Filip 2, 1-5
«Tende em vós os mesmos sentimentos de Cristo Jesus»


Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses


Irmãos: Se há em Cristo alguma consolação, algum conforto na caridade, se existe alguma comunhão no Espírito, alguns sentimentos de ternura e misericórdia, então completai a minha alegria, tendo entre vós os mesmos sentimentos e a mesma caridade, numa só alma e num só coração. Não façais nada por rivalidade nem por vanglória; mas, com humildade, considerai os outros superiores a vós mesmos, sem olhar cada um aos seus próprios interesses, mas aos interesses dos outros. Tende entre vós os mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus.


Palavra do Senhor.


ALELUIA Jo 10, 27
Refrão: Aleluia. Repete-se
As minhas ovelhas ouvem a minha voz, diz o Senhor;
Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me. Refrão


EVANGELHO Mt 21, 28-32
«Arrependeu-se e foi. Os publicanos e as mulheres de má vida
irão adiante de vós para o reino de Deus»

Enquanto a palavra de Deus não descer ao coração do homem e o tocar e o converter, não são as palavras, mesmo santas, que lhe saem da boca que o fazem entrar no reino de Deus. Mas, logo que o coração estiver convertido e voltado para Deus, logo o Senhor o acolhe e o recebe como um pai. É que os caminhos de Deus não são como os dos homens.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus


Naquele tempo, disse Jesus aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo: «Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Foi ter com o primeiro e disse-lhe: ‘Filho, vai hoje trabalhar na vinha’. Mas ele respondeu-lhe: ‘Não quero’. Depois, porém, arrependeu-se e foi. O homem dirigiu-se ao segundo filho e falou-lhe do mesmo modo. Ele respondeu: ‘Eu vou, Senhor’. Mas de facto não foi. Qual dos dois fez a vontade ao pai?». Eles responderam-Lhe: «O primeiro». Jesus disse-lhes: «Em verdade vos digo: Os publicanos e as mulheres de má vida irão diante de vós para o reino de Deus. João Baptista veio até vós, ensinando-vos o caminho da justiça, e não acreditastes nele; mas os publicanos e as mulheres de má vida acreditaram. E vós, que bem o vistes, não vos arrependestes, acreditando nele».


Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Deus de misericórdia infinita, aceitai esta nossa oblação
e fazei que por ela se abra para nós
a fonte de todas as bênçãos.
Por Nosso Senhor.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Salmo 118, 9-5
Senhor, lembrai-Vos da palavra que destes ao vosso servo.
A consolação da minha amargura
é a esperança na vossa promessa.

Ou 1 Jo 3, 16
Nisto conhecemos o amor de Deus: Ele deu a vida por nós;
também nós devemos dar a vida pelos nossos irmãos.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Fazei, Senhor, que este sacramento celeste
renove a nossa alma e o nosso corpo,
para que, unidos a Cristo neste memorial da sua morte,
possamos tomar parte na sua herança gloriosa.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

***********

 

AGENDA DO DIA

 

09.30 horas; Missa em Amieira do Tejo

10.00 horas: Missa em Arez

10.45 horas: Missa em Tolosa

11.00 horas: Missa em Nisa

12.00 horas: Missa em Gáfete

12.00 horas: Missa em Alpalhão

16.30 horas: Missa no Arneiro

17.00 horas: Missa em Montalvão

17.00 horas: Missa no Cacheiro

 

 

************

 

A VOZ DO PASTOR

 

 

UM JOVEM DOS PAMPAS – UM MAPUCHE

 

Torno presente mais um dos jovens que o Papa Francisco apresenta na sua Exortação Apostólica Cristo Vive, como estímulo à santidade no quotidiano da vida. Servir-me-ei de fontes Salesianas e da própria página do Vaticano. Trata-se de Zeferino Namuncurá, um cidadão dos pampas, filho e neto de grandes caciques da nação mapuche. Era um mapuche, um homem da terra, nascido a 26 de agosto de 1886, em Chimpaym, nas margens do Rio Negro, nas terras aroucanas entre a Argentina e o Chile. Fernão de Magalhães e a sua comitiva, quando lá chegaram por volta de 1520, logo deram nome aos nativos. Tendo desembarcado, depararam com umas pegadas de tal envergadura que logo imaginaram que seria um povo de gigantes! Deram-lhe o nome de patagões, os de pé grande, de “pata grande”, da Patagónia. A ser verdade, é possível que tivessem entrado naquelas terras à espera que pulasse detrás de algum chaparro ou esquina, uma abada de gente de “pata ao léu”, de pé descalço, uma patuleia comandada por uma qualquer Maria da Fonte, lá do sítio, a esbaforir danação e com a vontade de lhes fueirar as costas e lhes chegar a roupa ao pelo por andarem por terra alheia!... O desassossego desta gente, porém, jamais terminou, continua a lutar pela sua sobrevivência e cultura milenar!...

Se tais zonas têm paisagens de belo horrível, de encher o olho e convidar à contemplação, é uma terra difícil, uma “terra dura, estéril, flagelada pelo vento ou queimada pelo sol, imobilizada pela neve ou encharcada pela chuva”. O seu povo era “um povo acostumado a combater desde o amanhecer até ao anoitecer e, frequentemente, também do anoitecer até ao amanhecer contra os elementos naturais. Zeferino foi forjado por esta terra, obrigado a crescer depressa, como todos os seus coetâneos; uma infância curta, uma adolescência mais ou menos inexistente. A vida nos pampas exige de quem tem 9 ou 10 anos a agilidade de um adulto: cavalgar, caçar, pescar, usar as bolas com extrema precisão, conhecer, enfim, todos os truques para a sobrevivência”.

Seu pai teve de se render às tropas da República Argentina. Elevado à patente de Coronel, deslocou-se para Buenos Aires. Algum tempo depois, Zeferino também parte para Buenos Aires, para estudar e se preparar para um dia voltar à terra para defender a sua raça. Depois de ter frequentado, por pouco tempo, uma escola estatal, mas cujo ambiente escolar não apreciava, falou com seu pai e, em 20 de setembro de 1897, foi matriculado, como aluno interno, num Colégio Salesiano. Dedicou-se diligentemente ao estudo, procurando na fé o apoio para superar os próprios limites. Enamorado por Dom Bosco, e tendo escolhido Domingos Sábio como modelo, desejava ser sacerdote salesiano para evangelizar a sua gente. Como filho livre do descampado, o colocar-se na fila e obedecer ao toque da sineta não lhe eram coisa fácil. Mas foi sempre exemplar nos deveres cotidianos, no relacionamento social, no estudo, na oração e na participação comunitária. O “contacto com os sacerdotes salesianos de grande talento apostólico e cultural, iniciou uma rápida transformação que se tornou nele um propósito permanente”: "Vim estudar para ser útil ao meu povo”. Ele encarnava em si os sofrimentos, as preocupações, a cultura e as aspirações do seu povo, procurando adaptar e assimilar a fé e a cultura cristã nesse contexto cultural, enriquecendo-o. Como afirmou Bento XVI, "o Evangelho nunca destrói os valores que há numa cultura, mas os assimila e aperfeiçoa. O novo beato nunca esqueceu que era indígena e sempre tratou de ser útil à sua gente".

Em princípios de 1902 foi-lhe diagnosticada a tuberculose. Na esperança de que os ares da sua terra o ajudassem a recuperar, muda-se para Viedma, capital do Vicariato Apostólico. Aí frequentou o Colégio de São Francisco de Sales, como aspirante salesiano, sendo acompanhado pelos médicos.

Em julho de 1904, com 17 anos, devido à sua frágil saúde, é levado para Turim, na Itália. Os salesianos acreditavam que ele poderia continuar a cuidar da saúde e a estudar rumo ao sacerdócio, primeiro na escola de Turim, depois no Colégio Salesiano de Vila Sora, em Frascati. Em Turim, conversou várias vezes com o Beato Miguel Rua, o primeiro sucessor de São João Bosco. O que mais o marcou, porém, foi o encontro de alguns salesianos com o Papa Pio X, em 27 de setembro de 1904, em Roma, perante o qual ele ficou encarregado de dirigir um pequeno discurso. Terminou essa saudação, oferecendo ao Santo Padre um “quillango mapuche”, um tipo de cobertor feito de peles de guanaco, que os indígenas usavam e era feito, sobretudo, com a pele de um camelídeo nativo da América do Sul. Pio X ficou comovido e retribuiu-lhe com uma medalha. No ano seguinte, a tuberculose agravou-se. Foi internado no Hospital dos Irmãos de São João de Deus e acompanhado pelo médico pessoal dos Papas Leão XIII e Pio X. Faleceu a 11 de maio desse ano de 1905, com 18 anos de idade, num hospital da Ilha Tiberina, em Roma. Uma simples cruz de madeira, ficou a assinalar a sua sepultura num cemitério de Roma.

Antes que a Igreja o declarasse como tal, ele foi feito santo pelo seu povo. Era um jovem portador da “santidade dos pampas, regada pelas fadigas, valores, obediência, suportação; sem impulsos místicos, orações martirizantes, proclamas ou propósitos clamorosos, sem escritos exaltantes: um santo da terra, um santo ao alcance de todos, um santo, enfim, segundo o coração de Dom Bosco, que incentivava os seus alunos a ter duas características que pela sua simplicidade teria provocado alguma perplexidade nos grandes santos do passado, mas que para o sacerdote dos jovens eram o sinal inequívoco de uma santidade ao alcance dos jovens: "honesto cidadão e bom cristão". É o quanto basta para se tornar santo”.

Em 1924, os seus restos mortais foram levados para a Argentina. A Beatificação, por um Delegado do Papa, teve lugar a 11 de novembro de 2007, em Chimpaym, Rio Negro, terra natal do jovem, perante mais de cem mil pessoas, tendo sido fixada a festa religiosa no dia 26 de agosto, data do seu nascimento.

Em 12 de agosto de 2009, a pedido de seus familiares e com alguma polémica à mistura, os seus restos mortais foram novamente transladados. Agora para a localidade de San Ignacio, na província de Neuquén, onde vivem seus familiares e se encontra sepultado o seu pai, o cacique Manuel Namuncurá, batizado aos oitenta anos. Na Eucaristia a anteceder a transladação, participaram a sua família e também Valeria Herrera, a jovem mãe de Córdoba, Argentina, de 24 anos em 2000, que fora afetada por um câncer de útero, incurável. Por intercessão de Zeferino ficou saudável e veio a ter filhos. Cerca de 400.000 pessoas participam, anualmente, nas celebrações do Beato Zeferino.

Meditando em cada palavra, Zeferino fazia o sinal da cruz com tanta lentidão que causava mossa a quem o via. E corrigia os colegas ensinando-lhes a fazê-lo devagar e com devoção.

Sob este pretexto, cada um poderá avaliar o seu desempenho nessa matéria do bem fazer o sinal da cruz. Coisa triste quando se constata que muitos já não o sabem fazer e muitas famílias não o fazem nem ensinam a fazer!... Em relação a estas e outras coisas, a Sagrada Escritura insiste: “Tu as ensinarás com todo o zelo e perseverança a teus filhos. Conversarás sobre as Escrituras quando estiveres sentado em tua casa, quando estiveres andando pelo caminho, ao te deitares e ao te levantares” (Deut 6, 7).

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 18-09-2020.

 

*************

 

 

Sem comentários:

Enviar um comentário