PARÓQUIAS DE NISA
Domingo, 27 de setembro de 2020
XXVI domingo do
tempo comum
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LITURGIA:
DOMINGO
XXVI DO TEMPO COMUM
Verde – Ofício do domingo (Semana II
do Saltério). Te Deum.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. dominical.
L 1 Ez 18, 25-28; Sal 24 (25), 4-5. 6-7.
8-9
L 2 Filip 2, 1-11 ou Filip 2, 1-5
Ev Mt 21, 28-32
* Proibidas as Missas de defuntos, excepto a exequial.
* Dia Mundial do Migrante e do Refugiado.
* Na Diocese de Portalegre e Castelo Branco – Ofertório a favor do Instituto –
Diocesano do Clero (IDC).
* Na Congregação da Missão e na Companhia das Filhas da Caridade – S. Vicente
de Paulo, presbítero, Fundador da Congregação da Missão e das Filhas da
Caridade – SOLENIDADE
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.
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Missa
ANTÍFONA DE ENTRADA Dan
3, 31.29.30.43.42
Vós sois justo, Senhor, em tudo o que fizestes.
Pecámos contra Vós, não observámos
os vossos mandamentos.
Mas para glória do vosso nome,
mostrai-nos a vossa infinita misericórdia.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que dais a maior prova do vosso poder
quando perdoais e Vos compadeceis,
derramai sobre nós a vossa graça,
para que, correndo prontamente para os bens prometidos,
nos tornemos um dia participantes da felicidade celeste.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Ez 18, 25-28
«Quando o pecador se afastar do mal, salvará a sua vida»
A liturgia da palavra deste domingo vai insistir na sinceridade profunda do
coração e na resposta autêntica e prática que ele dá ou não à palavra de Deus.
A todo o momento, logo que o homem se converter a essa palavra e por ela
orientar a sua vida, logo o Senhor o acolherá. Deus não é de vinganças; é sim
salvador.
Leitura da
Profecia de Ezequiel
Eis o que diz o Senhor: «Vós dizeis: ‘A maneira de proceder do Senhor não é
justa’. Escutai, casa de Israel: Será a minha maneira de proceder que não é
justa? Não será antes o vosso modo de proceder que é injusto? Quando o justo se
afastar da justiça, praticar o mal e vier a morrer, morrerá por causa do mal
cometido. Quando o pecador se afastar do mal que tiver realizado, praticar o
direito e a justiça, salvará a sua vida. Se abrir os seus olhos e renunciar às
faltas que tiver cometido, há de viver e não morrerá».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 24 (25), 4-5.6-7.8-9 (R. 6a)
Refrão: Lembrai-Vos, Senhor, da vossa misericórdia.
Repete-se
Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos,
ensinai-me as vossas veredas.
Guiai-me na vossa verdade e ensinai-me,
porque Vós sois Deus, meu Salvador:
em vós espero sempre. Refrão
Lembrai-Vos, Senhor, das vossas misericórdias
e das vossas graças que são eternas.
Não recordeis as minhas faltas
e os pecados da minha juventude.
Lembrai-Vos de mim segundo a vossa clemência,
por causa da vossa bondade, Senhor. Refrão
O Senhor é bom e recto,
ensina o caminho aos pecadores.
Orienta os humildes na justiça
e dá-lhes a conhecer os seus caminhos. Refrão
LEITURA II – Forma longa Filip 2, 1-11
«Tende os mesmos sentimentos de Cristo Jesus»
Para incutir nos cristãos sentimentos de união e de perdão mútuo, S. Paulo não
encontra melhor maneira do que lembrar-lhes os sentimentos de Jesus Cristo,
manifestados na sua Paixão. A leitura é, na segunda parte, um verdadeiro hino
pascal, talvez mesmo um hino das primeiras gerações cristãs para celebrar o
mistério pascal do Senhor, incluído depois por S. Paulo nesta sua carta. É uma
passagem da Sagrada Escritura que não pode ser ignorada pelo comum dos
cristãos.
Leitura da
Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses
Irmãos: Se há em Cristo alguma consolação, algum conforto na caridade, se existe
alguma comunhão no Espírito, alguns sentimentos de ternura e misericórdia,
então completai a minha alegria, tendo entre vós os mesmos sentimentos e a
mesma caridade, numa só alma e num só coração. Não façais nada por rivalidade
nem por vanglória; mas, com humildade, considerai os outros superiores a vós
mesmos, sem olhar cada um aos seus próprios interesses, mas aos interesses dos
outros. Tende em vós os mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus. Ele, que
era de condição divina, não Se valeu da sua igualdade com Deus, mas
aniquilou-Se a Si próprio. Assumindo a condição de servo, tornou-Se semelhante
aos homens. Aparecendo como homem, humilhou-Se ainda mais, obedecendo até à
morte, e morte de cruz. Por isso, Deus O exaltou e Lhe deu um nome que está acima
de todos os nomes, para que ao nome de Jesus todos se ajoelhem, no céu, na
terra e nos abismos, e toda a língua proclame que Jesus Cristo é o Senhor, para
glória de Deus Pai.
Palavra do Senhor.
LEITURA II – Forma breve Filip 2, 1-5
«Tende em vós os mesmos sentimentos de Cristo Jesus»
Leitura da
Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses
Irmãos: Se há em Cristo alguma consolação, algum conforto na caridade, se
existe alguma comunhão no Espírito, alguns sentimentos de ternura e
misericórdia, então completai a minha alegria, tendo entre vós os mesmos
sentimentos e a mesma caridade, numa só alma e num só coração. Não façais nada
por rivalidade nem por vanglória; mas, com humildade, considerai os outros
superiores a vós mesmos, sem olhar cada um aos seus próprios interesses, mas
aos interesses dos outros. Tende entre vós os mesmos sentimentos que havia em
Cristo Jesus.
Palavra do Senhor.
ALELUIA Jo 10, 27
Refrão: Aleluia. Repete-se
As minhas ovelhas ouvem a minha voz, diz o Senhor;
Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me. Refrão
EVANGELHO Mt 21, 28-32
«Arrependeu-se e foi. Os publicanos e as mulheres de má vida
irão adiante de vós para o reino de Deus»
Enquanto a palavra de Deus não descer ao coração do homem e o tocar e o converter,
não são as palavras, mesmo santas, que lhe saem da boca que o fazem entrar no
reino de Deus. Mas, logo que o coração estiver convertido e voltado para Deus,
logo o Senhor o acolhe e o recebe como um pai. É que os caminhos de Deus não
são como os dos homens.
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, disse Jesus aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo:
«Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Foi ter com o primeiro e
disse-lhe: ‘Filho, vai hoje trabalhar na vinha’. Mas ele respondeu-lhe: ‘Não
quero’. Depois, porém, arrependeu-se e foi. O homem dirigiu-se ao segundo filho
e falou-lhe do mesmo modo. Ele respondeu: ‘Eu vou, Senhor’. Mas de facto não
foi. Qual dos dois fez a vontade ao pai?». Eles responderam-Lhe: «O primeiro».
Jesus disse-lhes: «Em verdade vos digo: Os publicanos e as mulheres de má vida
irão diante de vós para o reino de Deus. João Baptista veio até vós,
ensinando-vos o caminho da justiça, e não acreditastes nele; mas os publicanos
e as mulheres de má vida acreditaram. E vós, que bem o vistes, não vos
arrependestes, acreditando nele».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Deus de misericórdia infinita, aceitai esta nossa oblação
e fazei que por ela se abra para nós
a fonte de todas as bênçãos.
Por Nosso Senhor.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Salmo 118, 9-5
Senhor, lembrai-Vos da palavra que destes ao vosso servo.
A consolação da minha amargura
é a esperança na vossa promessa.
Ou 1 Jo 3, 16
Nisto conhecemos o amor de Deus: Ele deu a vida por nós;
também nós devemos dar a vida pelos nossos irmãos.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Fazei, Senhor, que este sacramento celeste
renove a nossa alma e o nosso corpo,
para que, unidos a Cristo neste memorial da sua morte,
possamos tomar parte na sua herança gloriosa.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
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AGENDA
DO DIA
09.30 horas; Missa em
Amieira do Tejo
10.00 horas: Missa em
Arez
10.45 horas: Missa em
Tolosa
11.00 horas: Missa em
Nisa
12.00 horas: Missa em
Gáfete
12.00 horas: Missa em
Alpalhão
16.30 horas: Missa no
Arneiro
17.00 horas: Missa em
Montalvão
17.00 horas: Missa no
Cacheiro
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A
VOZ DO PASTOR
UM JOVEM DOS PAMPAS – UM MAPUCHE
Torno presente mais
um dos jovens que o Papa Francisco apresenta na sua Exortação Apostólica Cristo
Vive, como estímulo à santidade no quotidiano da vida. Servir-me-ei de fontes
Salesianas e da própria página do Vaticano. Trata-se de Zeferino Namuncurá, um
cidadão dos pampas, filho e neto de grandes caciques da nação mapuche. Era um
mapuche, um homem da terra, nascido a 26 de agosto de 1886, em Chimpaym, nas
margens do Rio Negro, nas terras aroucanas entre a Argentina e o Chile. Fernão
de Magalhães e a sua comitiva, quando lá chegaram por volta de 1520, logo deram
nome aos nativos. Tendo desembarcado, depararam com umas pegadas de tal envergadura
que logo imaginaram que seria um povo de gigantes! Deram-lhe o nome de
patagões, os de pé grande, de “pata grande”, da Patagónia. A ser verdade, é
possível que tivessem entrado naquelas terras à espera que pulasse detrás de
algum chaparro ou esquina, uma abada de gente de “pata ao léu”, de pé descalço,
uma patuleia comandada por uma qualquer Maria da Fonte, lá do sítio, a
esbaforir danação e com a vontade de lhes fueirar as costas e lhes chegar a
roupa ao pelo por andarem por terra alheia!... O desassossego desta gente,
porém, jamais terminou, continua a lutar pela sua sobrevivência e cultura
milenar!...
Se tais zonas têm
paisagens de belo horrível, de encher o olho e convidar à contemplação, é uma terra
difícil, uma “terra dura, estéril, flagelada pelo vento ou queimada pelo sol,
imobilizada pela neve ou encharcada pela chuva”. O seu povo era “um povo
acostumado a combater desde o amanhecer até ao anoitecer e, frequentemente,
também do anoitecer até ao amanhecer contra os elementos naturais. Zeferino foi
forjado por esta terra, obrigado a crescer depressa, como todos os seus
coetâneos; uma infância curta, uma adolescência mais ou menos inexistente. A
vida nos pampas exige de quem tem 9 ou 10 anos a agilidade de um adulto:
cavalgar, caçar, pescar, usar as bolas com extrema precisão, conhecer, enfim,
todos os truques para a sobrevivência”.
Seu pai teve de se
render às tropas da República Argentina. Elevado à patente de Coronel,
deslocou-se para Buenos Aires. Algum tempo depois, Zeferino também parte para
Buenos Aires, para estudar e se preparar para um dia voltar à terra para
defender a sua raça. Depois de ter frequentado, por pouco tempo, uma escola
estatal, mas cujo ambiente escolar não apreciava, falou com seu pai e, em 20 de
setembro de 1897, foi matriculado, como aluno interno, num Colégio Salesiano.
Dedicou-se diligentemente ao estudo, procurando na fé o apoio para superar os
próprios limites. Enamorado por Dom Bosco, e tendo escolhido Domingos Sábio
como modelo, desejava ser sacerdote salesiano para evangelizar a sua gente.
Como filho livre do descampado, o colocar-se na fila e obedecer ao toque da
sineta não lhe eram coisa fácil. Mas foi sempre exemplar nos deveres
cotidianos, no relacionamento social, no estudo, na oração e na participação
comunitária. O “contacto com os sacerdotes salesianos de grande talento
apostólico e cultural, iniciou uma rápida transformação que se tornou nele um
propósito permanente”: "Vim estudar para ser útil ao meu povo”. Ele
encarnava em si os sofrimentos, as preocupações, a cultura e as aspirações do
seu povo, procurando adaptar e assimilar a fé e a cultura cristã nesse contexto
cultural, enriquecendo-o. Como afirmou Bento XVI, "o Evangelho nunca
destrói os valores que há numa cultura, mas os assimila e aperfeiçoa. O novo
beato nunca esqueceu que era indígena e sempre tratou de ser útil à sua
gente".
Em princípios de
1902 foi-lhe diagnosticada a tuberculose. Na esperança de que os ares da sua
terra o ajudassem a recuperar, muda-se para Viedma, capital do Vicariato
Apostólico. Aí frequentou o Colégio de São Francisco de Sales, como aspirante
salesiano, sendo acompanhado pelos médicos.
Em julho de 1904,
com 17 anos, devido à sua frágil saúde, é levado para Turim, na Itália. Os
salesianos acreditavam que ele poderia continuar a cuidar da saúde e a estudar
rumo ao sacerdócio, primeiro na escola de Turim, depois no Colégio Salesiano de
Vila Sora, em Frascati. Em Turim, conversou várias vezes com o Beato Miguel
Rua, o primeiro sucessor de São João Bosco. O que mais o marcou, porém, foi o
encontro de alguns salesianos com o Papa Pio X, em 27 de setembro de 1904, em
Roma, perante o qual ele ficou encarregado de dirigir um pequeno discurso.
Terminou essa saudação, oferecendo ao Santo Padre um “quillango mapuche”, um
tipo de cobertor feito de peles de guanaco, que os indígenas usavam e era
feito, sobretudo, com a pele de um camelídeo nativo da América do Sul. Pio X
ficou comovido e retribuiu-lhe com uma medalha. No ano seguinte, a tuberculose
agravou-se. Foi internado no Hospital dos Irmãos de São João de Deus e
acompanhado pelo médico pessoal dos Papas Leão XIII e Pio X. Faleceu a 11 de
maio desse ano de 1905, com 18 anos de idade, num hospital da Ilha Tiberina, em
Roma. Uma simples cruz de madeira, ficou a assinalar a sua sepultura num
cemitério de Roma.
Antes que a Igreja
o declarasse como tal, ele foi feito santo pelo seu povo. Era um jovem portador
da “santidade dos pampas, regada pelas fadigas, valores, obediência,
suportação; sem impulsos místicos, orações martirizantes, proclamas ou
propósitos clamorosos, sem escritos exaltantes: um santo da terra, um santo ao
alcance de todos, um santo, enfim, segundo o coração de Dom Bosco, que
incentivava os seus alunos a ter duas características que pela sua simplicidade
teria provocado alguma perplexidade nos grandes santos do passado, mas que para
o sacerdote dos jovens eram o sinal inequívoco de uma santidade ao alcance dos
jovens: "honesto cidadão e bom cristão". É o quanto basta para se
tornar santo”.
Em 1924, os seus
restos mortais foram levados para a Argentina. A Beatificação, por um Delegado
do Papa, teve lugar a 11 de novembro de 2007, em Chimpaym, Rio Negro, terra
natal do jovem, perante mais de cem mil pessoas, tendo sido fixada a festa
religiosa no dia 26 de agosto, data do seu nascimento.
Em 12 de agosto de
2009, a pedido de seus familiares e com alguma polémica à mistura, os seus
restos mortais foram novamente transladados. Agora para a localidade de San
Ignacio, na província de Neuquén, onde vivem seus familiares e se encontra
sepultado o seu pai, o cacique Manuel Namuncurá, batizado aos oitenta anos. Na
Eucaristia a anteceder a transladação, participaram a sua família e também
Valeria Herrera, a jovem mãe de Córdoba, Argentina, de 24 anos em 2000, que
fora afetada por um câncer de útero, incurável. Por intercessão de Zeferino
ficou saudável e veio a ter filhos. Cerca de 400.000 pessoas participam,
anualmente, nas celebrações do Beato Zeferino.
Meditando em cada
palavra, Zeferino fazia o sinal da cruz com tanta lentidão que causava mossa a
quem o via. E corrigia os colegas ensinando-lhes a fazê-lo devagar e com
devoção.
Sob este pretexto,
cada um poderá avaliar o seu desempenho nessa matéria do bem fazer o sinal da
cruz. Coisa triste quando se constata que muitos já não o sabem fazer e muitas
famílias não o fazem nem ensinam a fazer!... Em relação a estas e outras
coisas, a Sagrada Escritura insiste: “Tu as ensinarás com todo o zelo e
perseverança a teus filhos. Conversarás sobre as Escrituras quando estiveres
sentado em tua casa, quando estiveres andando pelo caminho, ao te deitares e ao
te levantares” (Deut 6, 7).
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 18-09-2020.
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