PARÓQUIAS DE NISA
Domingo, 20 de setembro de 2020
XXV domingo do
tempo comum
DOMINGO
XXV DO TEMPO COMUM
Verde – Ofício do domingo (Semana I do Saltério). Te
Deum.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. dominical.
L 1 Is 55, 6-9; Sal 144 (145), 2-3. 8-9.
17-18
L 2 Filip 1, 20c-24. 27a
Ev Mt 20, 1-16a
* Proibidas as Missas de defuntos, excepto a exequial.
* Na Diocese do Algarve – Ofertório para a Pastoral Diocesana.
* Na Diocese do Porto – Aniversário da Ordenação episcopal de D. Manuel da
Silva Rodrigues Linda (2009).
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.
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Missa
ANTÍFONA
DE ENTRADA
Eu sou a salvação do meu povo, diz o Senhor.
Quando chamar por Mim nas suas tribulações,
Eu o atenderei e serei o seu Deus para sempre.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que fizestes consistir a plenitude da lei
no vosso amor e no amor do próximo,
dai-nos a graça de cumprirmos este duplo mandamento,
para alcançarmos a vida eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Is 55, 6-9
«Os meus pensamentos não são os vossos»
O Evangelho vai apresentar-nos uma parábola, na qual se vê a liberdade e o amor
com que Deus trata os homens, mesmo sem eles saberem, por vezes, apreciar essa
bondade. Nesta leitura, o profeta vai-nos já prevenindo de que os caminhos de
Deus não são como os dos homens, que têm dificuldade em compreender que o amor
é mais generoso do que aquilo a que, por vezes, chamamos justiça.
Leitura do Livro
de Isaías
Procurai o Senhor, enquanto se pode encontrar, invocai-O, enquanto está perto.
Deixe o ímpio o seu caminho e o homem perverso os seus pensamentos. Converta-se
ao Senhor, que terá compaixão dele, ao nosso Deus, que é generoso em perdoar.
Porque os meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos são os
meus – oráculo do Senhor –. Tanto quanto o céu está acima da terra, assim os
meus caminhos estão acima dos vossos e acima dos vossos estão os meus pensamentos.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 144 (145), 2-3.8-9.17-18 (R. 18a)
Refrão: O Senhor está perto de quantos O
invocam. Repete-se
Quero bendizer-Vos, dia após dia,
e louvar o vosso nome para sempre.
Grande é o Senhor e digno de todo o louvor,
insondável é a sua grandeza. Refrão
O Senhor é clemente e compassivo,
paciente e cheio de bondade.
O Senhor é bom para com todos
e a sua misericórdia se estende a todas as criaturas. Refrão
O Senhor é justo em todos os seus caminhos
e perfeito em todas as suas obras.
O Senhor está perto de quantos O invocam,
de quantos O invocam em verdade. Refrão
LEITURA II Filip 1, 20c-24.27a
«Para mim, viver é Cristo»
S. Paulo escreve estas palavras na prisão. Nelas mostra que todo o seu ideal é
apenas servir a Cristo. Viver ou morrer é para ele coisa secundária;
interessa-lhe, sim, estar sempre unido a Cristo. Ele é a sua vida. A própria
morte o conduzirá ainda à união a Cristo: por isso, ela é para ele um lucro.
Assim ele deseja que todos os cristãos vivam com ideal semelhante ao seu.
Leitura da
Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses
Irmãos: Cristo será glorificado no meu corpo, quer eu viva quer eu morra.
Porque, para mim, viver é Cristo e morrer é lucro. Mas, se viver neste corpo
mortal me permite um trabalho útil, não sei o que escolher. Sinto-me
constrangido por este dilema: desejaria partir e estar com Cristo, que seria
muito melhor; mas é mais necessário para vós que eu permaneça neste corpo
mortal. Procurai somente viver de maneira digna do Evangelho de Cristo.
Palavra do Senhor.
ALELUIA cf. Atos 16, 14b
Refrão: Aleluia. Repete-se
Abri, Senhor, os nossos corações,
para aceitarmos a palavra do vosso Filho. Refrão
EVANGELHO Mt 20, 1-16a
«Serão maus os teus olhos porque eu sou bom?»
Esta parábola quer fazer-nos compreender que Deus é bom, e que a todos os
homens que se disponham a servi-l’O Ele oferece a entrada no seu reino. Segundo
o primeiro sentido da parábola, os operários da primeira hora foram os judeus;
os outros, são os que, ao longo dos tempos, vão entrando na Igreja de Deus. A
todos o Senhor abre as portas da salvação, porque, se para uns Se mostrou
bondoso desde a primeira hora, para todos os outros Ele reserva os mesmos dons.
Não há, pois, lugar para invejas, onde tudo é puro dom gratuito de Deus.
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: «O reino
dos Céus pode comparar-se a um proprietário, que saiu muito cedo a contratar
trabalhadores para a sua vinha. Ajustou com eles um denário por dia e mandou-os
para a sua vinha. Saiu a meia-manhã, viu outros que estavam na praça ociosos e
disse-lhes: ‘Ide vós também para a minha vinha e dar-vos-ei o que for justo’. E
eles foram. Voltou a sair, por volta do meio-dia e pelas três horas da tarde, e
fez o mesmo. Saindo ao cair da tarde, encontrou ainda outros que estavam
parados e disse-lhes: ‘Porque ficais aqui todo o dia sem trabalhar?’. Eles
responderam-lhe: ‘Ninguém nos contratou’. Ele disse-lhes: ‘Ide vós também para
a minha vinha’. Ao anoitecer, o dono da vinha disse ao capataz: «Chama os
trabalhadores e paga-lhes o salário, a começar pelos últimos e a acabar nos
primeiros’. Vieram os do entardecer e receberam um denário cada um. Quando
vieram os primeiros, julgaram que iam receber mais, mas receberam também um
denário cada um. Depois de o terem recebido, começaram a murmurar contra o
proprietário, dizendo: ‘Estes últimos trabalharam só uma hora e deste-lhes a
mesma paga que a nós, que suportámos o peso do dia e o calor’. Mas o
proprietário respondeu a um deles: ‘Amigo, em nada te prejudico. Não foi um
denário que ajustaste comigo? Leva o que é teu e segue o teu caminho. Eu quero
dar a este último tanto como a ti. Não me será permitido fazer o que quero do
que é meu? Ou serão maus os teus olhos porque eu sou bom?’. Assim, os últimos
serão os primeiros e os primeiros serão os últimos».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai benignamente, Senhor, os dons da vossa Igreja,
para que receba nestes santos mistérios
os bens em que pela fé acredita.
Por Nosso Senhor.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 118, 4-5
Promulgastes, Senhor,
os vossos preceitos para se cumprirem fielmente.
Fazei que os meus passos sejam firmes
na observância dos vossos mandamentos.
Ou Jo 10, 14
Eu sou o Bom Pastor, diz o Senhor;
conheço as minhas ovelhas
e as minhas ovelhas conhecem-Me.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Sustentai, Senhor, com o auxílio da vossa graça
aqueles que alimentais nos sagrados mistérios,
para que os frutos de salvação
que recebemos neste sacramento
se manifestem em toda a nossa vida.
Por Nosso Senhor.
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AGENDA
DO DIA
09.30 horas; Missa em
Amieira do Tejo
10.00 horas: Missa em Arez
10.45 horas: Celebração da Palavra em
Tolosa
11.00 horas: Missa em
Nisa
12.00 horas: Celebração da Palavra em
Gáfete
12.00 horas: Missa em
Alpalhão
16.30 horas: Celebração da Palavra no Arneiro
17.00 horas: Celebração da Palavra em
Montalvão
17.00 horas: Celebração da Palavra no
Cacheiro
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A
VOZ DO PASTOR
DOMINGOS SÁVIO ENTRE OS SÁBIOS DO
SABER VIVER
Os sinos repenicaram e os aplausos troaram naquela
grande praça cujas colunatas de Bernini abraçam a praça, a cidade e o mundo. A
Rádio Vaticano anunciava que a Basílica e a Praça de São Pedro eram o palco de
uma verdadeira festa salesiana. Foi em 5 de março de 1950. Quatro anos depois,
em 13 de junho de 1954, a festa repetia-se. A multidão era muito maior, muito
maior foi o aplauso. Na primeira festa, dezenas de milhares de jovens de todo o
mundo, associavam-se à multidão para celebrar a Beatificação de Domingos Sávio
por Pio XII, um estudante de 14 anos como que a dizer-nos que a santidade é
possível em todas as idades e condições. Na segunda festa, voltaram a soar os
sinos pela sua canonização. Mais de vinte e cinco mil estudantes dos Colégios
Salesianos lá estavam associados à Igreja Universal para aplaudir e agradecer
aquele jovenzinho, verdadeiro estimulo nos caminhos da santidade.
Concretizava-se assim aquilo que o Padre João Bosco havia dito em 13 de
setembro de 1862: “Eu vos garanto que teremos jovens da casa elevados às honras
dos altares”.
O Padre João Bosco, canonizado em 1934, foi o fundador
da Sociedade de São Francisco de Sales, a Sociedade Salesiana. Mais tarde, com
Maria Domingas Mazzarello, canonizada em 1951, fundou o Instituto das Filhas de
Maria Auxiliadora, um Instituto de Vida Consagrada feminina, bem como
constituiu a Associação leiga dos Cooperadores Salesianos. Têm como carisma e
missão a educação, a promoção e a evangelização dos jovens. Se os santos e as
santas são a mais fina flor da humanidade, Domingos Sávio foi a primeira a sair
desses jardins salesianos para perfumar e embelezar a Igreja e a sociedade.
Nascido em 2 de abril de 1842, nos arredores de
Turim, Itália, Domingos era um dos três filhos de Brígida, costureira, e de
Carlos Sávio, ferreiro, uma família exemplar na vivência da fé e rica em
valores humanos. Desde pequenito que chamava a atenção pela sua maneira de ser
e estar, pelos seus gestos, atitudes e sentimentos, pelo seu gosto em
frequentar a igreja e ajudar à Missa. Não raro, se a igreja estivesse fechada,
ajoelhava-se à porta e ali ficava em oração, “nevasse ou chovesse, fizesse frio
ou calor”. Aos sete anos fez a primeira comunhão, afirmando anos mais tarde que
foi “o mais belo dia” da sua vida. Nessa ocasião, traçara um projeto de vida em
que se prometia frequentar os sacramentos, santificar os dias festivos, ter
como amigos Jesus e Maria, e, “antes morrer que pecar”.
Aos doze anos de idade encontrou-se com o Padre João
Bosco pedindo-lhe para ser admitido no Oratório de São Francisco de Sales, em
Turim, porque queria ser Padre. Dom Bosco, acolheu o rapazito que lhe pareceu e
comentou ser boa fazenda, bom pano, ripostando Domingos que, então, fosse ele o
seu alfaiate. Logo se destaca pela “exata observância do regulamento da casa, a
empenhada aplicação no estudo, o cumprimento fervoroso dos deveres, a
frequência dos Sacramentos da Confissão e da Comunhão, a disponibilidade com
que acolhia e ajudava os companheiros”, como afirmam fontes salesianas das
quais me estou a servir. A sua presença e testemunho caraterizavam-se pela
alegria: “Sei que posso tornar-me santo, sendo alegre”. E logo cacarejava aos
recém-chegados a importância dessa virtude e aquilo que a podia rapinar: «nós
aqui – dizia ele - fazemos consistir a santidade no estar muito alegres”. E
acrescentava: “procuramos apenas evitar o pecado, como um grande inimigo que
nos rouba a graça de Deus e a paz do coração, e de cumprir exatamente os nossos
deveres».
Sempre humilde e respeitoso, preferia mais ouvir do
que falar, embora logo surgisse a serenar as desavenças entre os colegas, mesmo
junto daqueles dos quais sofrera alguns dissabores, aquilo que leva hoje muitos
sábios da nossa praça a espirrar e explicar ciência, chamando-lhe bullying.
Não sei se consta em alguma biografia dele, mas
quando eu andava lá pelos bancos do aprender a aprender e em idade de melhor
fixar o que esbarrava ou beliscava os ouvidos da normalidade, gravei cá no
cinemascópio da memória o que um ou outro Formador nos dizia sobre São
Domingos. Se estivesse a estudar e tocasse a campainha para o recreio, por
exemplo, e se ele estivesse a escrever o “i”, era tão exímio na obediência que
nem sequer colocava o pontinho sobre o “i”, isso ficava para o depois. Ora, se
o “i” fosse tão alto como um obelisco egípcio e o pontinho a colocar, lá no seu
mais alto, fosse uma enorme bola de pedra, com certeza que deixar de o fazer
seria um grande e desejado alívio nessa pesada, difícil e perigosa trabalheira.
Até poderia estar aí o absurdo da nossa própria vida, se o ponto, já perto do
topo, sempre caísse fazendo-nos recomeçar a tarefa. Assim tal como Albert
Camus, em “O Mito de Sísifo”, nos torna presente o castigo dado a esse
personagem da mitologia grega para nos fazer filosofar sobre os absurdos do
quotidiano existencial. De facto, isso de deixar de colocar o pontinho encima do
dito cujo... só mesmo de santos!... ou só mesmo de educadores a puxar pela
guelra dos educandos!... Fosse lá como fosse, sempre fazia levantar a fasquia
pessoal no desafio à exigência do cumprimento do dever...
São João Bosco, que considerava Domingos “de boa
índole e muito piedoso”, afirmou: “Descobri naquele adolescente uma alma
totalmente conforme ao espírito do Senhor, e fiquei surpreendido considerando
os efeitos que a graça de Deus tinha operado em Domingos”. De facto, tocado
pelo carisma salesiano, tinha como meta alcançar a santidade e despertar nos
outros isso mesmo, a conversão, a santidade, chegando a dizer: “Oh! Se eu
tivesse forças e virtude, quisera ir agora mesmo, e com sermões e bom exemplo,
convertê-las todas, a Deus”. Com esse objetivo e consagrado a Maria, chegou a
fundar, com amigos do Oratório, a Companhia da Imaculada, um instrumento para o
trabalho apostólico em grupo, donde saíram grandes colaboradores de São João
Bosco. Mas, como diz o povo, tudo vai bem enquanto há saúde. Domingos, aos 14
anos, adoeceu com tuberculose, foi perdendo o petite, piorou, regressou à casa
paterna, acamou, sujeitou-se aos tratamentos da época que, apesar de incómodos
e dolorosos, suportava com toda a serenidade. Tendo a perceção da evolução da
doença, pediu a presença do seu Pároco. Depois de quatro dias, apesar da
convicção do médico e de seus pais de que ele iria melhorar, Domingos pediu a
Santa Unção. Seus pais, para o animar, obtiveram-lhe uma bênção papal. Na noite
do dia 9 de março de 1857, após uma nova visita do seu Pároco, pediu a seu pai
que lhe lesse orações para ter uma morte serena. Cansado, adormeceu por algum
tempo, mas logo acordou, perguntando o que é que o Pároco lhe tinha dito, pois
já não se lembrava. Despedindo-se dos pais, e agraciado na hora da morte,
exclamou: “Oh, que linda visão estou a ter! Que lindo!”. A notícia da sua morte
correu célere, seu pai comunicou-a a São João Bosco: “É com lágrimas nos olhos
que lhe dou esta notícia: o meu querido filho Domingos recolheu a alma a Deus, ontem
à tarde, 9 de Março”.
Dom Bosco escreveu a sua biografia e diz-se que
chorava cada vez que a relia. Nela conta que em várias ocasiões viu Domingos
estasiado depois de receber a Sagrada Comunhão. Um dia, encontrou-o no coro da
igreja, não resistiu em lhe falar: “Fui ver – conta Dom Bosco – e encontrei
Domingos que falava e depois se calava, como à espera de uma resposta. Entre
outras coisas ouvia claramente estas palavras: ‘Sim, meu Deus, já vos disse e
vo-lo digo de novo: amo-vos e quero amar-vos até à morte. Se virdes que vos hei
de ofender, enviai-me a morte: sim, antes a morte que o pecado”. Quando lhe
perguntou o que fazia nesses momentos, Domingos respondeu: “Pobre de mim,
vem-me uma distração, e naquele momento perco o fio das orações, e parece-me
ver coisas tão belas que as horas fogem sem que eu dê por isso”.
Domingos Sávio mostra do que são capazes os jovens
quando se abrem ao encontro com Cristo, o verdadeiro Amigo que provoca,
interpela, atrai, inspira, desafia e faz-se companheiro de viagem nas aventuras
duma vida com sentido.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo
Branco, 11-09-2020.
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