PARÓQUIAS DE NISA
Sábado, 13 de setembro de 2020
XXIII
semana do tempo comum
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Salmo 118,
137.124
Vós sois justo, Senhor, e são rectos os vossos julgamentos.
Tratai o vosso servo segundo a vossa bondade.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus, que nos enviastes o Salvador
e nos fizestes vossos filhos adotivos,
atendei com paternal bondade as nossas súplicas
e concedei que, pela nossa fé em Cristo,
alcancemos a verdadeira liberdade e a herança eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos pares) 1 Cor 10, 14-22
«Embora sejamos muitos, formamos um só corpo,
porque participamos do único pão»
Leitura da
Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios
Irmãos: Evitai adorar os falsos deuses. Falo-vos como a pessoas sensatas:
ajuizai por vós o que vou dizer. Não é o cálice de bênção que abençoamos a
comunhão com o Sangue de Cristo? Não é o pão que partimos a comunhão com o
Corpo de Cristo? Visto que há um só pão, nós, embora sejamos muitos, formamos
um só corpo, porque participamos do único pão. Olhai para o povo de Israel: Não
estão os que comem as vítimas em comunhão com o altar? Que quero dizer com
isto? Que a carne imolada aos ídolos é alguma coisa? Ou que o ídolo é alguma
coisa? Pelo contrário, afirmo que as vítimas que os gentios sacrificam são
imoladas aos demónios e não a Deus. E eu não quero que entreis em comunhão com
os demónios. Não podeis beber do cálice do Senhor e do cálice dos demónios, não
podeis participar da mesa do Senhor e da mesa dos demónios. Ou queremos
desafiar o Senhor? Seremos nós mais fortes do que Ele?
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 115 (116), 12-13.17-18 (R. 17a)
Refrão: Oferecer-Vos-ei, Senhor, um
sacrificio de louvor. Repete-se
Como agradecerei ao Senhor
tudo quanto Ele me deu?
Elevarei o cálice da salvação,
invocando o nome do Senhor. Refrão
Oferecer-Vos-ei um sacrifício de louvor,
invocando, Senhor, o vosso nome.
Cumprirei as minhas promessas ao Senhor
na presença de todo o povo. Refrão
ALELUIA Jo 14, 23
Refrão: Aleluia. Repete-se
Se alguém Me ama, guardará a minha palavra,
diz o Senhor;
meu Pai o amará e faremos nele a nossa morada. Refrão
EVANGELHO Lc 6, 43-49
«Porque Me chamais ‘Senhor! Senhor!’,
mas não fazeis o que vos digo?»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Não há árvore boa que dê mau
fruto, nem árvore má que dê bom fruto. Cada árvore conhece-se pelo seu fruto:
não se colhem figos dos espinheiros, nem se apanham uvas das sarças. O homem
bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem; e o homem mau, da sua maldade
tira o mal; pois a boca fala do que transborda do coração. Porque Me chamais
‘Senhor! Senhor!’, mas não fazeis o que vos digo? Vou mostrar-vos a quem se assemelha
todo aquele que vem ter comigo, ouve as minhas palavras e as põe em prática. É
semelhante a um homem, que, para construir a casa, escavou, aprofundou e
assentou os alicerces sobre a rocha. Quando veio uma cheia, a torrente irrompeu
contra aquela casa, mas não a pôde abalar, porque estava bem construída. Mas
aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é semelhante a um
homem que construiu a casa sobre a terra, sem alicerces. A torrente irrompeu
contra aquela casa, que imediatamente desabou; e foi grande a sua ruína».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Senhor nosso Deus, fonte da verdadeira devoção e da paz,
fazei que esta oblação Vos glorifique dignamente
e que a nossa participação nos sagrados mistérios
reforce os laços da nossa unidade.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 41, 2-3
Como suspira o veado pela corrente das águas,
assim minha alma suspira por Vós, Senhor.
A minha alma tem sede do Deus vivo.
Ou Jo 8, 12
Eu sou a luz do mundo, diz o Senhor;
quem Me segue não anda nas trevas,
mas terá a luz da vida.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentais e fortaleceis
à mesa da palavra e do pão da vida,
fazei que recebamos de tal modo estes dons do vosso Filho
que mereçamos participar da sua vida imortal.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
O Pensamento do dia:
« O
homem é feliz, quando olha para este mundo com os olhos de Deus; e infeliz,
quando o aprecia com o coração egoísta e orgulhoso»
AGENDA DO DIA
09.30 horas: Funeral
no Arneiro
11.00 horas: Funeral em
Tolosa
15.00 horas: Missa na
Falagueira
16.00 horas: Missa no
Monte Claro
16.00 horas: Missa no
Pardo
18.00 horas: Missa em
Nisa
18.00 horas: Missa em Alpalhão.
A VOZ DO PASTOR
UMA JOVEM DE FIBRA - "O LÍRIO DOS MOHAWKS"
Foi patrona da 17.ª
Jornada Mundial da Juventude em Toronto, Canadá. Chamava-se Parte superior do
formulário
Kateri Tekakwitha,
Catarina para nós. São João Paulo II, tanto na Mensagem do Dia Mundial da
Juventude de 2002 como na homilia de encerramento dessa Jornada Mundial, cujo
tema era “Vós sois o sal da terra...Vós sois a luz do mundo (Mt 5, 13-14),
refere-se a Catarina como “o lírio dos Mohawks”, acentuando que a santidade não
é uma questão de idade. Muitos jovens mostraram virtudes heroicas diante do
mundo, são exemplos de vida que a Igreja propõe a todos. Francisco, na
Exortação Apostólica Cristo Vive, também a propõe aos jovens. E eu associo-me a
quem procura divulgar a sua vida para que seja mais conhecida.
Muito antes de os
europeus lá terem metido o bedelho, o atual Estado de Nova Iorque era habitado
por dois grupos distintos de nativos, rivais entre si. Era o grupo dos
Algonquianos, com várias tribos em idiomas e modos de vida semelhantes, e o
grupo dos Iroqueses que constituem uma Confederação de tribos. Distribuíam-se
lá pela região dos Grandes Lagos, entre o Canadá e os Estados Unidos,
principalmente no Estado de Nova Iorque e na província de Quebec.
Um dia, naquelas
andanças das inimizades tribais, uma mulher índia, da tribo algonquina, foi
capturada por uma tribo dos iroqueses. Mas porque não há duas sem três, esta
senhora acabou por ser libertada por um chefe de outra tribo, a tribo dos
Mohawk. Esta senhora e este cacique Mohawk acabaram por ser os pais duma menina
nascida em 1656, perto da cidade de Port Orange, no Canadá. A mãe, que era
cristã, queria batizá-la com o nome de Catarina, a santa da sua devoção, mas
não houve batizado. Pelo costume indígena, era ao chefe da tribo que competia
dar o nome às crianças. O chefe, que era o pai e pagão, deu-lhe o nome de
Tekakwitha, ‘que significa "aquela que coloca as coisas nos lugares",
mostrando que ambas, mãe e filha, consideradas estrangeiras, haviam sido
totalmente aceites pelo seu povo’. No entanto, a mãe nunca deixou de chamar
Catarina à sua filha, nem de lhe ir semeando no coração os gestos e os valores
cristãos.
Quando Catarina tinha
quatro anos, seus pais e seu irmão morreram de varíola. Ela sobreviveu e ficou
sob a responsabilidade do seu tio, o novo chefe Mohawk. Sobreviveu mas ficou
muito sofrida, com o rosto e a vista muito afetados e outras mazelas que a
desfiguravam. À medida que ia crescendo, iam ajudando a tia, inclusive na
tecelagem, mas sofria pressões, era mal tratada. Quando tinha 11 anos, três
jesuítas chegaram à aldeia e foram hospedados em casa do tio de Catarina, do
chefe da tribo. A hospitalidade era fidalga, mas os missionários comprometiam-se
a não evangelizar ninguém da tribo. À hora da refeição, os sacerdotes faziam as
orações do costume, coisa que não passava despercebida aos olhos de Catarina
que era quem os servia à mesa e até ficou muito sensibilizada quando um lhe
disse: “Muito obrigado, minha filha, e que Deus te abençoe!”. Sempre curiosa
nesta descoberta, não deixava de observar e admirar a atitude dos missionários
no trabalho e no modo de ser e estar. Desejava tocar o crucifixo que eles
usavam no seu trabalho apostólico, e, em segredo, tentava fazer o sinal-da-cruz
e lá ia deixando sair uma prece que teria aprendido: “Ó Deus, ajudai-me a Vos
conhecer e amar!”
Segundo as tradições da
tribo, para ela só havia um caminho, casar-se. Eram os parentes que escolhiam o
noivo. Como, porém, se tratava da família do cacique, não seria difícil. E o
cerco não se fez tardar. Sem ela suspeitar, seus tios organizaram uma festa com
o noivo por eles escolhido e com os seus familiares. Catarina ficou encarregada
dos cozinhados para a festa. Ao aproximar-se o momento da receção, mandaram-na
vestir e ornamentar-se para bem receber e servir os convidados, como convinha
às regras do bom acolhimento e à sua categoria de filha e sobrinha de cacique.
Embora estranhando o jeito dos convidados, ela só percebeu a marosca à hora de
servir à refeição. Segundo o costume local, o casamento concretizava-se pelo
simples facto de a “noiva” servir o “noivo” com o prato tradicional na presença
de ambas as famílias! Ali, porém, é que a coisa ficou séria, os pratos voaram e
o estrondo fez arregaçar as pálpebras e
pular o silêncio boquiaberto dos comensais amuados. Firme na sua determinação e
correndo o risco de ser colocada à
margem da tribo e de viver na pobreza, teve um gesto de coragem. Não serviu o
“noivo”, atirou com o prato ao chão e retirou-se, regressando só depois de os
convidados terem abalado. Porque rejeitou este “bom partido” com que a queriam
presentear, a fúria dos parentes não se fez esperar. Durante cerca de um ano,
foi tratada como escrava, tudo suportando sem queixumes.
A vida na aldeia lá
corria e a catequese fazia-se em pequenos grupos. Ela, porém, embora o
desejasse, estava proibida de a frequentar. O caminho, porém, ia-se fazendo.
Certo dia, ela expôs a um missionário o que lhe ia na alma e o seu desejo de
ser batizada. O missionário, receoso pela perseguição a que a jovem podia ser
sujeita, mas apreciando a sua determinação, aceitou prepará-la para o Batismo.
A família foi-se abrindo, o interesse e a capacidade de Catarina admiravam os jesuítas.
Pouco depois, em 18 de abril de 1676, sentiu a alegria de ser batizada. No
entanto, a vida não lhe continuava fácil. Por isto e mais aquilo, e porque
rejeitava as propostas de casamento, a situação ficou insustentável, ela fugiu.
Ferozmente perseguida pelos seus tios e preocupados com a sua segurança, os
jesuítas ajudaram-na a chegar à Missão de São Francisco Xavier, em Sault,
Montreal, levando uma carta para o Padre superior dessa comunidade, onde se
dizia: “Catarina vai agora juntar-se à sua comunidade. Dê-lhe guia e direção
espiritual e o senhor logo perceberá que joia nós lhe enviamos. Sua alma está
muito próxima de Deus Nosso Senhor….”.
Naquela aldeia,
Catarina sentiu-se livre para praticar a fé, assistir à Eucaristia diária e
crescer nos seus desejos de perfeição, dando exemplo de extraordinária piedade
e sem descuidar o serviço à comunidade. No entanto, quase todas as comunidades
têm os seus cristãos de meia tigela, os detratores, os maledicentes, os azae
dos bons costumes a esticarem-se para ver o cisco nos olhos dos outros e a não
enxergar a trave que está nos seus. Também ali, não faltou quem tentasse
denegrir Catarina, o que, partindo da comunidade cristã, mais a fazia sofrer.
Fazendo que não percebia, apresentava-se sempre bem disposta, alegre, diligente
no serviço à comunidade. Aos poucos, a aldeia começou a considerá-la com
respeito e admiração, ao ponto de se comentar: “Catarina só pode ser encontrada
no caminho para a igreja, para os pobres e para os campos”. Ninguém escondia a
sua admiração por aquela “garota índia que vive como uma freira”. Amante da
natureza e sempre discreta, recolhia-se por longos períodos na floresta. Aí,
diante de uma cruz que ela havia traçado na casca de uma árvore, ficava em
oração, contemplando as maravilhas da natureza, louvando, agradecendo.
Em 1679, com 23 anos de
idade, fez voto perpétuo de castidade, a primeira a fazê-lo entre os índios da
América do Norte. Chegou a expressar o desejo de fundar um convento só para
jovens indígenas, mas foi desaconselhada mercê da sua delicada saúde.
Com alegria
sobrenatural permanecia firme: “Eu entreguei minha alma a Jesus no Santíssimo
Sacramento e o meu corpo a Jesus na Cruz”. Sentindo que o fim se aproximava,
recebeu os últimos sacramentos, rezava o seu amor a Jesus com alegria inaudita,
apesar do sofrimento. Faleceu a 17 de abril de 1680, aos 24 anos de idade,
sempre com o desejo de que os povos indígenas dos Estados Unidos e do Canadá
conhecessem e vivessem a Paixão de Jesus. Momentos antes de morrer, o seu rosto,
marcado pelas cicatrizes e sofrimento, tornou-se belo e sem marcas, com um
sorriso de encantar. Não só os jovens, a aldeia inteira chorou a sua partida.
O
milagre e a fama das suas virtudes espalhou-se rapidamente, muitos dos seus
irmãos de raça se converteram. Foi beatificada em 22 de junho de 1980 por São
João Paulo II e celebra-se em 14 de julho. Ao lado de São Francisco de Assis,
Catarina é honrada pela Igreja como "Padroeira da Ecologia e do Meio
Ambiente".
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 04-09-2020.
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