segunda-feira, 21 de setembro de 2020

 


 

PARÓQUIAS DE NISA

 

 

Terça, 22 de setembro de 2020

 

XXV semana do tempo comum

 

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TERÇA-FEIRA da semana XXV

Verde – Ofício da féria.
Missa à escolha (cf. p. 18, n. 18).
L 1 Prov 21, 1-6. 10-13; Sal 118 (119), 1 e 27. 30 e 34. 35 e 44
Ev Lc 8, 19-21

* Na Ordem Agostiniana – B. Josefa da Purificação Masià Ferragut, virgem e mártir – MO
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – S. Inácio de Santhià, presbítero, da I Ordem – MO
* Na Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus – B. João Maria da Cruz, presbítero e mártir – MO
* Na Congregação Salesiana – Bb. José Calasanz e Companheiros, mártires – MO
* No Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora – Bb. Amparo Carbonell Múñoz, Carmen Moreno Benítez, José Calasanz, Henrici Sáiz e Companheiros, mártires – MO

 

Missa

 

ANTÍFONA DE ENTRADA
Eu sou a salvação do meu povo, diz o Senhor.
Quando chamar por Mim nas suas tribulações,
Eu o atenderei e serei o seu Deus para sempre.


ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que fizestes consistir a plenitude da lei
no vosso amor e no amor do próximo,
dai-nos a graça de cumprirmos este duplo mandamento,
para alcançarmos a vida eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Prov 21, 1-6.10-13
Sentenças diversas

Durante duas semanas, lemos os livros da sabedoria, um dos quais é o dos Provérbios. Além dos Profetas, que alertavam o povo para a fidelidade à Aliança, há um outro grupo de homens no meio do povo de Deus que procura ensinar-lhe a arte de viver segundo os caminhos de Deus, Os seus ensinamentos são, quase sempre, brados da observação da natureza ou da experiência da vida e da história. Hoje à maneira de pequenas máximas ou provérbios a palavra de Deus vem até nós como norma de sabedoria. Em todas estas sentenças ressoa a voz de alguém que muito meditou e que procurou tirar dessa meditação normas de vida.

Leitura do Livro dos Provérbios


O coração do rei está nas mãos do Senhor, como curso de água que Ele dirige para onde quer. Aos olhos do homem todos os caminhos parecem retos, mas o Senhor é que pesa os corações. Praticar a justiça e o direito vale mais do que o sacrifício aos olhos do Senhor. Olhar altivo, coração soberbo: assim é a lâmpada dos ímpios, que é o pecado. Os projetos do homem activo trazem lucro, mas os planos do impaciente trazem miséria. Acumular tesouros com língua mentirosa é sopro que passa, é laço de morte. A alma do ímpio deseja o mal; nem para o amigo tem olhar benévolo. O homem simples adquire a sabedoria, quando vê o castigo do insolente, e adquire a ciência, quando ouve a instrução do sábio. Se o insolente for castigado, o ingénuo torna-se prudente; se ao homem prudente se der instrução, ele acolhe a ciência. O Deus justo observa a casa do ímpio e precipita na desgraça os homens perversos. Quem fecha os ouvidos ao clamor do pobre também clamará, mas sem que lhe respondam.


Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 118 (119), 1 e 27.30 e 34.35 e 44 (R. 35a)
Refrão: Conduzi-me, Senhor,
pelo caminho dos vossos mandamentos.
Repete-se

Felizes os que seguem o caminho perfeito
e andam na lei do Senhor.
Fazei-me compreender o caminho
dos vossos preceitos,
para meditar nas vossas maravilhas. Refrão

Escolhi o caminho da verdade
e decidi-me pelos vossos juízos.
Dai-me entendimento para guardar a vossa lei
e para a cumprir de todo o coração. Refrão

Conduzi-me pela senda dos vossos mandamentos,
porque nela estão as minhas delícias.
Quero cumprir fielmente a vossa lei,
agora e para sempre. Refrão


ALELUIA Lc 11, 28
Refrão: Aleluia. Repete-se
Felizes os que ouvem a palavra de Deus
e a põem em prática. Refrão


EVANGELHO Lc 8, 19-21
«Minha mãe e meus irmãos
são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática»


Não são os laços do sangue os que mais contam, vistas as coisas com olhos espirituais. Por isso, a este propósito, escreve S. Ambrósio: «Os laços das almas são mais sagrados que os dos corpos”. E a respeito de Nossa Senhora diz S. Leão que Ela concebeu o Filho no seu espírito antes de O conceber em seu ventre. É a Palavra de Deus que está sempre na origem da relação entre o homem e Deus.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas


Naquele tempo, vieram ter com Jesus sua Mãe e seus irmãos, mas não podiam chegar junto d’Ele por causa da multidão. Então disseram-Lhe: «Tua Mãe e teus irmãos estão lá fora e querem ver-Te». Mas Jesus respondeu-lhes: «Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática».


Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai benignamente, Senhor, os dons da vossa Igreja,
para que receba nestes santos mistérios
os bens em que pela fé acredita.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 118, 4-5
Promulgastes, Senhor,
os vossos preceitos para se cumprirem fielmente.
Fazei que os meus passos sejam firmes
na observância dos vossos mandamentos.

Ou Jo 10, 14
Eu sou o Bom Pastor, diz o Senhor;
conheço as minhas ovelhas
e as minhas ovelhas conhecem-Me.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Sustentai, Senhor, com o auxílio da vossa graça
aqueles que alimentais nos sagrados mistérios,
para que os frutos de salvação
que recebemos neste sacramento
se manifestem em toda a nossa vida.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

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AGENDA DO DIA

 

18.00 horas; Missa em Nisa

18.00 horas; Missa em Alpalhão.

 

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A VOZ DO PASTOR

 

UM JOVEM DOS PAMPAS – UM MAPUCHE

 

Torno presente mais um dos jovens que o Papa Francisco apresenta na sua Exortação Apostólica Cristo Vive, como estímulo à santidade no quotidiano da vida. Servir-me-ei de fontes Salesianas e da própria página do Vaticano. Trata-se de Zeferino Namuncurá, um cidadão dos pampas, filho e neto de grandes caciques da nação mapuche. Era um mapuche, um homem da terra, nascido a 26 de agosto de 1886, em Chimpaym, nas margens do Rio Negro, nas terras aroucanas entre a Argentina e o Chile. Fernão de Magalhães e a sua comitiva, quando lá chegaram por volta de 1520, logo deram nome aos nativos. Tendo desembarcado, depararam com umas pegadas de tal envergadura que logo imaginaram que seria um povo de gigantes! Deram-lhe o nome de patagões, os de pé grande, de “pata grande”, da Patagónia. A ser verdade, é possível que tivessem entrado naquelas terras à espera que pulasse detrás de algum chaparro ou esquina, uma abada de gente de “pata ao léu”, de pé descalço, uma patuleia comandada por uma qualquer Maria da Fonte, lá do sítio, a esbaforir danação e com a vontade de lhes fueirar as costas e lhes chegar a roupa ao pelo por andarem por terra alheia!... O desassossego desta gente, porém, jamais terminou, continua a lutar pela sua sobrevivência e cultura milenar!...

Se tais zonas têm paisagens de belo horrível, de encher o olho e convidar à contemplação, é uma terra difícil, uma “terra dura, estéril, flagelada pelo vento ou queimada pelo sol, imobilizada pela neve ou encharcada pela chuva”. O seu povo era “um povo acostumado a combater desde o amanhecer até ao anoitecer e, frequentemente, também do anoitecer até ao amanhecer contra os elementos naturais. Zeferino foi forjado por esta terra, obrigado a crescer depressa, como todos os seus coetâneos; uma infância curta, uma adolescência mais ou menos inexistente. A vida nos pampas exige de quem tem 9 ou 10 anos a agilidade de um adulto: cavalgar, caçar, pescar, usar as bolas com extrema precisão, conhecer, enfim, todos os truques para a sobrevivência”.

Seu pai teve de se render às tropas da República Argentina. Elevado à patente de Coronel, deslocou-se para Buenos Aires. Algum tempo depois, Zeferino também parte para Buenos Aires, para estudar e se preparar para um dia voltar à terra para defender a sua raça. Depois de ter frequentado, por pouco tempo, uma escola estatal, mas cujo ambiente escolar não apreciava, falou com seu pai e, em 20 de setembro de 1897, foi matriculado, como aluno interno, num Colégio Salesiano. Dedicou-se diligentemente ao estudo, procurando na fé o apoio para superar os próprios limites. Enamorado por Dom Bosco, e tendo escolhido Domingos Sábio como modelo, desejava ser sacerdote salesiano para evangelizar a sua gente. Como filho livre do descampado, o colocar-se na fila e obedecer ao toque da sineta não lhe eram coisa fácil. Mas foi sempre exemplar nos deveres cotidianos, no relacionamento social, no estudo, na oração e na participação comunitária. O “contacto com os sacerdotes salesianos de grande talento apostólico e cultural, iniciou uma rápida transformação que se tornou nele um propósito permanente”: "Vim estudar para ser útil ao meu povo”. Ele encarnava em si os sofrimentos, as preocupações, a cultura e as aspirações do seu povo, procurando adaptar e assimilar a fé e a cultura cristã nesse contexto cultural, enriquecendo-o. Como afirmou Bento XVI, "o Evangelho nunca destrói os valores que há numa cultura, mas os assimila e aperfeiçoa. O novo beato nunca esqueceu que era indígena e sempre tratou de ser útil à sua gente".

Em princípios de 1902 foi-lhe diagnosticada a tuberculose. Na esperança de que os ares da sua terra o ajudassem a recuperar, muda-se para Viedma, capital do Vicariato Apostólico. Aí frequentou o Colégio de São Francisco de Sales, como aspirante salesiano, sendo acompanhado pelos médicos.

Em julho de 1904, com 17 anos, devido à sua frágil saúde, é levado para Turim, na Itália. Os salesianos acreditavam que ele poderia continuar a cuidar da saúde e a estudar rumo ao sacerdócio, primeiro na escola de Turim, depois no Colégio Salesiano de Vila Sora, em Frascati. Em Turim, conversou várias vezes com o Beato Miguel Rua, o primeiro sucessor de São João Bosco. O que mais o marcou, porém, foi o encontro de alguns salesianos com o Papa Pio X, em 27 de setembro de 1904, em Roma, perante o qual ele ficou encarregado de dirigir um pequeno discurso. Terminou essa saudação, oferecendo ao Santo Padre um “quillango mapuche”, um tipo de cobertor feito de peles de guanaco, que os indígenas usavam e era feito, sobretudo, com a pele de um camelídeo nativo da América do Sul. Pio X ficou comovido e retribuiu-lhe com uma medalha. No ano seguinte, a tuberculose agravou-se. Foi internado no Hospital dos Irmãos de São João de Deus e acompanhado pelo médico pessoal dos Papas Leão XIII e Pio X. Faleceu a 11 de maio desse ano de 1905, com 18 anos de idade, num hospital da Ilha Tiberina, em Roma. Uma simples cruz de madeira, ficou a assinalar a sua sepultura num cemitério de Roma.

Antes que a Igreja o declarasse como tal, ele foi feito santo pelo seu povo. Era um jovem portador da “santidade dos pampas, regada pelas fadigas, valores, obediência, suportação; sem impulsos místicos, orações martirizantes, proclamas ou propósitos clamorosos, sem escritos exaltantes: um santo da terra, um santo ao alcance de todos, um santo, enfim, segundo o coração de Dom Bosco, que incentivava os seus alunos a ter duas características que pela sua simplicidade teria provocado alguma perplexidade nos grandes santos do passado, mas que para o sacerdote dos jovens eram o sinal inequívoco de uma santidade ao alcance dos jovens: "honesto cidadão e bom cristão". É o quanto basta para se tornar santo”.

Em 1924, os seus restos mortais foram levados para a Argentina. A Beatificação, por um Delegado do Papa, teve lugar a 11 de novembro de 2007, em Chimpaym, Rio Negro, terra natal do jovem, perante mais de cem mil pessoas, tendo sido fixada a festa religiosa no dia 26 de agosto, data do seu nascimento.

Em 12 de agosto de 2009, a pedido de seus familiares e com alguma polémica à mistura, os seus restos mortais foram novamente transladados. Agora para a localidade de San Ignacio, na província de Neuquén, onde vivem seus familiares e se encontra sepultado o seu pai, o cacique Manuel Namuncurá, batizado aos oitenta anos. Na Eucaristia a anteceder a transladação, participaram a sua família e também Valeria Herrera, a jovem mãe de Córdoba, Argentina, de 24 anos em 2000, que fora afetada por um câncer de útero, incurável. Por intercessão de Zeferino ficou saudável e veio a ter filhos. Cerca de 400.000 pessoas participam, anualmente, nas celebrações do Beato Zeferino.

Meditando em cada palavra, Zeferino fazia o sinal da cruz com tanta lentidão que causava mossa a quem o via. E corrigia os colegas ensinando-lhes a fazê-lo devagar e com devoção.

Sob este pretexto, cada um poderá avaliar o seu desempenho nessa matéria do bem fazer o sinal da cruz. Coisa triste quando se constata que muitos já não o sabem fazer e muitas famílias não o fazem nem ensinam a fazer!... Em relação a estas e outras coisas, a Sagrada Escritura insiste: “Tu as ensinarás com todo o zelo e perseverança a teus filhos. Conversarás sobre as Escrituras quando estiveres sentado em tua casa, quando estiveres andando pelo caminho, ao te deitares e ao te levantares” (Deut 6, 7).

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 18-09-2020.

 

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