terça-feira, 29 de setembro de 2020

 


 

PARÓQUIAS DE NISA

 

 

Quarta, 30 de setembro de 2020

 

 

XXVI domingo do tempo comum

 

 

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LITURGIA:

 

QUARTA-FEIRA da semana XXVI

S. Jerónimo, presbítero e doutor da Igreja – MO
Branco – Ofício da memória.
Missa da memória.

L 1 Job 9, 1-12. 14-16; Sal 87 (88), 10bc-11. 12-13. 14-15
Ev Lc 9, 57-62

 

 

S. JERÓNIMO, presbítero e doutor da Igreja

 

Nota Histórica

Nasceu em Estridon (Dalmácia) cerca do ano 340. Estudou em Roma e aí foi batizado. Tendo abraçado a vida ascética, partiu para o Oriente e foi ordenado sacerdote. Regressou a Roma e foi secretário do papa Dâmaso. Nesta época começou a revisão das traduções latinas da Sagrada Escritura e promoveu a vida monástica. Mais tarde estabeleceu-se em Belém, onde continuou a tomar parte muito ativa nos problemas e necessidades da Igreja. Escreveu muitas obras, principalmente comentários à Sagrada Escritura. Morreu em Belém no ano 420.

 

Missa

ANTÍFONA DE ENTRADA Josué 1, 8
A palavra de Deus esteja sempre nos teus lábios,
medita nela dia e noite, para observares
tudo o que está escrito na lei,
e serás feliz em todos os teus caminhos.


ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus, que destes ao presbítero São Jerónimo o dom de saborear a Sagrada Escritura e de a viver intensamente, fazei que o vosso povo se alimente cada vez mais com a vossa palavra e encontre nela a fonte da verdadeira vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I 2 Tim 3, 14-17
«Toda a Escritura, inspirada por Deus, é útil para ensinar»


Leitura da Segunda Epístola do apóstolo São Paulo a Timóteo


Caríssimo: Permanece firme no que aprendeste e aceitaste como certo, sabendo de quem o aprendeste. Desde a infância conheces as Sagradas Escrituras; elas podem dar-te a sabedoria que leva à salvação, pela fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura, inspirada por Deus, é útil para ensinar, persuadir, corrigir e formar segundo a justiça. Assim o homem de Deus será perfeito, bem preparado para todas as boas obras.


Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 118 (119), 9 e 10.11 e 12.13 e 14 (R.12b)
Refrão: Ensinai-me, Senhor,
o caminho dos vossos mandamentos.


Como há de o jovem manter puro o seu caminho?
Guardando as vossas palavras.
De todo o coração Vos procuro,
não me deixeis afastar dos vossos mandamentos.

Conservo a vossa palavra dentro do coração,
para não pecar contra Vós.
Bendito sejais, Senhor,
ensinai-me os vossos decretos.

Enuncio com os meus lábios
todos os juízos da vossa boca.
Sinto mais alegria em seguir as vossas ordens
do que em todas as riquezas.


ALELUIA Filip 3, 8-9
Refrão: Aleluia. Repete-se
Considero todas as coisas como prejuízo,
para ganhar a Cristo e n’Ele me encontrar. Refrão


EVANGELHO Lc 9, 57-62
«Seguir-Te-ei para onde quer que fores».


O reino de Deus exige de todos abertura e acolhimento. Em três breves episódios, faz-se a explicação do que significa: “Seguir Jesus”. É atitude que exige sempre grande disponibilidade, tanto exterior, como interior, que só a grande fé em Jesus pode inspirar. E a fé fará descobrir que Ele e o reino que Ele anuncia estão acima de todos os demais interesses humanos.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, Jesus e os seus discípulos iam a caminho de Jerusalém, quando alguém Lhe disse: «Seguir-Te-ei para onde quer que fores». Jesus respondeu-lhe: «As raposas têm as suas tocas e as aves do céu os seus ninhos; mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça». Depois disse a outro: «Segue-Me». Ele respondeu: «Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar meu pai». Disse-lhe Jesus: «Deixa que os mortos sepultem os seus mortos; tu, vai anunciar o reino de Deus». Disse-Lhe ainda outro: «Seguir-Te-ei, Senhor; mas deixa-me ir primeiro despedir-me da minha família». Jesus respondeu-lhe: «Quem tiver lançado as mãos ao arado e olhar para trás não serve para o reino de Deus».


Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Concedei-nos, Senhor, que, a exemplo de São Jerónimo, depois de termos meditado na vossa palavra, nos aproximemos dignamente do vosso altar para Vos oferecer o sacrifício da salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Jer 15, 16
Alimentei-me com a vossa palavra
e o meu coração exultou de alegria,
porque sobre mim foi invocado o vosso nome,
Senhor Deus do universo.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Este alimento que recebemos, Senhor, ao celebrar com alegria a festa de São Jerónimo, desperte os corações dos vossos fiéis, para que, meditando sempre na Sagrada Escritura, vejam o caminho a seguir e, seguindo-o fielmente, alcancem a vida Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

 

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AGENDA DO DIA

 

 

17.00 horas: Missa em Gáfete

18.00 horas: Missa em Tolosa

18.00 horas: Missa em Nisa.

 

 

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A VOZ DO PASTOR

 

 

UM JOVEM MILITAR ANTE AS FRAQUEZAS DO PODER

 

Francisco não deixou de lembrar este jovem militar na Exortação Cristo Vive. A sua iconografia é inconfundível. Aparece amarrado a um troco de árvore com o corpo ferido por setas. A forma de execução fez dele um tema recorrente de pintores, escritores, escultores, de expressões artísticas de vária ordem. Quase não há igreja ou capela que não tenha a sua imagem em arte popular ou mais sofisticada. Dá nome a pessoas, instituições, terras, cidades, aldeias, ruas... É invocado contra as doenças contagiosas, contra a fome e a guerra. É São Sebastião, um dos jovens mais celebrado. Três setas, uma em pala e duas em aspa, e as três atadas por um fio, constituem as suas armas ou insígnias. Vamos recordá-lo.

Uns dizem que nasceu no sul de França. Outros, em Milão, nos fins do século III, duma família nobre. O que é mais certo é que cresceu e foi educado em Milão, sendo uma pessoa que se impunha pela sua figura e qualidades. Respeitado por todos, foi também estimado pela nobreza. Seu pai era militar, ele quis seguir a carreira do pai. De Milão, desloca-se para Roma, onde grassavam as mais severas perseguições contra os cristãos. Alistado nas legiões do imperador, a sua agradável presença, coragem e dedicação logo se fizeram notar, acabando por ser nomeado comandante da guarda pessoal do imperador, a Guarda Pretoriana, cargo que só se dava a pessoas de gabarito e de total confiança. Se a sua dedicação à carreira militar merecia os maiores elogios dos seus companheiros e do próprio imperador, também a sua fé e a coerência de vida, sem subserviências, sem alardes nem falsidades, é digna de todos os aplausos e encómios. Como cidadão do Império romano, na destacada posição e missão que lhe estava confiada, foi grande na sua dedicação ao imperador e à pátria. Como cidadão do Reino de Deus, foi jovem cristão de gema e garra, sempre fiel aos seus princípios e defensor dos cidadãos desse Reino, terrivelmente perseguidos. Sempre que podia, lá partia, com alegria e coragem, a visitar e ajudar os cristãos encarcerados, os torturados, os mais fracos, os doentes, os necessitados, as vítimas do ódio. A todos consolava e animava a permanecerem fortes e firmes na fé, até ao martírio, em fidelidade a Cristo e ao seu Batismo.

         De facto, desde que haja consciência do que significa ser cristão, o bem fazer e a santidade são possíveis em qualquer circunstância e situação, em qualquer trabalho ou cargo de autoridade, em qualquer idade e vocação, em qualquer compromisso humano desde que guiados por um coração sincero e convertido, sem medo nem cobardias. E a sociedade precisa destes testemunhos!...

Denunciado por um pide ou bufo do seu tempo, por um governador romano que não apreciava este seu jeito de ser e estar, veio a saborear o pão que o diabo amassou. Julgado sumariamente, foi acusado de traição. Forçado a renunciar ao cristianismo, permaneceu firme na fé apresentando os motivos que o animavam a seguir a fé cristã e a socorrer os perseguidos. Contestando o imperador, rogou-lhe que deixasse de perseguir os cristãos, garantindo-lhe que não eram subversivos, não faziam mal a ninguém, não eram seus inimigos nem inimigos do Estado, antes pelo contrário. O imperador, surdo no seu poder endeusado e de olhar vesgo por meros preconceitos, não dá o braço a torcer. Enraivecido com a firmeza e os argumentos de Sebastião, puxa pela sua importância de tirano, manda-o matar. Os soldados levaram-no, despiram-no, amarraram-no a um tronco de árvore, fizeram dele um alvo para o arremesso de flechas. Satisfeitos com obra tão miserável, abandonaram-no para que sangrasse até a morte. Ao cair da noite, uma senhora chamada Irene, com algumas amigas, foram recolher o corpo de Sebastião para o sepultarem. Espantadas no inesperado, constataram que o ‘morto’ estava vivo. Desamarraram-no, esconderam-no em casa de Irene, cuidaram-lhe das feridas. Já com algumas forças e a determinação de sempre, mas ainda não completamente restabelecido, Sebastião, no seu zelo pela Igreja perseguida, não teve paciência para esperar mais tempo. E eis que se apresenta, de novo e determinado, junto do imperador para defender os cristãos e para lhe condenar a sua forma impiedosa e injusta com que os tratava. Mesmo à distância, e fora desses apertos, bem poderemos nós imaginar o embate desse momento!...

O imperador, boquiaberto e incrédulo pelo que via, ouviu e engoliu a surpresa, mas voltou a reagir com os preconceitos e outras maleitas aliadas às fraquezas do poder. E, de novo, repete a dose, reforçada. Ordena que seja torturado e espancado até à morte. E, para impedir que o corpo fosse venerado pelos cristãos, manda que seja lançado ao esgoto público da cidade, o lugar mais imundo de Roma.

         Faleceu a 20 de janeiro, pelo ano de 286, com cerca de trinta anos. Outros cristãos resgataram o seu corpo e sepultaram-no nas catacumbas, sob a Via Ápia. Mais tarde, no ano de 680, as suas relíquias foram solenemente transportados para uma Basílica em Roma.

A perseguição por causa da fé continua hoje a não dar tréguas. Mais de 300 milhões de fiéis sofrem a discriminação e a perseguição religiosa. Um em cada sete vive num país onde a perseguição é uma realidade diária. São expulsos, deslocados, discriminados, torturados e mortos por professarem a sua fé em Jesus Cristo. Se, porém, olharmos noutro sentido, constataremos também outra espécie de martírio, de testemunho, de santidade, quer nas situações limite quer nas rotinas diárias que a vida impõe no trabalho, na profissão, no estudo, na vizinhança, na convivência social, na coerência da vida com a fé, na honestidade em negócios e atividade, nas tarefas domésticas, nos pais que criam e educam os seus filhos com amor e responsabilidade, nos doentes e idosos que continuam a sorrir para a vida e a unir o seu sofrimento ao sofrimento de Cristo pela salvação do mundo, na autoridade que serve honestamente, que renuncia à corrupção e se empenha pelo bem comum....

Francisco recorda-nos que "nos momentos difíceis da história" é costume afirmar-se que "a pátria precisa de heróis”. Isso é verdade, diz ele. Mas acrescenta que a Igreja, hoje, também precisa de heróis, isto é, precisa de “testemunhas, de mártires". Precisa de testemunhas no quotidiano da vida sejam quais forem as circunstâncias existenciais de cada um!

 

Antonino Dias     

Portalegre-Castelo Branco, 25-09-2020.

 

 

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