PARÓQUIAS DE NISA
Segunda,
14 de setembro de 2020
XXIV
semana do tempo comum
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SEGUNDA-FEIRA
da semana XXIV
Exaltação da Santa Cruz – FESTA
Vermelho – Ofício da festa. Te Deum.
Missa própria, Glória, pf. próprio ou I da Paixão.
L 1 Num 21, 4b-9 ou Filip 2, 6-11; Sal 77 (78), 1-2. 34-35. 36-37. 38
Ev Jo 3, 13-17
* Proibidas as Missas de defuntos, excepto a exequial.
* Na Diocese de Aveiro – Aniversário da entrada solene de D. António Manuel
Moiteiro Ramos.
* Na Diocese de Bragança-Miranda – Exaltação da Santa Cruz – FESTA; na Basílica
de Santo Cristo de Outeiro, Titular – SOLENIDADE.
* Na Congregação da Paixão de Jesus Cristo – Exaltação da Santa Cruz – FESTA a
celebrar como SOLENIDADE
* Na Prelatura da Santa Cruz e Opus Dei – Exaltação da Santa Cruz, Titular –
FESTA
* Na Congregação das Irmãs Servas de Maria Reparadoras – I Vésp. de Nossa
Senhora das Dores.
* No Instituto das Filhas da Caridade Canossianas – I Vésp. de Nossa Senhora
das Dores.
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EXALTAÇÃO DA
SANTA CRUZ
Nota
Histórica:
Foi na Cruz que Jesus Cristo
ofereceu ao Pai o Seu Sacrifício, em expiação dos pecados de todos os homens.
Por isso, é justo que veneremos o sinal e o instrumento da nossa libertação.
Objecto de desprezo, patíbulo de infâmia, até ao momento em que Jesus
«obediente até à morte» nela foi suspenso, a Cruz tornou-se, desde então,
motivo de glória, polo de atração para todos os homens.
Ao celebrarmos esta festa,
nós queremos proclamar que é da cruz, «sinal do amor universal de Deus, fonte
de toda a graça» (N.A., 4) que deriva toda a vida de Igreja. Queremos também
manifestar o nosso desejo de colaborar com Cristo na salvação dos homens,
aceitando a Cruz, que a carne e o mundo fizeram pesar sobre nós (G.S. 38).
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA cf.
Gal 6, 14
Toda a nossa glória está na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo.
N’Ele está a nossa salvação, vida e ressurreição.
Por Ele fomos salvos e livres.
Diz-se o Glória.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que, na vossa infinita misericórdia,
quisestes que o vosso Filho sofresse o suplício da cruz
para salvar o género humano,
concedei que, tendo conhecido na terra o mistério de Cristo, mereçamos alcançar
no Céu os frutos da redenção.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Quando esta festa não ocorre ao
domingo, escolhe-se uma só destas leituras antes do Evangelho.
LEITURA I Num
21, 4b-9
«Quem era mordido, olhava para a serpente de bronze e ficava curado»
Leitura do Livro
dos Números
Naqueles dias,
o povo de Israel impacientou-se
e falou contra Deus e contra Moisés:
«Porque nos fizeste sair do Egipto,
para morrermos neste deserto?
Aqui não há pão nem água
e já nos causa fastio este alimento miserável».
Então o Senhor mandou contra o povo serpentes venenosas
que mordiam nas pessoas
e morreu muita gente de Israel.
O povo dirigiu-se a Moisés, dizendo:
«Pecámos, ao falar contra o Senhor e contra ti.
Intercede junto do Senhor,
para que afaste de nós as serpentes».
E Moisés intercedeu pelo povo.
Então o Senhor disse a Moisés:
«Faz uma serpente de bronze e coloca-a sobre um poste.
Todo aquele que for mordido e olhar para ela
ficará curado».
Moisés fez uma serpente de bronze e fixou-a num poste.
Quando alguém, era mordido por uma serpente,
olhava para a serpente de bronze e ficava curado.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 77 (78),
1-2.34-35.36-37.38 (R. cf. 7c)
Refrão: Não esqueçais as obras do Senhor.
Escuta, meu povo, a minha instrução,
presta ouvidos às palavras da minha boca.
Vou falar em forma de provérbio,
vou revelar os mistérios dos tempos antigos.
Quando Deus castigava os antigos, eles O procuravam,
tornavam a voltar-se para Ele
e recordavam-se de que Deus era o seu protector,
o Altíssimo o seu redentor.
Eles, porém, enganavam-n’O com a boca
e mentiam-Lhe com a língua;
o seu coração não era sincero,
nem eram fiéis à sua aliança.
Mas Deus, compadecido, perdoava o pecado
e não os exterminava.
Muitas vezes reprimia a sua cólera
e não executava toda a sua ira.
LEITURA II Filip 2, 6-11
«Humilhou-Se a Si próprio; por isso Deus O exaltou»
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses
Cristo Jesus, que era de condição divina,
não Se valeu da sua igualdade com Deus,
mas aniquilou-Se a Si próprio.
Assumindo a condição de servo,
tornou-Se semelhante aos homens.
Aparecendo como homem,
humilhou-Se ainda mais,
obedecendo até à morte
e morte de cruz.
Por isso Deus O exaltou
e Lhe deu um nome que está acima de todos os nomes,
para que ao nome de Jesus todos se ajoelhem
no céu, na terra e nos abismos,
e toda a língua proclame que Jesus Cristo é o Senhor,
para glória de Deus Pai.
Palavra do Senhor.
ALELUIA
Refrão: Aleluia. Repete-se
Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo,
que pela vossa santa cruz remistes o mundo. Refrão
EVANGELHO Jo 3, 13-17
«O Filho do homem será exaltado»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos:
«Ninguém subiu ao Céu
senão Aquele que desceu do Céu: o Filho do homem.
Assim como Moisés elevou a serpente no deserto,
também o Filho do homem será elevado,
para que todo aquele que acredita
tenha n’Ele a vida eterna.
Deus amou tanto o mundo
que entregou o seu Filho Unigénito,
para que todo o homem que acredita n’Ele
não pereça, mas tenha a vida eterna.
Porque Deus não enviou o seu Filho ao mundo
para condenar o mundo,
mas para que o mundo seja salvo por Ele».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Purificai-nos de todas as culpas, Senhor,
pela oblação deste sacrifício,
que no altar da cruz tirou o pecado do mundo.
Por Nosso Senhor.
PREFÁCIO O triunfo glorioso da cruz
V. O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
V. Corações ao alto.
R. O nosso coração está em Deus.
V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus.
R. É nosso dever, é nossa salvação.
Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente,
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças, sempre e em toda a parte.
Na árvore da cruz estabelecestes a salvação da humanidade,
para que donde viera a morte daí ressurgisse a vida
e aquele que vencera na árvore do paraíso
fosse vencido na árvore da cruz,
por Cristo nosso Senhor.
Por Ele, numa só voz, os Anjos e os Arcanjos
e todos os coros celestes
proclamam com júbilo a vossa glória.
Permiti que nos associemos às suas vozes,
cantando humildemente o vosso louvor:
Santo, Santo, Santo.
Pode dizer-se o prefácio da Paixão do Senhor I
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Jo 12, 32
Quando Eu for levantado da terra,
atrairei tudo a Mim, diz o Senhor.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor Jesus Cristo,
que nos alimentais nesta mesa sagrada,
fazei que o vosso povo,
resgatado pela cruz redentora,
seja conduzido à glória da ressurreição.
Vós que sois Deus com o Pai na unidade do Espírito Santo.
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AGENDA
DO DIA
18.00 horas: Missa em Nisa
– Espírito Santo
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A
VOZ DO PASTOR
DOMINGOS SÁVIO ENTRE OS SÁBIOS DO
SABER VIVER
Os sinos repenicaram e os aplausos troaram naquela
grande praça cujas colunatas de Bernini abraçam a praça, a cidade e o mundo. A
Rádio Vaticano anunciava que a Basílica e a Praça de São Pedro eram o palco de
uma verdadeira festa salesiana. Foi em 5 de março de 1950. Quatro anos depois,
em 13 de junho de 1954, a festa repetia-se. A multidão era muito maior, muito
maior foi o aplauso. Na primeira festa, dezenas de milhares de jovens de todo o
mundo, associavam-se à multidão para celebrar a Beatificação de Domingos Sávio
por Pio XII, um estudante de 14 anos como que a dizer-nos que a santidade é
possível em todas as idades e condições. Na segunda festa, voltaram a soar os
sinos pela sua canonização. Mais de vinte e cinco mil estudantes dos Colégios
Salesianos lá estavam associados à Igreja Universal para aplaudir e agradecer
aquele jovenzinho, verdadeiro estimulo nos caminhos da santidade.
Concretizava-se assim aquilo que o Padre João Bosco havia dito em 13 de
setembro de 1862: “Eu vos garanto que teremos jovens da casa elevados às honras
dos altares”.
O Padre João Bosco, canonizado em 1934, foi o
fundador da Sociedade de São Francisco de Sales, a Sociedade Salesiana. Mais
tarde, com Maria Domingas Mazzarello, canonizada em 1951, fundou o Instituto
das Filhas de Maria Auxiliadora, um Instituto de Vida Consagrada feminina, bem
como constituiu a Associação leiga dos Cooperadores Salesianos. Têm como
carisma e missão a educação, a promoção e a evangelização dos jovens. Se os
santos e as santas são a mais fina flor da humanidade, Domingos Sávio foi a
primeira a sair desses jardins salesianos para perfumar e embelezar a Igreja e
a sociedade.
Nascido em 2 de abril de 1842, nos arredores de
Turim, Itália, Domingos era um dos três filhos de Brígida, costureira, e de
Carlos Sávio, ferreiro, uma família exemplar na vivência da fé e rica em
valores humanos. Desde pequenito que chamava a atenção pela sua maneira de ser
e estar, pelos seus gestos, atitudes e sentimentos, pelo seu gosto em
frequentar a igreja e ajudar à Missa. Não raro, se a igreja estivesse fechada,
ajoelhava-se à porta e ali ficava em oração, “nevasse ou chovesse, fizesse frio
ou calor”. Aos sete anos fez a primeira comunhão, afirmando anos mais tarde que
foi “o mais belo dia” da sua vida. Nessa ocasião, traçara um projeto de vida em
que se prometia frequentar os sacramentos, santificar os dias festivos, ter
como amigos Jesus e Maria, e, “antes morrer que pecar”.
Aos doze anos de idade encontrou-se com o Padre João
Bosco pedindo-lhe para ser admitido no Oratório de São Francisco de Sales, em
Turim, porque queria ser Padre. Dom Bosco, acolheu o rapazito que lhe pareceu e
comentou ser boa fazenda, bom pano, ripostando Domingos que, então, fosse ele o
seu alfaiate. Logo se destaca pela “exata observância do regulamento da casa, a
empenhada aplicação no estudo, o cumprimento fervoroso dos deveres, a
frequência dos Sacramentos da Confissão e da Comunhão, a disponibilidade com
que acolhia e ajudava os companheiros”, como afirmam fontes salesianas das
quais me estou a servir. A sua presença e testemunho caraterizavam-se pela
alegria: “Sei que posso tornar-me santo, sendo alegre”. E logo cacarejava aos
recém-chegados a importância dessa virtude e aquilo que a podia rapinar: «nós
aqui – dizia ele - fazemos consistir a santidade no estar muito alegres”. E
acrescentava: “procuramos apenas evitar o pecado, como um grande inimigo que
nos rouba a graça de Deus e a paz do coração, e de cumprir exatamente os nossos
deveres».
Sempre humilde e respeitoso, preferia mais ouvir do
que falar, embora logo surgisse a serenar as desavenças entre os colegas, mesmo
junto daqueles dos quais sofrera alguns dissabores, aquilo que leva hoje muitos
sábios da nossa praça a espirrar e explicar ciência, chamando-lhe bullying.
Não sei se consta em alguma biografia dele, mas
quando eu andava lá pelos bancos do aprender a aprender e em idade de melhor
fixar o que esbarrava ou beliscava os ouvidos da normalidade, gravei cá no
cinemascópio da memória o que um ou outro Formador nos dizia sobre São
Domingos. Se estivesse a estudar e tocasse a campainha para o recreio, por
exemplo, e se ele estivesse a escrever o “i”, era tão exímio na obediência que
nem sequer colocava o pontinho sobre o “i”, isso ficava para o depois. Ora, se
o “i” fosse tão alto como um obelisco egípcio e o pontinho a colocar, lá no seu
mais alto, fosse uma enorme bola de pedra, com certeza que deixar de o fazer
seria um grande e desejado alívio nessa pesada, difícil e perigosa trabalheira.
Até poderia estar aí o absurdo da nossa própria vida, se o ponto, já perto do
topo, sempre caísse fazendo-nos recomeçar a tarefa. Assim tal como Albert
Camus, em “O Mito de Sísifo”, nos torna presente o castigo dado a esse
personagem da mitologia grega para nos fazer filosofar sobre os absurdos do
quotidiano existencial. De facto, isso de deixar de colocar o pontinho encima
do dito cujo... só mesmo de santos!... ou só mesmo de educadores a puxar pela
guelra dos educandos!... Fosse lá como fosse, sempre fazia levantar a fasquia
pessoal no desafio à exigência do cumprimento do dever...
São João Bosco, que considerava Domingos “de boa índole
e muito piedoso”, afirmou: “Descobri naquele adolescente uma alma totalmente
conforme ao espírito do Senhor, e fiquei surpreendido considerando os efeitos
que a graça de Deus tinha operado em Domingos”. De facto, tocado pelo carisma
salesiano, tinha como meta alcançar a santidade e despertar nos outros isso
mesmo, a conversão, a santidade, chegando a dizer: “Oh! Se eu tivesse forças e
virtude, quisera ir agora mesmo, e com sermões e bom exemplo, convertê-las
todas, a Deus”. Com esse objetivo e consagrado a Maria, chegou a fundar, com
amigos do Oratório, a Companhia da Imaculada, um instrumento para o trabalho
apostólico em grupo, donde saíram grandes colaboradores de São João Bosco. Mas,
como diz o povo, tudo vai bem enquanto há saúde. Domingos, aos 14 anos, adoeceu
com tuberculose, foi perdendo o petite, piorou, regressou à casa paterna,
acamou, sujeitou-se aos tratamentos da época que, apesar de incómodos e
dolorosos, suportava com toda a serenidade. Tendo a perceção da evolução da
doença, pediu a presença do seu Pároco. Depois de quatro dias, apesar da
convicção do médico e de seus pais de que ele iria melhorar, Domingos pediu a
Santa Unção. Seus pais, para o animar, obtiveram-lhe uma bênção papal. Na noite
do dia 9 de março de 1857, após uma nova visita do seu Pároco, pediu a seu pai
que lhe lesse orações para ter uma morte serena. Cansado, adormeceu por algum
tempo, mas logo acordou, perguntando o que é que o Pároco lhe tinha dito, pois
já não se lembrava. Despedindo-se dos pais, e agraciado na hora da morte,
exclamou: “Oh, que linda visão estou a ter! Que lindo!”. A notícia da sua morte
correu célere, seu pai comunicou-a a São João Bosco: “É com lágrimas nos olhos
que lhe dou esta notícia: o meu querido filho Domingos recolheu a alma a Deus,
ontem à tarde, 9 de Março”.
Dom Bosco escreveu a sua biografia e diz-se que
chorava cada vez que a relia. Nela conta que em várias ocasiões viu Domingos
estasiado depois de receber a Sagrada Comunhão. Um dia, encontrou-o no coro da igreja,
não resistiu em lhe falar: “Fui ver – conta Dom Bosco – e encontrei Domingos
que falava e depois se calava, como à espera de uma resposta. Entre outras
coisas ouvia claramente estas palavras: ‘Sim, meu Deus, já vos disse e vo-lo
digo de novo: amo-vos e quero amar-vos até à morte. Se virdes que vos hei de
ofender, enviai-me a morte: sim, antes a morte que o pecado”. Quando lhe
perguntou o que fazia nesses momentos, Domingos respondeu: “Pobre de mim,
vem-me uma distração, e naquele momento perco o fio das orações, e parece-me
ver coisas tão belas que as horas fogem sem que eu dê por isso”.
Domingos Sávio mostra do que são capazes os jovens
quando se abrem ao encontro com Cristo, o verdadeiro Amigo que provoca,
interpela, atrai, inspira, desafia e faz-se companheiro de viagem nas aventuras
duma vida com sentido.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo
Branco, 11-09-2020.
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