PARÓQUIAS DE NISA
Sábado, 26 de setembro de 2020
XXV semana do
tempo comum
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LITURGIA:
SÁBADO
da semana XXV
Santa Maria no Sábado – MF
S. Cosme e S. Damião, mártires – MF
Verde ou br. ou verm. – Ofício da féria ou da memória.
Missa à escolha (cf. p. 18, n. 18).
L 1 Co 11, 9 – 12, 8; Sal 89 (90), 3-4.
5-6. 12-13. 14 e 17
Ev Lc 9, 43b-45
* Na Ordem Franciscana (III Ordem) – S. Elzeário de Sabran e B. Delfina,
esposos, da III Ordem – MF
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – Bb. Aurélio de Vinalesa e
Companheiros, mártires, da I Ordem – MF
* Na Congregação das Filhas de São Camilo – B. Luís Tezza, presbítero, Fundador
com a B. Josefina Vannini, da Congregação – FESTA
* Na Congregação do Santíssimo Redentor – B. Gaspar Stanggassinger, presbítero
– MO
* Na Congregação da Missão e na Companhia das Filhas da Caridade – I Vésp. de
S. Vicente de Paulo.
* I Vésp. do domingo – Compl. dep. I Vésp. dom.
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Missa
ANTÍFONA DE ENTRADA
Eu sou a salvação do meu povo, diz o Senhor.
Quando chamar por Mim nas suas tribulações,
Eu o atenderei e serei o seu Deus para sempre.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que fizestes consistir a plenitude da lei
no vosso amor e no amor do próximo,
dai-nos a graça de cumprirmos este duplo mandamento,
para alcançarmos a vida eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos pares) Co 11, 9 – 12,
8
«Lembra-te do teu Criador nos dias da juventude,
antes que o pó volte à terra e o espírito regresse para Deus»
Se cada coisa tem o seu tempo, também a vida de cada um de nós conhecerá dias
de frescura e sonho, como são os da juventude, e dias carregados de
experiências dolorosas, como são os da velhice. Mas, nem os primeiros, com as
alegrias e prazeres próprios dessa idade e que são dons de Deus para serem bem
aproveitados, nem os últimos, com a cor cinzenta do entardecer, hão de fazer
esquecer o Criador, origem da vida e que nos acompanha sempre em todos os
momentos do nosso peregrinar por este mundo. O autor sagrado descreve esta
curva, da mocidade à velhice, num poema cheio de imagens muito belas, tiradas
da observação da vida e dos ritmos da natureza.
Leitura do Livro
de Coelet
Regozija-te, ó jovem, durante a mocidade e sê feliz na flor dos teus anos.
Segue os caminhos do teu coração e os atractivos dos teus olhos, mas tem
presente que Deus te pedirá contas de tudo isto. Lança fora do teu coração a
tristeza e afasta do teu corpo o sofrimento, porque a juventude e flor da idade
são efémeras. Lembra-te do teu Criador nos dias da juventude, antes de chegarem
os dias maus e de virem os anos em que dirás: «Eles não me agradam nada»; antes
de escurecerem o sol, a luz, a lua e as estrelas, e de voltarem as nuvens
depois da chuva; quando começarem a tremer os guardas da casa e a vergarem-se
os homens robustos; quando as mulheres, uma após outra, deixarem de moer e
caírem na obscuridade as que olham pelas janelas; quando se fecharem as portas
que dão para a rua e afroixar o ranger do moinho; quando se calar a voz do
passarinho e acabarem todas as canções; quando se começa a temer a subida e a
tremer durante a caminhada. E enquanto a amendoeira floresce, o gafanhoto se
torna pesado e a alcaparra deixa cair os seus frutos, o homem encaminha-se para
a sua morada eterna e os carpidores percorrem as ruas. Lembra-te do teu
Criador, antes que se rompa o fio de prata e se quebre a lâmpada de ouro, que a
bilha se parta junto à fonte e a roldana rebente no poço, que o pó regresse à
terra de onde veio e o espírito volte para Deus que o criou. Vaidade das
vaidades – diz Coelet – tudo é vaidade.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 89 (90), 3-4.5-6.12-13.14 e 17 (R. 1)
Refrão: Senhor, tendes sido o nosso
refúgio
através das gerações. Repete-se
Vós os arrebatais como um sonho,
como a erva que de manhã reverdece;
de manhã floresce e viceja,
de tarde ela murcha e seca. Refrão
Ensinai-nos a contar os nossos dias,
para chegarmos à sabedoria do coração.
Voltai, Senhor! Até quando...
Tende piedade dos vossos servos. Refrão
Saciai-nos desde a manhã com a vossa bondade,
para nos alegrarmos e exultarmos todos os dias.
Desça sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus.
Confirmai, Senhor, a obra das nossas mãos. Refrão
ALELUIA cf. 2 Tim 1, 10
Refrão: Aleluia. Repete-se
Jesus Cristo, nosso Salvador, destruiu a
morte
e fez brilhar a vida por meio do Evangelho. Refrão
EVANGELHO Lc 9, 43b-45
«O Filho do homem vai ser entregue.
Eles tinham medo de O interrogar sobre tal assunto»
O mistério da Cruz, que não é outro senão o mistério Pascal da salvação do
mundo em Cristo morto e ressuscitado, domina toda a vida de Jesus. Para os
discípulos de todos os tempos, ele será sempre uma realidade misteriosa,
difícil de ser acreditada. No entanto, é nele que se revela todo o mistério de
Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador.
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, estavam todos admirados com tudo o que Jesus fazia. Então Ele
disse aos discípulos: «Escutai bem o que vou dizer-vos. O Filho do homem vai
ser entregue às mãos dos homens». Eles, porém, não compreendiam aquelas
palavras; eram misteriosas para eles e não as entendiam. Mas tinham medo de O
interrogar sobre tal assunto.
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai benignamente, Senhor, os dons da vossa Igreja,
para que receba nestes santos mistérios
os bens em que pela fé acredita.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 118, 4-5
Promulgastes, Senhor,
os vossos preceitos para se cumprirem fielmente.
Fazei que os meus passos sejam firmes
na observância dos vossos mandamentos.
Ou Jo 10, 14
Eu sou o Bom Pastor, diz o Senhor;
conheço as minhas ovelhas
e as minhas ovelhas conhecem-Me.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Sustentai, Senhor, com o auxílio da vossa graça
aqueles que alimentais nos sagrados mistérios,
para que os frutos de salvação
que recebemos neste sacramento
se manifestem em toda a nossa vida.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
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AGENDA
DO DIA
09.30 horas: Funeral em Arez
16.00 horas: Missa no Pardo
18.00 horas; Missa em Nisa
18.00 horas; Missa em Alpalhão.
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A
VOZ DO PASTOR
UM JOVEM DOS PAMPAS – UM MAPUCHE
Torno presente mais
um dos jovens que o Papa Francisco apresenta na sua Exortação Apostólica Cristo
Vive, como estímulo à santidade no quotidiano da vida. Servir-me-ei de fontes
Salesianas e da própria página do Vaticano. Trata-se de Zeferino Namuncurá, um
cidadão dos pampas, filho e neto de grandes caciques da nação mapuche. Era um
mapuche, um homem da terra, nascido a 26 de agosto de 1886, em Chimpaym, nas
margens do Rio Negro, nas terras aroucanas entre a Argentina e o Chile. Fernão
de Magalhães e a sua comitiva, quando lá chegaram por volta de 1520, logo deram
nome aos nativos. Tendo desembarcado, depararam com umas pegadas de tal
envergadura que logo imaginaram que seria um povo de gigantes! Deram-lhe o nome
de patagões, os de pé grande, de “pata grande”, da Patagónia. A ser verdade, é
possível que tivessem entrado naquelas terras à espera que pulasse detrás de
algum chaparro ou esquina, uma abada de gente de “pata ao léu”, de pé descalço,
uma patuleia comandada por uma qualquer Maria da Fonte, lá do sítio, a
esbaforir danação e com a vontade de lhes fueirar as costas e lhes chegar a
roupa ao pelo por andarem por terra alheia!... O desassossego desta gente,
porém, jamais terminou, continua a lutar pela sua sobrevivência e cultura
milenar!...
Se tais zonas têm
paisagens de belo horrível, de encher o olho e convidar à contemplação, é uma
terra difícil, uma “terra dura, estéril, flagelada pelo vento ou queimada pelo
sol, imobilizada pela neve ou encharcada pela chuva”. O seu povo era “um povo
acostumado a combater desde o amanhecer até ao anoitecer e, frequentemente,
também do anoitecer até ao amanhecer contra os elementos naturais. Zeferino foi
forjado por esta terra, obrigado a crescer depressa, como todos os seus
coetâneos; uma infância curta, uma adolescência mais ou menos inexistente. A
vida nos pampas exige de quem tem 9 ou 10 anos a agilidade de um adulto:
cavalgar, caçar, pescar, usar as bolas com extrema precisão, conhecer, enfim,
todos os truques para a sobrevivência”.
Seu pai teve de se
render às tropas da República Argentina. Elevado à patente de Coronel,
deslocou-se para Buenos Aires. Algum tempo depois, Zeferino também parte para
Buenos Aires, para estudar e se preparar para um dia voltar à terra para
defender a sua raça. Depois de ter frequentado, por pouco tempo, uma escola
estatal, mas cujo ambiente escolar não apreciava, falou com seu pai e, em 20 de
setembro de 1897, foi matriculado, como aluno interno, num Colégio Salesiano.
Dedicou-se diligentemente ao estudo, procurando na fé o apoio para superar os
próprios limites. Enamorado por Dom Bosco, e tendo escolhido Domingos Sábio
como modelo, desejava ser sacerdote salesiano para evangelizar a sua gente.
Como filho livre do descampado, o colocar-se na fila e obedecer ao toque da
sineta não lhe eram coisa fácil. Mas foi sempre exemplar nos deveres
cotidianos, no relacionamento social, no estudo, na oração e na participação
comunitária. O “contacto com os sacerdotes salesianos de grande talento
apostólico e cultural, iniciou uma rápida transformação que se tornou nele um
propósito permanente”: "Vim estudar para ser útil ao meu povo”. Ele
encarnava em si os sofrimentos, as preocupações, a cultura e as aspirações do
seu povo, procurando adaptar e assimilar a fé e a cultura cristã nesse contexto
cultural, enriquecendo-o. Como afirmou Bento XVI, "o Evangelho nunca
destrói os valores que há numa cultura, mas os assimila e aperfeiçoa. O novo
beato nunca esqueceu que era indígena e sempre tratou de ser útil à sua
gente".
Em princípios de
1902 foi-lhe diagnosticada a tuberculose. Na esperança de que os ares da sua
terra o ajudassem a recuperar, muda-se para Viedma, capital do Vicariato
Apostólico. Aí frequentou o Colégio de São Francisco de Sales, como aspirante
salesiano, sendo acompanhado pelos médicos.
Em julho de 1904,
com 17 anos, devido à sua frágil saúde, é levado para Turim, na Itália. Os
salesianos acreditavam que ele poderia continuar a cuidar da saúde e a estudar
rumo ao sacerdócio, primeiro na escola de Turim, depois no Colégio Salesiano de
Vila Sora, em Frascati. Em Turim, conversou várias vezes com o Beato Miguel
Rua, o primeiro sucessor de São João Bosco. O que mais o marcou, porém, foi o
encontro de alguns salesianos com o Papa Pio X, em 27 de setembro de 1904, em
Roma, perante o qual ele ficou encarregado de dirigir um pequeno discurso.
Terminou essa saudação, oferecendo ao Santo Padre um “quillango mapuche”, um
tipo de cobertor feito de peles de guanaco, que os indígenas usavam e era
feito, sobretudo, com a pele de um camelídeo nativo da América do Sul. Pio X
ficou comovido e retribuiu-lhe com uma medalha. No ano seguinte, a tuberculose
agravou-se. Foi internado no Hospital dos Irmãos de São João de Deus e
acompanhado pelo médico pessoal dos Papas Leão XIII e Pio X. Faleceu a 11 de
maio desse ano de 1905, com 18 anos de idade, num hospital da Ilha Tiberina, em
Roma. Uma simples cruz de madeira, ficou a assinalar a sua sepultura num
cemitério de Roma.
Antes que a Igreja
o declarasse como tal, ele foi feito santo pelo seu povo. Era um jovem portador
da “santidade dos pampas, regada pelas fadigas, valores, obediência,
suportação; sem impulsos místicos, orações martirizantes, proclamas ou
propósitos clamorosos, sem escritos exaltantes: um santo da terra, um santo ao
alcance de todos, um santo, enfim, segundo o coração de Dom Bosco, que
incentivava os seus alunos a ter duas características que pela sua simplicidade
teria provocado alguma perplexidade nos grandes santos do passado, mas que para
o sacerdote dos jovens eram o sinal inequívoco de uma santidade ao alcance dos
jovens: "honesto cidadão e bom cristão". É o quanto basta para se
tornar santo”.
Em 1924, os seus
restos mortais foram levados para a Argentina. A Beatificação, por um Delegado
do Papa, teve lugar a 11 de novembro de 2007, em Chimpaym, Rio Negro, terra
natal do jovem, perante mais de cem mil pessoas, tendo sido fixada a festa
religiosa no dia 26 de agosto, data do seu nascimento.
Em 12 de agosto de
2009, a pedido de seus familiares e com alguma polémica à mistura, os seus
restos mortais foram novamente transladados. Agora para a localidade de San
Ignacio, na província de Neuquén, onde vivem seus familiares e se encontra
sepultado o seu pai, o cacique Manuel Namuncurá, batizado aos oitenta anos. Na
Eucaristia a anteceder a transladação, participaram a sua família e também
Valeria Herrera, a jovem mãe de Córdoba, Argentina, de 24 anos em 2000, que
fora afetada por um câncer de útero, incurável. Por intercessão de Zeferino
ficou saudável e veio a ter filhos. Cerca de 400.000 pessoas participam,
anualmente, nas celebrações do Beato Zeferino.
Meditando em cada
palavra, Zeferino fazia o sinal da cruz com tanta lentidão que causava mossa a
quem o via. E corrigia os colegas ensinando-lhes a fazê-lo devagar e com
devoção.
Sob este pretexto,
cada um poderá avaliar o seu desempenho nessa matéria do bem fazer o sinal da
cruz. Coisa triste quando se constata que muitos já não o sabem fazer e muitas
famílias não o fazem nem ensinam a fazer!... Em relação a estas e outras
coisas, a Sagrada Escritura insiste: “Tu as ensinarás com todo o zelo e
perseverança a teus filhos. Conversarás sobre as Escrituras quando estiveres
sentado em tua casa, quando estiveres andando pelo caminho, ao te deitares e ao
te levantares” (Deut 6, 7).
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 18-09-2020.
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