PARÓQUIAS DE NISA
Sábado, 19 de setembro de 2020
XXIV semana do
tempo comum
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SÁBADO
da semana XXIV
Santa Maria no Sábado – MF
S. Januário, bispo e mártir – MF
Verde ou br. ou verm. – Ofício da féria ou da memória.
Missa à escolha
L 1 1 Cor 15, 35-37. 42-49; Sal 55 (56), 9ab e 10. 11-12. 13-14
Ev Lc 8, 4-15
* Na Ordem Agostiniana – S. Afonso de Orozco, presbítero – MO
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – S. Francisco Maria de Camporosso,
religioso, da I Ordem – MO
* I Vésp. do domingo – Compl. dep. I Vésp. dom.
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Missa
ANTÍFONA
DE ENTRADA cf. Sir 36, 18
Dai a paz, Senhor, aos que em Vós esperam
e confirmai a verdade dos vossos profetas.
Escutai a prece dos vossos servos e abençoai o vosso povo.
ORAÇÃO COLECTA
Deus, Criador e Senhor de todas as coisas,
lançai sobre nós o vosso olhar;
e para sentirmos em nós os efeitos do vosso amor,
dai-nos a graça de Vos servirmos com todo o coração.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos pares) 1 Cor 15, 35-37.42-49
«Assim como trazemos em nós a imagem do homem terreno,
procuremos também trazer em nós a imagem do homem celeste»
Ainda uma questão que parece preocupar os Coríntios é a da morte e a situação
depois da morte. A resposta cristã é a da ressurreição. O Apóstolo tenta
responder a possíveis dificuldades que se oferecem a pessoas que vinham de um
ambiente pagão e materialista. E recorre, primeiro, à comparação da semente
lançada à terra: embora leve em si, o gérmen da planta futura, em nada a
semente se parece ainda com ela; depois, ao paralelo entre Adão e Cristo: o primeiro,
Adão, ser vivo, mas mortal, porque terreno; o segundo, Cristo, fonte de vida,
porque celeste, vivificado pelo Espírito de Deus. Mortais em Adão, os homens
tornam-se celestes e imortais em Cristo ressuscitado.
Leitura da
Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios
Irmãos: Alguém poderia perguntar: «Como ressuscitam os mortos? Com que espécie
de corpo voltam eles?». Insensato! O que tu semeias não volta à vida sem
morrer. E o que semeias não é a planta que há de nascer, mas um simples grão,
de trigo, por exemplo, ou de qualquer outra espécie. Assim é também a
ressurreição dos mortos: semeado corruptível, o corpo ressuscita incorruptível;
semeado desprezível, ressuscita glorioso; semeado na fraqueza, ressuscita cheio
de força; semeado como corpo natural, ressuscita como corpo espiritual. Se há
um corpo natural, também há um corpo espiritual. Assim está escrito: O primeiro
homem, Adão, foi criado como um ser vivo; o último Adão tornou-se um espírito
que dá vida. O primeiro não foi o espiritual, mas o natural; depois é que veio
o espiritual. O primeiro homem, tirado da terra, é terreno; o segundo homem
veio do Céu. O homem que veio da terra é o modelo dos homens terrenos; o homem
que veio do Céu é o modelo dos homens celestes. E assim como trouxemos em nós a
imagem do homem terreno, traremos também em nós a imagem do homem celeste.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 55 (56), 9ab e 10.11-12.13-14 (R. cf.
14c)
Refrão: Caminharei na presença do Senhor.
Repete-se
Vós contastes os passos da minha vida errante
e recolhestes as minhas lágrimas.
Hão de recuar os meus inimigos,
quando eu Vos invocar.
Eu sei que Deus está por mim. Refrão
Enalteço a palavra do Senhor,
enalteço a promessa do Senhor.
Em Deus confio e nada temo:
que poderão fazer-me os homens? Refrão
Oferecer-Vos-ei sacrifícios de ação de graças,
porque salvastes a minha vida da morte;
preservastes os meus pés da queda,
para andar na vossa presença, à luz da vida. Refrão
ALELUIA cf. Lc 8, 15
Refrão: Aleluia. Repete-se
Felizes os que recebem a palavra de Deus
de coração sincero e generoso
e produzem fruto pela perseverança. Refrão
EVANGELHO Lc 8, 4-15
«A semente que caiu em boa terra são aqueles
que conservam a palavra e dão fruto pela sua perseverança»
Depois da parábola da semente lançada à terra, para explicar aos discípulos o
mistério da palavra de Deus e dos frutos que ela produz, Jesus explica porque é
que Ele usa este método para desvendar os mistérios do reino de Deus, e, por
fim, explica a própria parábola da semente. Esta parábola, por um lado, revela
a força divina da palavra de Deus, e, por outro, convida os que a escutam a
oferecerem à sementeira dela a terra de um bom coração.
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, reuniu-se uma grande multidão, que vinha ter com Jesus de todas
as cidades, e Ele falou-lhes por meio da seguinte parábola: «O semeador saiu
para semear a sua semente. Quando semeava, uma parte da semente caiu à beira do
caminho: foi calcada e as aves do céu comeram-na. Outra parte caiu em terreno
pedregoso: depois de ter nascido, secou por falta de humidade. Outra parte caiu
entre espinhos: os espinhos cresceram com ela e sufocaram-na. Outra parte caiu
em boa terra: nasceu e deu fruto cem por um». Dito isto, exclamou: «Quem tem
ouvidos para ouvir, oiça». Os discípulos perguntaram a Jesus o que significava
aquela parábola e Ele respondeu: «A vós foi concedido conhecer os mistérios do
reino de Deus, mas aos outros serão apresentados só em parábolas, para que, ao
olharem, não vejam, e, ao ouvirem, não entendam. É este o sentido da parábola:
A semente é a palavra de Deus. Os que estão à beira do caminho são aqueles que
ouvem, mas depois vem o diabo tirar-lhes a palavra do coração, para que não
acreditem e se salvem. Os que estão em terreno pedregoso são aqueles que, ao
ouvirem, acolhem a palavra com alegria, mas, como não têm raiz, acreditam por
algum tempo e afastam-se quando chega a provação. A semente que caiu entre
espinhos são aqueles que ouviram, mas, sob o peso dos cuidados, da riqueza e
dos prazeres da vida, sentem-se sufocados e não chegam a amadurecer. A semente
que caiu em boa terra são aqueles que ouviram a palavra com um coração nobre e
generoso, a conservam e dão fruto pela sua perseverança».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Ouvi, Senhor, com bondade as nossas súplicas
e recebei estas ofertas dos vossos fiéis,
para que os dons oferecidos por cada um de nós
para glória do vosso nome
sirvam para a salvação de todos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 35, 8
Como é admirável, Senhor, a vossa bondade!
A sombra das vossas asas se refugiam os homens.
Ou cf. 1 Cor 10, 16
O cálice de bênção é comunhão no Sangue de Cristo;
e o pão que partimos é comunhão no Corpo do Senhor.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor nosso Deus,
concedei que este sacramento celeste
nos santifique totalmente a alma e o corpo,
para que não sejamos conduzidos pelos nossos sentimentos
mas pela virtude vivificante do vosso Espírito.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
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AGENDA
DO DIA
15.00 horas: Missa em Salavessa
16.00 horas: Missa no Pé da Serra
16.00 horas: Missa no Pardo
18.00 horas: Missa em Nisa – Espírito Santo
18.00 horas: Missa em
Alpalhão.
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A
VOZ DO PASTOR
DOMINGOS SÁVIO ENTRE OS SÁBIOS DO SABER
VIVER
Os sinos repenicaram e os aplausos troaram naquela
grande praça cujas colunatas de Bernini abraçam a praça, a cidade e o mundo. A
Rádio Vaticano anunciava que a Basílica e a Praça de São Pedro eram o palco de
uma verdadeira festa salesiana. Foi em 5 de março de 1950. Quatro anos depois,
em 13 de junho de 1954, a festa repetia-se. A multidão era muito maior, muito
maior foi o aplauso. Na primeira festa, dezenas de milhares de jovens de todo o
mundo, associavam-se à multidão para celebrar a Beatificação de Domingos Sávio
por Pio XII, um estudante de 14 anos como que a dizer-nos que a santidade é
possível em todas as idades e condições. Na segunda festa, voltaram a soar os
sinos pela sua canonização. Mais de vinte e cinco mil estudantes dos Colégios
Salesianos lá estavam associados à Igreja Universal para aplaudir e agradecer
aquele jovenzinho, verdadeiro estimulo nos caminhos da santidade.
Concretizava-se assim aquilo que o Padre João Bosco havia dito em 13 de
setembro de 1862: “Eu vos garanto que teremos jovens da casa elevados às honras
dos altares”.
O Padre João Bosco, canonizado em 1934, foi o
fundador da Sociedade de São Francisco de Sales, a Sociedade Salesiana. Mais
tarde, com Maria Domingas Mazzarello, canonizada em 1951, fundou o Instituto
das Filhas de Maria Auxiliadora, um Instituto de Vida Consagrada feminina, bem
como constituiu a Associação leiga dos Cooperadores Salesianos. Têm como
carisma e missão a educação, a promoção e a evangelização dos jovens. Se os
santos e as santas são a mais fina flor da humanidade, Domingos Sávio foi a
primeira a sair desses jardins salesianos para perfumar e embelezar a Igreja e
a sociedade.
Nascido em 2 de abril de 1842, nos arredores de
Turim, Itália, Domingos era um dos três filhos de Brígida, costureira, e de
Carlos Sávio, ferreiro, uma família exemplar na vivência da fé e rica em
valores humanos. Desde pequenito que chamava a atenção pela sua maneira de ser
e estar, pelos seus gestos, atitudes e sentimentos, pelo seu gosto em
frequentar a igreja e ajudar à Missa. Não raro, se a igreja estivesse fechada,
ajoelhava-se à porta e ali ficava em oração, “nevasse ou chovesse, fizesse frio
ou calor”. Aos sete anos fez a primeira comunhão, afirmando anos mais tarde que
foi “o mais belo dia” da sua vida. Nessa ocasião, traçara um projeto de vida em
que se prometia frequentar os sacramentos, santificar os dias festivos, ter
como amigos Jesus e Maria, e, “antes morrer que pecar”.
Aos doze anos de idade encontrou-se com o Padre João
Bosco pedindo-lhe para ser admitido no Oratório de São Francisco de Sales, em
Turim, porque queria ser Padre. Dom Bosco, acolheu o rapazito que lhe pareceu e
comentou ser boa fazenda, bom pano, ripostando Domingos que, então, fosse ele o
seu alfaiate. Logo se destaca pela “exata observância do regulamento da casa, a
empenhada aplicação no estudo, o cumprimento fervoroso dos deveres, a
frequência dos Sacramentos da Confissão e da Comunhão, a disponibilidade com
que acolhia e ajudava os companheiros”, como afirmam fontes salesianas das quais
me estou a servir. A sua presença e testemunho caraterizavam-se pela alegria:
“Sei que posso tornar-me santo, sendo alegre”. E logo cacarejava aos
recém-chegados a importância dessa virtude e aquilo que a podia rapinar: «nós
aqui – dizia ele - fazemos consistir a santidade no estar muito alegres”. E
acrescentava: “procuramos apenas evitar o pecado, como um grande inimigo que
nos rouba a graça de Deus e a paz do coração, e de cumprir exatamente os nossos
deveres».
Sempre humilde e respeitoso, preferia mais ouvir do
que falar, embora logo surgisse a serenar as desavenças entre os colegas, mesmo
junto daqueles dos quais sofrera alguns dissabores, aquilo que leva hoje muitos
sábios da nossa praça a espirrar e explicar ciência, chamando-lhe bullying.
Não sei se consta em alguma biografia dele, mas
quando eu andava lá pelos bancos do aprender a aprender e em idade de melhor
fixar o que esbarrava ou beliscava os ouvidos da normalidade, gravei cá no
cinemascópio da memória o que um ou outro Formador nos dizia sobre São
Domingos. Se estivesse a estudar e tocasse a campainha para o recreio, por
exemplo, e se ele estivesse a escrever o “i”, era tão exímio na obediência que
nem sequer colocava o pontinho sobre o “i”, isso ficava para o depois. Ora, se
o “i” fosse tão alto como um obelisco egípcio e o pontinho a colocar, lá no seu
mais alto, fosse uma enorme bola de pedra, com certeza que deixar de o fazer
seria um grande e desejado alívio nessa pesada, difícil e perigosa trabalheira.
Até poderia estar aí o absurdo da nossa própria vida, se o ponto, já perto do
topo, sempre caísse fazendo-nos recomeçar a tarefa. Assim tal como Albert
Camus, em “O Mito de Sísifo”, nos torna presente o castigo dado a esse
personagem da mitologia grega para nos fazer filosofar sobre os absurdos do
quotidiano existencial. De facto, isso de deixar de colocar o pontinho encima
do dito cujo... só mesmo de santos!... ou só mesmo de educadores a puxar pela
guelra dos educandos!... Fosse lá como fosse, sempre fazia levantar a fasquia
pessoal no desafio à exigência do cumprimento do dever...
São João Bosco, que considerava Domingos “de boa
índole e muito piedoso”, afirmou: “Descobri naquele adolescente uma alma
totalmente conforme ao espírito do Senhor, e fiquei surpreendido considerando
os efeitos que a graça de Deus tinha operado em Domingos”. De facto, tocado
pelo carisma salesiano, tinha como meta alcançar a santidade e despertar nos
outros isso mesmo, a conversão, a santidade, chegando a dizer: “Oh! Se eu
tivesse forças e virtude, quisera ir agora mesmo, e com sermões e bom exemplo,
convertê-las todas, a Deus”. Com esse objetivo e consagrado a Maria, chegou a
fundar, com amigos do Oratório, a Companhia da Imaculada, um instrumento para o
trabalho apostólico em grupo, donde saíram grandes colaboradores de São João
Bosco. Mas, como diz o povo, tudo vai bem enquanto há saúde. Domingos, aos 14
anos, adoeceu com tuberculose, foi perdendo o petite, piorou, regressou à casa
paterna, acamou, sujeitou-se aos tratamentos da época que, apesar de incómodos
e dolorosos, suportava com toda a serenidade. Tendo a perceção da evolução da
doença, pediu a presença do seu Pároco. Depois de quatro dias, apesar da
convicção do médico e de seus pais de que ele iria melhorar, Domingos pediu a
Santa Unção. Seus pais, para o animar, obtiveram-lhe uma bênção papal. Na noite
do dia 9 de março de 1857, após uma nova visita do seu Pároco, pediu a seu pai
que lhe lesse orações para ter uma morte serena. Cansado, adormeceu por algum
tempo, mas logo acordou, perguntando o que é que o Pároco lhe tinha dito, pois
já não se lembrava. Despedindo-se dos pais, e agraciado na hora da morte,
exclamou: “Oh, que linda visão estou a ter! Que lindo!”. A notícia da sua morte
correu célere, seu pai comunicou-a a São João Bosco: “É com lágrimas nos olhos
que lhe dou esta notícia: o meu querido filho Domingos recolheu a alma a Deus,
ontem à tarde, 9 de Março”.
Dom Bosco escreveu a sua biografia e diz-se que
chorava cada vez que a relia. Nela conta que em várias ocasiões viu Domingos estasiado
depois de receber a Sagrada Comunhão. Um dia, encontrou-o no coro da igreja,
não resistiu em lhe falar: “Fui ver – conta Dom Bosco – e encontrei Domingos
que falava e depois se calava, como à espera de uma resposta. Entre outras
coisas ouvia claramente estas palavras: ‘Sim, meu Deus, já vos disse e vo-lo
digo de novo: amo-vos e quero amar-vos até à morte. Se virdes que vos hei de
ofender, enviai-me a morte: sim, antes a morte que o pecado”. Quando lhe
perguntou o que fazia nesses momentos, Domingos respondeu: “Pobre de mim,
vem-me uma distração, e naquele momento perco o fio das orações, e parece-me
ver coisas tão belas que as horas fogem sem que eu dê por isso”.
Domingos Sávio mostra do que são capazes os jovens
quando se abrem ao encontro com Cristo, o verdadeiro Amigo que provoca,
interpela, atrai, inspira, desafia e faz-se companheiro de viagem nas aventuras
duma vida com sentido.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo
Branco, 11-09-2020.
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