PARÓQUIAS DE NISA
Sexta, 18 de fevereiro de 2022
Sexta-feira da VI semana do tempo comum
LITURGIA
Sexta-feira da semana VI
S.
Teotónio, presbítero – MO
Branco – Ofício da memória.
Missa da memória.
L1: Tg 2, 14-24. 26; Sal 111 (112), 1-2. 3-4. 5-6
Ev: Mc 8, 34 – 9, 1
* Na Diocese de Coimbra (Cidade de Coimbra) e na Diocese de Viana do Castelo –
S. Teotónio, presbítero, Padroeiro secundário – MO
* Na Diocese de Viseu – S. Teotónio, presbítero, Padroeiro principal –
SOLENIDADE
* Na Ordem de São Domingos – B. João de Fiesole ou B. Angélico, presbítero – MF
S. TEOTÓNIO, presbítero
Nota
Histórica:
Nasceu em Ganfei (Valença do Minho)
aproximadamente no ano 1082 e foi educado piedosamente desde a infância. Quando
D. Crescónio, seu tio, foi nomeado bispo de Coimbra, levou-o consigo para esta
cidade e confiou ao arcediago D. Telo a sua formação nas disciplinas
eclesiásticas. Depois de ordenado sacerdote, foi nomeado prior da Igreja da Sé
de Viseu. Fez duas peregrinações à Terra Santa. No regresso da segunda
peregrinação, insistentemente convidado por D. Telo e outros dez homens de
grande virtude, fundou com eles o mosteiro da Santa Cruz em Coimbra, de que foi
membro eminente e muito admirado, nomeadamente por S. Bernardo de Claraval.
Teve também papel importante em algumas conjunturas da pátria. Morreu em 1162.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Salmo 137, 7
Entremos no santuário do Senhor,
prostremo-nos a seus pés.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus, que pela palavra e pelo exemplo de São Teotónio reformastes
a disciplina religiosa, concedei-nos, por sua intercessão, que, escolhendo o
caminho estreito da perfeição cristã, mais facilmente alcancemos a vida eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do
Espírito Santo.
LEITURA I
Tg 2, 14-24.26
«Assim como o corpo sem alma está morto,
também a fé sem obras está morta»
Leitura da
Epístola de São Tiago
Meus
irmãos: De que serve a alguém dizer que tem fé, se não tem obras? Poderá essa
fé obter-lhe a salvação? Se um irmão ou uma irmã não tiverem que vestir e lhes
faltar o alimento de cada dia, e um de vós lhe disser: «Ide em paz; aquecei-vos
bem e saciai-vos», sem lhes dar o necessário para o corpo, de que lhes servem
as vossas palavras? Assim também a fé sem obras está completamente morta. Mas
dirá alguém: «Tu tens a fé e eu tenho as obras». Mostra-me a tua fé sem obras,
que eu, pelas obras, te mostrarei a minha fé. Acreditas que há um só Deus?
Muito bem! Os demónios também acreditam, mas tremem! Queres saber, homem
insensato, como a fé sem obras não vale nada? Não foi Abraão, nosso pai,
justificado pelas obras, quando ofereceu o seu filho Isaac no altar? Repara que
a fé cooperava com as obras e que pelas obras a sua fé se tornou perfeita.
Assim se cumpriu a Escritura, que diz: «Abraão acreditou em Deus e isto foi-lhe
atribuído como justiça»; e Abraão foi chamado «amigo de Deus». Como vedes, o
homem é justificado pelas obras e não somente pela fé. Porque assim como o
corpo sem alma está morto, também a fé sem obras está morta.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 111 (112), 1-2.3-4.5-6 (R. cf. 1b)
Refrão: Feliz o homem
que ama e se alegra na lei do Senhor. Repete-se
Feliz o homem que teme o Senhor
e ama ardentemente os seus preceitos.
A sua descendência será poderosa sobre a terra,
será abençoada a geração dos justos. Refrão
Haverá em sua casa abundância e riqueza,
a sua generosidade permanece para sempre.
Brilha aos homens retos, como luz nas trevas,
o homem misericordioso, compassivo e justo. Refrão
Ditoso o homem que se compadece e empresta
e dispõe das suas coisas com justiça.
Este jamais será abalado;
o justo deixará memória eterna. Refrão
ALELUIA Jo 15, 15b
Refrão: Aleluia Repete-se
Eu chamo-vos amigos, diz o Senhor,
porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai. Refrão
EVANGELHO Mc 8, 34 – 9, 1
«Quem perder a vida, por causa de Mim e do Evangelho, salvá-la-á»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo, Jesus chamou a multidão com os seus discípulos e disse-lhes: «Se
alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me. Pois
quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; mas quem perder a vida, por causa de
Mim e do Evangelho, salvá-la-á. Na verdade, que aproveita ao homem ganhar o
mundo inteiro, se perder a sua vida? Que daria o homem em troca da sua vida?
Portanto, se alguém se envergonhar de Mim e das minhas palavras no meio desta
geração infiel e pecadora, também o Filho do homem Se envergonhará dele, quando
vier na glória de seu Pai, com os santos Anjos». Jesus declarou-lhes ainda: «Em
verdade vos digo: Alguns dos que estão aqui presentes não morrerão, sem terem visto
chegar o reino de Deus com o seu poder».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Concedei-nos, Senhor nosso Deus, que, ao celebrarmos os mistérios da santa cruz
na festa de São Teotónio, Vos apresentemos dignamente esta oblação e
participemos na abundância dos seus frutos. Por Nosso Senhor.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Rom 12, 2
Não vos conformeis com este mundo,
mas renovai o vosso espírito, segundo a vontade de Deus.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Pelos santos mistérios que recebemos, fazei, Senhor, que, a exemplo de São
Teotónio, não nos conformemos com este mundo, mas sigamos fielmente a vossa
vontade. Por Nosso Senhor.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem
que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: Tg 2, 14-24.26: Quem
diz ter fé há de viver conforme a essa fé; de outra maneira nem se poderá
afirmar que tem fé. Vive-se segundo o que se pensa; é por isso que é na vida
que se manifesta aquilo em que se crê. A fé está na raiz das obras, e as obras
são frutos da fé; por isso se diz que, se a fé não leva às obras, é sinal de
que essa fé está morta.
Mc 8, 34 – 9, 1: Esta
leitura apresenta algumas das condições fundamentais para seguir Jesus:
arriscar a própria vida, como Jesus fez, Ele que foi até à Cruz; não colocar os
interesses maiores em coisas que valem menos do que a própria vida. O juízo
último de Deus porá a claro os verdadeiros valores desta vida. Felizes os que
desde este mundo sabem nortear a vida por esses valores que a Boa Nova nos
revela.
AGENDA DO DIA:
10.00
horas: Funeral em Nisa
15.00
horas: Funeral em Alpalhão
18.00
horas: Missa em Alpalhão
18.00
horas: Missa em Nisa.
IGREJAS DA ZONA
PASTORAL DE NISA:
A VOZ DO PASTOR
JOVEM, NÃO TE ESQUEÇAS, ELE VIVE E QUER-TE VIVO!...
É isso mesmo, jovem. Ele quer-te vivo, bem vivo,
vivinho da silva. Se a origem da expressão ‘vivinho da silva’ se deve a um
qualquer senhor Silva muito reguila e importante, isso não sei. Se se deve
àquela planta invasora a que chamamos silva e à qual roubávamos as amoras em
tempos do tempo que já lá vai, também não sei. Se se deve às varinas da Póvoa
ou da Figueira a apregoar as vivinhas da costa, confesso que também não sei.
Seja como for, as vivinhas da costa não me parece que tenham alguma coisa a ver
com isto, a não ser para uma boa sardinhada a escorrer pelo pedaço de broa
abaixo e regada com um bom vinho branco, alvarinho de preferência. E que dizer
da origem da expressão no senhor Silva? Já disse que não sei, mas vós, jovens,
sois muitíssimo mais importantes para nós do que qualquer senhor Silva
engravatado e de cartola alta ou de smoking com papillon e pingalim. E isto,
claro, sem querer desvalorizar ou minimizar os grandes méritos desse tal senhor
Silva, possível candidato a condecorações. Como sabeis, o problema não está em
receber condecorações, está em merecê-las. Quanto às silvas, se elas têm o
poder de rebentar de novo a desafiar o agricultor que não as consegue destruir,
vós tendes uma capacidade de renovação interior muito maior e mais forte, uma
força sem igual, basta quererdes. Se vós quiserdes, ninguém vos passará a
perna, muito menos vos esticarão o braço a puxar para trás. Essa força leva-vos
a viver na alegria e na esperança, dizendo a todos, com a vossa vida de entusiasmo
contagiante, que estais verdadeiramente vivos e que até quereis ajudar o mundo
a dar uma cambalhota monumental sem partir o seu nariz e o vosso. É por isso
que Cristo, neste hoje que é o vosso, confia em vós e vos envia por todo o
mundo a anunciar a grande alegria da boa nova que Ele é e nos veio trazer! É
por isso que a Igreja, também neste hoje que é o vosso, em nome de Cristo e na
esteira de tantas e tantos jovens que ao longo dos tempos abraçaram tal
desafio, continua a dizer-vos o mesmo e a confiar em vós, entregando-vos a Cruz
de Cristo para que a leveis “pelo mundo fora como um símbolo do amor de Cristo
pela humanidade” e que anuncieis “a todos que só na morte e ressurreição de
Cristo é que poderemos encontrar salvação e redenção”.
É certo que a Cruz das Jornadas Mundiais da Juventude
- que este mês temos a graça de a ter entre nós! -, em si mesma não vale muito,
é madeira, mesmo que madeira especial. Mas tem uma longa e rica história que a
vai valorizando cada vez mais, uma história construída desde 1983 ao serviço da
provocação do bem por esse mundo fora. Levada pelo entusiasmo de tantas e
tantos jovens, ela peregrina com uma missão bem definida: bater à porta do
coração de todos, dos de boa e dos de má vontade, a convidá-los, a sugerir-lhes
que oiçam bem e sem preconceitos a feliz notícia que ela representa e
significa. Ela representa a vitória de Jesus Cristo sobre o pecado e a morte,
mesmo que possa continuar a ser escândalo para uns e loucura para outros. Ela
passa pelas nossos lugares e instituições a lembrar a todos a Cruz do Calvário,
a Cruz onde o mundo, todos e cada um, fomos redimidos por Cristo. Foi na cruz
que o nosso homem velho foi crucificado com Cristo, morrendo para o pecado e
ressuscitando para uma vida nova em Cristo Jesus, pelo Batismo, deixando-nos
guiar pelo Espírito de Deus em coerência com o Evangelho. Ela chama a atenção
de todos para a necessidade de cada um carregar a sua cruz e assumir o único
caminho capaz de conduzir à verdadeira Vida, testemunhando ao mundo quão importante
é Cristo nascer e crescer em todos e todos diminuírem em presunções e peneiras.
Falar da Cruz do Calvário e olhar para ela de forma contemplativa, é centrar a
nossa fé e a nossa esperança em Cristo Jesus. Ele morreu na Cruz, sim, mas Ele
está vivo, ressuscitou. Como afirma Francisco na Exortação Cristo Vive, “Ele
vive e quer-te vivo! Ele está em ti, está contigo e jamais te deixa. Por mais
que tu te afastes, lá está o Ressuscitado, chamando-te e esperando-te para
recomeçar. Quando te sentires envelhecido pela tristeza, pelos rancores, pelos
medos, pelas dúvidas ou pelos fracassos, Ele estará presente para te devolver a
força e a esperança”. Tal como o Pai disse a Jesus no rio Jordão, também cada
um de nós deve fazer ecoar essas mesmas palavras dirigidas a si próprio: “tu és
o meu filho muito amado”. E és, jovem, mesmo que, porventura, não acreditasses!
Avivar a consciência de que Deus te ama verdadeiramente e te quer vivo e ativo
levar-te-á apressadamente “a acender estrelas nas noites de outros jovens”.
Sois vós, com o vosso entusiasmo, quem pode ajudar a manter a Igreja sempre
jovem, “a não cair na corrupção, a não desistir, a não se orgulhar, a não se
converter em seita, a ser mais pobre e testemunhal, a estar próxima dos últimos
e dos descartados, a lutar pela justiça, a deixar-se interpelar com humildade”.
E junto à Cruz estava Maria, “o grande modelo para uma
Igreja jovem, que deseja seguir Cristo com frescor e docilidade”. A força do
seu sim e do desejo de servir foram muito mais fortes do que as suas dúvidas e
dificuldades. Sem evasões nem miragens, viveu com os olhos iluminados pelo
Espírito Santo, contemplava a vida com fé, guardava tudo no seu coração, com
naturalidade quotidiana. Acolheu, protegeu, seguiu Jesus, continua a velar “por
nós, seus filhos, que muitas vezes caminhamos na vida cansados, carentes, mas
desejosos que a luz da esperança não se apague”. Ao longo da história, no bom
uso da sua liberdade e comprometidos com o bem comum, muitos jovens de coração
e cara lavada, sem se fecharem no seu mundozinho ou casulo asfixiante, sem
forjarem histórias da carochinha ou desculpas de mau pagador, «têm feito
brilhar os traços da idade juvenil em toda a sua beleza e, na sua época, foram
verdadeiros profetas de mudança” (cf. CV1-49). Esta é a vossa época, o vosso
hoje, caros jovens, seja na escola, na universidade, na política, no sindicato,
na profissão, na família, na sociedade. Mas sempre abertos ao desenvolvimento e
à cidadania globais. O exemplo de tantos e de tantas mostra de quanto sois
capazes quando vos abris à cultura do encontro com crentes e não crentes para
bem fazer e fazer bem, vendo no rosto de cada um o rosto do próprio Cristo, um
irmão, um companheiro de viagem. Não desistais, esta é a vossa vez, a vossa
hora, uma hora de esperança para todos!
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 11-02-2022.
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