PARÓQUIAS DE NISA
Quinta, 24 de fevereiro de 2022
Quinta-feira da VII semana do tempo comum
LITURGIA
Quinta-feira
da semana VII
Verde – Ofício da féria.
Missa à escolha (cf. p. 19, n. 18).
L1: Tg 5, 1-6; Sal 48 (49), 14-15ab. 15cd-16. 17-18. 19-20
Ev: Mc 9, 41-50
* Aniversário da Ordenação episcopal de D. Abílio Rodas de Sousa Ribas, Bispo
Emérito de São Tomé e Príncipe (1985).
* Na Ordem dos Carmelitas Descalços – B. Josefa Naval Girbés, virgem secular –
MF
* Na Congregação das Missionárias Dominicanas do Rosário – B. Ascensão Nicol
Goñi, virgem e cofundadora da Congregação – FESTA
* No Instituto das Religiosas do Sagrado Coração de Maria – Aniversário da
fundação (1849).
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA cf. Salmo 12,
6
Eu confio, Senhor, na vossa bondade.
O meu coração alegra-se com a vossa salvação.
Cantarei ao Senhor por tudo o que Ele fez por mim.
ORAÇÃO COLECTA
Concedei-nos, Deus todo-poderoso,
que, meditando continuamente nas realidades espirituais,
pratiquemos sempre, em palavras e obras, o que Vos agrada.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Tg 5, 1-6
«O salário de que privastes os trabalhadores clama
e os seus brados chegaram aos ouvidos do Senhor»
Leitura da
Epístola de São Tiago
Agora, vós, ó ricos, chorai e lamentai-vos, por causa das desgraças que vão
cair sobre vós. As vossas riquezas estão apodrecidas e as vossas vestes estão
comidas pela traça. O vosso ouro e a vossa prata enferrujaram-se e a sua
ferrugem vai dar testemunho contra vós e devorar a vossa carne como fogo.
Acumulastes tesouros no fim dos tempos. Privastes do salário os trabalhadores
que ceifaram as vossas terras. O seu salário clama; e os brados dos ceifeiros
chegaram aos ouvidos do Senhor do Universo. Levastes na terra uma vida regalada
e libertina, cevastes os vossos corações para o dia da matança. Condenastes e
matastes o justo e ele não vos resiste.
Palavra
do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 48 (49), 14-15ab.15cd-16.17-18.19-20
(R. Mt 5, 3)
Refrão: Bem-aventurados os pobres em
espírito,
porque deles é o reino dos Céus. Repete-se
Este é o destino dos que em si confiam,
o fim daqueles que se comprazem em suas palavras.
Como rebanho caminham para o abismo
e a morte é o seu pastor. Refrão
Descerão diretamente ao sepulcro
e a sua imagem em breve se corromperá.
Deus, porém, me salvará,
porque me livrará das garras do abismo. Refrão
Não te irrites se alguém enriquece
e aumenta a riqueza da sua casa.
Quando morrer, nada levará consigo,
a sua fortuna não o acompanhará. Refrão
Ainda que em vida se felicitasse:
«Louvar-te-ão porque trataste bem de ti»,
não deixará de ir para a companhia de seus pais,
que jamais verão a luz. Refrão
ALELUIA cf. 1 Tes 2, 13
Refrão: Aleluia. Repete-se
Escutai o que diz o Senhor,
não como palavra dos homens,
mas como palavra de Deus. Refrão
EVANGELHO Mc 9, 41-50
«É melhor entrar mutilado na vida
do que ter as duas mãos e ir para a Geena»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Quem vos der a beber um copo de água,
por serdes de Cristo, em verdade vos digo que não perderá a sua recompensa. Se
alguém escandalizar algum destes pequeninos que creem em Mim, melhor seria para
ele que lhe atassem ao pescoço uma dessas mós movidas por um jumento e o
lançassem ao mar. Se a tua mão é para ti ocasião de pecado, corta-a; porque é
melhor entrar mutilado na vida do que ter as duas mãos e ir para a Geena, para
esse fogo que não se apaga. E se o teu pé é para ti ocasião de pecado, corta-o;
porque é melhor entrar coxo na vida do que ter os dois pés e ser lançado na
Geena. E se um dos teus olhos é para ti ocasião de pecado, deita-o fora; porque
é melhor entrar no reino de Deus só com um dos olhos do que ter os dois olhos e
ser lançado na Geena, onde o verme não morre e o fogo não se apaga». Na
verdade, todos serão salgados com fogo. O sal é coisa boa; mas se ele perder o
sabor, com que haveis de temperá-lo? Tende sal em vós mesmos e vivei em paz uns
com os outros».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Concedei, Senhor,
que celebremos dignamente estes divinos mistérios,
de modo que os dons oferecidos para vossa glória
sejam para nós fonte de eterna salvação.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 9, 2-3
Cantarei todas as vossas maravilhas.
Quero alegrar-me e exultar em Vós.
Cantarei ao vosso nome, ó Altíssimo.
Ou cf. Jo 11, 27
Senhor, eu creio que sois Cristo, Filho de Deus vivo,
o Salvador do mundo.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Nós Vos pedimos, Deus omnipotente,
que este sacramento de salvação
seja para nós penhor seguro de vida eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: Tg 5, 1-6: Os
bens, mesmo os deste mundo, são uma bênção de Deus, mas facilmente se
transformam em perigo e até em ocasião de perdição, sobretudo se se tornam
instrumento de injustiça, então são, eles próprios que bradam aos céus contra
aquele que os utiliza mal e os nega a quem são devidos.
Mc 9, 41-50: Na
comunidade cristã, a vida de relação é de importância fundamental. Os outros
são sempre o nosso “Próximo”, mesmo quando distantes. Por isso, eles hão de ser
sempre o objeto do nosso amor, que os há de socorrer nas dificuldades e nunca
deixar que sejam por nós, de qualquer modo, ofendidos. O escândalo é sempre
pecado contra o amor devido ao próximo.
AGENDA DO DIA:
11.00
horas: Funeral em Alpalhão
17.20
horas: Adoração ao Santíssimo em Nisa – Espírito Santo
18.00
horas: missa em Nisa
IGREJAS DA ZONA
PASTORAL DE NISA:
Pedra junto da Capela de Nossa Senhora da Redonda |
A VOZ DO PASTOR
JOVENS, HÁ LÁ TRÊS DEDOS A FALAR POR VÓS!....
Desde as lonjuras do tempo que o desconforto
de quem menos se pensa faz tocar os sinos a rebate perante as labaredas do fogo
juvenil. Sentados à escrivaninha com os pés na escalfeta e manta pelas costas,
os craques de certas escavações sociológicas, sofistas a seu jeito, esgotam-se
na cata de argumentos para se lamuriarem e zurzirem na juventude. Esta espécie
de ursos de turma não está em risco de extinção, antes pelo contrário,
ahahahahah... William Shakespeare dizia que “os velhos desconfiam da juventude porque
foram jovens”. Com este pensar, é de crer que alguns jovens de hoje, quando
tiverem a experiência duma vida longa e dura, quando já se tiveram esquecido
que também foram jovens e cederem à tentação da inveja ou de ciúmes de quem
nessa altura o for, vão puxar pela mesma cartilha para classificarem, de igual
modo, ou pior, os jovens que ao tempo hão de viver e conviver com eles. Hoje,
até o que parece ser um rasgado elogio à juventude dos jovens arrasta consigo
uma forte dúvida sobre se, de facto, o será! Há uma reiterada usurpação do
vigor e da beleza juvenil. Não só, mas mesmo aqueles que desdenham os jovens
anseiam ardentemente a sua juventude. Por mais que olhem e saltitem para a
adquirir, não chegam lá, satisfazem-se em dizer que os jovens ainda estão
muitíssimo verdes. É a fábula da raposa e das uvas no seu melhor. Dá-se aso à
imaginação por não se querer aceitar as próprias limitações, por não se querer
aceitar o desgaste pelo privilégio de se ter vivido e pela graça de se
continuar a viver. Não estou a defender o desleixo, nem a falta de autoestima,
nem a falta de brio na apresentação pessoal. Estou a dizer que se repudia a
velhice mas pretende-se uma longevidade jovem, sem as marcas do tempo, mesmo
que seja preciso meter o colchão no toucado como satirizava Nicolau Tolentino
no século XVIII. É a ditadura da moda que oprime e explora, que leva as pessoas
a recusarem os seus limites, preferindo cinzelarem-se com produtos e serviços
que a publicidade, servindo-se de jovens, promove e vende na miragem da
perfeita recauchutagem de quem compra. Culturas há em que as marcas da velhice
são tidas como uma bênção, pois o idoso é considerado como realizado, mais
próximo dos seus que já partiram e do divino. Desde a antiguidade que o padrão
de beleza se vai alterando. Hoje, por cá, os guardas fatos, os roupeiros, as
balanças e os espelhos não são capazes de dar um ar da sua graça aos mais
exigentes. Sempre lhes fazem crer que estão a anos-luz do padrão de beleza em
vigor. De facto, isto de querer morrer com saúda, idoso e jovem, dá muito,
muito trabalho! Consta que vários milionários já dispuseram de cerca de três
biliões de dólares para estudar a biologia do envelhecimento, não para se
envelhecer jovem, isso já é pouco para eles. Trata-se de quererem derrotar a
própria morte com uma “tecnologia da imortalidade”. Tenhamos esperança, ainda
vamos chegar ao tempo em que as galinhas terão dentes e as cobras andarão de
pé! Estar ‘in’, faz sofrer muita gente, arrasta muita canseira e sacrifício,
faz com que muitos estejam nas lonas e vivam de aparências, mas tudo isso, como
vemos, acaba por ser bom, faz acontecer, aguça a imaginação, o engenho e a
arte. Quem corre por gosto não se cansa nem fraqueja. E o mais importante de
tudo isso é que ninguém tem nada com isso, apenas desejamos que todos, no uso
da sua liberdade, sejam felizes, muito felizes, e o progresso aconteça!
É verdade que a maneira de ser e de estar de
muitos jovens nem sempre lhes será o mais útil para alicerçar a sua vida sobre
a rocha e não sobre a areia movediça. De facto, o deixa correr, o qualquer
coisa serve, a opção pelo mais fácil e certas filosofias de vida nem sempre são
o melhor, o que convém. Todos estamos conscientes disso, os jovens também,
mesmo que o não pareça. A Igreja, ainda que
no seu seio também tenha dessas aves de mal agoiro, diz-nos que a clarividência
de quem educa ou lida com os jovens deve ter a capacidade de não apagar a chama
que ainda fumega nem quebrar a cana rachada que ainda não partiu. Acreditar na
transformação da realidade e na conversão dos corações é o caminho a perseguir.
É preciso ter a capacidade de, com esperança, individualizar percursos onde
outros só veem muros, saber reconhecer possibilidades onde outros só veem
perigos, ter a capacidade de valorizar e alimentar as sementes de bem semeadas
no coração de cada um, um coração que deve ser considerado ‘terra santa’ e
diante da qual nos devemos ‘descalçar’ para nos podermos aproximar (cf. CV67).
Mas voltemos à vaca das cordas, como se diz
lá para o norte quando se perde o fio à meada e se tenta retomar. Quando se apontam os jovens com o dedo em riste, há
três dedos da mão que ficam voltados para trás, para quem aponta, são mais
notados que gato escondido com rabo de fora. Experimente lá, se faz favor,
aprecie e magique sobre o sentido dessa sinalética!... E que tal?... Que lhe parece?!... Não sei quem seria o primeiro a chamar a
atenção para esse ‘epifenómeno’, mas que é importante e de saudáveis
consequências lá isso é. Ele coloca a nu
uma outra lista que os jovens, de forma bem mais certeira, apresentam aos
adultos muito senhores das suas análises e dos seus juízos sobre as patologias juvenis, coisa com que
alguns muito se deleitam. E sirvo-me do Documento conclusivo do Sínodo
dos jovens para referir algumas parcelas, não todas, dessa fatura que os jovens
nos apresentam. É por causa dos
adultos que «muitos jovens vivem em contextos de guerra e padecem a violência
numa variedade incontável de formas: raptos, extorsões, criminalidade
organizada, tráfico de seres humanos, escravidão e exploração sexual, estupros
de guerra... Outros jovens, por causa da sua fé, têm dificuldade em encontrar
um lugar nas suas sociedades e sofrem vários tipos de perseguição, que vai até
à morte. Numerosos são os jovens que, por constrangimento ou falta de
alternativas, vivem perpetrando crimes e violências: crianças-soldado, gangues
armados e criminosos, tráfico de droga, terrorismo... Esta violência destroça muitas
vidas jovens. Abusos e dependências, bem como violência e extravio contam-se
entre as razões que levam os jovens à prisão, com incidência particular nalguns
grupos étnicos e sociais. Muitos jovens são ideologizados, instrumentalizados e
utilizados como carne de canhão ou como força de choque para destruir,
intimidar ou ridicularizar outros. E o pior é que muitos se transformam em
sujeitos individualistas, inimigos e desconfiados para com todos, tornando-se
assim presa fácil de propostas desumanizadoras e dos planos destrutivos
elaborados por grupos políticos ou poderes económicos. Ainda mais numerosos no
mundo são os jovens que padecem formas de marginalização e exclusão social, por
razões religiosas, étnicas ou económicas. Lembramos a difícil situação de
adolescentes e jovens que ficam grávidas e a praga do aborto, bem como a
propagação do SIDA/HIV, as várias formas de dependência (drogas, jogos de azar,
pornografia, etc.) e a situação dos meninos e adolescentes de rua, que carecem
de casa, família e recursos económicos». E quando se trata de mulheres, estas
situações de marginalização tornam-se duplamente dolorosas e difíceis. Por
vezes, o sofrimento dalguns jovens é lacerante, um sofrimento que não se pode
expressar com palavras, um sofrimento que nos fere como um soco. E se é verdade
que países mais ricos e poderosos e alguns organismos internacionais prestam
alguma ajuda, muitas vezes fazem-no por um alto preço. Como refere o documento
citado, em muitos países pobres, esta ajuda costuma estar vinculada à aceitação
de certas exigências, verdadeira colonização ideológica a prejudicar de forma
especial os jovens. Muitos jovens, também trazem gravados na alma «as
feridas das derrotas da sua própria história, dos desejos frustrados, das
discriminações e injustiças sofridas, de não se ter sentido amado ou
reconhecido», além das «feridas morais, o peso dos próprios erros, o sentido de
culpa por ter errado». E isto sem citar o fenómeno migratório, as suas causas,
os seus sonhos e consequências, etc. (cf. CV72-85).
Caro jovem, apesar de tudo, a Igreja, pela voz do Papa
Francisco, apela-te a que “não deixes que te roubem a esperança e a alegria,
que te narcotizem para te usar como escravo dos seus interesses. Ousa ser mais,
porque o teu ser é mais importante do que qualquer outra coisa; não precisas de
ter nem de parecer. Podes chegar a ser aquilo que Deus, teu Criador, sabe que
tu és, se reconheceres o muito a que estás chamado. Invoca o Espírito Santo e
caminha, confiante, para a grande meta: a santidade. Assim, não serás uma
fotocópia; serás plenamente tu mesmo” (cf. CV107).
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 18-02-2022.
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