PARÓQUIAS DE NISA
Sábado, 19 de fevereiro de 2022
Sábado da VI semana do tempo comum
LITURGIA
Sábado
da semana VI
Santa Maria no Sábado – MF
Verde ou br. – Ofício da féria ou da memória.
Missa à escolha (cf. p. 19, n. 18).
L1: Tg 3, 1-10; Sal 11 (12), 2-3. 4-5. 7-8
Ev: Mc 9, 2-13
* Na Ordem Franciscana (III Ordem) – S. Conrado de Placência, eremita, da III
Ordem – MF
* I Vésp. do domingo – Compl. dep. I Vésp. dom.
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 30, 3-4
Sede a rocha do meu refúgio, Senhor,
e a fortaleza da minha salvação.
Para glória do vosso nome, guiai-me e conduzi-me.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que prometestes estar presente
nos corações retos e sinceros,
ajudai-nos com a vossa graça
a viver de tal modo que mereçamos ser vossa morada.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Tg 3, 1-10
«A língua, ninguém a pode dominar»
Leitura da
Epístola de São Tiago
Meus irmãos: Não queirais ser todos mestres,
pois sabeis que estamos sujeitos a sentença mais severa, porque todos nós
caímos em muitas faltas. Aquele que não peca nas palavras é realmente um homem
perfeito, capaz de dominar todo o corpo. Se pusermos um freio na boca dos
cavalos, para que nos obedeçam, podemos dirigir todo o seu corpo. Vede também
os navios: embora sejam de grande envergadura e impelidos por ventos
impetuosos, são manobrados por um pequeno leme, ao sabor da vontade do piloto.
Assim também é a língua: não passa de um pequeno membro; contudo, pode
gloriar-se de grandes coisas. Vede como uma pequena faúlha incendeia uma grande
floresta. Também a língua é fogo, um mundo de maldade. A língua, que é um dos
nossos membros, contamina o corpo inteiro e abrasa toda a nossa existência com
o seu fogo infernal. Os animais ferozes, as aves, os répteis e os animais
marinhos podem ser e têm sido dominados pela raça humana; mas a língua, ninguém
a pode dominar. Flagelo sem repouso, está cheia de um veneno que mata. Com ela
bendizemos o Senhor, nosso Pai e com ela amaldiçoamos os homens, criados à
imagem de Deus. Da mesma boca saem a bênção e a maldição. Isto, meus irmãos,
não devia ser assim.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 11 (12), 2-3.4-5.7-8 (R. 8a)
Refrão: Vós nos guardareis, Senhor.
Repete-se
Socorro, Senhor: não há quem seja fiel,
a lealdade desapareceu de entre os homens.
Dizem mentiras uns aos outros,
falam com adulação na boca e duplicidade no coração. Refrão
Retalhe o Senhor todos os lábios enganadores,
a língua que fala com arrogância,
aqueles que dizem: «Venceremos com a língua,
os nossos lábios nos defenderão:
quem será senhor de nós?». Refrão
As palavras do Senhor são sinceras,
prata limpa no crisol, sete vezes purificada.
Vós nos guardareis, Senhor,
e defendereis para sempre dessa geração. Refrão
ALELUIA cf. Mc 9, 6
Refrão: Aleluia Repete-se
Abriram-se os céus e ouviu-se a voz do Pai:
«Este é o meu Filho muito amado: escutai-O». Refrão
EVANGELHO Mc 9, 2-13
«Transfigurou-Se diante deles»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João e subiu só com eles para
um lugar retirado num alto monte e transfigurou-Se diante deles. As suas vestes
tornaram-se resplandecentes, de tal brancura que nenhum lavandeiro sobre a
terra as poderia assim branquear. Apareceram-lhes Moisés e Elias, conversando
com Jesus. Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: «Mestre, como é bom estarmos
aqui! Façamos três tendas: uma para Ti, outra para Moisés, outra para Elias».
Não sabia o que dizia, pois estavam atemorizados. Veio então uma nuvem que os
cobriu com a sua sombra e da nuvem fez-se ouvir uma voz: «Este é o meu Filho
muito amado: escutai-O». De repente, olhando em redor, não viram mais ninguém,
a não ser Jesus, sozinho com eles. Ao descerem do monte, Jesus ordenou-lhes que
não contassem a ninguém o que tinham visto, enquanto o Filho do homem não
ressuscitasse dos mortos. Eles guardaram a recomendação, mas discutiam entre si
o que seria ressuscitar dos mortos. E perguntaram a Jesus: «Porque dizem os
escribas que primeiro tem de vir Elias?» Jesus respondeu-lhes: «É certo que
Elias vem primeiro para restaurar todas as coisas. Mas então como é que está
escrito, a respeito do Filho do homem, que tem de sofrer muito e ser
desprezado? Pois bem. Eu vos digo que Elias já veio; e fizeram-lhe tudo o que
quiseram, como está escrito a respeito dele».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Concedei, Senhor,
que estes dons sagrados
nos purifiquem e renovem,
para que, obedecendo sempre à vossa vontade,
alcancemos a recompensa eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 77, 24.29
O Senhor deu-lhes o pão do Céu:
comeram e ficaram saciados.
Ou Jo 3, 16
Deus amou tanto o mundo que lhe deu
o seu Filho Unigénito.
Quem acredita n’Ele tem a vida eterna.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentastes com o pão do Céu,
concedei-nos a graça de buscarmos sempre
aquelas realidades que nos dão a verdadeira vida.
Por Nosso Senhor.
.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem
que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: Tg 3, 1-10: O
discípulo de Jesus Cristo há de nortear toda a sua vida pela palavra e pelos
exemplos do seu Mestre. Ele é discípulo, não mestre. Não se há de armar em juiz
dos seus irmãos. Há-de prestar especial atenção ao uso que faz da língua. Ele,
que é chamado a louvar, com ela, a Deus, não deverá, com ela, maldizer os
homens.
Mc 9, 2-13: A
cena misteriosa da Transfiguração é entendida pelos diversos Evangelistas de
maneiras que se completam umas às outras: Jesus revela-Se como o novo Moisés
(Mt.); com esta narração, prepara-se a da paixão (Lc); a Transfiguração anuncia
a Ressurreição (Mc.), como se vê na passagem que hoje lemos: aí a
Transfiguração é como que antecipação da Ressurreição. Tudo, aliás, em Jesus se
encaminha para esse termo, em que o homem, uma vez vencida a morte, se
encontra, transfigurado, na glória de Deus.
AGENDA DO DIA:
15.00
horas: Missa na Salavessa
16.00
horas: Missa no Pé da Serra
16.00
horas: Missa no Pardo
18.00
horas: Missa em Alpalhão
18.00
horas: Missa em Nisa.
IGREJAS DA ZONA
PASTORAL DE NISA:
Igreja paroquial de Arez
A VOZ DO PASTOR
JOVEM, NÃO TE ESQUEÇAS, ELE VIVE E QUER-TE VIVO!...
É isso mesmo, jovem. Ele quer-te vivo, bem vivo,
vivinho da silva. Se a origem da expressão ‘vivinho da silva’ se deve a um
qualquer senhor Silva muito reguila e importante, isso não sei. Se se deve
àquela planta invasora a que chamamos silva e à qual roubávamos as amoras em
tempos do tempo que já lá vai, também não sei. Se se deve às varinas da Póvoa
ou da Figueira a apregoar as vivinhas da costa, confesso que também não sei.
Seja como for, as vivinhas da costa não me parece que tenham alguma coisa a ver
com isto, a não ser para uma boa sardinhada a escorrer pelo pedaço de broa
abaixo e regada com um bom vinho branco, alvarinho de preferência. E que dizer
da origem da expressão no senhor Silva? Já disse que não sei, mas vós, jovens,
sois muitíssimo mais importantes para nós do que qualquer senhor Silva
engravatado e de cartola alta ou de smoking com papillon e pingalim. E isto,
claro, sem querer desvalorizar ou minimizar os grandes méritos desse tal senhor
Silva, possível candidato a condecorações. Como sabeis, o problema não está em
receber condecorações, está em merecê-las. Quanto às silvas, se elas têm o
poder de rebentar de novo a desafiar o agricultor que não as consegue destruir,
vós tendes uma capacidade de renovação interior muito maior e mais forte, uma
força sem igual, basta quererdes. Se vós quiserdes, ninguém vos passará a
perna, muito menos vos esticarão o braço a puxar para trás. Essa força leva-vos
a viver na alegria e na esperança, dizendo a todos, com a vossa vida de entusiasmo
contagiante, que estais verdadeiramente vivos e que até quereis ajudar o mundo
a dar uma cambalhota monumental sem partir o seu nariz e o vosso. É por isso
que Cristo, neste hoje que é o vosso, confia em vós e vos envia por todo o
mundo a anunciar a grande alegria da boa nova que Ele é e nos veio trazer! É
por isso que a Igreja, também neste hoje que é o vosso, em nome de Cristo e na
esteira de tantas e tantos jovens que ao longo dos tempos abraçaram tal
desafio, continua a dizer-vos o mesmo e a confiar em vós, entregando-vos a Cruz
de Cristo para que a leveis “pelo mundo fora como um símbolo do amor de Cristo
pela humanidade” e que anuncieis “a todos que só na morte e ressurreição de
Cristo é que poderemos encontrar salvação e redenção”.
É certo que a Cruz das Jornadas Mundiais da Juventude
- que este mês temos a graça de a ter entre nós! -, em si mesma não vale muito,
é madeira, mesmo que madeira especial. Mas tem uma longa e rica história que a
vai valorizando cada vez mais, uma história construída desde 1983 ao serviço da
provocação do bem por esse mundo fora. Levada pelo entusiasmo de tantas e
tantos jovens, ela peregrina com uma missão bem definida: bater à porta do
coração de todos, dos de boa e dos de má vontade, a convidá-los, a sugerir-lhes
que oiçam bem e sem preconceitos a feliz notícia que ela representa e
significa. Ela representa a vitória de Jesus Cristo sobre o pecado e a morte,
mesmo que possa continuar a ser escândalo para uns e loucura para outros. Ela
passa pelas nossos lugares e instituições a lembrar a todos a Cruz do Calvário,
a Cruz onde o mundo, todos e cada um, fomos redimidos por Cristo. Foi na cruz
que o nosso homem velho foi crucificado com Cristo, morrendo para o pecado e
ressuscitando para uma vida nova em Cristo Jesus, pelo Batismo, deixando-nos
guiar pelo Espírito de Deus em coerência com o Evangelho. Ela chama a atenção
de todos para a necessidade de cada um carregar a sua cruz e assumir o único
caminho capaz de conduzir à verdadeira Vida, testemunhando ao mundo quão importante
é Cristo nascer e crescer em todos e todos diminuírem em presunções e peneiras.
Falar da Cruz do Calvário e olhar para ela de forma contemplativa, é centrar a
nossa fé e a nossa esperança em Cristo Jesus. Ele morreu na Cruz, sim, mas Ele
está vivo, ressuscitou. Como afirma Francisco na Exortação Cristo Vive, “Ele
vive e quer-te vivo! Ele está em ti, está contigo e jamais te deixa. Por mais
que tu te afastes, lá está o Ressuscitado, chamando-te e esperando-te para
recomeçar. Quando te sentires envelhecido pela tristeza, pelos rancores, pelos
medos, pelas dúvidas ou pelos fracassos, Ele estará presente para te devolver a
força e a esperança”. Tal como o Pai disse a Jesus no rio Jordão, também cada
um de nós deve fazer ecoar essas mesmas palavras dirigidas a si próprio: “tu és
o meu filho muito amado”. E és, jovem, mesmo que, porventura, não acreditasses!
Avivar a consciência de que Deus te ama verdadeiramente e te quer vivo e ativo
levar-te-á apressadamente “a acender estrelas nas noites de outros jovens”.
Sois vós, com o vosso entusiasmo, quem pode ajudar a manter a Igreja sempre
jovem, “a não cair na corrupção, a não desistir, a não se orgulhar, a não se
converter em seita, a ser mais pobre e testemunhal, a estar próxima dos últimos
e dos descartados, a lutar pela justiça, a deixar-se interpelar com humildade”.
E junto à Cruz estava Maria, “o grande modelo para uma
Igreja jovem, que deseja seguir Cristo com frescor e docilidade”. A força do
seu sim e do desejo de servir foram muito mais fortes do que as suas dúvidas e
dificuldades. Sem evasões nem miragens, viveu com os olhos iluminados pelo
Espírito Santo, contemplava a vida com fé, guardava tudo no seu coração, com
naturalidade quotidiana. Acolheu, protegeu, seguiu Jesus, continua a velar “por
nós, seus filhos, que muitas vezes caminhamos na vida cansados, carentes, mas
desejosos que a luz da esperança não se apague”. Ao longo da história, no bom
uso da sua liberdade e comprometidos com o bem comum, muitos jovens de coração
e cara lavada, sem se fecharem no seu mundozinho ou casulo asfixiante, sem
forjarem histórias da carochinha ou desculpas de mau pagador, «têm feito
brilhar os traços da idade juvenil em toda a sua beleza e, na sua época, foram
verdadeiros profetas de mudança” (cf. CV1-49). Esta é a vossa época, o vosso
hoje, caros jovens, seja na escola, na universidade, na política, no sindicato,
na profissão, na família, na sociedade. Mas sempre abertos ao desenvolvimento e
à cidadania globais. O exemplo de tantos e de tantas mostra de quanto sois
capazes quando vos abris à cultura do encontro com crentes e não crentes para
bem fazer e fazer bem, vendo no rosto de cada um o rosto do próprio Cristo, um
irmão, um companheiro de viagem. Não desistais, esta é a vossa vez, a vossa
hora, uma hora de esperança para todos!
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 11-02-2022.
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