sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

 



PARÓQUIAS DE NISA

  

Sábado, 12 de fevereiro de 2022

  

Sánado da V semana do tempo comum

   

 

LITURGIA

 

 

Santa Maria no Sábado – MF
Verde ou br. – Ofício da féria ou da memória.
Missa à escolha (cf. p. 19, n. 18).

L1: 1 Reis 12, 26-32: 13, 33-34; Sal 105 (106), 6-7a. 19-20. 21-22
Ev: Mc 8, 1-10

* Na Arquidiocese de Braga – Tomada de posse de D. José Manuel Garcia Cordeiro.
* Aniversário da Ordenação episcopal de D. Gilberto Délio Gonçalves Canavarro dos Reis, Bispo Emérito de Setúbal (1989).
* Na Ordem de Cister e na Ordem Cisterciense da Estrita Observância – B. Umbelina, irmã de S. Bernardo, monja – MF
* Na Ordem Hospitaleira de S. João de Deus – B. José Olallo Valdês, religioso – MO
* I Vésp. do domingo – Compl. dep. I Vésp. dom.

 

MISSA

 

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 94, 6-7
Vinde, prostremo-nos em terra,
adoremos o Senhor que nos criou.
O Senhor é o nosso Deus.


ORAÇÃO COLECTA
Guardai, Senhor, com paternal bondade a vossa família;
e, porque só em Vós põe a sua confiança,
defendei-a sempre com a vossa protecção.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I 1 Reis 12, 26-32; 13, 33-34
«Jeroboão mandou fazer dois bezerros de ouro»


Leitura do Primeiro Livro dos Reis


Quando Jeroboão se tornou rei das dez tribos de Israel, pensou consigo: «A realeza pode voltar para a casa de David. Se o povo continuar a subir a Jerusalém, para oferecer sacrifícios no templo do Senhor, o seu coração voltará para o seu soberano, Roboão, rei de Judá, e acabarão por matar-me». Depois de ter tomado conselho, Jeroboão mandou fazer dois bezerros de ouro e disse ao povo: «Não subireis mais a Jerusalém. Israel, aqui estão os teus deuses, que te fizeram sair da terra do Egipto». Colocou um bezerro em Betel e outro em Dan, o que constituiu uma ocasião de pecado para Israel, porque o povo ia a Dan, para adorar o bezerro. Jeroboão construiu santuários nos lugares altos e estabeleceu como sacerdotes homens do povo que não eram descendentes de Levi. Instituiu também uma festa no dia quinze do oitavo mês, semelhante à festa celebrada em Judá, e ele próprio subiu ao altar que fizera em Betel, para oferecer sacrifícios aos bezerros feitos por ele. E estabeleceu em Betel sacerdotes para os lugares altos que tinha construído. Jeroboão nunca se converteu do seu mau caminho e continuou a nomear como sacerdotes homens do povo. Dava a investidura a quem o quisesse, para se tornar sacerdote nos lugares altos. Semelhante procedimento fez pecar a casa de Jeroboão, causou a sua ruína e o seu extermínio da face da terra.


Palavra do Senhor.



SALMO RESPONSORIAL Salmo 105 (106), 6-7a.19-20.21-22 (R. 4a)
Refrão: Lembrai-Vos de nós, Senhor,
por amor do vosso povo.
Repete-se

Pecámos como os nossos pais,
fizemos o mal e praticámos a impiedade.
No Egipto não entenderam os vossos prodígios,
não compreenderam a imensidade dos vossos favores.Refrão

Fizeram um bezerro no Horeb
e adoraram um ídolo de metal fundido.
Trocaram a sua glória
pela figura de um boi que come feno. Refrão

Esqueceram a Deus que os salvara,
que realizara prodígios no Egipto,
maravilhas na terra de Cam,
feitos gloriosos no Mar Vermelho. Refrão


ALELUIA Mt 4, 4b
Refrão: Aleluia Repete-se
Nem só de pão vive o homem,
mas de toda a palavra que sai da boca de Deus. Refrão


EVANGELHO Mc 8, 1-10
«Comeram e ficaram saciados»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos


Naqueles dias, juntou-se novamente uma grande multidão e, como não tinham que comer, Jesus chamou os discípulos e disse-lhes: «Tenho pena desta multidão; há já três dias que estão comigo e não têm que comer. Se os despedir sem alimento para suas casas, desfalecerão no caminho, porque alguns vieram de longe». Responderam-Lhe os discípulos: «Como se poderia saciá-los de pão, aqui num deserto?». Mas Jesus perguntou: «Quantos pães tendes?». Eles responderam: «Temos sete». Então Jesus ordenou à multidão que se sentasse no chão. Depois tomou os sete pães e, dando graças, partiu-os e deu-os aos discípulos, para que os distribuíssem, e eles distribuíram-nos à multidão. Tinham também alguns pequenos peixes. Jesus pronunciou sobre eles a bênção e disse que os distribuíssem também. Comeram e ficaram saciados. Dos bocados que sobraram encheram sete cestos. Eram cerca de quatro mil pessoas. Então Jesus despediu-os e, subindo para o barco com os discípulos, dirigiu-se para a região de Dalmanutá.


Palavra da salvação.

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Senhor nosso Deus,
que criastes o pão e o vinho para auxílio da nossa fraqueza
concedei que eles se tornem para nós
sacramento de vida eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 106, 8-9
Dêmos graças ao Senhor pela sua misericórdia,
pelos seus prodígios em favor dos homens,
porque Ele deu de beber aos que tinham sede
e saciou os que tinham fome.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Deus de bondade,
que nos fizestes participantes do mesmo pão
e do mesmo cálice,
concedei que, unidos na alegria e no amor de Cristo,
dêmos fruto abundante para a salvação do mundo.
Por Nosso Senhor.

 

 

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA

 

 

 

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste 

2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

 

LEITURAS: 1 Reis 12, 26-32; 13, 33-34: Dividido o reino em dois e ficando o templo, que era único, em Jerusalém, no reino de Judá no sul, Jeroboão, rei de Israel, no norte, para evitar que o povo viesse em peregrinação a Jerusalém, o que o poderia levar a voltar-se para o rei de Judá, criou um culto cismático no reino de Israel, fabricando dois bezerros de ouro, à imitação do que tinha sido já feito outrora na travessia do deserto. Este ato de infidelidade mereceu-lhe a ruína do seu reinado. Deus não pode ter rivais; Ele é o único Senhor.

Mc 8, 1-10: A situação do homem sobre a terra, labutando pelo pão de cada dia, mergulhado na dor desde o nascimento, muitas vezes errante e perdido no deserto sem atinar com os caminhos, sobretudo os do espírito, o homem pecador, filho de Adão e Eva, os expulsos do paraíso em consequência do pecado, atraiu sempre o olhar compassivo de Deus. Mas foi em Jesus Cristo, seu Filho, que esta compaixão se revelou sem limites, como o testemunha esta leitura.

 

 

AGENDA DO DIA:

 

 

15.00 horas: Missa na Falagueira

16.00 horas: Missa no Monte Claro

16.00 horas: Missa no Pardo

18.00 horas: Missa em Nisa, na igreja do Espírito Santo

18.00 horas: Missa em Alpalhão

 

 

IGREJAS DA ZONA PASTORAL DE MISA:

 




 

 

A VOZ DO PASTOR

 

 

 

UMA PASTORAL DE BILHAR?...

 

Alto aí, amigo, por favor não dispare! A expressão não é minha. Aparece entre aspas no texto duma conferência que ouvi a Rossano Sala, mas tem a sua graça e sentido. É sabedoria de farmácia italiana, em comprimido. Trazer esta expressão à baila, aqui e agora, espero que não desague em escândalo ‘pusilorum’ ou ‘phariseorum’, vindo alguém dizer-me que perdi uma grande oportunidade para estar calado! Paciência!...

A Bíblia diz-nos que há tempo para tudo. Também para tocar, cantar, bailar e rir, pois até no bater de asas de uma avestruz há alegria. O coração alegre aformoseia o rosto, diz-se por lá. Estudos sobre o humor no Antigo e Novo Testamento relatam que Deus até cria expressões que raspam o absurdo só para denunciar certas atitudes e situações ridículas de quem se julga muito sábio e sabido. Alguns salmos falam do riso de Deus, zombando. Sara confessa que Deus a fez rir. Riu de incredulidade porque não queria acreditar. Riu de espanto porque aconteceu o que lhe parecia um disparate sem igual. Na vida de Jesus também há muitas cenas que fazem rir, Ele é fonte de alegria. Muitas das reações de espanto ou de fúria de quem presencia o que Ele diz e faz são mesmo dignas de fazer ecoar umas gargalhadas bem sonoras. Ele veio para que tivéssemos a alegria, e a nossa alegria fosse completa.

Chesterton afirmava que o humor corresponde à virtude humana da humildade e é mais divino porque, pelo menos por uns instantes, tem uma perceção maior dos mistérios. São Tomás Moro rezava-se assim: “...Dai-me, Senhor, o sentido do bom humor. Dai-me a graça de compreender uma piada, uma brincadeira, para conseguir um pouco de felicidade e para dá-la de presente aos outros”. O Papa Francisco diz que “o santo é capaz de viver com alegria e sentido de humor”. Bento XVI, ao escrever sobre a alegria, afirmou que onde falta a alegria, onde morre o humor, ali não está nem sequer o Espírito de Cristo. Para Jacques Maritain, uma sociedade que perde o sentido do humor prepara o seu próprio enterro.

Deve ser para contrariar essa possibilidade do funeral lusitano que alguns líderes políticos da nossa praça reconhecem humor refinado nos disparates que os outros vão fazendo ecoar. O povo tem mesmo razão: um santo triste é um triste santo. Mas cuidado, se tristezas não pagam dívidas, podem complicar a vida, ou não tanto, como, aliás, aconteceu com os protagonistas do filme brasileiro de 1944 com esse título.

Quem tem e provoca humor, não quer dizer que esteja a fazer crítica negativa e tonta contra alguém ou alguma coisa. Não quer dizer que esteja a puxar para trás ou a espernear contra a comunhão eclesial de forma descabelada. Seria mesmo humor de alto gabarito se nos ambientes mais seráficos ou ‘ai Jesus’ o viessem a considerar de herético. É evidente que não estamos a falar do pretenso humor ou do humor forçado, daquele humor que é rude e brejeiro, que humilha, escandaliza e destrói. Falamos do humor inteligente, do bom humor, do humor que edifica e dispõe bem, que não ofende e até quebra o gelo relacional. Embora esse dom não se possa comprar nem ande por aí muito a cotio, há sempre quem esteja atento e saiba tirar partido donde menos se espera, com piada.

Ora, a expressão em título, ‘Pastoral de bilhar’, está num contexto que cita documentos e iniciativas pastorais em catadupa, provenientes de cima, do lado, de baixo, de todos os cantos até lhe chegar com o dedo. A expressão surge aí a insinuar que é difícil ter pedalada para acompanhar tanta coisa em ritmo tão rápido, correndo o risco de fazermos da pastoral uma pastoral de bilhar. Isto é, uma pastoral em que uma iniciativa ou documento mete o anterior no buraco, sem somar pontos, sem saborear a sua receção ou celebração. E mesmo que se meta a mão na caçapa e se traga de novo o dito cujo à mesa do jogo, o taco da vontade logo o encaçapa de novo. Esta abundância de coisas, por um lado é positiva, sacode, forma, desafia, faz com que ninguém adormeça. Por outro lado, acaba por girar uma certa fadiga amarga em muitas pessoas e comunidades, baralhadas por não conseguirem levar à letra, e ao ritmo desejado, o que se propõe. Mesmo que haja sempre quem prefira ficar à janela a ver os outros a partir, quase todos desejam correr em pelotão, na esperança dum sprint final em jeito sinodal e da coroa láurea para todos. Mas, atentos ao que se vê, diz e ouve por estes meios despovoados, dificilmente temos pessoas com idade, formação, entusiasmo e empenho para abraçar tudo quanto chega em documentos e possam provocar, com a sua receção e entusiasmo, uma forma diferente de estar em consonância com os objetivos propostos. Com tanta abundância de desafios e não menos pressa na resposta existencial, resposta pessoal e comunitária, com certeza que muitos se desunharão, e bem, é verdade. A maioria, porém, dadas as circunstâncias apontadas de uns e as ocupações de outros que nem tempo lhes sobra para viverem calma e serenamente,  haverá muita dificuldade em conseguir qualquer processo ou percurso prático que, de facto, forme e faça crescer, mudando e transformando. Com notável peso nesta situação, estão ainda os efeitos da pandemia que afastou uns, fez desistir outros e deu pretexto a muitos para abandonarem o empenho e a colaboração que prestavam.

Mas siga a marcha, isto está mesmo a mudar. O que é é e o que deve ser será. Deus não dorme e o Espírito Santo não está acorrentado. Sempre desejamos permanecer na escuta e perceber o que Ele nos quer dizer. O Santo Padre, desde que assumiu o sólio pontifício, é o primeiro nessa escuta e a esticar a corda. Como nos aconselha a fazer, ora vai à frente a puxar, ora vai atrás a empurrar, ora vai ao lado a animar, ora se senta ao lado a apreciar o desempenho, ora, qual treinador experimentado, bate na muche a puxar para que todos, em equipa, deem mais dinâmica e beleza ao jogo, mesmo que haja quem se arvore em árbitro para mandar terminar o desafio e recolher à sacristia.

Haja alegria na responsabilidade. Saibamos acompanhar, viver e fazer, sempre abertos ao que é diferente e às surpresas de Deus. O 2º Secretário-Geral das Nações Unidas, Dag, sueco, falecido em 1961 em acidente aéreo mal esclarecido, e sobre o qual John Kennedy disse ser "o maior estadista do nosso século", escreveu assim: "Quando nasceste, todos riam, só tu choravas. Vive de maneira tal que, quando morreres, todos chorem e só tu não tenhas lágrimas para verter".

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 04-02-2022.

 

 

 

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