PARÓQUIAS DE NISA
Domingo, 06 de fevereiro de 2022
V domingo do tempo comum
LITURGIA
DOMINGO V DO TEMPO COMUM
Verde – Ofício do domingo (Semana I do Saltério).
Te Deum.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. dominical.
L1: Is 6, 1-2a. 3-8; Sal 137 (138), 1-2a. 2bc-3. 4-5. 7c-8
L2: 1 Cor 15, 1-11 ou 1 Cor 15, 3-8. 11
Ev: Lc 5, 1-11
* Proibidas as Missas de defuntos, exceto a exequial.
* Em todas as dioceses de Portugal – Ofertório para a Universidade Católica.
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Salmo 94, 6-7
Vinde, prostremo-nos em terra,
adoremos o Senhor que nos criou.
O Senhor é o nosso Deus.
ORAÇÃO COLECTA
Guardai, Senhor, com paternal bondade a vossa família;
e, porque só em Vós põe a sua confiança,
defendei-a sempre com a vossa protecção.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Is 6, 1-2a.3-8
«Eis-me aqui: podeis enviar-me»
Leitura do Livro
de Isaías
No
ano em que morreu Ozias, rei de Judá, vi o Senhor, sentado num trono alto e
sublime; a fímbria do seu manto enchia o templo. À sua volta estavam serafins
de pé, que tinham seis asas cada um e clamavam alternadamente, dizendo: «Santo,
santo, santo é o Senhor do Universo. A sua glória enche toda a terra!». Com
estes brados as portas oscilavam nos seus gonzos e o templo enchia-se de fumo.
Então exclamei: «Ai de mim, que estou perdido, porque sou um homem de lábios
impuros, moro no meio de um povo de lábios impuros e os meus olhos viram o Rei,
Senhor do Universo». Um dos serafins voou ao meu encontro, tendo na mão um
carvão ardente que tirara do altar com uma tenaz. Tocou-me com ele na boca e
disse-me: «Isto tocou os teus lábios: desapareceu o teu pecado, foi perdoada a
tua culpa». Ouvi então a voz do Senhor, que dizia: «Quem enviarei? Quem irá por
nós?». Eu respondi: «Eis-me aqui: podeis enviar-me».
Palavra do
Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 137 (138), 1-2a.2bc-3.4-5.7c-8 (R. 1c)
Refrão: Na presença dos Anjos,
eu Vos louvarei, Senhor. Repete-se
De todo o coração, Senhor, eu Vos dou graças,
porque ouvistes as palavras da minha boca.
Na presença dos Anjos Vos hei-de cantar
e Vos adorarei, voltado para o vosso templo santo. Refrão
Hei de louvar o vosso nome
pela vossa bondade e fidelidade,
porque exaltastes acima de tudo o vosso nome
e a vossa promessa.
Quando Vos invoquei, me respondestes,
aumentastes a fortaleza da minha alma. Refrão
Todos os reis da terra Vos hão de louvar, Senhor,
quando ouvirem as palavras da vossa boca.
Celebrarão os caminhos do Senhor,
porque é grande a glória do Senhor. Refrão
A vossa mão direita me salvará,
o Senhor completará o que em meu auxílio começou.
Senhor, a vossa bondade é eterna,
não abandoneis a obra das vossas mãos. Refrão
LEITURA II – Forma longa 1 Cor 15,
1-11
«É assim que pregamos e foi assim que acreditastes»
Leitura da
Primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios
Recordo-vos,
irmãos, o Evangelho que vos anunciei e que recebestes, no qual permaneceis e
pelo qual sereis salvos, se o conservais como eu vo-lo anunciei; aliás teríeis
abraçado a fé em vão. Transmiti-vos em primeiro lugar o que eu mesmo recebi:
Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras; foi sepultado e
ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, e apareceu a Pedro e depois
aos Doze. Em seguida apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez, dos
quais a maior parte ainda vive, enquanto alguns já faleceram. Posteriormente
apareceu a Tiago e depois a todos os Apóstolos. Em último lugar, apareceu-me
também a mim, como o abortivo. Porque eu sou o menor dos Apóstolos e não sou
digno de ser chamado Apóstolo, por ter perseguido a Igreja de Deus. Mas pela
graça de Deus sou aquilo que sou e a graça que Ele me deu não foi inútil. Pelo
contrário, tenho trabalhado mais que todos eles, não eu, mas a graça de Deus,
que está comigo. Por conseguinte, tanto eu como eles, é assim que pregamos; e
foi assim que vós acreditastes.
Palavra do
Senhor.
LEITURA II – Forma breve 1 Cor 15, 3-8.11
Leitura da
Primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios
Irmãos: Transmiti-vos em primeiro lugar o que eu mesmo recebi: Cristo morreu
pelos nossos pecados, segundo as Escrituras; foi sepultado e ressuscitou ao
terceiro dia, segundo as Escrituras, e apareceu a Pedro e depois aos Doze. Em
seguida apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez, dos quais a maior
parte ainda vive, enquanto alguns já faleceram. Posteriormente apareceu a Tiago
e depois a todos os Apóstolos. Em último lugar, apareceu-me também a mim, como
o abortivo. Tanto eu como eles, é assim que pregamos e foi assim que vós
acreditastes.
Palavra do Senhor.
ALELUIA Mt 4, 19
Refrão: Aleluia. Repete-se
Vinde comigo, diz o Senhor,
e farei de vós pescadores de homens. Refrão
EVANGELHO Lc 5, 1-11
«Deixaram tudo e seguiram Jesus»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, estava a multidão aglomerada em volta de Jesus, para ouvir a
palavra de Deus. Ele encontrava-Se na margem do lago de Genesaré e viu dois
barcos estacionados no lago. Os pescadores tinham deixado os barcos e estavam a
lavar as redes. Jesus subiu para um barco, que era de Simão, e pediu-lhe que se
afastasse um pouco da terra. Depois sentou-Se e do barco pôs-Se a ensinar a
multidão. Quando acabou de falar, disse a Simão: «Faz-te ao largo e lançai as
redes para a pesca». Respondeu-Lhe Simão: «Mestre, andámos na faina toda a
noite e não apanhámos nada. Mas, já que o dizes, lançarei as redes». Eles assim
fizeram e apanharam tão grande quantidade de peixes que as redes começavam a
romper-se. Fizeram sinal aos companheiros que estavam no outro barco, para os
virem ajudar; eles vieram e encheram ambos os barcos, de tal modo que quase se
afundavam. Ao ver o sucedido, Simão Pedro lançou-se aos pés de Jesus e
disse-Lhe: «Senhor, afasta-Te de mim, que sou um homem pecador». Na verdade, o
temor tinha-se apoderado dele e de todos os seus companheiros, por causa da
pesca realizada. Isto mesmo sucedeu a Tiago e a João, filhos de Zebedeu, que
eram companheiros de Simão. Jesus disse a Simão: «Não temas. Daqui em diante
serás pescador de homens». Tendo conduzido os barcos para terra, eles deixaram
tudo e seguiram Jesus.
Palavra da
salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Senhor nosso Deus,
que criastes o pão e o vinho para auxílio da nossa fraqueza
concedei que eles se tornem para nós
sacramento de vida eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 106, 8-9
Dêmos graças ao Senhor pela sua misericórdia,
pelos seus prodígios em favor dos homens,
porque Ele deu de beber aos que tinham sede
e saciou os que tinham fome.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Deus de bondade,
que nos fizestes participantes do mesmo pão
e do mesmo cálice,
concedei que, unidos na alegria e no amor de Cristo,
dêmos fruto abundante para a salvação do mundo.
Por Nosso Senhor.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: Is 6, 1-2a.3-8: Esta
leitura apresenta a vocação de Isaías e a sua missão, para introduzir a missão
dos Apóstolos, de que falará o Evangelho. A vocação e a missão vêm de Deus, são
dom seu. Em presença de tais dons, ao homem compete simplesmente responder e
deixar-se enviar, porque a obra a que é enviado é toda de Deus. Foi por isso
que o profeta começou por sentir-se envolvido em sinais da presença e da
santidade de Deus. E ao reconhecer que Deus o chamava, respondeu a esse
chamamento e deixou-se enviar para a missão a que Deus o destinava.
1 Cor 15, 1-11: Os cristãos de
Corinto, cidade grega de ambiente pagão, deviam sentir a atitude negativa dos
grupos no meio dos quais viviam, em relação à ressurreição dos mortos, que até
os próprios Judeus só lentamente foram admitindo. Para os cristãos, a morte e a
ressurreição de Cristo constitui a base e o fundamento da sua fé. Ao afirmar o
mistério pascal de Cristo, S. Paulo apresenta o núcleo central da profissão de
fé da Igreja, o “Credo”.
Lc 5, 1-11: A
disponibilidade verificada no profeta Isaías, vemo-la agora nos Apóstolos. É o
Senhor que os envia, mas eles, por seu lado, deixam-se enviar. A obra de Deus
está também nas mãos dos homens, porque Deus os quer associar a Si na obra de
salvação. É, no fundo, a lei que nasce do mistério da Encarnação: Deus no homem
e o homem em Deus. E a única atitude possível para o homem a quem Deus chama e
envia é responder como Isaías: “Eis-me aqui”, e como Pedro: “Já que o dizes,
lançarei as redes”.
AGENDA DO DIA:
09.30
horas: Missa em Amieira do Tejo
10.00
horas: Percurso com os símbolos das JMJ da Igreja do Espírito Santo para a de
Nsa. Sra. da Graça
10.45
horas: Celebração da Missa em Tolosa
11.00
horas: Missa em Nisa - Matriz da Vila
12.00
horas: Missa em Alpalhão
12.00
horas: Celebração da Missa em Gáfete
15.30
horas: Celebração da Missa em Montalvão
15.30
horas: Celebração da Missa em Arneiro
21.00
horas; Na Matriz da Vila, vigília de oração na presença dos símbolos da jornada
JMJ.
IGREJAS DA ZONA
PASTORAL DE MISA:
A VOZ DO PASTOR
UMA PASTORAL DE BILHAR?...
Alto aí, amigo, por favor não dispare! A
expressão não é minha. Aparece entre aspas no texto duma conferência que ouvi a
Rossano Sala, mas tem a sua graça e sentido. É sabedoria de farmácia italiana,
em comprimido. Trazer esta expressão à baila, aqui e agora, espero que não
desague em escândalo ‘pusilorum’ ou ‘phariseorum’, vindo alguém
dizer-me que perdi uma grande oportunidade para estar calado! Paciência!...
A Bíblia diz-nos que há tempo para tudo.
Também para tocar, cantar, bailar e rir, pois até no bater de asas de uma
avestruz há alegria. O coração alegre aformoseia o rosto, diz-se por lá.
Estudos sobre o humor no Antigo e Novo Testamento relatam que Deus até cria
expressões que raspam o absurdo só para denunciar certas atitudes e situações
ridículas de quem se julga muito sábio e sabido. Alguns salmos falam do riso de
Deus, zombando. Sara confessa que Deus a fez rir. Riu de incredulidade porque
não queria acreditar. Riu de espanto porque aconteceu o que lhe parecia um disparate
sem igual. Na vida de Jesus também há muitas cenas que fazem rir, Ele é fonte
de alegria. Muitas das reações de espanto ou de fúria de quem presencia o que
Ele diz e faz são mesmo dignas de fazer ecoar umas gargalhadas bem sonoras. Ele
veio para que tivéssemos a alegria, e a nossa alegria fosse completa.
Chesterton afirmava que o humor corresponde à
virtude humana da humildade e é mais divino porque, pelo menos por uns
instantes, tem uma perceção maior dos mistérios. São Tomás Moro rezava-se
assim: “...Dai-me, Senhor, o sentido do bom humor. Dai-me a graça de
compreender uma piada, uma brincadeira, para conseguir um pouco de felicidade e
para dá-la de presente aos outros”. O Papa Francisco diz que “o santo é capaz
de viver com alegria e sentido de humor”. Bento XVI, ao escrever sobre a
alegria, afirmou que onde falta a alegria, onde morre o humor, ali não está nem
sequer o Espírito de Cristo. Para Jacques Maritain, uma sociedade que
perde o sentido do humor prepara o seu próprio enterro.
Deve ser para contrariar essa possibilidade
do funeral lusitano que alguns líderes políticos da nossa praça reconhecem
humor refinado nos disparates que os outros vão fazendo ecoar. O povo tem mesmo
razão: um santo triste é um triste santo. Mas cuidado, se tristezas não pagam
dívidas, podem complicar a vida, ou não tanto, como, aliás, aconteceu com os
protagonistas do filme brasileiro de 1944 com esse título.
Quem tem e provoca humor, não quer dizer que
esteja a fazer crítica negativa e tonta contra alguém ou alguma coisa. Não quer
dizer que esteja a puxar para trás ou a espernear contra a comunhão eclesial de
forma descabelada. Seria mesmo humor de alto gabarito se nos ambientes mais
seráficos ou ‘ai Jesus’ o viessem a considerar de herético. É evidente que não
estamos a falar do pretenso humor ou do humor forçado, daquele humor que é rude
e brejeiro, que humilha, escandaliza e destrói. Falamos do humor inteligente,
do bom humor, do humor que edifica e dispõe bem, que não ofende e até quebra o
gelo relacional. Embora esse dom não se possa comprar nem ande por aí muito a
cotio, há sempre quem esteja atento e saiba tirar partido donde menos se
espera, com piada.
Ora, a expressão em título, ‘Pastoral de
bilhar’, está num contexto que cita documentos e iniciativas pastorais em catadupa,
provenientes de cima, do lado, de baixo, de todos os cantos até lhe chegar com
o dedo. A expressão surge aí a insinuar que é difícil ter pedalada para
acompanhar tanta coisa em ritmo tão rápido, correndo o risco de fazermos da
pastoral uma pastoral de bilhar. Isto é, uma pastoral em que uma iniciativa ou
documento mete o anterior no buraco, sem somar pontos, sem saborear a sua
receção ou celebração. E mesmo que se meta a mão na caçapa e se traga de novo o
dito cujo à mesa do jogo, o taco da vontade logo o encaçapa de novo. Esta
abundância de coisas, por um lado é positiva, sacode, forma, desafia, faz com
que ninguém adormeça. Por outro lado, acaba por girar uma certa fadiga amarga
em muitas pessoas e comunidades, baralhadas por não conseguirem levar à letra,
e ao ritmo desejado, o que se propõe. Mesmo que haja sempre quem prefira ficar
à janela a ver os outros a partir, quase todos desejam correr em pelotão, na
esperança dum sprint final em jeito sinodal e da coroa láurea para todos. Mas,
atentos ao que se vê, diz e ouve por estes meios despovoados, dificilmente
temos pessoas com idade, formação, entusiasmo e empenho para abraçar tudo
quanto chega em documentos e possam provocar, com a sua receção e entusiasmo,
uma forma diferente de estar em consonância com os objetivos propostos. Com
tanta abundância de desafios e não menos pressa na resposta existencial,
resposta pessoal e comunitária, com certeza que muitos se desunharão, e bem, é
verdade. A maioria, porém, dadas as circunstâncias apontadas de uns e as
ocupações de outros que nem tempo lhes sobra para viverem calma e
serenamente, haverá muita dificuldade em
conseguir qualquer processo ou percurso prático que, de facto, forme e faça
crescer, mudando e transformando. Com notável peso nesta situação, estão ainda
os efeitos da pandemia que afastou uns, fez desistir outros e deu pretexto a
muitos para abandonarem o empenho e a colaboração que prestavam.
Mas siga a marcha, isto está mesmo a mudar. O
que é é e o que deve ser será. Deus não dorme e o Espírito Santo não está
acorrentado. Sempre desejamos permanecer na escuta e perceber o que Ele nos
quer dizer. O Santo Padre, desde que assumiu o sólio pontifício, é o primeiro
nessa escuta e a esticar a corda. Como nos aconselha a fazer, ora vai à frente
a puxar, ora vai atrás a empurrar, ora vai ao lado a animar, ora se senta ao
lado a apreciar o desempenho, ora, qual treinador experimentado, bate na muche
a puxar para que todos, em equipa, deem mais dinâmica e beleza ao jogo, mesmo
que haja quem se arvore em árbitro para mandar terminar o desafio e recolher à
sacristia.
Haja alegria na responsabilidade. Saibamos
acompanhar, viver e fazer, sempre abertos ao que é diferente e às surpresas de
Deus. O 2º Secretário-Geral das Nações Unidas,
Dag, sueco, falecido em 1961 em acidente aéreo mal esclarecido, e sobre o qual
John Kennedy disse ser "o maior estadista do nosso século", escreveu
assim: "Quando nasceste, todos riam, só tu choravas. Vive de maneira tal
que, quando morreres, todos chorem e só tu não tenhas lágrimas para
verter".
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 04-02-2022.
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