PARÓQUIAS DE NISA
Domingo, 20 de fevereiro de 2022
VII domingo do tempo comum
LITURGIA
DOMINGO VII DO TEMPO COMUM
Verde – Ofício do domingo (Semana III do Saltério).
Te Deum.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. dominical.
L1: 1 Sam 26, 2. 7-9.12-13.22-23;Sal 102 (103), 1-2. 3-4. 8 e 10. 12-13
L2: 1 Cor 15, 45-49
Ev: Lc 6, 27-38
* Proibidas as Missas de defuntos, exceto a exequial.
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA cf. Salmo 12, 6
Eu confio, Senhor, na vossa bondade.
O meu coração alegra-se com a vossa salvação.
Cantarei ao Senhor por tudo o que Ele fez por mim.
ORAÇÃO COLECTA
Concedei-nos, Deus todo-poderoso,
que, meditando continuamente nas realidades espirituais,
pratiquemos sempre, em palavras e obras, o que Vos agrada.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I 1 Sam 26, 2.7-9.12-13.22-23
«O Senhor entregou-te nas minhas mãos,
mas eu não quis atentar contra ti»
Leitura do
Primeiro Livro de Samuel
Naqueles
dias, Saul, rei de Israel, pôs-se a caminho e desceu ao deserto de Zif com três
mil homens escolhidos de Israel, para irem em busca de David no deserto. David
e Abisaí penetraram de noite no meio das tropas: Saul estava deitado a dormir
no acampamento, com a lança cravada na terra à sua cabeceira; Abner e a sua
gente dormia à volta dele. Então Abisaí disse a David: «Deus entregou-te hoje
nas mãos o teu inimigo. Deixa que de um só golpe eu o crave na terra com a sua
lança e não terei de o atingir segunda vez». Mas David respondeu a Abisaí: «Não
o mates. Quem poderia estender a mão contra o ungido do Senhor e ficar
impune?». David levou da cabeceira de Saul a lança e o cantil e os dois
foram-se embora. Ninguém viu, ninguém soube, ninguém acordou. Todos dormiam,
por causa do sono profundo que o Senhor tinha feito cair sobre eles. David
passou ao lado oposto e ficou ao longe, no cimo do monte, de sorte que uma
grande distância os separava. Então David exclamou: «Aqui está a lança do rei.
Um dos servos venha buscá-la. O Senhor retribuirá a cada um segundo a sua
justiça e fidelidade. Ele entregou-te hoje nas minhas mãos e eu não quis
atentar contra o ungido do Senhor».
Palavra
do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 102 (103), 1-2.3-4.8.10.12-13 (R. 8a)
Refrão: O Senhor é clemente e cheio de compaixão. Repete-se
Ou: Senhor, sois um Deus clemente e compassivo. Repete-se
Bendiz, ó minha alma, o Senhor
e todo o meu ser bendiga o seu nome santo.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor
e não esqueças nenhum dos seus benefícios. Refrão
Ele perdoa todos os teus pecados
e cura as tuas enfermidades;
salva da morte a tua vida
e coroa-te de graça e misericórdia. Refrão
O Senhor é clemente e compassivo,
paciente e cheio de bondade;
não nos tratou segundo os nossos pecados,
nem nos castigou segundo as nossas culpas. Refrão
Como o Oriente dista do Ocidente,
assim Ele afasta de nós os nossos pecados;
como um pai se compadece dos seus filhos,
assim o Senhor Se compadece dos que O temem. Refrão
LEITURA II 1 Cor 15, 45-49
«Assim como trazemos em nós a imagem do homem terreno,
procuremos também trazer em nós a imagem do homem celeste»
Leitura da Primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios
Irmãos:
O primeiro homem, Adão, foi criado como um ser vivo; o último Adão tornou-se um
espírito que dá vida. O primeiro não foi o espiritual, mas o natural; depois é
que veio o espiritual. O primeiro homem, tirado da terra, é terreno; o segundo
homem veio do Céu. O homem que veio da terra é o modelo dos homens terrenos; o
homem que veio do Céu é o modelo dos homens celestes. E assim como trouxemos em
nós a imagem do homem terreno, traremos também em nós a imagem do homem
celeste.
Palavra
do Senhor.
ALELUIA Jo 13, 34
Refrão: Aleluia. Repete-se
Dou-vos um mandamento novo, diz o Senhor:
amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei. Refrão
EVANGELHO Lc 6, 27-38
«Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, Jesus falou aos seus discípulos, dizendo: «Digo-vos a vós que Me
escutais: Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, abençoai os
que vos amaldiçoam, orai por aqueles que vos injuriam. A quem te bater numa
face, apresenta-lhe também a outra; e a quem te levar a capa, deixa-lhe também
a túnica. Dá a todo aquele que te pedir e ao que levar o que é teu, não o
reclames. Como quereis que os outros vos façam, fazei-lho vós também. Se amais
aqueles que vos amam, que agradecimento mereceis? Também os pecadores amam
aqueles que os amam. Se fazeis bem aos que vos fazem bem, que agradecimento
mereceis? Também os pecadores fazem o mesmo. E se emprestais àqueles de quem
esperais receber, que agradecimento mereceis? Também os pecadores emprestam aos
pecadores, a fim de receberem outro tanto. Vós, porém, amai os vossos inimigos,
fazei o bem e emprestai, sem nada esperar em troca. Então será grande a vossa
recompensa e sereis filhos do Altíssimo, que é bom até para os ingratos e os
maus. Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e
não sereis julgados. Não condeneis e não sereis condenados. Perdoai e sereis
perdoados. Dai e dar-se-vos-á: deitar-vos-ão no regaço uma boa medida, calcada,
sacudida, a transbordar. A medida que usardes com os outros será usada também
convosco».
Palavra
da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Concedei, Senhor,
que celebremos dignamente estes divinos mistérios,
de modo que os dons oferecidos para vossa glória
sejam para nós fonte de eterna salvação.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 9, 2-3
Cantarei todas as vossas maravilhas.
Quero alegrar-me e exultar em Vós.
Cantarei ao vosso nome, ó Altíssimo.
Ou cf. Jo 11, 27
Senhor, eu creio que sois Cristo, Filho de Deus vivo,
o Salvador do mundo.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Nós Vos pedimos, Deus omnipotente,
que este sacramento de salvação
seja para nós penhor seguro de vida eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem
que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: 1
Sam 26, 2.7-9.12-13.22-23: Toda a
palavra da Sagrada Escritura é revelação de Deus, da primeira página até à
última, mas é uma revelação gradual, progressiva, que acompanha o próprio
crescimento da vida de fé do povo de Deus. O que o Evangelho há-de revelar
acerca de Deus e dos seus desígnios de misericórdia e salvação já, sem dúvida
menos claramente, o revelara o Antigo Testamento. Assim, nesta leitura, já na
atitude bondosa e pacífica de David se antecipa aquela palavra da lei nova que
o Senhor há de proclamar no Evangelho: “Amai-vos uns aos outros”....
1 Cor 15, 45-49: Continuando
a expor a doutrina sobre a ressurreição, o Apóstolo estabelece o confronto
entre o primeiro homem da primeira criação, Adão, de quem nascem todos os
mortais, e o novo Adão, Cristo, o Primeiro da nova humanidade dos filhos de
Deus, que vivem para Deus da vida imortal de Cristo ressuscitado
Lc 6, 27-38: O
comportamento do discípulo de Cristo é a resposta ao que o Mestre tem para com
ele, que todo se resume na palavra: “Amai-vos como Eu vos amei”. Mas, por sua
vez, a atitude de Jesus para com os homens é a manifestação da atitude do
coração do Pai, de quem Ele, Jesus, é a imagem perfeita, encarnada no meio dos
homens. Esta imitação que somos chamados a realizar não é alguma coisa que
fazemos de fora e de longe, mas como membros que somos do próprio Cristo, o
Filho de Deus, no qual também nós somos filhos do Pai celeste, “filhos no
Filho”.
AGENDA DO DIA:
09.30
horas: Missa em Amieira do Tejo
10.00
horas: Missa em Arês
10.45
horas: Celebração da Palavra em Tolosa
11.00
horas: Missa em Nisa
12.00
horas: Missa em Alpalhão
12.00
horas: Celebração da Palavra em Gáfete
15.30
horas: Celebração da Palavra em Montalvão
15.30
horas: Celebração da missa no Arneiro
15.30
horas: Celebração da missa no Cacheiro.
___________________
SS. FRANCISCO E JACINTA MARTO
Nota Histórica
Francisco Marto nasceu em Aljustrel, Fátima,
no dia 11 de Junho de 1908, e sua irmã Jacinta Marto nasceu na mesma
localidade, no dia 11 de Março de 1910. Na sua humilde família aprenderam a
conhecer e louvar a Deus e a Virgem Maria. Em 1916 viram três vezes um Anjo e
em 1917 seis vezes a Santíssima Virgem que os exortavam a rezar e a fazer
penitência pela remissão dos pecados, para obter a conversão dos pecadores e a
paz para o mundo. Ambos quiseram imediatamente responder com todas as suas
forças a estas exortações. Inflamados cada vez mais no amor a Deus e às almas,
tinham uma só aspiração: rezar e sofrer de acordo com os pedidos do Anjo e da
Virgem Maria. Francisco faleceu no dia 4 de Abril de 1919 e Jacinta no dia 20
de Fevereiro de 1920. O papa S. João Paulo II deslocou-se a Fátima no dia 13 de
Maio de 2000 para os beatificar. O papa Francisco deslocou-se a Fátima no dia
13 de Maio de 2017, no centenário das aparições e canonizou as duas primeiras
crianças não mártires.
Santos Francisco e Jacinta Marto |
IGREJAS DA ZONA
PASTORAL DE NISA:
A VOZ DO PASTOR
JOVENS, HÁ LÁ TRÊS DEDOS A FALAR POR VÓS!....
Desde as lonjuras do tempo que o desconforto
de quem menos se pensa faz tocar os sinos a rebate perante as labaredas do fogo
juvenil. Sentados à escrivaninha com os pés na escalfeta e manta pelas costas,
os craques de certas escavações sociológicas, sofistas a seu jeito, esgotam-se
na cata de argumentos para se lamuriarem e zurzirem na juventude. Esta espécie
de ursos de turma não está em risco de extinção, antes pelo contrário,
ahahahahah... William Shakespeare dizia que “os velhos desconfiam da juventude porque
foram jovens”. Com este pensar, é de crer que alguns jovens de hoje, quando
tiverem a experiência duma vida longa e dura, quando já se tiveram esquecido
que também foram jovens e cederem à tentação da inveja ou de ciúmes de quem
nessa altura o for, vão puxar pela mesma cartilha para classificarem, de igual
modo, ou pior, os jovens que ao tempo hão de viver e conviver com eles. Hoje,
até o que parece ser um rasgado elogio à juventude dos jovens arrasta consigo
uma forte dúvida sobre se, de facto, o será! Há uma reiterada usurpação do
vigor e da beleza juvenil. Não só, mas mesmo aqueles que desdenham os jovens
anseiam ardentemente a sua juventude. Por mais que olhem e saltitem para a
adquirir, não chegam lá, satisfazem-se em dizer que os jovens ainda estão
muitíssimo verdes. É a fábula da raposa e das uvas no seu melhor. Dá-se aso à
imaginação por não se querer aceitar as próprias limitações, por não se querer
aceitar o desgaste pelo privilégio de se ter vivido e pela graça de se
continuar a viver. Não estou a defender o desleixo, nem a falta de autoestima,
nem a falta de brio na apresentação pessoal. Estou a dizer que se repudia a
velhice mas pretende-se uma longevidade jovem, sem as marcas do tempo, mesmo
que seja preciso meter o colchão no toucado como satirizava Nicolau Tolentino
no século XVIII. É a ditadura da moda que oprime e explora, que leva as pessoas
a recusarem os seus limites, preferindo cinzelarem-se com produtos e serviços
que a publicidade, servindo-se de jovens, promove e vende na miragem da
perfeita recauchutagem de quem compra. Culturas há em que as marcas da velhice
são tidas como uma bênção, pois o idoso é considerado como realizado, mais
próximo dos seus que já partiram e do divino. Desde a antiguidade que o padrão
de beleza se vai alterando. Hoje, por cá, os guardas fatos, os roupeiros, as
balanças e os espelhos não são capazes de dar um ar da sua graça aos mais
exigentes. Sempre lhes fazem crer que estão a anos-luz do padrão de beleza em
vigor. De facto, isto de querer morrer com saúda, idoso e jovem, dá muito,
muito trabalho! Consta que vários milionários já dispuseram de cerca de três
biliões de dólares para estudar a biologia do envelhecimento, não para se
envelhecer jovem, isso já é pouco para eles. Trata-se de quererem derrotar a
própria morte com uma “tecnologia da imortalidade”. Tenhamos esperança, ainda
vamos chegar ao tempo em que as galinhas terão dentes e as cobras andarão de
pé! Estar ‘in’, faz sofrer muita gente, arrasta muita canseira e sacrifício,
faz com que muitos estejam nas lonas e vivam de aparências, mas tudo isso, como
vemos, acaba por ser bom, faz acontecer, aguça a imaginação, o engenho e a
arte. Quem corre por gosto não se cansa nem fraqueja. E o mais importante de
tudo isso é que ninguém tem nada com isso, apenas desejamos que todos, no uso
da sua liberdade, sejam felizes, muito felizes, e o progresso aconteça!
É verdade que a maneira de ser e de estar de
muitos jovens nem sempre lhes será o mais útil para alicerçar a sua vida sobre
a rocha e não sobre a areia movediça. De facto, o deixa correr, o qualquer
coisa serve, a opção pelo mais fácil e certas filosofias de vida nem sempre são
o melhor, o que convém. Todos estamos conscientes disso, os jovens também,
mesmo que o não pareça. A Igreja, ainda que
no seu seio também tenha dessas aves de mal agoiro, diz-nos que a clarividência
de quem educa ou lida com os jovens deve ter a capacidade de não apagar a chama
que ainda fumega nem quebrar a cana rachada que ainda não partiu. Acreditar na
transformação da realidade e na conversão dos corações é o caminho a perseguir.
É preciso ter a capacidade de, com esperança, individualizar percursos onde
outros só veem muros, saber reconhecer possibilidades onde outros só veem
perigos, ter a capacidade de valorizar e alimentar as sementes de bem semeadas
no coração de cada um, um coração que deve ser considerado ‘terra santa’ e
diante da qual nos devemos ‘descalçar’ para nos podermos aproximar (cf. CV67).
Mas voltemos à vaca das cordas, como se diz
lá para o norte quando se perde o fio à meada e se tenta retomar. Quando se apontam os jovens com o dedo em riste, há
três dedos da mão que ficam voltados para trás, para quem aponta, são mais
notados que gato escondido com rabo de fora. Experimente lá, se faz favor,
aprecie e magique sobre o sentido dessa sinalética!... E que tal?... Que lhe parece?!... Não sei quem seria o primeiro a chamar a
atenção para esse ‘epifenómeno’, mas que é importante e de saudáveis
consequências lá isso é. Ele coloca a nu
uma outra lista que os jovens, de forma bem mais certeira, apresentam aos
adultos muito senhores das suas análises e dos seus juízos sobre as patologias juvenis, coisa com que
alguns muito se deleitam. E sirvo-me do Documento conclusivo do Sínodo
dos jovens para referir algumas parcelas, não todas, dessa fatura que os jovens
nos apresentam. É por causa dos
adultos que «muitos jovens vivem em contextos de guerra e padecem a violência
numa variedade incontável de formas: raptos, extorsões, criminalidade
organizada, tráfico de seres humanos, escravidão e exploração sexual, estupros
de guerra... Outros jovens, por causa da sua fé, têm dificuldade em encontrar
um lugar nas suas sociedades e sofrem vários tipos de perseguição, que vai até
à morte. Numerosos são os jovens que, por constrangimento ou falta de
alternativas, vivem perpetrando crimes e violências: crianças-soldado, gangues
armados e criminosos, tráfico de droga, terrorismo... Esta violência destroça
muitas vidas jovens. Abusos e dependências, bem como violência e extravio
contam-se entre as razões que levam os jovens à prisão, com incidência
particular nalguns grupos étnicos e sociais. Muitos jovens são ideologizados,
instrumentalizados e utilizados como carne de canhão ou como força de choque
para destruir, intimidar ou ridicularizar outros. E o pior é que muitos se
transformam em sujeitos individualistas, inimigos e desconfiados para com
todos, tornando-se assim presa fácil de propostas desumanizadoras e dos planos
destrutivos elaborados por grupos políticos ou poderes económicos. Ainda mais
numerosos no mundo são os jovens que padecem formas de marginalização e
exclusão social, por razões religiosas, étnicas ou económicas. Lembramos a
difícil situação de adolescentes e jovens que ficam grávidas e a praga do
aborto, bem como a propagação do SIDA/HIV, as várias formas de dependência
(drogas, jogos de azar, pornografia, etc.) e a situação dos meninos e
adolescentes de rua, que carecem de casa, família e recursos económicos». E
quando se trata de mulheres, estas situações de marginalização tornam-se
duplamente dolorosas e difíceis. Por vezes, o sofrimento dalguns jovens é lacerante, um
sofrimento que não se pode expressar com palavras, um sofrimento que nos fere
como um soco. E se é verdade que países mais ricos e poderosos e alguns
organismos internacionais prestam alguma ajuda, muitas vezes fazem-no por um
alto preço. Como refere o documento citado, em muitos países pobres, esta ajuda
costuma estar vinculada à aceitação de certas exigências, verdadeira
colonização ideológica a prejudicar de forma especial os jovens.
Muitos jovens, também trazem gravados na alma «as feridas das derrotas da sua
própria história, dos desejos frustrados, das discriminações e injustiças
sofridas, de não se ter sentido amado ou reconhecido», além das «feridas
morais, o peso dos próprios erros, o sentido de culpa por ter errado». E isto
sem citar o fenómeno migratório, as suas causas, os seus sonhos e
consequências, etc. (cf. CV72-85).
Caro jovem, apesar de tudo, a Igreja, pela voz do Papa
Francisco, apela-te a que “não deixes que te roubem a esperança e a alegria,
que te narcotizem para te usar como escravo dos seus interesses. Ousa ser mais,
porque o teu ser é mais importante do que qualquer outra coisa; não precisas de
ter nem de parecer. Podes chegar a ser aquilo que Deus, teu Criador, sabe que
tu és, se reconheceres o muito a que estás chamado. Invoca o Espírito Santo e
caminha, confiante, para a grande meta: a santidade. Assim, não serás uma
fotocópia; serás plenamente tu mesmo” (cf. CV107).
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 18-02-2022.
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