PARÓQUIAS DE NISA
Quarta, 9 de fevereiro de 2022
Quarta-feira da V semana do tempo comum
LITURGIA
Quarta-feira da semana V
Verde – Ofício da féria.
Missa à escolha (cf. p. 19, n. 18).
L1: 1 Reis 10, 1-10; Sal 36 (37), 5-6. 30-31. 39-40
Ev: Mc 7, 14-23
* Na Ordem de Cister – S. Conrado da Baviera, eremita – MF
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – B. Leopoldo de Alpandeire, religioso,
da I Ordem – MF
* Na Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs (Lassalistas/La Salle) – S.
Miguel Febres Cordero, religioso – MO
* Na Congregação Salesiana e no Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora – B.
Eusébia Palomino Yenes, virgem – MF e MO
* Na Ordem Beneditina (Comunidades femininas) – I Vésp. de S. Escolástica.
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 94, 6-7
Vinde, prostremo-nos em terra,
adoremos o Senhor que nos criou.
O Senhor é o nosso Deus.
ORAÇÃO COLECTA
Guardai, Senhor, com paternal bondade a vossa família;
e, porque só em Vós põe a sua confiança,
defendei-a sempre com a vossa protecção.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I 1 Reis 10, 1-10
«A rainha de Sabá viu toda a sabedoria de Salomão»
Leitura do Primeiro
Livro dos Reis
Naqueles
dias, a rainha de Sabá ouviu falar na fama de Salomão e veio experimentá-lo com
enigmas. Entrou em Jerusalém com um numeroso séquito, camelos carregados de
perfumes, grande quantidade de ouro e pedras preciosas. Ao chegar à presença de
Salomão, expôs-lhe tudo o que tinha na mente. Salomão respondeu a todas as suas
perguntas e não houve nada de obscuro que o rei não pudesse esclarecer. Vendo a
rainha de Sabá toda a sabedoria de Salomão, o palácio por ele construído e as
provisões da sua mesa, as instalações dos seus oficiais, o serviço e as vestes
do seu pessoal, os seus copeiros e os holocaustos que oferecia no templo do
Senhor, ficou maravilhada e disse ao rei: «Realmente era verdade o que ouvi
dizer no meu país acerca de ti e da tua sabedoria. Eu não quis acreditar no que
diziam, antes de vir e ver com os meus olhos; mas de facto nem sequer me tinham
dito a metade. Tu excedes em sabedoria e opulência a fama que chegara aos meus
ouvidos. Felizes os teus vassalos, felizes os teus servos, que estão sempre
diante de ti e ouvem a tua sabedoria! Bendito seja o Senhor, teu Deus, que te
manifestou a sua benevolência, colocando-te no trono de Israel! É pelo eterno
amor que dedica a Israel que o Senhor te fez reinar, para exerceres o direito e
a justiça». Por fim, ela deu ao rei cento e vinte talentos de ouro,
abundantíssimos perfumes e pedras preciosas. Nunca se viram tantos perfumes
como os que a rainha de Sabá deu ao rei Salomão.
Palavra do
Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 36 (37), 5-6.30-31.39-40 (R. 30a)
Refrão: A boca do justo proclama a sabedoria. Repete-se
Confia ao Senhor o teu destino
e tem confiança, que Ele actuará.
Fará brilhar a tua luz como a justiça
e como o sol do meio-dia os teus direitos. Refrão
A boca do justo profere a sabedoria
e a sua língua proclama a justiça.
A lei de Deus está no seu coração
e não vacila nos seus passos. Refrão
A salvação dos justos vem do Senhor,
Ele é o seu refúgio no tempo da tribulação.
O Senhor os ajuda e defende,
porque n’Ele procuraram refúgio. Refrão
ALELUIA cf. Jo 17, 17b.a
Refrão: Aleluia. Repete-se
A vossa palavra, Senhor, é a verdade:
consagrai-nos na verdade. Refrão
EVANGELHO Mc 7, 14-23
«O que sai do homem é que o torna impuro»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele
tempo, Jesus chamou de novo para junto de Si a multidão e disse-lhes:
«Escutai-Me e procurai compreender. Não há nada fora do homem que ao entrar
nele o possa tornar impuro. O que sai do homem é que o torna impuro. Se alguém
tem ouvidos para ouvir, oiça». Quando Jesus, ao deixar a multidão, entrou em
casa, os discípulos perguntaram-Lhe o sentido da parábola. Ele respondeu-lhes:
«Vós também não entendestes? Não compreendeis que tudo o que de fora entra no
homem não pode torná-lo impuro, porque não entra no coração, mas no ventre, e
depois vai parar à fossa?». Assim, Jesus declarava puros todos os alimentos. E
continuou: «O que sai do homem é que o torna impuro; porque do interior dos homens
é que saem as más intenções: imoralidades, roubos, assassínios, adultérios,
ambições, injustiças, fraudes, devassidão, inveja, difamação, orgulho,
insensatez. Todos estes vícios saem do interior do homem e são eles que o
tornam impuro».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Senhor nosso Deus,
que criastes o pão e o vinho para auxílio da nossa fraqueza
concedei que eles se tornem para nós
sacramento de vida eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 106, 8-9
Dêmos graças ao Senhor pela sua misericórdia,
pelos seus prodígios em favor dos homens,
porque Ele deu de beber aos que tinham sede
e saciou os que tinham fome.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Deus de bondade,
que nos fizestes participantes do mesmo pão
e do mesmo cálice,
concedei que, unidos na alegria e no amor de Cristo,
dêmos fruto abundante para a salvação do mundo.
Por Nosso Senhor.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: Mc 7, 1-13: Jesus
procura fazer compreender a diferença que existe entre o mandamento de Deus e a
tradição dos homens, porque, no tempo em que estes factos se passavam, os usos
e costumes que os homens tinham acrescentado à lei de Deus chegavam a deturpar
a própria lei, como no caso citado; certos hábitos religiosos de invenção
humana passavam à frente da justiça e da caridade. É sempre uma grande tentação
ficar preso à letra, e não conseguir, por isso, chegar até ao espírito; mas «a
letra mata, o espírito é que dá a vida».
AGENDA DO DIA:
17.00
hoeas: Missa em Gáfete
18.00
horas: Missa em Nisa, na igreja do Espírito Santo
18.00
horas: Missa em Tolosa.
IGREJAS DA ZONA
PASTORAL DE MISA:
A VOZ DO PASTOR
UMA PASTORAL DE BILHAR?...
Alto aí, amigo, por favor não dispare! A
expressão não é minha. Aparece entre aspas no texto duma conferência que ouvi a
Rossano Sala, mas tem a sua graça e sentido. É sabedoria de farmácia italiana,
em comprimido. Trazer esta expressão à baila, aqui e agora, espero que não
desague em escândalo ‘pusilorum’ ou ‘phariseorum’, vindo alguém
dizer-me que perdi uma grande oportunidade para estar calado! Paciência!...
A Bíblia diz-nos que há tempo para tudo.
Também para tocar, cantar, bailar e rir, pois até no bater de asas de uma
avestruz há alegria. O coração alegre aformoseia o rosto, diz-se por lá.
Estudos sobre o humor no Antigo e Novo Testamento relatam que Deus até cria
expressões que raspam o absurdo só para denunciar certas atitudes e situações
ridículas de quem se julga muito sábio e sabido. Alguns salmos falam do riso de
Deus, zombando. Sara confessa que Deus a fez rir. Riu de incredulidade porque
não queria acreditar. Riu de espanto porque aconteceu o que lhe parecia um
disparate sem igual. Na vida de Jesus também há muitas cenas que fazem rir, Ele
é fonte de alegria. Muitas das reações de espanto ou de fúria de quem presencia
o que Ele diz e faz são mesmo dignas de fazer ecoar umas gargalhadas bem
sonoras. Ele veio para que tivéssemos a alegria, e a nossa alegria fosse
completa.
Chesterton afirmava que o humor corresponde à
virtude humana da humildade e é mais divino porque, pelo menos por uns
instantes, tem uma perceção maior dos mistérios. São Tomás Moro rezava-se
assim: “...Dai-me, Senhor, o sentido do bom humor. Dai-me a graça de
compreender uma piada, uma brincadeira, para conseguir um pouco de felicidade e
para dá-la de presente aos outros”. O Papa Francisco diz que “o santo é capaz
de viver com alegria e sentido de humor”. Bento XVI, ao escrever sobre a
alegria, afirmou que onde falta a alegria, onde morre o humor, ali não está nem
sequer o Espírito de Cristo. Para Jacques Maritain, uma sociedade que
perde o sentido do humor prepara o seu próprio enterro.
Deve ser para contrariar essa possibilidade do
funeral lusitano que alguns líderes políticos da nossa praça reconhecem humor
refinado nos disparates que os outros vão fazendo ecoar. O povo tem mesmo
razão: um santo triste é um triste santo. Mas cuidado, se tristezas não pagam
dívidas, podem complicar a vida, ou não tanto, como, aliás, aconteceu com os
protagonistas do filme brasileiro de 1944 com esse título.
Quem tem e provoca humor, não quer dizer que
esteja a fazer crítica negativa e tonta contra alguém ou alguma coisa. Não quer
dizer que esteja a puxar para trás ou a espernear contra a comunhão eclesial de
forma descabelada. Seria mesmo humor de alto gabarito se nos ambientes mais
seráficos ou ‘ai Jesus’ o viessem a considerar de herético. É evidente que não
estamos a falar do pretenso humor ou do humor forçado, daquele humor que é rude
e brejeiro, que humilha, escandaliza e destrói. Falamos do humor inteligente,
do bom humor, do humor que edifica e dispõe bem, que não ofende e até quebra o
gelo relacional. Embora esse dom não se possa comprar nem ande por aí muito a
cotio, há sempre quem esteja atento e saiba tirar partido donde menos se
espera, com piada.
Ora, a expressão em título, ‘Pastoral de
bilhar’, está num contexto que cita documentos e iniciativas pastorais em
catadupa, provenientes de cima, do lado, de baixo, de todos os cantos até lhe
chegar com o dedo. A expressão surge aí a insinuar que é difícil ter pedalada
para acompanhar tanta coisa em ritmo tão rápido, correndo o risco de fazermos
da pastoral uma pastoral de bilhar. Isto é, uma pastoral em que uma iniciativa
ou documento mete o anterior no buraco, sem somar pontos, sem saborear a sua
receção ou celebração. E mesmo que se meta a mão na caçapa e se traga de novo o
dito cujo à mesa do jogo, o taco da vontade logo o encaçapa de novo. Esta
abundância de coisas, por um lado é positiva, sacode, forma, desafia, faz com
que ninguém adormeça. Por outro lado, acaba por girar uma certa fadiga amarga
em muitas pessoas e comunidades, baralhadas por não conseguirem levar à letra,
e ao ritmo desejado, o que se propõe. Mesmo que haja sempre quem prefira ficar
à janela a ver os outros a partir, quase todos desejam correr em pelotão, na
esperança dum sprint final em jeito sinodal e da coroa láurea para todos. Mas,
atentos ao que se vê, diz e ouve por estes meios despovoados, dificilmente
temos pessoas com idade, formação, entusiasmo e empenho para abraçar tudo quanto
chega em documentos e possam provocar, com a sua receção e entusiasmo, uma
forma diferente de estar em consonância com os objetivos propostos. Com tanta
abundância de desafios e não menos pressa na resposta existencial, resposta
pessoal e comunitária, com certeza que muitos se desunharão, e bem, é verdade.
A maioria, porém, dadas as circunstâncias apontadas de uns e as ocupações de
outros que nem tempo lhes sobra para viverem calma e serenamente, haverá muita dificuldade em conseguir
qualquer processo ou percurso prático que, de facto, forme e faça crescer,
mudando e transformando. Com notável peso nesta situação, estão ainda os
efeitos da pandemia que afastou uns, fez desistir outros e deu pretexto a
muitos para abandonarem o empenho e a colaboração que prestavam.
Mas siga a marcha, isto está mesmo a mudar. O
que é é e o que deve ser será. Deus não dorme e o Espírito Santo não está
acorrentado. Sempre desejamos permanecer na escuta e perceber o que Ele nos
quer dizer. O Santo Padre, desde que assumiu o sólio pontifício, é o primeiro
nessa escuta e a esticar a corda. Como nos aconselha a fazer, ora vai à frente
a puxar, ora vai atrás a empurrar, ora vai ao lado a animar, ora se senta ao
lado a apreciar o desempenho, ora, qual treinador experimentado, bate na muche
a puxar para que todos, em equipa, deem mais dinâmica e beleza ao jogo, mesmo
que haja quem se arvore em árbitro para mandar terminar o desafio e recolher à
sacristia.
Haja alegria na responsabilidade. Saibamos
acompanhar, viver e fazer, sempre abertos ao que é diferente e às surpresas de
Deus. O 2º Secretário-Geral das Nações Unidas,
Dag, sueco, falecido em 1961 em acidente aéreo mal esclarecido, e sobre o qual
John Kennedy disse ser "o maior estadista do nosso século", escreveu
assim: "Quando nasceste, todos riam, só tu choravas. Vive de maneira tal
que, quando morreres, todos chorem e só tu não tenhas lágrimas para
verter".
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 04-02-2022.
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