PARÓQUIAS DE NISA
Sexta, 11 de fevereiro de 2022
Sexta-feira da V semana do tempo comum
LITURGIA
Sexta-feira
da semana V
Virgem Santa Maria de Lurdes – MF
Verde ou br. – Ofício da féria ou da memória.
Missa à escolha (cf. p. 19, n. 18).
L1: 1 Reis 11, 29-32; 12, 19; Sal 80 (81), 10-11ab. 12-13. 14-15
Ev: Mc 7, 31-37
* Dia Mundial do Doente.
* Na Diocese de Leiria-Fátima – Aniversário da Ordenação episcopal de D.
António Augusto dos Santos Marto, Cardeal (2001).
* Na Ordem Beneditina – S. Bento de Aniano, abade – MF; Nossa Senhora de Lurdes
– MF
* Na Ordem de Cister – S. Bento de Aniano, abade – MF
* Na Congregação da Paixão de Jesus Cristo – Ofício e Missa votivos da Paixão.
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 94, 6-7
Vinde, prostremo-nos em terra,
adoremos o Senhor que nos criou.
O Senhor é o nosso Deus.
ORAÇÃO COLECTA
Guardai, Senhor, com paternal bondade a vossa família;
e, porque só em Vós põe a sua confiança,
defendei-a sempre com a vossa protecção.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos pares) 1 Reis 11, 29-32; 12, 19
«Israel separou-se da casa de David»
Leitura do
Primeiro Livro dos Reis
Naqueles
dias, quando Jeroboão saía de Jerusalém, veio ao seu encontro o profeta Aías,
de Silo, que trazia um manto novo. Estavam os dois sozinhos no campo. Aías
pegou no manto novo que trazia e rasgou-o em doze pedaços, dizendo a Jeroboão:
«Toma para ti dez pedaços, porque assim fala o Senhor, Deus de Israel: ‘Vou
tirar Salomão do seu reino e dar-te-ei dez tribos, ficando ele, no entanto, com
uma tribo, em atenção ao meu servo David e a Jerusalém, a cidade que Eu escolhi
entre as doze tribos de Israel’». E as dez tribos de Israel separaram-se da
casa de David, até ao dia de hoje.
Palavra do
Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 80 (81), 10-11ab.12-13.14-15 (R. cf.
11a.9a)
Refrão: Eu sou o Senhor, teu Deus: escuta
a minha voz. Repete-se
Não terás contigo um deus alheio,
nem adorarás divindades estrangeiras.
Eu sou o Senhor, teu Deus,
que te fiz sair da terra do Egipto. Refrão
Mas o meu povo não ouviu a minha voz,
Israel não me quis obedecer.
Por isso os entreguei à dureza do seu coração
e eles seguiram os seus caprichos. Refrão
Oh se o meu povo Me escutasse,
se Israel seguisse os meus caminhos,
num instante esmagaria os seus inimigos,
deixaria cair a mão sobre os seus adversários. Refrão
ALELUIA cf. Atos 16, 14b
Refrão: Aleluia Repete-se
Abri, Senhor, o nosso coração,
para recebermos a palavra do vosso Filho. Refrão
EVANGELHO Mc 7, 31-37
«Faz que os surdos oiçam e que os mudos falem»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele
tempo, Jesus deixou de novo a região de Tiro e, passando por Sidónia, veio para
o mar da Galileia, atravessando o território da Decápole. Trouxeram-Lhe então
um surdo que mal podia falar e suplicaram-Lhe que impusesse as mãos sobre ele.
Jesus, afastando-Se com ele da multidão, meteu-lhe os dedos nos ouvidos e com
saliva tocou-lhe a língua. Depois, erguendo os olhos ao Céu, suspirou e
disse-lhe: «Effathá», que quer dizer «Abre-te». Imediatamente se abriram os
ouvidos do homem, soltou-se-lhe a prisão da língua e começou a falar
correctamente. Jesus recomendou que não contassem nada a ninguém. Mas, quanto
mais lho recomendava, tanto mais intensamente eles o apregoavam. Cheios de
assombro, diziam: «Tudo o que faz é admirável: faz que os surdos oiçam e que os
mudos falem».
Palavra da
salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Senhor nosso Deus,
que criastes o pão e o vinho para auxílio da nossa fraqueza
concedei que eles se tornem para nós
sacramento de vida eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 106, 8-9
Dêmos graças ao Senhor pela sua misericórdia,
pelos seus prodígios em favor dos homens,
porque Ele deu de beber aos que tinham sede
e saciou os que tinham fome.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Deus de bondade,
que nos fizestes participantes do mesmo pão
e do mesmo cálice,
concedei que, unidos na alegria e no amor de Cristo,
dêmos fruto abundante para a salvação do mundo.
Por Nosso Senhor.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: 1 Reis 11, 29-32; 12, 19: A
divisão do reino de Salomão, anunciada na leitura de ontem, verifica-se hoje
consumada nesta leitura. Um profeta anuncia essa divisão das doze tribos por
meio de uma acção simbólica. Dez tribos irão constituir o Reino de Israel, ao
norte, e duas o Reino de Judá, ao sul, continuando este a ter Jerusalém por
capital. Será desta minoria que nascerá o Messias, da tribo de Judá.
Mc 7, 31-37: Jesus,
ao dar vista aos cegos, ouvido aos surdos e voz aos mudos, está a dar
cumprimento ao que os profetas tinham anunciado. Deste modo, ao mostrar
compaixão para com os doentes e infelizes, Jesus revela-Se, ao mesmo tempo e
por esse mesmo processo, o Messias, o Enviado, o Ungido de Deus. E o que se
passa na ordem corporal, passa-se, ainda mais, na ordem espiritual. Quando o
homem se aproxima de Jesus Cristo, Ele faz com que se possa ouvir a palavra de
Deus e professar a fé que por ela nos vem. É assim que o Ritual do Baptismo o
entende, quando logo depois do banho da regeneração, põe quase estas mesmas
palavras na boca do ministro que batiza.
AGENDA DO DIA:
15.00
horas: Funeral np Arneiro
18.00
horas: Missa em Nisa, na igreja do Espírito Santo
18.00
horas: Missa em Alpalhão
21.00
horas: Vigília em Ponte de Sor.
IGREJAS DA ZONA
PASTORAL DE MISA:
A VOZ DO PASTOR
UMA PASTORAL DE BILHAR?...
Alto aí, amigo, por favor não dispare! A
expressão não é minha. Aparece entre aspas no texto duma conferência que ouvi a
Rossano Sala, mas tem a sua graça e sentido. É sabedoria de farmácia italiana,
em comprimido. Trazer esta expressão à baila, aqui e agora, espero que não
desague em escândalo ‘pusilorum’ ou ‘phariseorum’, vindo alguém
dizer-me que perdi uma grande oportunidade para estar calado! Paciência!...
A Bíblia diz-nos que há tempo para tudo.
Também para tocar, cantar, bailar e rir, pois até no bater de asas de uma
avestruz há alegria. O coração alegre aformoseia o rosto, diz-se por lá.
Estudos sobre o humor no Antigo e Novo Testamento relatam que Deus até cria
expressões que raspam o absurdo só para denunciar certas atitudes e situações
ridículas de quem se julga muito sábio e sabido. Alguns salmos falam do riso de
Deus, zombando. Sara confessa que Deus a fez rir. Riu de incredulidade porque
não queria acreditar. Riu de espanto porque aconteceu o que lhe parecia um
disparate sem igual. Na vida de Jesus também há muitas cenas que fazem rir, Ele
é fonte de alegria. Muitas das reações de espanto ou de fúria de quem presencia
o que Ele diz e faz são mesmo dignas de fazer ecoar umas gargalhadas bem
sonoras. Ele veio para que tivéssemos a alegria, e a nossa alegria fosse
completa.
Chesterton afirmava que o humor corresponde à
virtude humana da humildade e é mais divino porque, pelo menos por uns
instantes, tem uma perceção maior dos mistérios. São Tomás Moro rezava-se
assim: “...Dai-me, Senhor, o sentido do bom humor. Dai-me a graça de
compreender uma piada, uma brincadeira, para conseguir um pouco de felicidade e
para dá-la de presente aos outros”. O Papa Francisco diz que “o santo é capaz
de viver com alegria e sentido de humor”. Bento XVI, ao escrever sobre a
alegria, afirmou que onde falta a alegria, onde morre o humor, ali não está nem
sequer o Espírito de Cristo. Para Jacques Maritain, uma sociedade que perde
o sentido do humor prepara o seu próprio enterro.
Deve ser para contrariar essa possibilidade
do funeral lusitano que alguns líderes políticos da nossa praça reconhecem
humor refinado nos disparates que os outros vão fazendo ecoar. O povo tem mesmo
razão: um santo triste é um triste santo. Mas cuidado, se tristezas não pagam
dívidas, podem complicar a vida, ou não tanto, como, aliás, aconteceu com os
protagonistas do filme brasileiro de 1944 com esse título.
Quem tem e provoca humor, não quer dizer que
esteja a fazer crítica negativa e tonta contra alguém ou alguma coisa. Não quer
dizer que esteja a puxar para trás ou a espernear contra a comunhão eclesial de
forma descabelada. Seria mesmo humor de alto gabarito se nos ambientes mais
seráficos ou ‘ai Jesus’ o viessem a considerar de herético. É evidente que não
estamos a falar do pretenso humor ou do humor forçado, daquele humor que é rude
e brejeiro, que humilha, escandaliza e destrói. Falamos do humor inteligente,
do bom humor, do humor que edifica e dispõe bem, que não ofende e até quebra o
gelo relacional. Embora esse dom não se possa comprar nem ande por aí muito a
cotio, há sempre quem esteja atento e saiba tirar partido donde menos se
espera, com piada.
Ora, a expressão em título, ‘Pastoral de
bilhar’, está num contexto que cita documentos e iniciativas pastorais em
catadupa, provenientes de cima, do lado, de baixo, de todos os cantos até lhe
chegar com o dedo. A expressão surge aí a insinuar que é difícil ter pedalada
para acompanhar tanta coisa em ritmo tão rápido, correndo o risco de fazermos
da pastoral uma pastoral de bilhar. Isto é, uma pastoral em que uma iniciativa
ou documento mete o anterior no buraco, sem somar pontos, sem saborear a sua
receção ou celebração. E mesmo que se meta a mão na caçapa e se traga de novo o
dito cujo à mesa do jogo, o taco da vontade logo o encaçapa de novo. Esta
abundância de coisas, por um lado é positiva, sacode, forma, desafia, faz com
que ninguém adormeça. Por outro lado, acaba por girar uma certa fadiga amarga
em muitas pessoas e comunidades, baralhadas por não conseguirem levar à letra,
e ao ritmo desejado, o que se propõe. Mesmo que haja sempre quem prefira ficar
à janela a ver os outros a partir, quase todos desejam correr em pelotão, na
esperança dum sprint final em jeito sinodal e da coroa láurea para todos. Mas,
atentos ao que se vê, diz e ouve por estes meios despovoados, dificilmente
temos pessoas com idade, formação, entusiasmo e empenho para abraçar tudo
quanto chega em documentos e possam provocar, com a sua receção e entusiasmo,
uma forma diferente de estar em consonância com os objetivos propostos. Com
tanta abundância de desafios e não menos pressa na resposta existencial,
resposta pessoal e comunitária, com certeza que muitos se desunharão, e bem, é
verdade. A maioria, porém, dadas as circunstâncias apontadas de uns e as
ocupações de outros que nem tempo lhes sobra para viverem calma e
serenamente, haverá muita dificuldade em
conseguir qualquer processo ou percurso prático que, de facto, forme e faça
crescer, mudando e transformando. Com notável peso nesta situação, estão ainda
os efeitos da pandemia que afastou uns, fez desistir outros e deu pretexto a
muitos para abandonarem o empenho e a colaboração que prestavam.
Mas siga a marcha, isto está mesmo a mudar. O
que é é e o que deve ser será. Deus não dorme e o Espírito Santo não está
acorrentado. Sempre desejamos permanecer na escuta e perceber o que Ele nos
quer dizer. O Santo Padre, desde que assumiu o sólio pontifício, é o primeiro
nessa escuta e a esticar a corda. Como nos aconselha a fazer, ora vai à frente
a puxar, ora vai atrás a empurrar, ora vai ao lado a animar, ora se senta ao
lado a apreciar o desempenho, ora, qual treinador experimentado, bate na muche
a puxar para que todos, em equipa, deem mais dinâmica e beleza ao jogo, mesmo
que haja quem se arvore em árbitro para mandar terminar o desafio e recolher à
sacristia.
Haja alegria na responsabilidade. Saibamos
acompanhar, viver e fazer, sempre abertos ao que é diferente e às surpresas de
Deus. O 2º Secretário-Geral das Nações Unidas,
Dag, sueco, falecido em 1961 em acidente aéreo mal esclarecido, e sobre o qual
John Kennedy disse ser "o maior estadista do nosso século", escreveu
assim: "Quando nasceste, todos riam, só tu choravas. Vive de maneira tal
que, quando morreres, todos chorem e só tu não tenhas lágrimas para
verter".
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 04-02-2022.
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