PARÓQUIAS DE NISA
Quarta, 23 de fevereiro de 2022
Quarta-feira da VII semana do tempo comum
LITURGIA
Quarta-feira
da semana VII
S. Policarpo, bispo e mártir – MO
Vermelho – Ofício da memória.
Missa da memória.
L1: Tg 4, 13-17; Sal 48 (49), 2-3. 6-7. 8-10. 11
Ev: Mc 9, 38-40
S.
POLICARPO, bispo e mártir
Nota Histórica
Policarpo foi discípulo dos Apóstolos e
bispo de Esmirna, e deu hospedagem a Inácio de Antioquia; partiu para Roma a
fim de tratar com o papa Aniceto a questão da festa da Páscoa. Sofreu o
martírio cerca do ano 155, queimado vivo no estádio da cidade.
MISSA
ORAÇÃO COLECTA
Deus e Senhor de toda a criação, que quisestes contar entre o número dos
mártires o bispo São Policarpo, concedei-nos, por sua intercessão, que, tomando
parte com ele na paixão de Cristo, ressuscitemos para a vida eterna. Por Nosso
Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito
Santo.
LEITURA I Ap 2, 8-11
«Conheço a tua tribulação e a tua pobreza»
Leitura do
Apocalipse de São João
Ao Anjo da Igreja de Esmirna escreve:
«Eis o que diz o Primeiro e o Último, Aquele que esteve morto e voltou à vida:
‘Conheço a tua tribulação e a tua pobreza – e no entanto és rico – e sei que és
difamado pelos que se dizem judeus, mas não são mais que uma sinagoga de
Satanás. Não temas os sofrimentos que te esperam. O diabo vai meter alguns de
vós na prisão, para serdes postos à prova; e sereis atribulados durante dez
dias. Sê fiel até à morte e dar-te-ei a coroa da vida’. Quem tem ouvidos ouça o
que Espírito diz às Igrejas. O vencedor ficará ileso da segunda morte».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 30 (31), 3cd-4.6 e 8ab.16-17 (R. 6a)
Refrão: Em vossas mãos, Senhor, entrego o
meu espírito.
Sede a rocha do meu refúgio
e a fortaleza da minha salvação.
Porque Vós sois a minha força e o meu refúgio,
por amor do vosso nome, guiai-me e conduzi-me.
Em vossas mãos entrego o meu espírito,
Senhor, Deus fiel, salvai-me.
Hei-de exultar e alegrar-me com a vossa misericórdia,
porque conhecestes as angústias da minha alma.
Livrai-me das mãos dos meus inimigos
e de quantos me perseguem.
Fazei brilhar sobre mim a vossa face,
salvai-me pela vossa bondade.
ALELUIA Jo 14, 6
Refrão: Aleluia Repete-se
Eu sou o caminho, a verdade e a vida, diz o Senhor:
Ninguém vai ao Pai senão por Mim. Refrão
EVANGELHO Mc 9, 38-40
«Quem não é contra nós é por nós»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo, João disse a Jesus: «Mestre,
nós vimos um homem a expulsar os demónios em teu nome e procurámos impedir-lho,
porque ele não anda connosco». Jesus respondeu: «Não o proibais; porque ninguém
pode fazer um milagre em meu nome e depois dizer mal de Mim. Quem não é contra
nós é por nós».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO
SOBRE AS OBLATAS
Santificai, Senhor, com a vossa bênção estes dons e acendei em nós o fogo do vosso amor que fortaleceu São Policarpo para vencer os tormentos do martírio. Por Nosso Senhor.
Ou: Aceitai, Senhor, os dons que Vos apresentamos, ao celebrar a festa memória do vosso mártir São Policarpo e fazei que vos sejam agradáveis como foi precioso a vossos olhos o sangue do seu martírio. Por Nosso Senhor.
ANTÍFONA
DA COMUNHÃO (Mt.
16,24)
Quem quiser seguir-Me, diz o Senhor, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me.
ORAÇÃO
DEPOIS DA COMUNHÃO
A comunhão nos santos
mistérios nos dê, Senhor, a fortaleza de alma que tornou o vosso mártir São Policarpo
fiel no vosso serviço e vitorioso no martírio. Por Nosso Senhor.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem
que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: Mc 9, 38-40: A
escola de Jesus não é fechada nem exclusivista. Ele é, realmente, o Caminho e a
Verdade; e todo aquele que procede bem e de boa fé já avança pelos seus
caminhos, mesmo que o não saiba. E aqueles que já têm a graça de O conhecer
hão-de de olhar com simpatia os que se esforçam por ir ao seu encontro, para
que finalmente todos venham a reunir-se no mesmo e único redil do único Pastor.
AGENDA DO DIA:
09.30
horas: Funeral em Alpalhão
17.00
horas: missa em Gáfete
18.00
horas: missa em Nisa
18.00
horas: missa em Tolosa
21.00
horas: Reunião de catequistas em Nisa
IGREJAS DA ZONA
PASTORAL DE NISA:
Capela de S. Sebastião - Alpalhão
A VOZ DO PASTOR
JOVENS, HÁ LÁ TRÊS DEDOS A FALAR POR VÓS!....
Desde as lonjuras do tempo que o desconforto
de quem menos se pensa faz tocar os sinos a rebate perante as labaredas do fogo
juvenil. Sentados à escrivaninha com os pés na escalfeta e manta pelas costas,
os craques de certas escavações sociológicas, sofistas a seu jeito, esgotam-se
na cata de argumentos para se lamuriarem e zurzirem na juventude. Esta espécie
de ursos de turma não está em risco de extinção, antes pelo contrário,
ahahahahah... William Shakespeare dizia que “os velhos desconfiam da juventude porque
foram jovens”. Com este pensar, é de crer que alguns jovens de hoje, quando
tiverem a experiência duma vida longa e dura, quando já se tiveram esquecido
que também foram jovens e cederem à tentação da inveja ou de ciúmes de quem
nessa altura o for, vão puxar pela mesma cartilha para classificarem, de igual
modo, ou pior, os jovens que ao tempo hão de viver e conviver com eles. Hoje,
até o que parece ser um rasgado elogio à juventude dos jovens arrasta consigo
uma forte dúvida sobre se, de facto, o será! Há uma reiterada usurpação do
vigor e da beleza juvenil. Não só, mas mesmo aqueles que desdenham os jovens
anseiam ardentemente a sua juventude. Por mais que olhem e saltitem para a
adquirir, não chegam lá, satisfazem-se em dizer que os jovens ainda estão
muitíssimo verdes. É a fábula da raposa e das uvas no seu melhor. Dá-se aso à
imaginação por não se querer aceitar as próprias limitações, por não se querer
aceitar o desgaste pelo privilégio de se ter vivido e pela graça de se
continuar a viver. Não estou a defender o desleixo, nem a falta de autoestima,
nem a falta de brio na apresentação pessoal. Estou a dizer que se repudia a
velhice mas pretende-se uma longevidade jovem, sem as marcas do tempo, mesmo
que seja preciso meter o colchão no toucado como satirizava Nicolau Tolentino
no século XVIII. É a ditadura da moda que oprime e explora, que leva as pessoas
a recusarem os seus limites, preferindo cinzelarem-se com produtos e serviços
que a publicidade, servindo-se de jovens, promove e vende na miragem da
perfeita recauchutagem de quem compra. Culturas há em que as marcas da velhice
são tidas como uma bênção, pois o idoso é considerado como realizado, mais
próximo dos seus que já partiram e do divino. Desde a antiguidade que o padrão
de beleza se vai alterando. Hoje, por cá, os guardas fatos, os roupeiros, as
balanças e os espelhos não são capazes de dar um ar da sua graça aos mais
exigentes. Sempre lhes fazem crer que estão a anos-luz do padrão de beleza em
vigor. De facto, isto de querer morrer com saúda, idoso e jovem, dá muito,
muito trabalho! Consta que vários milionários já dispuseram de cerca de três
biliões de dólares para estudar a biologia do envelhecimento, não para se
envelhecer jovem, isso já é pouco para eles. Trata-se de quererem derrotar a
própria morte com uma “tecnologia da imortalidade”. Tenhamos esperança, ainda
vamos chegar ao tempo em que as galinhas terão dentes e as cobras andarão de
pé! Estar ‘in’, faz sofrer muita gente, arrasta muita canseira e sacrifício,
faz com que muitos estejam nas lonas e vivam de aparências, mas tudo isso, como
vemos, acaba por ser bom, faz acontecer, aguça a imaginação, o engenho e a
arte. Quem corre por gosto não se cansa nem fraqueja. E o mais importante de
tudo isso é que ninguém tem nada com isso, apenas desejamos que todos, no uso
da sua liberdade, sejam felizes, muito felizes, e o progresso aconteça!
É verdade que a maneira de ser e de estar de
muitos jovens nem sempre lhes será o mais útil para alicerçar a sua vida sobre
a rocha e não sobre a areia movediça. De facto, o deixa correr, o qualquer
coisa serve, a opção pelo mais fácil e certas filosofias de vida nem sempre são
o melhor, o que convém. Todos estamos conscientes disso, os jovens também,
mesmo que o não pareça. A Igreja, ainda que
no seu seio também tenha dessas aves de mal agoiro, diz-nos que a clarividência
de quem educa ou lida com os jovens deve ter a capacidade de não apagar a chama
que ainda fumega nem quebrar a cana rachada que ainda não partiu. Acreditar na
transformação da realidade e na conversão dos corações é o caminho a perseguir.
É preciso ter a capacidade de, com esperança, individualizar percursos onde
outros só veem muros, saber reconhecer possibilidades onde outros só veem
perigos, ter a capacidade de valorizar e alimentar as sementes de bem semeadas
no coração de cada um, um coração que deve ser considerado ‘terra santa’ e
diante da qual nos devemos ‘descalçar’ para nos podermos aproximar (cf. CV67).
Mas voltemos à vaca das cordas, como se diz
lá para o norte quando se perde o fio à meada e se tenta retomar. Quando se apontam os jovens com o dedo em riste, há
três dedos da mão que ficam voltados para trás, para quem aponta, são mais
notados que gato escondido com rabo de fora. Experimente lá, se faz favor,
aprecie e magique sobre o sentido dessa sinalética!... E que tal?... Que lhe parece?!... Não sei quem seria o primeiro a chamar a
atenção para esse ‘epifenómeno’, mas que é importante e de saudáveis
consequências lá isso é. Ele coloca a nu
uma outra lista que os jovens, de forma bem mais certeira, apresentam aos
adultos muito senhores das suas análises e dos seus juízos sobre as patologias juvenis, coisa com que
alguns muito se deleitam. E sirvo-me do Documento conclusivo do Sínodo
dos jovens para referir algumas parcelas, não todas, dessa fatura que os jovens
nos apresentam. É por causa dos
adultos que «muitos jovens vivem em contextos de guerra e padecem a violência
numa variedade incontável de formas: raptos, extorsões, criminalidade
organizada, tráfico de seres humanos, escravidão e exploração sexual, estupros
de guerra... Outros jovens, por causa da sua fé, têm dificuldade em encontrar
um lugar nas suas sociedades e sofrem vários tipos de perseguição, que vai até
à morte. Numerosos são os jovens que, por constrangimento ou falta de
alternativas, vivem perpetrando crimes e violências: crianças-soldado, gangues
armados e criminosos, tráfico de droga, terrorismo... Esta violência destroça
muitas vidas jovens. Abusos e dependências, bem como violência e extravio
contam-se entre as razões que levam os jovens à prisão, com incidência
particular nalguns grupos étnicos e sociais. Muitos jovens são ideologizados,
instrumentalizados e utilizados como carne de canhão ou como força de choque
para destruir, intimidar ou ridicularizar outros. E o pior é que muitos se
transformam em sujeitos individualistas, inimigos e desconfiados para com
todos, tornando-se assim presa fácil de propostas desumanizadoras e dos planos
destrutivos elaborados por grupos políticos ou poderes económicos. Ainda mais
numerosos no mundo são os jovens que padecem formas de marginalização e
exclusão social, por razões religiosas, étnicas ou económicas. Lembramos a
difícil situação de adolescentes e jovens que ficam grávidas e a praga do
aborto, bem como a propagação do SIDA/HIV, as várias formas de dependência
(drogas, jogos de azar, pornografia, etc.) e a situação dos meninos e
adolescentes de rua, que carecem de casa, família e recursos económicos». E
quando se trata de mulheres, estas situações de marginalização tornam-se
duplamente dolorosas e difíceis. Por vezes, o sofrimento dalguns jovens é lacerante, um
sofrimento que não se pode expressar com palavras, um sofrimento que nos fere
como um soco. E se é verdade que países mais ricos e poderosos e alguns
organismos internacionais prestam alguma ajuda, muitas vezes fazem-no por um
alto preço. Como refere o documento citado, em muitos países pobres, esta ajuda
costuma estar vinculada à aceitação de certas exigências, verdadeira
colonização ideológica a prejudicar de forma especial os jovens.
Muitos jovens, também trazem gravados na alma «as feridas das derrotas da sua
própria história, dos desejos frustrados, das discriminações e injustiças
sofridas, de não se ter sentido amado ou reconhecido», além das «feridas morais,
o peso dos próprios erros, o sentido de culpa por ter errado». E isto sem citar
o fenómeno migratório, as suas causas, os seus sonhos e consequências, etc.
(cf. CV72-85).
Caro jovem, apesar de tudo, a Igreja, pela voz do Papa
Francisco, apela-te a que “não deixes que te roubem a esperança e a alegria,
que te narcotizem para te usar como escravo dos seus interesses. Ousa ser mais,
porque o teu ser é mais importante do que qualquer outra coisa; não precisas de
ter nem de parecer. Podes chegar a ser aquilo que Deus, teu Criador, sabe que
tu és, se reconheceres o muito a que estás chamado. Invoca o Espírito Santo e
caminha, confiante, para a grande meta: a santidade. Assim, não serás uma
fotocópia; serás plenamente tu mesmo” (cf. CV107).
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 18-02-2022.
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