PARÓQUIAS DE NISA
Segunda, 21 de fevereiro de 2022
Segunda-feira da VII semana do tempo comum
LITURGIA
Segunda-feira da semana VII
S.
Pedro Damião, bispo e doutor da Igreja – MF
Verde ou br. – Ofício da féria ou da memória.
Missa à escolha (cf. p. 19, n. 18).
L1: Tg 3, 13-18; Sal 18 B (19B), 8. 9. 10. 15
Ev: Mc 9, 14-29
* Na Ordem Beneditina – S. Pedro Damião – MO
* Na Ordem de Cister e na Ordem Cisterciense da Estrita Observância – S. Pedro
Damião, bispo e doutor da Igreja – MO
MISSA
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA cf. Salmo 12, 6
Eu confio, Senhor, na vossa bondade.
O meu coração alegra-se com a vossa salvação.
Cantarei ao Senhor por tudo o que Ele fez por mim.
ORAÇÃO COLECTA
Concedei-nos, Deus todo-poderoso,
que, meditando continuamente nas realidades espirituais,
pratiquemos sempre, em palavras e obras, o que Vos agrada.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Tg 3, 13-18
«Se guardais no coração espírito de discórdia,
não vos orgulheis»
Leitura da
Epístola de São Tiago
Caríssimos: Quem é sábio e
inteligente mostre com o seu bom procedimento os frutos da sua sabedoria vivida
com modéstia. Mas se guardais no coração inveja mal entendida e espírito de
discórdia, não vos orgulheis nem mintais contra a verdade. Esta sabedoria não
desce do alto: é terrena, animal e diabólica. Porque, onde há inveja e
rivalidade, também há desordem e toda a espécie de más ações. Mas a sabedoria
que vem do alto é pura, pacífica, compreensiva e generosa, cheia de
misericórdia e de boas obras, imparcial e sem hipocrisia. O fruto da justiça
semeia-se na paz para aqueles que praticam a paz.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 18 B (19B), 8.9.10.15 (R. 9 a)
Refrão: Os preceitos do Senhor são retos
e alegram o coração. Repete-se
A lei do Senhor é perfeita,
ela reconforta a alma;
as ordens do Senhor são firmes,
dão sabedoria aos simples. Refrão
Os preceitos do Senhor são rectos
e alegram o coração;
Os mandamentos do Senhor são claros
e iluminam os olhos. Refrão
O temor do Senhor é puro
e permanece eternamente;
os juízos do Senhor são verdadeiros,
todos eles são retos. Refrão
Aceitai as palavras da minha boca
e os pensamentos do meu coração
estejam na vossa presença:
Vós, Senhor, sois o meu amparo e redentor. Refrão
ALELUIA cf. 2 Tim 1, 10
Refrão: Aleluia Repete-se
Jesus Cristo, nosso Salvador, destruiu a morte
e fez brilhar a vida por meio do Evangelho. Refrão
EVANGELHO Mc 9, 14-29
«Eu creio, Senhor, mas ajuda a minha pouca fé»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo, Jesus desceu do monte, com Pedro, Tiago e João. Ao chegarem
junto dos outros discípulos, viram uma grande multidão à sua volta e os
escribas a discutir com eles. Logo que viu Jesus, a multidão ficou surpreendida
e correu a saudá-l’O. Jesus perguntou-lhes: «Que estais a discutir?». Alguém
Lhe respondeu do meio da multidão: «Mestre, eu trouxe-Te o meu filho, que tem
um espírito mudo. Quando o espírito se apodera dele, lança-o por terra, e ele
começa a espumar, range os dentes e fica rígido. Pedi aos teus discípulos que o
expulsassem, mas eles não conseguiram». Tomando a palavra, Jesus disse-lhes:
«Oh geração incrédula! Até quando estarei convosco? Até quando terei de vos
suportar? Trazei-mo aqui». Levaram-no para junto d’Ele. Quando viu Jesus, o
espírito sacudiu fortemente o menino, que caiu por terra e começou a rebolar-se
espumando. Jesus perguntou ao pai: «Há quanto tempo lhe sucede isto?». O homem
respondeu-lhe: «Desde pequeno. E muitas vezes o tem lançado ao fogo e à agua
para o matar. Mas se podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós e
socorre-nos». Jesus disse: «Se posso?... Tudo é possível a quem acredita». Logo
o pai do menino exclamou: «Eu creio, mas ajuda a minha pouca fé». Ao ver que a
multidão corria para junto d’Ele, Jesus falou severamente ao espírito impuro:
«Espírito mudo e surdo, Eu te ordeno: sai deste menino e nunca mais entres
nele». O espírito, soltando um grito, agitou-o violentamente e saiu. O menino
ficou como morto, de modo que muitas pessoas afirmavam que tinha morrido. Mas
Jesus tomou-o pela mão e levantou-o, e ele pôs-se de pé. Quando Jesus entrou em
casa, os discípulos perguntaram-Lhe em particular: «Porque não pudemos nós
expulsá-lo?». Jesus respondeu-lhes: «Este género de espíritos não se pode fazer
sair, a não ser pela oração».
Palavra
da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Concedei, Senhor,
que celebremos dignamente estes divinos mistérios,
de modo que os dons oferecidos para vossa glória
sejam para nós fonte de eterna salvação.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 9, 2-3
Cantarei todas as vossas maravilhas.
Quero alegrar-me e exultar em Vós.
Cantarei ao vosso nome, ó Altíssimo.
Ou cf. Jo 11, 27
Senhor, eu creio que sois Cristo, Filho de Deus vivo,
o Salvador do mundo.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Nós Vos pedimos, Deus omnipotente,
que este sacramento de salvação
seja para nós penhor seguro de vida eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem
que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: Tg 3, 13-18: São
os nossos atos que revelam o que nos vai no coração: a sabedoria, animada pelo
amor, ou a falsa sabedoria, inspirada no orgulho e amor próprio. Esta falsa
sabedoria é raiz de males que se afirmam pela violência e pela arrogância, ao
passo que do amor nascem a justiça e a paz, dons que descem do alto.
Mc 9, 14-29 : Nesta
cena, que envolve a cura de uma criança epilética, pode notar-se o contraste
entre a fé do pai da criança e a pouca fé dos discípulos, que o Senhor lastima
e procura fortalecer. Em contrapartida, é admirável a oração simples e
confiante do pai, que se apresenta como homem de pouca fé, mas que pede para
ser nela fortalecido. Só a humildade e a confiança, como aquelas que inspiraram
a oração daquele pai aflito, são caminho que leva à fé.
AGENDA DO DIA:
IGREJAS DA ZONA
PASTORAL DE NISA:
Igreja da Misericórdia - Alpalhão |
A VOZ DO PASTOR
JOVENS, HÁ LÁ TRÊS DEDOS A FALAR POR VÓS!....
Desde as lonjuras do tempo que o desconforto
de quem menos se pensa faz tocar os sinos a rebate perante as labaredas do fogo
juvenil. Sentados à escrivaninha com os pés na escalfeta e manta pelas costas,
os craques de certas escavações sociológicas, sofistas a seu jeito, esgotam-se
na cata de argumentos para se lamuriarem e zurzirem na juventude. Esta espécie
de ursos de turma não está em risco de extinção, antes pelo contrário,
ahahahahah... William Shakespeare dizia que “os velhos desconfiam da juventude porque
foram jovens”. Com este pensar, é de crer que alguns jovens de hoje, quando
tiverem a experiência duma vida longa e dura, quando já se tiveram esquecido
que também foram jovens e cederem à tentação da inveja ou de ciúmes de quem
nessa altura o for, vão puxar pela mesma cartilha para classificarem, de igual
modo, ou pior, os jovens que ao tempo hão de viver e conviver com eles. Hoje,
até o que parece ser um rasgado elogio à juventude dos jovens arrasta consigo
uma forte dúvida sobre se, de facto, o será! Há uma reiterada usurpação do
vigor e da beleza juvenil. Não só, mas mesmo aqueles que desdenham os jovens
anseiam ardentemente a sua juventude. Por mais que olhem e saltitem para a
adquirir, não chegam lá, satisfazem-se em dizer que os jovens ainda estão
muitíssimo verdes. É a fábula da raposa e das uvas no seu melhor. Dá-se aso à
imaginação por não se querer aceitar as próprias limitações, por não se querer
aceitar o desgaste pelo privilégio de se ter vivido e pela graça de se
continuar a viver. Não estou a defender o desleixo, nem a falta de autoestima,
nem a falta de brio na apresentação pessoal. Estou a dizer que se repudia a
velhice mas pretende-se uma longevidade jovem, sem as marcas do tempo, mesmo
que seja preciso meter o colchão no toucado como satirizava Nicolau Tolentino
no século XVIII. É a ditadura da moda que oprime e explora, que leva as pessoas
a recusarem os seus limites, preferindo cinzelarem-se com produtos e serviços
que a publicidade, servindo-se de jovens, promove e vende na miragem da
perfeita recauchutagem de quem compra. Culturas há em que as marcas da velhice
são tidas como uma bênção, pois o idoso é considerado como realizado, mais
próximo dos seus que já partiram e do divino. Desde a antiguidade que o padrão
de beleza se vai alterando. Hoje, por cá, os guardas fatos, os roupeiros, as
balanças e os espelhos não são capazes de dar um ar da sua graça aos mais
exigentes. Sempre lhes fazem crer que estão a anos-luz do padrão de beleza em
vigor. De facto, isto de querer morrer com saúda, idoso e jovem, dá muito,
muito trabalho! Consta que vários milionários já dispuseram de cerca de três
biliões de dólares para estudar a biologia do envelhecimento, não para se
envelhecer jovem, isso já é pouco para eles. Trata-se de quererem derrotar a
própria morte com uma “tecnologia da imortalidade”. Tenhamos esperança, ainda
vamos chegar ao tempo em que as galinhas terão dentes e as cobras andarão de
pé! Estar ‘in’, faz sofrer muita gente, arrasta muita canseira e sacrifício,
faz com que muitos estejam nas lonas e vivam de aparências, mas tudo isso, como
vemos, acaba por ser bom, faz acontecer, aguça a imaginação, o engenho e a
arte. Quem corre por gosto não se cansa nem fraqueja. E o mais importante de
tudo isso é que ninguém tem nada com isso, apenas desejamos que todos, no uso
da sua liberdade, sejam felizes, muito felizes, e o progresso aconteça!
É verdade que a maneira de ser e de estar de
muitos jovens nem sempre lhes será o mais útil para alicerçar a sua vida sobre
a rocha e não sobre a areia movediça. De facto, o deixa correr, o qualquer
coisa serve, a opção pelo mais fácil e certas filosofias de vida nem sempre são
o melhor, o que convém. Todos estamos conscientes disso, os jovens também,
mesmo que o não pareça. A Igreja, ainda que
no seu seio também tenha dessas aves de mal agoiro, diz-nos que a clarividência
de quem educa ou lida com os jovens deve ter a capacidade de não apagar a chama
que ainda fumega nem quebrar a cana rachada que ainda não partiu. Acreditar na
transformação da realidade e na conversão dos corações é o caminho a perseguir.
É preciso ter a capacidade de, com esperança, individualizar percursos onde
outros só veem muros, saber reconhecer possibilidades onde outros só veem
perigos, ter a capacidade de valorizar e alimentar as sementes de bem semeadas
no coração de cada um, um coração que deve ser considerado ‘terra santa’ e
diante da qual nos devemos ‘descalçar’ para nos podermos aproximar (cf. CV67).
Mas voltemos à vaca das cordas, como se diz
lá para o norte quando se perde o fio à meada e se tenta retomar. Quando se apontam os jovens com o dedo em riste, há
três dedos da mão que ficam voltados para trás, para quem aponta, são mais
notados que gato escondido com rabo de fora. Experimente lá, se faz favor,
aprecie e magique sobre o sentido dessa sinalética!... E que tal?... Que lhe parece?!... Não sei quem seria o primeiro a chamar a
atenção para esse ‘epifenómeno’, mas que é importante e de saudáveis
consequências lá isso é. Ele coloca a nu
uma outra lista que os jovens, de forma bem mais certeira, apresentam aos
adultos muito senhores das suas análises e dos seus juízos sobre as patologias juvenis, coisa com que
alguns muito se deleitam. E sirvo-me do Documento conclusivo do Sínodo
dos jovens para referir algumas parcelas, não todas, dessa fatura que os jovens
nos apresentam. É por causa dos
adultos que «muitos jovens vivem em contextos de guerra e padecem a violência
numa variedade incontável de formas: raptos, extorsões, criminalidade
organizada, tráfico de seres humanos, escravidão e exploração sexual, estupros
de guerra... Outros jovens, por causa da sua fé, têm dificuldade em encontrar
um lugar nas suas sociedades e sofrem vários tipos de perseguição, que vai até
à morte. Numerosos são os jovens que, por constrangimento ou falta de
alternativas, vivem perpetrando crimes e violências: crianças-soldado, gangues
armados e criminosos, tráfico de droga, terrorismo... Esta violência destroça
muitas vidas jovens. Abusos e dependências, bem como violência e extravio
contam-se entre as razões que levam os jovens à prisão, com incidência
particular nalguns grupos étnicos e sociais. Muitos jovens são ideologizados,
instrumentalizados e utilizados como carne de canhão ou como força de choque
para destruir, intimidar ou ridicularizar outros. E o pior é que muitos se
transformam em sujeitos individualistas, inimigos e desconfiados para com
todos, tornando-se assim presa fácil de propostas desumanizadoras e dos planos
destrutivos elaborados por grupos políticos ou poderes económicos. Ainda mais
numerosos no mundo são os jovens que padecem formas de marginalização e
exclusão social, por razões religiosas, étnicas ou económicas. Lembramos a
difícil situação de adolescentes e jovens que ficam grávidas e a praga do
aborto, bem como a propagação do SIDA/HIV, as várias formas de dependência
(drogas, jogos de azar, pornografia, etc.) e a situação dos meninos e
adolescentes de rua, que carecem de casa, família e recursos económicos». E
quando se trata de mulheres, estas situações de marginalização tornam-se
duplamente dolorosas e difíceis. Por vezes, o sofrimento dalguns jovens é lacerante, um
sofrimento que não se pode expressar com palavras, um sofrimento que nos fere
como um soco. E se é verdade que países mais ricos e poderosos e alguns
organismos internacionais prestam alguma ajuda, muitas vezes fazem-no por um
alto preço. Como refere o documento citado, em muitos países pobres, esta ajuda
costuma estar vinculada à aceitação de certas exigências, verdadeira
colonização ideológica a prejudicar de forma especial os jovens.
Muitos jovens, também trazem gravados na alma «as feridas das derrotas da sua
própria história, dos desejos frustrados, das discriminações e injustiças
sofridas, de não se ter sentido amado ou reconhecido», além das «feridas morais,
o peso dos próprios erros, o sentido de culpa por ter errado». E isto sem citar
o fenómeno migratório, as suas causas, os seus sonhos e consequências, etc.
(cf. CV72-85).
Caro jovem, apesar de tudo, a Igreja, pela voz do Papa
Francisco, apela-te a que “não deixes que te roubem a esperança e a alegria,
que te narcotizem para te usar como escravo dos seus interesses. Ousa ser mais,
porque o teu ser é mais importante do que qualquer outra coisa; não precisas de
ter nem de parecer. Podes chegar a ser aquilo que Deus, teu Criador, sabe que
tu és, se reconheceres o muito a que estás chamado. Invoca o Espírito Santo e
caminha, confiante, para a grande meta: a santidade. Assim, não serás uma
fotocópia; serás plenamente tu mesmo” (cf. CV107).
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 18-02-2022.
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