PARÓQUIAS
DE NISA
Domingo, 31 de março de 2019
IV
domingo da quaresma
Ofício
próprio – IV semana
DOMINGO
IV DA QUARESMA
Roxo ou rosa – Ofício
próprio (Semana IV do Saltério).
+ Missa própria, Credo, pf. da Quaresma.
L 1 Jos 5, 9a. 10-12; Sal 33 (34), 2-3. 4-5. 6-7
L 2 2 Cor 5, 17-21
Ev Lc 15, 1-3. 11-32
Em vez das leituras acima indicadas, podem tomar-se as do Ano A, se for mais oportuno.
* Proibidas todas as Missas de defuntos, mesmo a exequial.
* Pode usar-se, neste domingo, a cor de rosa (IGMR 346 f: EDREL 1256 f).
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.
+ Missa própria, Credo, pf. da Quaresma.
L 1 Jos 5, 9a. 10-12; Sal 33 (34), 2-3. 4-5. 6-7
L 2 2 Cor 5, 17-21
Ev Lc 15, 1-3. 11-32
Em vez das leituras acima indicadas, podem tomar-se as do Ano A, se for mais oportuno.
* Proibidas todas as Missas de defuntos, mesmo a exequial.
* Pode usar-se, neste domingo, a cor de rosa (IGMR 346 f: EDREL 1256 f).
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA cf. Is 66,
10-11
Alegra-te, Jerusalém; rejubilai, todos os seus amigos.
Exultai de alegria, todos vós que participastes no seu luto
e podereis beber e saciar-vos na abundância das suas consolações.
Não se diz o Glória.
ORAÇÃO COLECTA
Deus de misericórdia, que, pelo vosso Filho,
realizais admiravelmente a reconciliação do género humano, concedei ao povo cristão fé viva e espírito generoso,
a fim de caminhar alegremente
para as próximas solenidades pascais.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Em vez das leituras a seguir indicadas podem utilizar-se as do ano A, se for mais oportuno.
LEITURA I Jos 5, 9a.10-12
Tendo entrado na terra prometida,
o povo de Deus celebra a Páscoa
Leitura do Livro de Josué
Alegra-te, Jerusalém; rejubilai, todos os seus amigos.
Exultai de alegria, todos vós que participastes no seu luto
e podereis beber e saciar-vos na abundância das suas consolações.
Não se diz o Glória.
ORAÇÃO COLECTA
Deus de misericórdia, que, pelo vosso Filho,
realizais admiravelmente a reconciliação do género humano, concedei ao povo cristão fé viva e espírito generoso,
a fim de caminhar alegremente
para as próximas solenidades pascais.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Em vez das leituras a seguir indicadas podem utilizar-se as do ano A, se for mais oportuno.
LEITURA I Jos 5, 9a.10-12
Tendo entrado na terra prometida,
o povo de Deus celebra a Páscoa
Leitura do Livro de Josué
Naqueles dias, disse o Senhor a Josué: «Hoje tirei de vós o opróbrio do Egipto». Os filhos de Israel acamparam em Gálgala e celebraram a Páscoa, no dia catorze do mês, à tarde, na planície de Jericó. No dia seguinte à Páscoa, comeram dos frutos da terra: pães ázimos e espigas assadas nesse mesmo dia. Quando começaram a comer dos frutos da terra, no dia seguinte à Páscoa, cessou o maná. Os filhos de Israel não voltaram a ter o maná, mas, naquele ano, já se alimentaram dos frutos da terra de Canaã.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 33 (34), 2-3.4-5.6-7 (R. 9a)
Refrão: Saboreai e vede como o Senhor é bom. Repete-se
A toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.
A minha alma gloria-se no Senhor:
escutem e alegrem-se os humildes. Refrão
Enaltecei comigo ao Senhor
e exaltemos juntos o seu nome.
Procurei o Senhor e Ele atendeu-me,
libertou-me de toda a ansiedade. Refrão
Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes,
o vosso rosto não se cobrirá de vergonha.
Este pobre clamou e o Senhor o ouviu,
salvou-o de todas as angústias. Refrão
LEITURA II 2 Cor 5, 17-21
«Por Cristo, Deus reconciliou-nos consigo»
Leitura da Segunda Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios
Irmãos: Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura. As coisas antigas passaram; tudo foi renovado. Tudo isto vem de Deus, que por Cristo nos reconciliou consigo e nos confiou o ministério da reconciliação. Na verdade, é Deus que em Cristo reconcilia o mundo consigo, não levando em conta as faltas dos homens e confiando-nos a palavra da reconciliação. Nós somos, portanto, embaixadores de Cristo; é Deus quem vos exorta por nosso intermédio. Nós vos pedimos em nome de Cristo: reconciliai-vos com Deus. A Cristo, que não conhecera o pecado, Deus identificou-O com o pecado por causa de nós, para que em Cristo nos tornemos justiça de Deus.
Palavra do Senhor.
ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Lc 15, 18
Refrão: Glória a Vós, Jesus Cristo, Palavra do Pai. Repete-se
Vou partir, vou ter com meu pai e dizer-lhe:
Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Refrão
EVANGELHO Lc 15, 1-3.11-32
«Este teu irmão estava morto e voltou à vida»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, os publicanos e os pecadores aproximavam-se todos de Jesus, para O ouvirem. Mas os fariseus e os escribas murmuravam entre si, dizendo: «Este homem acolhe os pecadores e come com eles». Jesus disse-lhes então a seguinte parábola: «Um homem tinha dois filhos. O mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me toca’. O pai repartiu os bens pelos filhos. Alguns dias depois, o filho mais novo, juntando todos os seus haveres, partiu para um país distante e por lá esbanjou quanto possuía, numa vida dissoluta. Tendo gasto tudo, houve uma grande fome naquela região e ele começou a passar privações. Entrou então ao serviço de um dos habitantes daquela terra, que o mandou para os seus campos guardar porcos. Bem desejava ele matar a fome com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. Então, caindo em si, disse: ‘Quantos trabalhadores de meu pai têm pão em abundância, e eu aqui a morrer de fome! Vou-me embora, vou ter com meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho, mas trata-me como um dos teus trabalhadores’. Pôs-se a caminho e foi ter com o pai. Ainda ele estava longe, quando o pai o viu: encheu-se de compaixão e correu a lançar-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos. Disse-lhe o filho: ‘Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. Mas o pai disse aos servos: ‘Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha. Ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei o vitelo gordo e matai-o. Comamos e festejemos, porque este meu filho estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado’. E começou a festa. Ora o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo. O servo respondeu-lhe: ‘O teu irmão voltou e teu pai mandou matar o vitelo gordo, porque ele chegou são e salvo’. Ele ficou ressentido e não queria entrar. Então o pai veio cá fora instar com ele. Mas ele respondeu ao pai: ‘Há tantos anos que eu te sirvo, sem nunca transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para fazer uma festa com os meus amigos. E agora, quando chegou esse teu filho, que consumiu os teus bens com mulheres de má vida, mataste-lhe o vitelo gordo’. Disse-lhe o pai: ‘Filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu. Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado’».
Palavra da salvação.
Diz-se o Credo.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Ao apresentarmos com alegria estes dons de vida eterna,
humildemente Vos pedimos, Senhor,
a graça de os celebrar com verdadeira fé
e de os oferecer dignamente pela salvação do mundo.
Por Nosso Senhor.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO
Quando se lê o Evangelho do cego de nascença: cf. Jo 9, 11
O Senhor ungiu os meus olhos.
Eu fui lavar-me, comecei a ver e acreditei em Deus.
Quando se lê o Evangelho do filho pródigo: Lc 15, 32
Alegra-te, meu filho, porque o teu irmão estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi encontrado.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor nosso Deus,
luz de todo o homem que vem a este mundo,
iluminai os nossos corações com o esplendor da vossa graça,
para que pensemos sempre no que Vos é agradável
e Vos amemos de todo o coração.
Por Nosso Senhor.
«A família está
chamada a ser templo de Deus, casa de oração, de oração simples, cheia de
atenção e de ternura».
Papa S. João Paulo II
ORAÇÃO BÍBLICA
Reza a PALAVRA do dia
1.
Leitura: Lê, respeita,
situa o que lês
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação:
Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
-
Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: Louva
o Senhor, suplica, escuta
-
Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra
LEITURAS: Jos
5, 9a.10-12 :Mais um passo na história da salvação
nos é apresentado na primeira leitura deste Quarto Domingo: depois da travessia
do deserto, guiado por Moisés (domingo anterior), o povo de Deus entra na Terra
Prometida e celebra a Páscoa. É também esta a perspetiva do tempo litúrgico em
que nós entrámos: depois dos 40 dias do deserto quaresmal, celebraremos o
mistério da Páscoa, na Terra Santa da Igreja de Cristo. O maná, a comida do
deserto, cessou de cair, quando o povo de Deus chegou à Terra Prometida, e lá
pôde, finalmente, alimentar-se dos frutos daquela nova Terra. Também a Igreja,
depois do jejum da Quaresma, comerá da Ceia do Senhor, na Eucaristia da Páscoa.
Não se trata apenas de uma comparação, mas de um mistério que todos os anos se
renova no meio de nós.
2 Cor 5, 17-21: A Páscoa celebra o mistério da
aliança que Deus fez com os homens, e, porque o homem é pecador, esse mistério
é também de reconciliação. Pelo sacrifício de Jesus Cristo, todos os homens são
tornados nova criação, uma vez que são reconciliados com Deus, que é o Criador
de todas as coisas. Este mistério de reconciliação, realizado, de uma vez para
sempre, por Cristo, é-nos agora acessível através da Igreja. A nós pertence,
pois, aceitá-lo e deixar-nos reconciliar, cada um de nós, com Deus, por Cristo,
por meio da Igreja. O Sacramento da Penitência é o sinal sagrado desta
reconciliação. Por meio dele seremos, na Páscoa, novas criaturas.
Lc 15, 1-3.11-32: Na parábola do filho pródigo está
expresso todo o itinerário do pecador, que, pela penitência, regressa à
comunhão com Deus. Da morte à vida; é precisamente este o movimento de todo o
Mistério Pascal. A parábola põe em relevo sobretudo o amor, paciente e sempre
acolhedor, do Pai, de Deus nosso Pai. Por isso, a esta parábola melhor se
poderia chamar a parábola do Pai misericordioso.
REZANDO A PALAVRA
ORAÇÃO: Senhor, o teu caminho é difícil e exigente.
Pedes que sejamos como Tu, estando dispostos a servir. Ajuda-nos a ser humildes
de coração, a ser generosos como Tu, prontos a dar a vida como Tu a deste.
AGENDA DO DIA
09.30 horas: Missa em
Amieira do Tejo
11.00 horas: Missa em
Nisa – Senhora da Graça
12.00 horas: Missa em Alpalhão.
Todo o dia: Encontro
Missionário em Fátima - AMIVD
Dia 31 Domingo
- Horário dos
autocarros:
. 07.30 horas: Pardo
. 07.45 horas: Gáfete
. 08.00 horas: Tolosa
. 08.00 horas: Nisa:
partida para Fátima, de junto do Cineteatro
AGENDA DA SEMANA
Segunda, dia 1
-
21.00 horas, no Calvário: oração de louvor
-
21.00 horas: Casa Paroquial : Encontro de preparação para o batismo.
Terça, dia 02
-
18.00 horas: Missa em Alpalhão
-
18.00 horas: Missa em Nisa – Espírito Santo
Quarta, dia 03
-
Gáfete: Missa 17.00 horas. Antes e
depois hipótese de confissõed
-
Tolosa: Missa 18.00 horas: Antes e depois hipótese de confissões
-
18.00 horas: Missa em Nisa – Espírito Santo
Quinta, dia 04
-
11.00 horas: Missa em Amieira
-
17.00 horas: Adoração do Santíssimo. Hipótese de confissões
-
18.00 horas: Missa em Nisa – Espírito Santo
Dia 05, Sexta-feira,
- O Calvário estará aberto das 09.00 horas até
às 17.00 horas.
-
17.00 horas: Reunião do Movimento do Apostolado da oração
-
17.15 horas: Via sacra em Nisa
-
18.00 horas: Missa em Nisa – Espírito Santo. (Antes da Missa haverá
oportunidade para confissões, particularmente para as pessoas que tenham
dificuldade em vir à noite)
-
18.00 horas: Missa em Alpalhão
-
21.00 horas: Nisa - Confissões na Igreja Matriz
Dia 06,sábado
-
09.00 horas: Missa na Igreja de Nossa Senhora da Graça
-
18.00 horas: Missa em Alpalhão
-
18.00 horas: Missa em Nisa – Espírito Santo
-
21.00 horas: Em Amieira e Alpalhão - Procissão de preparação para os Passos
A VOZ DO PASTOR
QUARESMA 2019 - SINAIS DE LEITURA
A Páscoa é o mistério central de todo o Cristianismo.
A sua celebração e vivência trouxeram à Igreja um tempo forte de preparação: é
a Quaresma. Há Quaresma porque é necessário preparar a celebração e a vivência
da Páscoa. Sendo a Páscoa o tempo que, por excelência, celebra a vida cristã
iniciada com o Batismo, não se resume a um dia de calendário. É, sobretudo, uma
experiência de fé, um reencontro com Cristo e o Mistério da sua vida, um
encontro com as raízes da fé, um confronto da vida com a vocação cristã, uma
interrogação e resposta sobre o sentido da vida. Entre o que somos atualmente e
aquilo que o Batismo nos define como vida cristã situa-se o caminho que está em
causa no itinerário que vai pela Quaresma até à Pascoa.
Quaresma é, portanto, um tempo fortíssimo da
vida cristã; tempo dos batizados que, para viverem mais profundamente a sua
vocação pascal, se constroem e reconstroem; tempo dos Catecúmenos porque
caminho de preparação para o Batismo; tempo de escuta mais atenta da Palavra de
Deus e da sua inclusão ética na vida quotidiana; tempo de oração mais cuidada e
disponível; tempo forte de conversão e de reconciliação, pessoal e sacramental;
tempo de relações humanas reestruturadas, redefinidas, reprojetadas,
pacificadas; tempo essencial de partilha do que se tem e do que se é; tempo de reencontro
com os valores fundamentais da vida; tempo de purificação de tudo aquilo que,
na vida, se foi instalando como tóxico: desregramentos subtis diversos, estilos
e tipos de relação humana que dividem, a lógica da competitividade a todo o
custo e da lei do mais forte, o clamor da terra violentada, poluída e ferida
por atitudes egoístas e banalizadoras dos seus recursos, a fome que rouba a
liberdade de tantos sob a indiferença de outros, etc…
Quaresma é tempo de conversão para que, ao
chegar à Páscoa, o coração crente da Igreja e de cada batizado possa estar mais
intimamente unido e em harmonia com Cristo Senhor. A Igreja ensina-o e
sublinha-o, as comunidades cristãs já nunca o esquecem. E para que as intenções
não fiquem no abstrato e possam redundar inconsequentes, todos os anos, nos
sinais eclesiais do jejum, da partilha e da oração, encontramos os caminhos
concretos da conversão. São os caminhos em que não podemos deixar crescer
obstáculos e que havemos de cuidar por manter abertos porque sempre mostrarão a
capacidade que o Espírito de Deus tem de fazer maravilhas em cada um de nós.
Para melhor vivermos a Quaresma como tempo
precioso para a nossa fé, poderíamos, este ano, pessoal, familiar ou
comunitariamente, fazer o exercício da leitura da vida a partir destes sinais e
atitudes do jejum, da partilha e da oração. O Jejum, a Esmola ou Partilha e a
Oração não são “mínimos legais” para uma confissão bem feita. São os sinais dos
campos onde é necessário converter a vida para a recentrar em Deus.
Por isso, no caminho da conversão, o Jejum, a
Partilha e a Oração dão origem a três grandes linhas de leitura, avaliação e
reestruturação da vida quotidiana. O “Jejum” pode questionar como tem andado a
nossa relação com a vida, à qual, cristãmente, lhe chamamos “Esperança”. A
“Partilha” pode interrogar como tem sido a nossa relação com os outros, a que,
cristãmente, chamamos “Caridade”. A “Oração” pode avaliar, saborear e fazer
despertar o desejo de perceber como tem sido a nossa relação com Deus, à qual,
cristãmente, chamamos “Fé”.
Esperança, Caridade e Fé, ou seja, relação com
a vida, relação com os outros e a natureza e a relação com Deus tornam-se,
desta forma, a chave de leitura da vida que há de ser levada ao Sacramento da Reconciliação
para fazer a experiência sacramental do Perdão como reconstrução da pessoa e
reaquisição da dignidade de filhos amados de Deus. Passar ao lado da conversão
é passar ao lado da Cruz de Cristo e da Graça do Dom que ela inaugura.
Exercitando a leitura da nossa identidade
cristã, pessoal e eclesial, nestes três caminhos, caminhos de Esperança,
Caridade e Fé, ou seja, caminhos de Jejum, Partilha e Oração, podemos,
transversalmente, interrogar-nos sobre algumas atitudes que marcam, muitas
vezes quotidianamente, a nossa vida. Existem hoje, de facto, patologias que
provocam o progressivo arrefecimento da nossa relação com a vida, com os outros
e com Deus.
No caminho da Esperança e do Jejum existem
atitudes e patologias do conhecimento e do desejo. S. Máximo diz, por exemplo,
que “Adão foi vítima da sua ignorância”. De facto, às vezes, a ignorância de
Deus conduz o homem por caminhos tortuosos de experiências estranhas e
desumanizadoras. Ainda no caminho da Esperança - a relação com a vida, o jejum
- aparece a patologia ou doença do desejo que está na perversão do prazer. É o
desejo que é para o homem e não o homem que é para o desejo. Se o desejo for só
fruição autodestrói-se.
No caminho da Caridade existem também atitudes
e patologias que pedem cura: a agressividade que, muitas vezes, chega a
redundar em cólera; patologia da liberdade que afirma que o homem é livre mas
que, ao mesmo tempo, o submete a um profuso conjunto de “necessidades” e
obrigações desumanizadoras; a patologia ou doença das funções e capacidades
corporais: para que servem as nossas mãos, para que servem as nossas
capacidades, para que serve o nosso saber, para que serve e a quem aproveita a
nossa mobilidade!?
No caminho da Fé ou da relação com Deus
existem também patologias ou doenças que podemos avaliar de forma nova em tempo
de Quaresma. Existem, por exemplo, as patologias da memória: de quem ou do que
é que nos lembramos!? E o que é que permanentemente esquecemos!? Lembramo-nos
de Deus na aflição e esquecemo-l’O na alegria!? A ignorância, a negligência ou
tibieza, o esquecimento podem ser sinais da doença da memória. A patologia ou
doença da imaginação é outra que marca presença na nossa relação com Deus.
Imaginar é bom. Na vida cristã de igual forma. E a imaginação pode ser sempre
produtora, reprodutora e criadora. Mas mal da imaginação que, ao invés de puxar
pela realidade, produz a sua ilusão e a alienação.
Ler a vida nestas linhas simples de avaliação
leva-nos ao encontro de coisas boas e menos boas. E do lado das menos boas, em
vivência pessoal e comunitária, estão atitudes como azedumes, cóleras,
violências, opiniões infundadas, impiedades, rancores, ódios, calúnias,
tristezas, medos, rivalidades, cobardias, invejas e vaidades, orgulhos
egoístas, hipocrisias, mentiras, infidelidades, avidezes, ingratidões,
materialismos, gula e embriaguez, luxúrias e adultérios, magias e rituais
desonestos, preguiças, presunções, arrogâncias, apego ao poder,
insensibilidades, representação e lisonja, adulação, descaramento e insolência,
dissimulação e ganância. S. João Damasceno diz que a ociosidade está na base de
muitas destas coisas.
O Jejum, a Partilha e a Oração ou, como acima
se dizia, a Esperança, a Caridade e a Fé conduzem-nos por outros caminhos: a
temperança, a integridade, a liberdade, a alegria, a prudência e a vigilância,
a paciência, a humildade, o amor de Deus, dos outros e da natureza. O Ano
Missionário que estamos a viver pede-nos o testemunho disto mesmo.
Quem se preenche de Deus não deixa no seu
coração espaço para o pecado. A Quaresma é este caminho oferecido à Igreja para
poder participar com alegria genuína na Páscoa, Festa da Ressurreição de Jesus
e afirmação do poder da vida sobre todas as mortes.
+++++
Da Renúncia Quaresmal do ano passado
resultaram 39.568,51 euros (trinta e nove mil quinhentos e sessenta e oito
euros e cinquenta e um cêntimos) da qual, conforme anunciámos na altura, 25% se
destinavam ao Fundo Social Diocesano, gerido pela Direção da Cáritas Diocesana,
e 75%, até porque temos entre nós um Pároco daí natural, foi para a
Arquidiocese de Kananga, na República Democrática do Congo, para ajudar
naconstrução de um Centro de Acolhimento e Saúde para socorrer crianças órfãos
da guerra ou roubadas às famílias e usadas como soldados.
Este ano, em pleno Ano Missionário, voltaremos
a orientar a Renúncia Quaresmal, em 25% para o Fundo Social Diocesano, gerido
pela Cáritas Diocesana, e, o restante, para as Missões “ad gentes”. Há muitas
expressões de nos sentirmos Igreja em saída, a partilha é uma delas. Como
afirma o Papa Francisco, a missão “ad gentes” continua a revestir-se de grande
urgência. As Comunidades cristãs devem promover um fervor apostólico contagioso
e rico de entusiasmo, capaz de suscitar fascínio pela missão. Todos somos
chamados “a alimentar a alegria da Evangelização”.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 01-03-2019.
II.
CAMPANHA ELEITORAL PARA QUÊ?...
Aproxima-se a campanha eleitoral, esse tempo tão necessário quão importante
para apresentar programas, esclarecer dúvidas, debater ideias e projetos em
prol do bem comum nacional e para espevitar as velas dormentes do castiçal
europeu e mundial, o qual, para alumiar a todos, também
exige esmero e qualidade, ideias e jeito. É possível que alguém venha por aí, e
se estique, a prometer a Lua e os seus arredores, tentando fazer acreditar que
a construção do maciço do Everest e de toda a cordilheira dos Himalaias a eles
se deve!... A política, porém, no seu pluralismo e variedade legítima de
opções, tem arte e nobreza, tem valores e leis próprias que se devem
reconhecer, abraçar e respeitar. Participando nesse alegre e rezingado jogo com
sentido de responsabilidade, que ganhem os melhores, é o que todos desejamos!
Tiramos o nosso chapéu a quem se dedica à causa pública, a quem aceita e
serve dedicadamente a comunidade humana. Sabemos que não é pera doce, causa
insónias e dissabores. Não é coisa que se possa abraçar apenas porque dá
importância e enche o ego. Cristo, o maior e o mais importante líder de toda a
humanidade e de todos os tempos, serviu sem peneiras e contestou quem as tinha.
Sempre de pé diante dos homens, serviu com amor e honestidade, atento e
sensível lavou os pés aos sofrimentos do mundo que são tantos e tão diversos.
Assim como Eu vos fiz, fazei vós também, disse-nos Ele. A missão de bem servir
implica humildade, competência e determinação. Exige cadastro limpo e
capacidade de ouvir, de perceber o melhor e agir em prol do bem comum. Não se
compadece com subserviências perante uns nem com pretensões de proprietários
ricos a distribuir esmolas perante outros. As atitudes menos corretas, que
sempre as há e saltam de onde menos se espera, provocam a sensação,
injustamente generalizada, de que todos são iguais. Sabemos que não é assim,
sabemos que essa é uma pequena minoria mesmo que os seus estragos e escândalos
sejam de efeitos devastadores e ecoem de forma dolorosa no coração de todos.
Embora o cuidado pela construção do bem comum seja da responsabilidade de todos
e de cada um, ele fundamenta, de forma muito particular, a existência da
comunidade política. É do bem comum que deriva o seu direito natural e próprio,
é ele que a justifica e lhe dá significado e sentido (cf. GS75; ChFL42). É o
bem comum que a leva a colocar-se ao serviço de todos os homens e do homem
todo, da família e da sociedade, em verdadeiro espírito de missão. Só o
espírito de serviço humilde é capaz de aliado à necessária competência, tornar
transparente e eficaz a atividade de quem se dedica à política. É um poder
delegado, um poder exercido à luz dos critérios da justiça e da ética e não na
base da força eleitoral ou de interesses pessoais ou de grupos ou de ideologias
redutoras da condição humana.
Quando, porventura, surge o recurso à deslealdade e à mentira, o
desperdício dos dinheiros públicos, a corrupção, os jeitinhos e as clientelas,
o nepotismo familiar, o uso de meios ambíguos ou ilícitos para, a todo o custo,
conquistar, conservar ou aumentar o poder de forma “populista” e pouco ou nada
popular, temos o caldo entornado e os bichanos nas filhoses! São tentações que
debilitam a consciência e arrastam aos desvios próprios da natureza humana sempre
tão frágil, tão ferida e contumaz! Além disso, gera-se a desconfiança, diminui
o espírito cívico e participativo da população, não se educa para a cidadania,
o povo sente-se prejudicado e desiludido, constata que o bem comum vale menos
que os interesses particulares, mesquinhos e egoístas, facilmente percebe a
ausência de uma equilibrada hierarquia de valores que tenha em atenção a
correta compreensão da dignidade e dos direitos da pessoa, em sociedade (cf.
CA47).
A responsabilidade por uma sociedade justa e solidária fundamenta-se na
sociabilidade natural e na interdependência das relações sociais a que chamamos
solidariedade. Mas a solidariedade não é um sentimento de vaga compaixão pelas
pessoas que sofrem. É a determinação firme e perseverante que, de forma digna e
justa, leva cada cidadão, cada grupo, cada instituição, cada sindicato ou
partido a empenhar-se pelo bem de todos e de cada um, porque todos somos
verdadeiramente responsáveis por todos (cf. SRS38). Por isso, ninguém deve
abdicar da sua responsabilidade, seja qual for a razão que o possa levar à
tentação de o querer fazer. Somos destinatários, sim, mas somos também
protagonistas desse serviço à pessoa e à sociedade. E são inumeráveis os graus
de participação em formas, níveis, funções, competências, responsabilidades, a
começar pelo dever de votar. A tarefa da construção da sociedade tem sempre
como principais critérios e objetivos a busca do bem comum, a defesa e a
promoção da justiça, como tão bem e largamente nos fala a Doutrina Social da
Igreja (cf. ChFL42).
Bento XVI afirmava que “Quando o empenho pelo bem comum é animado pela
caridade, tem uma valência superior à do empenho simplesmente secular e
político”. Na verdade, o serviço à causa pública entendido como “alta forma de
caridade”, desdobra-se em serviço abnegado à comunidade humana, tem como ponto
de honra a opção preferencial pelos mais pobres, procura agir com a maior
participação dos cidadãos, busca um verdadeiro crescimento com equidade e
inclusão, procura sempre reconstruir o tecido familiar e social com energias de
fraternidade. A fraternidade que nos une em Cristo é muito mais do que o
reconhecimento da igualdade e duma convivência cívica e solidária entre todos.
Se assim não for, esta sociedade “cada vez mais globalizada torna-nos vizinhos,
mas não nos faz irmãos” (cf. CV19.78).
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 29-03-2019.
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