PARÓQUIAS DE NISA
Domingo, 24 de março de 2019
III domingo da quaresma
Ofício da próprio – III Semana
DOMINGO
III DA QUARESMA
Roxo – Ofício próprio
(Semana III do Saltério).
+ Missa própria, Credo, pf. da Quaresma.
L 1 Ex 3, 1-8a. 13-15; Sal 102 (103), 1-2. 3-4. 6-7. 8 e 11
L 2 1 Cor 10, 1-6. 10-12
Ev Lc 13, 1-9
Em vez das leituras acima indicadas, podem tomar-se as do Ano A, se for mais oportuno.
* Proibidas todas as Missas de defuntos, mesmo a exequial.
* Em todas as Dioceses de Portugal – Ofertório para a Cáritas Portuguesa.
* Na Diocese de Mindelo (Cabo Verde) – Ofertório para a Fraternidade Sacerdotal.
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.
+ Missa própria, Credo, pf. da Quaresma.
L 1 Ex 3, 1-8a. 13-15; Sal 102 (103), 1-2. 3-4. 6-7. 8 e 11
L 2 1 Cor 10, 1-6. 10-12
Ev Lc 13, 1-9
Em vez das leituras acima indicadas, podem tomar-se as do Ano A, se for mais oportuno.
* Proibidas todas as Missas de defuntos, mesmo a exequial.
* Em todas as Dioceses de Portugal – Ofertório para a Cáritas Portuguesa.
* Na Diocese de Mindelo (Cabo Verde) – Ofertório para a Fraternidade Sacerdotal.
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 24, 15-16
Os meus olhos estão voltados para o Senhor,
porque Ele livra os meus pés da armadilha.
Olhai para mim, Senhor, e tende compaixão
porque estou só e desamparado.
Ou Ez 36, 23-26
Quando Eu manifestar em vós a minha santidade,
reunir-vos-ei de todos os povos;
derramarei sobre vós água pura,
e ficareis limpos de toda a iniquidade.
Eu vos darei um espírito novo, diz o Senhor.
Não se diz o Glória.
ORAÇÃO COLECTA
Deus, Pai de misericórdia e fonte de toda a bondade,
que nos fizestes encontrar no jejum,
na oração e no amor fraterno
os remédios do pecado,
olhai benigno para a confissão da nossa humildade,
de modo que, abatidos pela consciência da culpa,
sejamos confortados pela vossa misericórdia.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Em vez das leituras a seguir indicadas, podem utilizar-se as do Ano A, se for mais oportuno.
LEITURA I Ex 3, 1-8a.13-15
«O que Se chama ‘Eu sou’ enviou-me a vós»
Leitura do Livro do Êxodo
Os meus olhos estão voltados para o Senhor,
porque Ele livra os meus pés da armadilha.
Olhai para mim, Senhor, e tende compaixão
porque estou só e desamparado.
Ou Ez 36, 23-26
Quando Eu manifestar em vós a minha santidade,
reunir-vos-ei de todos os povos;
derramarei sobre vós água pura,
e ficareis limpos de toda a iniquidade.
Eu vos darei um espírito novo, diz o Senhor.
Não se diz o Glória.
ORAÇÃO COLECTA
Deus, Pai de misericórdia e fonte de toda a bondade,
que nos fizestes encontrar no jejum,
na oração e no amor fraterno
os remédios do pecado,
olhai benigno para a confissão da nossa humildade,
de modo que, abatidos pela consciência da culpa,
sejamos confortados pela vossa misericórdia.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Em vez das leituras a seguir indicadas, podem utilizar-se as do Ano A, se for mais oportuno.
LEITURA I Ex 3, 1-8a.13-15
«O que Se chama ‘Eu sou’ enviou-me a vós»
Leitura do Livro do Êxodo
Naqueles dias, Moisés apascentava o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote de Madiã. Ao levar o rebanho para além do deserto, chegou ao monte de Deus, o Horeb. Apareceu-lhe então o Anjo do Senhor numa chama ardente, do meio de uma sarça. Moisés olhou para a sarça, que estava a arder, e viu que a sarça não se consumia. Então disse Moisés: «Vou aproximar-me, para ver tão assombroso espetáculo: por que motivo não se consome a sarça?». O Senhor viu que ele se aproximava para ver. Então Deus chamou-o do meio da sarça: «Moisés, Moisés!». Ele respondeu: «Aqui estou!» Continuou o Senhor: «Não te aproximes. Tira as sandálias dos pés, porque o lugar que pisas é terra sagrada». E acrescentou: «Eu sou o Deus de teus pais, Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacob». Então Moisés cobriu o rosto, com receio de olhar para Deus. Disse-lhe o Senhor: «Eu vi a situação miserável do meu povo no Egipto; escutei o seu clamor provocado pelos opressores. Conheço, pois, as suas angústias. Desci para o libertar das mãos dos egípcios e o levar deste país para uma terra boa e espaçosa, onde corre leite e mel». Moisés disse a Deus: «Vou procurar os filhos de Israel e dizer-lhes: ‘O Deus de vossos pais enviou-me a vós’. Mas se me perguntarem qual é o seu nome, que hei-de responder-lhes?». Disse Deus a Moisés: «Eu sou ‘Aquele que sou’». E prosseguiu: «Assim falarás aos filhos de Israel: O que Se chama ‘Eu sou’ enviou-me a vós». Deus disse ainda a Moisés: «Assim falarás aos filhos de Israel: ‘O Senhor, Deus de vossos pais, Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacob, enviou-me a vós. Este é o meu nome para sempre, assim Me invocareis de geração em geração’».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 102 (103), 1-4.6-8.11 (R. 8a)
Refrão: O Senhor é clemente e cheio de compaixão. Repete-se
Bendiz, ó minha alma, o Senhor
e todo o meu ser bendiga o seu nome santo.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor
e não esqueças nenhum dos seus benefícios. Refrão
Ele perdoa todos os teus pecados
e cura as tuas enfermidades.
Salva da morte a tua vida
e coroa-te de graça e misericórdia. Refrão
O Senhor faz justiça
e defende o direito de todos os oprimidos.
Revelou a Moisés os seus caminhos
e aos filhos de Israel os seus prodígios. Refrão
O Senhor é clemente e compassivo,
paciente e cheio de bondade.
Como a distância da terra aos céus,
assim é grande a sua misericórdia
para os que O temem. Refrão
LEITURA II 1 Cor 10, 1-6.10-12
A vida do povo com Moisés no deserto
foi escrita para nos servir de exemplo
Leitura da Primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios
Irmãos: Não quero que ignoreis que os nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem, passaram todos através do mar e na nuvem e no mar, receberam todos o batismo de Moisés. Todos comeram o mesmo alimento espiritual e todos beberam a mesma bebida espiritual. Bebiam de um rochedo espiritual que os acompanhava: esse rochedo era Cristo. Mas a maioria deles não agradou a Deus, pois caíram mortos no deserto. Esses factos aconteceram para nos servir de exemplo, a fim de não cobiçarmos o mal, como eles cobiçaram. Não murmureis, como alguns deles murmuraram, tendo perecido às mãos do Anjo exterminador. Tudo isto lhes sucedia para servir de exemplo e foi escrito para nos advertir, a nós que chegámos ao fim dos tempos. Portanto, quem julga estar de pé tome cuidado para não cair.
Palavra do Senhor.
ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Mt 4, 17
Refrão: Louvor e glória a Vós, Jesus Cristo, Senhor. Repete-se
Arrependei-vos, diz o Senhor;
está próximo o reino dos Céus. Refrão
EVANGELHO Lc 13, 1-9
«Se não vos arrependerdes, morrereis do mesmo modo»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, vieram contar a Jesus que Pilatos mandara derramar o sangue de certos galileus, juntamente com o das vítimas que imolavam. Jesus respondeu-lhes: «Julgais que, por terem sofrido tal castigo, esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus? Eu digo-vos que não. E se não vos arrependerdes, morrereis todos do mesmo modo. E aqueles dezoito homens, que a torre de Siloé, ao cair, atingiu e matou? Julgais que eram mais culpados do que todos os outros habitantes de Jerusalém? Eu digo-vos que não. E se não vos arrependerdes, morrereis todos de modo semelhante. Jesus disse então a seguinte parábola: «Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi procurar os frutos que nela houvesse, mas não os encontrou. Disse então ao vinhateiro: ‘Há três anos que venho procurar frutos nesta figueira e não os encontro. Deves cortá-la. Porque há-de estar ela a ocupar inutilmente a terra?’. Mas o vinhateiro respondeu-lhe: ‘Senhor, deixa-a ficar ainda este ano, que eu, entretanto, vou cavar-lhe em volta e deitar-lhe adubo. Talvez venha a dar frutos. Se não der, mandá-la-ás cortar no próximo ano».
Palavra da salvação.
Diz-se o Credo.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Concedei, Senhor, por este sacrifício,
que, ao pedirmos o perdão dos nossos pecados,
perdoemos também aos nossos irmãos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
PREFÁCIO A Samaritana
Quando se lê o Evangelho da Samaritana, diz-se o prefácio seguinte:
Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente,
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças, sempre e em toda a parte,
por Cristo nosso Senhor.
Quando Ele pediu à samaritana água para beber,
já lhe tinha concedido o dom da fé
e da sua fé teve uma sede tão viva
que acendeu nela o fogo do amor divino.
Por isso, com os Anjos e os Santos,
proclamamos a vossa glória, cantando numa só voz:
Santo, Santo, Santo.
Quando não se lê o Evangelho da Samaritana, diz-se outro prefácio da Quaresma
ANTÍFONA DA COMUNHÃO
Quando se lê o Evangelho da Samaritana: Jo 4, 13-14
Quem beber da água que Eu lhe der, diz o Senhor,
terá em seu coração a fonte da vida eterna.
Quando se lê o outro Evangelho: Salmo 83, 4-5
As aves do céu encontram abrigo e as andorinhas um ninho para os seus filhos, junto dos vossos altares, Senhor dos Exércitos, meu Rei e meu Deus. Felizes os que moram em vossa casa e a toda a hora cantam os vossos louvores.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Recebemos, Senhor nosso Deus,
o penhor da glória eterna
e, vivendo ainda na terra, fomos saciados com o pão do Céu.
Nós Vos pedimos humildemente a graça de manifestar na vida
o que celebramos neste sacramento.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
«Numa paróquia só há uma
coisa pior que dar formação a agentes de pastoral que depois migram para outras
paróquias: é não lhes dar formação e permanecerem como agentes da pastoral».
ORAÇÃO BÍBLICA
Reza a PALAVRA do dia
1.
Leitura: Lê, respeita,
situa o que lês
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação:
Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
-
Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: Louva
o Senhor, suplica, escuta
-
Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra
LEITURAS: Ex
3, 1-8a.13-15: Continuando a apresentar, nesta subida
quaresmal a caminho da Páscoa, certos momentos mais significativos da história
da salvação, a primeira leitura deste domingo, em seguimento da dos domingos
anteriores, dá-nos a célebre revelação de Deus a Moisés, a revelação do seu
Nome, que define, tanto quanto isso é possível, Quem é Deus. Ao mesmo tempo, e
na continuação dessa revelação, Deus chama Moisés e envia-o como instrumento de
salvação para o seu povo escravizado no Egipto. Moisés será o chefe desse povo,
o seu condutor através do deserto, e, como tal, figura de Cristo, o verdadeiro
Pastor, guia e salvador do seu povo.
Lc
13, 1-9: A primeira mensagem da Boa Nova que Jesus nos traz é
o anúncio da aproximação do reino dos Céus, e consequentemente o convite a
acolhê-lo com o coração voltado para ele e afastado do que lhe é contrário.
Esta atitude é assim uma conversão, um regresso dos caminhos do pecado, uma
atitude de arrependimento em relação ao passado, uma atitude penitencial. E
esta atitude do coração é fundamental na Quaresma.
Lc 13, 1-9: A primeira mensagem da Boa Nova que
Jesus nos traz é o anúncio da aproximação do reino dos Céus, e consequentemente
o convite a acolhê-lo com o coração voltado para ele e afastado do que lhe é
contrário. Esta atitude é assim uma conversão, um regresso dos caminhos do
pecado, uma atitude de arrependimento em relação ao passado, uma atitude
penitencial. E esta atitude do coração é fundamental na Quaresma.
Rezando a Palavra
ORAÇÃO: Senhor, o teu caminho é difícil e exigente.
Pedes que sejamos como Tu, estando dispostos a servir. Ajuda-nos a ser humildes
de coração, a ser generosos como Tu, prontos a dar a vida como Tu a deste.
AGENDA DO DIA
09.00 horas: Funeral em
Tolosa
09.30 horas: Missa em
Amieira do Tejo
10.15 horas: Procissão
de Nossa Senhora das Dores em Tolosa
10.30 horas: Procissão
em Nisa
10.45 horas: Missa em
Tolosa
11.00 horas: Missa em
Nisa
12.00 horas: Missa em
Alpalhão
12.00 horas: Missa em
Gáfete
16.00 horas: Procissão
dos Passos em Nisa
AGENDA DA SEMANA
Domingo, 24
Tolosa, às 10.15 horas:
Procissão com Imagem de Nossa Senhora das Dores
Hoje, domingo, a
procissão dos Passos começa às 16.00 horas na Igreja Matriz
Dia 25, segunda:
-
De manhã: reunião arciprestal em Ponte de Sor
-
Anunciação do Senhor – SOLENIDADE. Às 18.00 horas - Missa na Igreja do Espírito
Santo
-
Às 21.00 horas, no Calvário: oração de louvor
-
Às 21 horas, no Calvário reunião de preparação para as festas de julho
Dia 26,
terça-feira:
- Às 18.00 horas, Missa
em Alpalhão
- Às 21 horas, reunião
de catequistas no Calvário
- Às 15 horas,
Confissões em Alpalhão
Dia 27, Quarta:
-
Pardo: confissões a partir das 16.00 horas
Dia 28, Quinta:
- Às 21.00 horas: Adoração ao Santíssimo, em
Nisa
Dia 29, Sexta:
-
Calvário estará aberto das 09.00 horas até às 17.00 horas.
-
Às 17.15 horas, devoção da via sacra na
Igreja do Espírito Santo
-
Às 17.15 horas, devoção da via sacra na
Igreja de Alpalhão
-
15-17 horas: Confissões no Cacheiro, na Falagueira e No Monte Claro
-
21.00 horas, Tolosa: Via sacra pelas ruas.
Dia 30, Sábado
-
Às 12.00 horas: Missa em Arez (antigos militares)
-
Às 15.00 horas: Missa em Salavessa
-
Às 16.00 horas: Missa em Pé da Serra
-
Às 17.00 horas: Missa no Pardo
-
Às 18.00 horas: Missa no Espírito Santo, Nisa
-
Às 18.00 horas: Missa em Alpalhão.
Dia 31 Domingo
-
Horário dos autocarros:
.
07.30 horas: Pardo
.
07.45 horas: Gáfete
.
08.00 horas: Tolosa
.
08.00 horas: Nisa, junto do Cine-Teatro
- Missas:
11.00 horas em Missas em Nisa
12.00
horas em Alpalhão.
A VOZ DO PASTOR
QUARESMA 2019 - SINAIS DE LEITURA
A Páscoa é o mistério central de todo o
Cristianismo. A sua celebração e vivência trouxeram à Igreja um tempo forte de
preparação: é a Quaresma. Há Quaresma porque é necessário preparar a celebração
e a vivência da Páscoa. Sendo a Páscoa o tempo que, por excelência, celebra a
vida cristã iniciada com o Batismo, não se resume a um dia de calendário. É,
sobretudo, uma experiência de fé, um reencontro com Cristo e o Mistério da sua
vida, um encontro com as raízes da fé, um confronto da vida com a vocação
cristã, uma interrogação e resposta sobre o sentido da vida. Entre o que somos
atualmente e aquilo que o Batismo nos define como vida cristã situa-se o
caminho que está em causa no itinerário que vai pela Quaresma até à Pascoa.
Quaresma é, portanto, um tempo fortíssimo da
vida cristã; tempo dos batizados que, para viverem mais profundamente a sua
vocação pascal, se constroem e reconstroem; tempo dos Catecúmenos porque
caminho de preparação para o Batismo; tempo de escuta mais atenta da Palavra de
Deus e da sua inclusão ética na vida quotidiana; tempo de oração mais cuidada e
disponível; tempo forte de conversão e de reconciliação, pessoal e sacramental;
tempo de relações humanas reestruturadas, redefinidas, reprojetadas, pacificadas;
tempo essencial de partilha do que se tem e do que se é; tempo de reencontro
com os valores fundamentais da vida; tempo de purificação de tudo aquilo que,
na vida, se foi instalando como tóxico: desregramentos subtis diversos, estilos
e tipos de relação humana que dividem, a lógica da competitividade a todo o
custo e da lei do mais forte, o clamor da terra violentada, poluída e ferida
por atitudes egoístas e banalizadoras dos seus recursos, a fome que rouba a
liberdade de tantos sob a indiferença de outros, etc…
Quaresma é tempo de conversão para que, ao
chegar à Páscoa, o coração crente da Igreja e de cada batizado possa estar mais
intimamente unido e em harmonia com Cristo Senhor. A Igreja ensina-o e
sublinha-o, as comunidades cristãs já nunca o esquecem. E para que as intenções
não fiquem no abstrato e possam redundar inconsequentes, todos os anos, nos
sinais eclesiais do jejum, da partilha e da oração, encontramos os caminhos
concretos da conversão. São os caminhos em que não podemos deixar crescer
obstáculos e que havemos de cuidar por manter abertos porque sempre mostrarão a
capacidade que o Espírito de Deus tem de fazer maravilhas em cada um de nós.
Para melhor vivermos a Quaresma como tempo
precioso para a nossa fé, poderíamos, este ano, pessoal, familiar ou
comunitariamente, fazer o exercício da leitura da vida a partir destes sinais e
atitudes do jejum, da partilha e da oração. O Jejum, a Esmola ou Partilha e a
Oração não são “mínimos legais” para uma confissão bem feita. São os sinais dos
campos onde é necessário converter a vida para a recentrar em Deus.
Por isso, no caminho da conversão, o Jejum, a
Partilha e a Oração dão origem a três grandes linhas de leitura, avaliação e
reestruturação da vida quotidiana. O “Jejum” pode questionar como tem andado a
nossa relação com a vida, à qual, cristãmente, lhe chamamos “Esperança”. A
“Partilha” pode interrogar como tem sido a nossa relação com os outros, a que,
cristãmente, chamamos “Caridade”. A “Oração” pode avaliar, saborear e fazer
despertar o desejo de perceber como tem sido a nossa relação com Deus, à qual,
cristãmente, chamamos “Fé”.
Esperança, Caridade e Fé, ou seja, relação com
a vida, relação com os outros e a natureza e a relação com Deus tornam-se,
desta forma, a chave de leitura da vida que há de ser levada ao Sacramento da
Reconciliação para fazer a experiência sacramental do Perdão como reconstrução
da pessoa e reaquisição da dignidade de filhos amados de Deus. Passar ao lado
da conversão é passar ao lado da Cruz de Cristo e da Graça do Dom que ela
inaugura.
Exercitando a leitura da nossa identidade
cristã, pessoal e eclesial, nestes três caminhos, caminhos de Esperança,
Caridade e Fé, ou seja, caminhos de Jejum, Partilha e Oração, podemos,
transversalmente, interrogar-nos sobre algumas atitudes que marcam, muitas
vezes quotidianamente, a nossa vida. Existem hoje, de facto, patologias que
provocam o progressivo arrefecimento da nossa relação com a vida, com os outros
e com Deus.
No caminho da Esperança e do Jejum existem
atitudes e patologias do conhecimento e do desejo. S. Máximo diz, por exemplo,
que “Adão foi vítima da sua ignorância”. De facto, às vezes, a ignorância de
Deus conduz o homem por caminhos tortuosos de experiências estranhas e
desumanizadoras. Ainda no caminho da Esperança - a relação com a vida, o jejum
- aparece a patologia ou doença do desejo que está na perversão do prazer. É o
desejo que é para o homem e não o homem que é para o desejo. Se o desejo for só
fruição autodestrói-se.
No caminho da Caridade existem também atitudes
e patologias que pedem cura: a agressividade que, muitas vezes, chega a
redundar em cólera; patologia da liberdade que afirma que o homem é livre mas
que, ao mesmo tempo, o submete a um profuso conjunto de “necessidades” e
obrigações desumanizadoras; a patologia ou doença das funções e capacidades
corporais: para que servem as nossas mãos, para que servem as nossas
capacidades, para que serve o nosso saber, para que serve e a quem aproveita a
nossa mobilidade!?
No caminho da Fé ou da relação com Deus
existem também patologias ou doenças que podemos avaliar de forma nova em tempo
de Quaresma. Existem, por exemplo, as patologias da memória: de quem ou do que
é que nos lembramos!? E o que é que permanentemente esquecemos!? Lembramo-nos
de Deus na aflição e esquecemo-l’O na alegria!? A ignorância, a negligência ou
tibieza, o esquecimento podem ser sinais da doença da memória. A patologia ou
doença da imaginação é outra que marca presença na nossa relação com Deus. Imaginar
é bom. Na vida cristã de igual forma. E a imaginação pode ser sempre produtora,
reprodutora e criadora. Mas mal da imaginação que, ao invés de puxar pela
realidade, produz a sua ilusão e a alienação.
Ler a vida nestas linhas simples de avaliação
leva-nos ao encontro de coisas boas e menos boas. E do lado das menos boas, em
vivência pessoal e comunitária, estão atitudes como azedumes, cóleras,
violências, opiniões infundadas, impiedades, rancores, ódios, calúnias,
tristezas, medos, rivalidades, cobardias, invejas e vaidades, orgulhos
egoístas, hipocrisias, mentiras, infidelidades, avidezes, ingratidões,
materialismos, gula e embriaguez, luxúrias e adultérios, magias e rituais
desonestos, preguiças, presunções, arrogâncias, apego ao poder, insensibilidades,
representação e lisonja, adulação, descaramento e insolência, dissimulação e
ganância. S. João Damasceno diz que a ociosidade está na base de muitas destas
coisas.
O Jejum, a Partilha e a Oração ou, como acima
se dizia, a Esperança, a Caridade e a Fé conduzem-nos por outros caminhos: a
temperança, a integridade, a liberdade, a alegria, a prudência e a vigilância,
a paciência, a humildade, o amor de Deus, dos outros e da natureza. O Ano
Missionário que estamos a viver pede-nos o testemunho disto mesmo.
Quem se preenche de Deus não deixa no seu
coração espaço para o pecado. A Quaresma é este caminho oferecido à Igreja para
poder participar com alegria genuína na Páscoa, Festa da Ressurreição de Jesus
e afirmação do poder da vida sobre todas as mortes.
+++++
Da Renúncia Quaresmal do ano passado
resultaram 39.568,51 euros (trinta e nove mil quinhentos e sessenta e oito
euros e cinquenta e um cêntimos) da qual, conforme anunciámos na altura, 25% se
destinavam ao Fundo Social Diocesano, gerido pela Direção da Cáritas Diocesana,
e 75%, até porque temos entre nós um Pároco daí natural, foi para a
Arquidiocese de Kananga, na República Democrática do Congo, para ajudar naconstrução de um Centro de Acolhimento e Saúde para socorrer
crianças órfãos da guerra ou roubadas às famílias e usadas como soldados.
Este ano, em pleno Ano Missionário, voltaremos
a orientar a Renúncia Quaresmal, em 25% para o Fundo Social Diocesano, gerido
pela Cáritas Diocesana, e, o restante, para as Missões “ad gentes”. Há muitas
expressões de nos sentirmos Igreja em saída, a partilha é uma delas. Como
afirma o Papa Francisco, a missão “ad gentes” continua a revestir-se de grande
urgência. As Comunidades cristãs devem promover um fervor apostólico contagioso
e rico de entusiasmo, capaz de suscitar fascínio pela missão. Todos somos
chamados “a alimentar a alegria da Evangelização”.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 01-03-2019.
II.
EM COMUNHÃO COM O PAPA FRANCISCO
Escrevo?...
Não escrevo?... Vou escrever, mesmo que me doa. Embora nos cause mossa ouvir e
ler as notícias sobre o abuso de menores, penso que os meios de comunicação
social prestaram um grande e valioso serviço à Igreja. Tendo feito soar os
alarmes, levaram a que a Igreja se acertasse, e, mais rápida e firmemente,
procurasse converter “os erros cometidos em oportunidades para erradicar este
flagelo não só do corpo da Igreja, mas também do seio da sociedade”. Embora um
só caso fosse já condenável e motivo de alerta para ser denunciado e levar o
autor à justiça, de facto, ninguém imaginava a grandeza desta calamidade e
muito menos que envolvesse figuras de visibilidade mundial. Também fiquei
surpreendido, e, com todos os cristãos, também sinto constrangimento por isso e
sofro com as vítimas que sofreram e sofrem, mas continuo a amar esta Igreja que
saiu do lado de Cristo na Cruz e foi constituída como sinal e instrumento
universal de salvação. A Igreja sangra e chora, é verdade, é Mãe. Deseja que
todos os seus filhos se sintam irmãos e se respeitem, prestando a maior atenção
aos mais pequeninos e frágeis. A infidelidade escandalosa de alguns aliada à
tendência que outros têm de generalizar, leva à tentação de perder a sua
reputação, também é verdade, como verdade será, possivelmente, que haja quem,
mesmo sendo membro da Igreja, se regozije por a ver humilhada e a sofrer. Aqueles
que a amam verdadeiramente e, apesar das fraquezas, lhe procuram ser fiéis, sofrem
e sentem-se injustiçados como injustiçados e sofredores se sentem as vítimas. No
entanto, permanecem unidos na luta pela sua constante purificação, sem excluir,
como é evidente, a reparação e expiação por parte daqueles que geraram vítimas
e escândalos, pensando eu que eles, estando com toda a certeza a sentir uma
humilhação sem igual, também sofrem e chorarão amargamente como Pedro, saberão avaliar
a grandeza do mal feito e o sofrimento causado que, mesmo que seja perdoado,
jamais será totalmente reparado. Rezemos pelas vítimas que sofrem e lutam por respeito
e justiça. Não deixemos de rezar por quem as provocou, feriu e humilhou para
que, expiando, se convertam sem deixar de confiar na misericórdia infinita de
Deus. Rezemos uns pelos outros para que não sejamos motivo de escândalo para
ninguém e muito menos profissionais da religião e a viver de aparências. Se a
Igreja é humana, constituída por homens frágeis e pecadores a quem Cristo,
apesar de tudo, confiou a Sua própria missão, não podemos esquecer que ela também
é divina e santa em virtude da sua origem e missão, residindo aí o seu mistério
que só a fé alimentada pela Palavra, pela graça e pela oração pode acolher,
sentir e viver. Prefigurada desde as origens, gradual e maravilhosamente
preparada ao longo da história, instituída por Cristo, publicamente manifestada
no Pentecostes, ela foi por Cristo, e em Seu nome, enviada a todas as nações para
de todas fazer discípulos, expondo e atualizando o mistério do amor de Deus
pelos homens. Até que seja consumada no fim dos tempos (cf. LG2), ela avança no
cumprimento da tarefa que lhe foi confiada, com humildade e confiança. Com
êxitos e fracassos, com mais ou menos fidelidade, santa e pecadora, ela
sente-se a caminho, sempre em renovação e a refontalizar a sua missão com a
garantia da presença de Cristo que a enriquece com os dons do Seu Espírito que
a dinamiza e purifica quando ela se desvia da rota e se esquece do para quê da
sua existência. Se assim não fosse, se fosse só humana, há muito teria acabado.
Dois mil anos de história duma instituição, com gente de todas as raças e
cores, culturas e saberes, ideologias e ambições, línguas e feitios, e das mais
variadas regiões do planeta, da maneira que todos somos tão frágeis e
mesquinhos, há muito que ela teria acabado. Se ela atravessa hoje momentos de
dor, revigorar-se-á no seu verdadeiro caminho, nessa fidelidade à aliança
selada com o Sangue de Cristo. A sua lei é o mandamento novo, o mandamento do
Amor. É seu dever amar e ensinar a amar como o próprio Cristo nos amou e ser
sal da terra e luz do mundo constituindo para todos “o mais forte gérmen de
unidade, esperança e salvação”.
Infelizmente,
o abuso de menores é uma chaga social transversal a todas as sociedades, em
todas as culturas, por todo o mundo. Os estudos feitos revelam que estes abusos
são sobretudo cometidos pelos pais, os parentes, os maridos de
esposas-meninas, os treinadores e os educadores. O presumível responsável pelo
agravo sofrido por um menor é, em 73,7% dos casos, um progenitor: a mãe em
44,2%, o pai em 29,5%, um parente em 3,3%, um amigo em 3,2%, um conhecido em
3%, um professor em 2,5%, um estranho adulto em 2,2%. Mas é evidente que a
universalidade de tal desgraça não diminui “a sua monstruosidade dentro da
Igreja”, como afirmou o Papa Francisco, em 24 de fevereiro passado, no seu
discurso de encerramento do Encontro sobre a proteção de menores na Igreja. Antes
pelo contrário: “A desumanidade do fenómeno, a nível mundial, torna-se ainda
mais grave e escandalosa na Igreja, porque está em contraste com a sua
autoridade moral e a sua credibilidade ética”. E diz o Papa, “Quero repetir
aqui claramente: ainda que na Igreja se constatasse um único caso de abuso – o
que em si já constitui uma monstruosidade –, tratar-se-á dele com a máxima
seriedade”, pois, “na ira justificada das pessoas, a Igreja vê o reflexo da ira
de Deus, traído e esbofeteado por estes consagrados desonestos. O eco do grito
silencioso dos menores, que, em vez de encontrar neles paternidade e guias
espirituais, acharam algozes, fará abalar os corações anestesiados pela
hipocrisia e o poder. Temos o dever de ouvir atentamente este sufocado grito
silencioso”. E acrescenta: “Com humildade e coragem, devemos reconhecer que
estamos perante o mistério do mal, que se encarniça contra os mais frágeis,
porque são imagem de Jesus. É por isso que atualmente cresceu na Igreja a
consciência do dever que tem de procurar não só conter os gravíssimos abusos
com medidas disciplinares e processos civis e canónicos, mas também enfrentar
decididamente o fenómeno dentro e fora da Igreja”. Esta calamidade atinge o
centro da missão da Igreja que é “anunciar o Evangelho aos pequeninos e
protegê-los dos lobos vorazes”. Tais ofensas “são sempre a consequência do
abuso de poder, a exploração duma posição de inferioridade do indefeso abusado
que permite a manipulação da sua consciência e da sua fragilidade psicológica e
física. O abuso de poder está presente também nas outras formas de abusos de
que são vítimas quase oitenta e cinco milhões de crianças, no esquecimento
geral: as crianças-soldado, os menores prostituídos, as crianças desnutridas,
as crianças raptadas e frequentemente vítimas do monstruoso comércio de órgãos
humanos, ou então transformadas em escravos, as crianças vítimas das guerras,
as crianças refugiadas, as crianças abortadas, etc.” E mais acentua o Papa:
“assim como devemos tomar todas as medidas práticas que o bom senso, as
ciências e a sociedade nos oferecem, assim também não devemos perder de vista
esta realidade e tomar as medidas espirituais que o próprio Senhor nos ensina:
humilhação, acusação de nós mesmos, oração, penitência. É o único modo de
vencer o espírito do mal. Foi assim que Jesus o venceu”. E faz um apelo: “Faço
um sentido apelo à luta total contra os abusos de menores, tanto no campo
sexual como noutros campos, por parte de todas as autoridades e dos indivíduos,
porque se trata de crimes abomináveis que devem ser cancelados da face da
terra: pedem isto mesmo as muitas vítimas escondidas nas famílias e em vários
setores das nossas sociedades”.
As
estatísticas oferecidas pela Oms, Unicef, Interpol, Europol e outras instâncias
nacionais e internacionais, pecam por defeito, muitos casos não são
denunciados, sobretudo os cometidos no seio das famílias. Calcula-se que sejam
de 15 a 20% as vítimas de pedofilia na nossa sociedade. A nível global, em
2017, a Oms estimou num milhar de milhão os menores com idade entre 2 e 17 anos
que sofreram violências ou negligências físicas, emotivas ou sexuais. Segundo
algumas estimativas Unicef de 2014, estes abusos envolveriam mais de 120
milhões de meninas. Em 2017, a mesma organização Onu referiu que, em 38 países
do mundo de baixo e médio rédito per capita, quase 17 milhões de mulheres
adultas admitiram ter tido uma relação sexual forçada durante a infância. Na
Europa, em 2013, a Oms estimou mais de 18 milhões de abusos. Segundo a Unicef,
em 2017, em 28 países europeus, cerca de 2,5 milhões de mulheres jovens
referiram ter sofrido abusos sexuais, antes dos 15 anos. O Relatório da
Interpol sobre a exploração sexual de menores, em 2017, identifica 14.289
vítimas em 54 países europeus. Na Índia, na década 2001-2011, o Centro Asiático
de Direitos Humanos registou um total de 48.338 casos de estupros de menores,
com um aumento de 336%. Segundo um estudo à escala nacional na África do Sul,
784.967 jovens entre 15 e 17 anos já sofreram abusos sexuais, sendo as vítimas
predominantemente do sexo masculino. Na Austrália, segundo os dados
divulgados em fevereiro de 2018 e relativos aos anos 2015-2017, um milhão e
meio de mulheres referiu ter sofrido abusos físicos e/ou sexuais antes dos 15
anos, e 992.000 homens referiram ter sofrido este abuso quando eram menores. Sabe-se
que a difusão da pornografia através da internet contribui para aumentar estes
abusos, pois, segundo os dados de 2017, de 7 em 7 minutos uma página da web envia
imagens de crianças abusadas sexualmente. Os dados de 2017 da Organização
Mundial de Turismo, dizem-nos que três milhões de pessoas no mundo viagem para
ter relações sexuais com um menor. As mulheres que viajam para países em vias
de desenvolvimento à procura de sexo pago com menores, representam, no total, 10%
dos turistas sexuais no mundo. (Aconselho a ler o discurso do Papa Francisco,
em 24 de fevereiro, no final do Encontro com os Presidentes das Conferências
Episcopais, de onde tirei alguns destes dados).
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 22-03-2019.
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