PARÓQUIAS DE NISA
Sexta, 25 de janeiro de 2019
Sexta da II semana do tempo comum
Conversão de S. Paulo, Apóstolo
Ofício da festa
SEXTA-FEIRA
da semana II
Conversão
de S. Paulo, Apóstolo – FESTA
Branco – Ofício da festa. Te Deum.
Missa própria, Glória, pf. dos Apóstolos.
L 1 Act 22, 3-16 ou Act 9, 1-22; Sal 116, 1. 2
Ev Mc 16, 15-18
* Proibidas as Missas de defuntos, exceto a exequial.
* Na Congregação da Missão e na Companhia das Filhas da Caridade – Aniversário da fundação da Congregação da Missão.
* Nas Congregações e Institutos da Família Paulista – Conversão de S. Paulo, Apóstolo – SOLENIDADE
* 8º dia do Oitavário de Orações pela Unidade dos Cristãos.
CONVERSÃO DE S. PAULO, Apóstolo
Nota Histórica
Aguerrido perseguidor dos discípulos de
Jesus, Paulo dirigia-se para Damasco, quando, inesperadamente, o Senhor Ressuscitado
lhe aparece e Se lhe revela. Vencido pela graça, entrega-se, incondicionalmente
a Cristo, que o escolhe para Seu apóstolo e o encarrega de anunciar o
Evangelho, em pé de igualdade com os Doze.
Este encontro marcou profundamente a vida, o pensamento e a acção deste Apóstolo. Paulo descobriu, nesse momento, o poder extraordinário da graça, poder capaz de transformar um perseguidor em Apóstolo. Descobriu, igualmente, que Jesus Ressuscitado Se identifica com os cristãos («Porque Me persegues?»).
Mas este acontecimento foi também de importância decisiva para o desenvolvimento da Igreja. O convertido de Damasco, na verdade, será o Apóstolo que mais virá a contribuir para a expansão missionária da Igreja entre os povos pagãos.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA cf. 2 Tim 1,
12; 4, 8
Eu sei em quem pus a minha confiança
e sei que o Senhor, justo juiz,
me dará a recompensa no dia da sua vinda.
Diz-se o Glória.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor Deus, que instruístes o mundo inteiro
com a palavra do apóstolo São Paulo,
concedei a quantos celebramos hoje a sua conversão
a graça de caminharmos para Vós, como ele,
dando testemunho da vossa verdade no mundo.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Act 22, 3-16
«Levanta-te, recebe o batismo
e purifica-te dos teus pecados, invocando o seu nome»
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Eu sei em quem pus a minha confiança
e sei que o Senhor, justo juiz,
me dará a recompensa no dia da sua vinda.
Diz-se o Glória.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor Deus, que instruístes o mundo inteiro
com a palavra do apóstolo São Paulo,
concedei a quantos celebramos hoje a sua conversão
a graça de caminharmos para Vós, como ele,
dando testemunho da vossa verdade no mundo.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Act 22, 3-16
«Levanta-te, recebe o batismo
e purifica-te dos teus pecados, invocando o seu nome»
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Naqueles dias, Paulo disse ao povo:
«Eu sou judeu e nasci em Tarso da Cilícia.
Fui, porém, educado nesta cidade de Jerusalém
e recebi na escola de Gamaliel
uma formação estritamente fiel à Lei dos nossos pais.
Era tão zeloso no serviço de Deus,
como vós todos sois hoje.
Persegui até à morte esta nova religião,
algemando e metendo na prisão homens e mulheres,
como podem testemunhar o Sumo Sacerdote e todo o Senado.
Recebi até, da parte deles,
cartas para os irmãos de Damasco
e para lá me dirigi,
com a missão de trazer algemados os que lá estivessem,
a fim de serem castigados em Jerusalém.
Sucedeu, porém, que, no caminho,
ao aproximar-me de Damasco, por volta do meio-dia,
de repente brilhou ao redor de mim
uma intensa luz vinda do Céu.
Caí por terra e ouvi uma voz que me dizia:
‘Saulo, Saulo, porque Me persegues?’.
Eu perguntei: ‘Quem és Tu, Senhor?’.
E Ele respondeu-me:
‘Eu sou Jesus Nazareno, a quem tu persegues’.
Os meus companheiros viram a luz,
mas não ouviram a voz que me falava.
Então perguntei: ‘Que hei-de fazer, Senhor?’.
E o Senhor disse-me:
‘Levanta-te e vai a Damasco;
lá te dirão tudo o que deves fazer’.
Como eu deixei de ver, por causa do esplendor daquela luz,
cheguei a Damasco guiado pelas mãos dos meus companheiros.
Entretanto, veio procurar-me certo Ananias,
homem piedoso segundo a Lei
e de boa fama entre todos os judeus que ali viviam.
Ele veio ao meu encontro
e, ao chegar junto de mim, disse-me:
‘Saulo, meu irmão, recupera a vista’.
E, no mesmo instante, pude vê-lo.
Ele acrescentou:
‘O Deus dos nossos pais destinou-te
para conheceres a sua vontade,
para veres o Justo e ouvires a voz da sua boca.
Tu serás sua testemunha diante de todos os homens,
acerca do que viste e ouviste.
Agora, porque esperas?
Levanta-te, recebe o batismo
e purifica-te dos teus pecados, invocando o seu nome’».
Palavra do Senhor.
Em vez da leitura anterior, pode utilizar-se a seguinte:
LEITURA I Act 9, 1-22
«Dir-te-ão o que deves fazer»
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Naqueles dias,
Saulo, respirando ainda ameaças de morte
contra os discípulos do Senhor,
foi ter com o sumo sacerdote
e pediu-lhe cartas de recomendação para as sinagogas de Damasco,
a fim de trazer algemados para Jerusalém
quantos seguissem a nova doutrina,
tanto homens como mulheres.
Na viagem, quando estava já próximo de Damasco,
viu-se de repente envolvido numa luz intensa vinda do Céu.
Caiu por terra e ouviu uma voz que lhe dizia:
«Saulo, Saulo, porque Me persegues?».
Ele perguntou: «Quem és Tu, Senhor?».
O Senhor respondeu:
«Eu sou Jesus, a quem tu persegues.
Mas levanta-te, entra na cidade
e aí te dirão o que deves fazer».
Os companheiros de viagem de Saulo
tinham parado emudecidos;
ouviam a voz, mas não viam ninguém.
Saulo levantou-se do chão,
mas, embora tivesse os olhos abertos, nada via.
Por isso levaram-no pela mão e introduziram-no em Damasco.
Ficou três dias sem vista e sem comer nem beber.
Vivia em Damasco um discípulo chamado Ananias
e o Senhor chamou-o numa visão: «Ananias».
Ele respondeu: «Eis-me aqui, Senhor».
O Senhor disse-lhe:
«Levanta-te e vai à rua chamada Direita
procurar, em casa de Judas,
um homem de Tarso, chamado Saulo, que está a orar».
– Entretanto, Saulo teve uma visão,
em que um homem chamado Ananias
entrava e impunha-lhe as mãos,
para que recuperasse a vista – .
Ananias respondeu:
«Senhor, tenho ouvido contar a muitas pessoas
todo o mal que esse homem fez aos teus fiéis em Jerusalém;
e agora está aqui com plenos poderes dos príncipes dos sacerdotes
para prender todos os que invocam o teu nome».
O Senhor disse-lhe:
«Vai, porque esse homem é o instrumento escolhido por Mim,
para levar o meu nome ao conhecimento dos gentios,
dos reis e dos filhos de Israel.
Eu mesmo lhe mostrarei
quanto ele tem de sofrer pelo meu nome».
Então Ananias partiu, entrou na casa,
impôs as mãos a Saulo e disse-lhe:
«Saulo, meu irmão, quem me envia é o Senhor,
– esse Jesus que te apareceu no caminho por onde vinhas –
a fim de recuperares a vista e ficares cheio do Espírito Santo».
Imediatamente lhe caíram dos olhos uma espécie de escamas
e recuperou a vista.
Então levantou-se, recebeu o batismo
e, tendo tomado alimento, readquiriu as forças.
Saulo passou alguns dias com os discípulos de Damasco
e começou logo a proclamar nas sinagogas
que Jesus era o Filho de Deus.
Todos os que o ouviam ficavam admirados e diziam:
Não é ele que em Jerusalém
perseguia os que invocam este nome?
E não veio aqui para os levar algemados
à presença dos príncipes dos sacerdotes?».
Mas Saulo, cada vez mais fortalecido,
confundia os judeus que habitavam em Damasco,
demonstrando que Jesus era o Messias.
Saulo, respirando ainda ameaças de morte
contra os discípulos do Senhor,
foi ter com o sumo sacerdote
e pediu-lhe cartas de recomendação para as sinagogas de Damasco,
a fim de trazer algemados para Jerusalém
quantos seguissem a nova doutrina,
tanto homens como mulheres.
Na viagem, quando estava já próximo de Damasco,
viu-se de repente envolvido numa luz intensa vinda do Céu.
Caiu por terra e ouviu uma voz que lhe dizia:
«Saulo, Saulo, porque Me persegues?».
Ele perguntou: «Quem és Tu, Senhor?».
O Senhor respondeu:
«Eu sou Jesus, a quem tu persegues.
Mas levanta-te, entra na cidade
e aí te dirão o que deves fazer».
Os companheiros de viagem de Saulo
tinham parado emudecidos;
ouviam a voz, mas não viam ninguém.
Saulo levantou-se do chão,
mas, embora tivesse os olhos abertos, nada via.
Por isso levaram-no pela mão e introduziram-no em Damasco.
Ficou três dias sem vista e sem comer nem beber.
Vivia em Damasco um discípulo chamado Ananias
e o Senhor chamou-o numa visão: «Ananias».
Ele respondeu: «Eis-me aqui, Senhor».
O Senhor disse-lhe:
«Levanta-te e vai à rua chamada Direita
procurar, em casa de Judas,
um homem de Tarso, chamado Saulo, que está a orar».
– Entretanto, Saulo teve uma visão,
em que um homem chamado Ananias
entrava e impunha-lhe as mãos,
para que recuperasse a vista – .
Ananias respondeu:
«Senhor, tenho ouvido contar a muitas pessoas
todo o mal que esse homem fez aos teus fiéis em Jerusalém;
e agora está aqui com plenos poderes dos príncipes dos sacerdotes
para prender todos os que invocam o teu nome».
O Senhor disse-lhe:
«Vai, porque esse homem é o instrumento escolhido por Mim,
para levar o meu nome ao conhecimento dos gentios,
dos reis e dos filhos de Israel.
Eu mesmo lhe mostrarei
quanto ele tem de sofrer pelo meu nome».
Então Ananias partiu, entrou na casa,
impôs as mãos a Saulo e disse-lhe:
«Saulo, meu irmão, quem me envia é o Senhor,
– esse Jesus que te apareceu no caminho por onde vinhas –
a fim de recuperares a vista e ficares cheio do Espírito Santo».
Imediatamente lhe caíram dos olhos uma espécie de escamas
e recuperou a vista.
Então levantou-se, recebeu o batismo
e, tendo tomado alimento, readquiriu as forças.
Saulo passou alguns dias com os discípulos de Damasco
e começou logo a proclamar nas sinagogas
que Jesus era o Filho de Deus.
Todos os que o ouviam ficavam admirados e diziam:
Não é ele que em Jerusalém
perseguia os que invocam este nome?
E não veio aqui para os levar algemados
à presença dos príncipes dos sacerdotes?».
Mas Saulo, cada vez mais fortalecido,
confundia os judeus que habitavam em Damasco,
demonstrando que Jesus era o Messias.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 116 (117), 1.2 (R. Mc 16, 15)
Refrão: Ide por todo o mundo e anunciai o Evangelho.
Ou: Aleluia.
Louvai o Senhor, todas as nações,
aclamai-O, todos os povos.
É firme a sua misericórdia para connosco,
a fidelidade do Senhor permanece para sempre.
ALELUIA cf. Jo 15, 16
Refrão: Aleluia. Repete-se
Eu vos escolhi do mundo, para que vades e deis fruto
e o vosso fruto permaneça, diz o Senhor. Refrão
EVANGELHO Mc 16, 15-18
«Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo,
Jesus apareceu aos Onze e disse-lhes:
«Ide por todo o mundo
e pregai o Evangelho a toda a criatura.
Quem acreditar e for batizado será salvo;
mas quem não acreditar será condenado.
Eis os milagres que acompanharão os que acreditarem:
expulsarão os demónios em meu nome;
falarão novas línguas;
se pegarem em serpentes ou beberem veneno,
não sofrerão nenhum mal;
e quando impuserem as mãos sobre os doentes,
eles ficarão curados».
Palavra
da salvação.
Nas missas votivas de São Paulo utilizam-se estas leituras.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Desça sobre nós, Senhor, o vosso Espírito Santo,
na celebração dos divinos mistérios,
e nos ilumine com a luz da fé
que levou o apóstolo São Paulo
a anunciar ao mundo a vossa glória.
Por Nosso Senhor.
Prefácio dos Apóstolos I
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Gal 2, 20
Vivo na fé em Cristo, Filho de Deus,
que me amou e Se entregou por mim.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
A comunhão deste sacramento, Senhor,
faça crescer em nós o ardor da caridade do apóstolo São Paulo,
que trazia sempre em seu coração
a solicitude por todas as Igrejas.
Por Nosso Senhor.
Nas missas votivas de São Paulo utilizam-se estas leituras.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Desça sobre nós, Senhor, o vosso Espírito Santo,
na celebração dos divinos mistérios,
e nos ilumine com a luz da fé
que levou o apóstolo São Paulo
a anunciar ao mundo a vossa glória.
Por Nosso Senhor.
Prefácio dos Apóstolos I
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Gal 2, 20
Vivo na fé em Cristo, Filho de Deus,
que me amou e Se entregou por mim.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
A comunhão deste sacramento, Senhor,
faça crescer em nós o ardor da caridade do apóstolo São Paulo,
que trazia sempre em seu coração
a solicitude por todas as Igrejas.
Por Nosso Senhor.
«Viver sem otimismo é
como assumir a derrota antes da batalha”
ORAÇÃO BÍBLICA
Reza a PALAVRA do dia
1. Leitura: Lê, respeita,
situa o que lês
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação:
Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
-
Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: Louva
o Senhor, suplica, escuta
-
Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra
LEITURA:
_________________
LEITURA DO EVANGELHO:
MEDITAÇÃO:
ORAÇÃO: Ajuda-nos, Senhor, a
gostar de nós mesmos, simplesmente porque tu nos amas.
AGENDA
09.30 horas: Funeral
em Santana
15.00 horas: Funeral
em Nisa
18.00 horas: Missa em
Nisa
18.00 horas: Missa em
Alpalhão
A VOZ DO PASTOR
DOS 24, 17 TINHAM MAIS
DE 80 etc. etc. etc.
Não
é de estranhar que as pessoas se mantenham saudáveis e durem mais. A melhor
alimentação, os cuidados prestados, a boa resposta aos fármacos, tudo, tudo
constitui uma espécie de arjão a escorar a vida por entre as alegrias e as
tristezas desta Casa Comum. Casa Comum onde se continua a tagarelar com a
mafiosa serpente e a cair na esparrela de querer ser como Deus; onde se
continua a teimar e a ensinar que o melhor e muito necessário é trepar ao fruto
da árvore proibida; onde os Cains, os fingidos, os corruptos e os agentes do
suborno surgem onde menos se espera com a justiça a ter dois pesos e duas
medidas; e onde, porque já não há sequer azémolas categóricas como a jumenta de
Balaão a fazer arrepiar caminho aos mais renitentes, sim, porque até disso já
não há, a torre de Babel continua a crescer, gerando cada vez mais confusão
entre nós, os bípedes, sempre insatisfeitos na busca do espetacular, do poder e
da riqueza, mesmo que seja fantasiando, roubando, esmagando ou matando. O
Senhor, que veio por causa disso e para o que era Seu, embora muitos dos Seus
não O tenham reconhecido nem O queiram reconhecer, preveniu-nos disso, e a
História confirma-o: quando Deus é abandonado, logo se instala o egoísmo, a
indiferença, o desprezo do homem pelo homem com todo o seu cortejo de funestas
consequências.
Mas
voltemos à vaca das cordas, como se diz e faz em Ponte de Lima, e não fiquem a
pensar que estou pessimista. Não, não estou nem sou, estou de bem com Deus, com
os outros e com a vida. E se há na seara algum joio, o trigo é muito muito
muitíssimo mais. Há muita gente boa e coisas muito bem feitas, há muita gente
solidária e a lutar desinteressadamente pelo bem dos outros e pela sua
qualidade de vida, há muita gente que sempre soube dar a César o que é de César
e a Deus o que é de Deus. E como dizia o Padre Américo do Gaiato, recordo
também que não há rapazes maus, mesmo que tenham comportamentos arrapazados. A
ocasião é que faz o ladrão, diz a sabedoria popular, faz o ladrão, faz o
corrupto, faz o que suborna, faz o que... e o que...
O
Salmo 90 diz-nos que a vida das pessoas são setenta anos, se robustos, uns
oitenta, mas tal fasquia há muito foi ultrapassada. A prová-lo está, por
exemplo, um ilustre Senhor meu amigo, lá para os lados da Sertã, que fez 103
anos no dia 9 do corrente mês. Fez-me um telefonema na véspera do Ano Novo. Eu
fiz-lhe outro no dia do seu aniversário. Em ambos os telefonemas, desafiamo-nos
para, pelo menos, tomarmos um café juntos, lá pela vila da Sertã, para
cavaquearmos um pouco e pormos a conversa em ordem. Há dias, depois de ele ter
vindo de junto dos parentes na Cova da Piedade, onde foi festejar o
aniversário, lá fui, feliz e de surpresa, cumprir a promessa, mas o homem já
não estava no sítio que eu julgava. Após a Eucaristia, onde até lhe cantaram os
parabéns, esgueirou-se no seu carro para o café. Fui lá, já de lá tinha
zarpado. Fui a sua casa, ficou feliz, não queria acreditar no eu a visitá-lo!
Após um caloroso abraço, logo ele puxa pela gola do casaco, escondida debaixo
de um outro agasalho, e pede-me para ler o que estava escrito num pin de
lapela: “não tenho 103, tenho 18 e 85 de experiência”. Ah, grande homem e
sempre bem-disposto!... Como gosta de ler, lá, sobre a mesa junto de outros, deixei-lhe
o livro “Dá mais Vida aos meus anos”, de Luigi Guglielmoni e Fausto Negri.
Saímos, e lá fomos ao café, na esperança de que o tempo fosse longo, mas, nesta
alegria de estar e ouvir com prazer, foi muito curtinho. Na nossa missão de
proximidade com as populações, sempre encontramos gente com idade muito
avançada. Uma, mais abatida, sim, mas outra, muito reguila, a querer saber e a
querer contar, a reclamar tempo para ser ouvida até ao fim. Mas encontrar
pessoas como o Senhor Manuel, isso não, não é fácil encontrar, é ave rara e a
saber voar alto! Apresenta-se ali para as encruzilhadas da vida, a desafiar os
mais novos e apaparicados, direitinho e ativo, sem ilusões, muito devoto de
Nossa Senhora dos Remédios e sem vontade de colocar quaisquer entraves à
Providência divina, a quem se sente muito reverente e agradecido pela sua vida
escorreita, em muita alegria e paz, numa família que o estima, numa sociedade
envolvente que o aprecia e lhe agradece toda a colaboração que ainda lhe
presta.
Em
2017, em Termas de Monfortinho, fui ajudar à festa de um casal que fazia
oitenta e dois anos de matrimónio, ele com 103, ela com 101, dois amores na
alegria e dinâmica do amor, um orgulho de familiares e vizinhos. Despedi-me
sensibilizado e afortunado. Foi bonito e admirável, foi lição de vida, por
vidas sacrificadas e lutadoras, mas sempre amorosas e agradecidas.
E
falar disto porquê e para quê? Porque, há dias, numa das listas concorrentes
aos Órgãos Sociais da Irmandade de uma Santa Casa da Misericórdia desta Diocese
- a Diocese tem quarenta Misericórdias -, entre vinte e quatro pessoas
constantes dessa lista concorrente, dezassete tinham mais de oitenta anos, dois
destes, oitenta e sete; seis, mais de setenta; o mais novo contava sessenta e
seis anos. Uma maravilha, dirão os promotores da estratégia nacional para o
envelhecimento ativo e saudável. Uma preocupação quanto ao futuro da
instituição, dirão os que já deram o corpo ao manifesto e sabem quantas
cambalhotas e insónias aquele serviço lhes fez dar. Bué da fixe, dirão aqueles
que não se querem comprometer com nada e jogam sorrateiramente no relvado da
má-língua.
Tudo
isto teria a sua graça, sim, se não tivesse acontecido, penso eu, por artimanha
de alguém muito convencido da vitória, o que não aconteceu! Mesmo que tenha
sido por isso, também o é pelas circunstâncias deste interior envelhecido, sem
gente, sem jovens e a esvair-se em direção ao vazio, sempre na esperança de que
o último, confiante no calcitrin, apague a luz, desande a taramela do postigo,
feche a porta e deixe a chave na caixa do correio. É verdade que, de quando em
vez, rasgam-se nos céus uns momentos de inflamado entusiasmo sobre a
necessidade de reverter a situação. Salta de lá um punhado de gente importante
e sábia no falar, de mangas arregaçadas e sapatos envernizados, a dizer que
agora é que vai ser. Sabemos, porém, que não vai ser nada: tudo como dantes no
quartel de Abrantes. Podem existir as melhores intenções, podem até ter aquela
visibilidade divertida de sachola nas mãos sob o olhar esticado e sorridente de
grande comitiva de agrossilvicultores da mais alta ciência e luzidia sociedade
no sector, como convém. Não adiantará muito! Tal como no pinhal do Rei
Lavrador, também aqui os “sobreiros” irão secar: falta água, falta húmus,
faltam partículas minerais, falta persistência, falta confiança, faltam braços
para o trabalho, já quase tudo falta neste jardim de amores fingidos e paixões
desencontradas! As autoridades locais, por mais que se esfolem, como, aliás, o
vão fazendo, já pouco ou nada conseguirão fazer sozinhas, com a população
restante. Só um sério e nacional investimento político, económico e estrutural,
fruto da melhor vontade e das melhores ideias e iniciativas, será capaz de
repor tanta população quanta baste para o normal funcionamento do mínimo
exigível à qualidade de vida de quem aguarda pacientemente melhores dias, que,
mesmo assim, se demorarem muito, só na eternidade serão possíveis!
Fala-se
na necessidade da implementação de projetos e empresas. E bem! Mas quem vai
investir sabendo que não há mão-de-obra para movimentar tais empresas e
projetos? Fala-se no desenvolvimento dos produtos endógenos, com qualidade. E
bem! Mas quem os vai desenvolver e produzir se não há quem trabalhe? Fala-se na
implementação do turismo porque a paisagem é única, o artesanato é
interessante, o património é ímpar, a culinária é boa e os locais a visitar são
importantes. E bem! Mas… quê dê se os monumentos estão sem cuidados e fechados,
se os restaurantes e afins estão quase todos encerrados ao fim de semana, se os
promotores do turismo não encontram dinâmicas atrativas e capazes ao nível
local? E dir-me-ão: e por que cargas d’água os restaurantes hão de estar
abertos ao fim de semana, para quê dinamizar eventos, implementar projetos e
criar empresas se aquém não há gente que o justifique e alimente? E
dir-lhes-ei: porque a gente d’além sabe que, aquém, os monumentos, os
restaurantes e os cafés estão fechados, que não há nada que seduza a vir e
estar um pouco, que não há projetos nem empresas nem emprego… Fala-se em... e
em... E bem, é conveniente falar, embora o falar e o escrever seja sempre muito
mais fácil! Mas como concretizar se... e se... e se? Tive um professor que,
quando o seu saber já não tinha grande pano para as mangas, logo arrematava com
um trio de etc. etc. etc. que ele, sob o júbilo da catraiada irreverente,
prenunciava adecétera adecétera adecétera.
Sempre
pensei que os ingleses eram mais polidos no debate de ideias, no ouvir e no
falar. Mas não é assim, acho que não são exemplo para ninguém, mesmo que aquilo
seja só para inglês ver. No entanto, enquanto eles gritam como desalmados
naquele amontoado e frenético parlamento a exigir que, mesmo após o brexit,
possam continuar a ter sol na eira e chuva no nabal, nós, enquanto o naufrágio
acontece, não deixemos de, pelo menos, de viver felizes ao som do violino, não
o do telhado, mas o daquela história épica, de romance e drama, etc. etc.
etc....
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco,
18-01-2019.
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