PARÓQUIAS DE NISA
Domingo, 20 de janeiro de 2019
II domingo do tempo comum
Ofício da féria – I semana
DOMINGO
II DO TEMPO COMUM
Verde – Ofício do
domingo (Semana II do Saltério). Te Deum.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. dominical.
L 1 Is 62, 1-5; Sal 95 (96), 1-2a. 2b-3. 7-8a. 9-10ac
L 2 1 Cor 12, 4-11
Ev Jo 2, 1-11
* Proibidas as Missas de defuntos, excepto a exequial.
* Na Diocese de Lamego – S. Sebastião, Padroeiro principal – SOLENIDADE
* Aniversário da Ordenação episcopal de D. Jacinto Tomás de Carvalho Botelho, Bispo Emérito de Lamego (1996).
* 3º dia do Oitavário de Orações pela Unidade dos Cristãos.
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. dominical.
L 1 Is 62, 1-5; Sal 95 (96), 1-2a. 2b-3. 7-8a. 9-10ac
L 2 1 Cor 12, 4-11
Ev Jo 2, 1-11
* Proibidas as Missas de defuntos, excepto a exequial.
* Na Diocese de Lamego – S. Sebastião, Padroeiro principal – SOLENIDADE
* Aniversário da Ordenação episcopal de D. Jacinto Tomás de Carvalho Botelho, Bispo Emérito de Lamego (1996).
* 3º dia do Oitavário de Orações pela Unidade dos Cristãos.
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Salmo 65, 4
Toda a terra Vos adore, Senhor,
e entoe hinos ao vosso nome, ó Altíssimo.
ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente,
que governais o céu e a terra,
escutai misericordiosamente as súplicas do vosso povo
e concedei a paz aos nossos dias.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Is. 62, 1-5
«A esposa é a alegria do marido»
Leitura do Livro de Isaías
Toda a terra Vos adore, Senhor,
e entoe hinos ao vosso nome, ó Altíssimo.
ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente,
que governais o céu e a terra,
escutai misericordiosamente as súplicas do vosso povo
e concedei a paz aos nossos dias.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Is. 62, 1-5
«A esposa é a alegria do marido»
Leitura do Livro de Isaías
Por amor de Sião não me calarei, por amor de Jerusalém não terei repouso, enquanto a sua justiça não despontar como a aurora e a sua salvação não resplandecer como facho ardente. Os povos hão de ver a tua justiça e todos os reis a tua glória. Receberás um nome novo, que a boca do Senhor designará. Serás coroa esplendorosa nas mãos do Senhor, diadema real nas mãos do teu Deus. Não mais te chamarão «Abandonada», nem à tua terra «Deserta», mas hão de chamar-te «Predileta» e à tua terra «Desposada», porque serás a predileta do Senhor e a tua terra terá um esposo. Tal como o jovem desposa uma virgem, o teu Construtor te desposará; e como a esposa é a alegria do marido, tu serás a alegria do teu Deus.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 95 (96), 1-3.7-8a.9-10a.c (R. 3)
Refrão: Anunciai em todos os povos
as maravilhas do Senhor. Repete-se
Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor, terra inteira,
cantai ao Senhor, bendizei o seu nome. Refrão
Anunciai dia a dia a sua salvação,
publicai entre as nações a sua glória,
em todos os povos as suas maravilhas. Refrão
Dai ao Senhor, ó família dos povos,
dai ao Senhor glória e poder,
dai ao Senhor a glória do seu nome. Refrão
Adorai o Senhor com ornamentos sagrados,
trema diante d’Ele a terra inteira;
dizei entre as nações: «O Senhor é Rei»,
governa os povos com equidade. Refrão
LEITURA II 1 Cor 12, 4-11
«Um só e o mesmo Espírito,
distribuindo a cada um conforme Lhe agrada»
Leitura da
primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios
Irmãos: Há diversidade de dons espirituais, mas o Espírito é o mesmo. Há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. Há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos. Em cada um se manifestam os dons do Espírito para o bem comum. A um o Espírito dá a mensagem da sabedoria, a outro a mensagem da ciência, segundo o mesmo Espírito. É um só e o mesmo Espírito que dá a um o dom da fé, a outro o poder de curar; a um dá o poder de fazer milagres, a outro o de falar em nome de Deus; a um dá o discernimento dos espíritos, a outro o de falar diversas línguas, a outro o dom de as interpretar. Mas é um só e o mesmo Espírito que faz tudo isto, distribuindo os dons a cada um conforme Lhe agrada.
Palavra do Senhor.
ALELUIA cf. 2 Tes 2, 14
Refrão: Aleluia. Repete-se
Deus chamou-nos, por meio do Evangelho,
a tomar parte na glória
de Nosso Senhor Jesus Cristo. Refrão
EVANGELHO Jo 2, 1-11
O primeiro milagre de Jesus
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, realizou-se um casamento em Caná da Galileia e estava lá a Mãe de Jesus. Jesus e os seus discípulos foram também convidados para o casamento. A certa altura faltou o vinho. Então a Mãe de Jesus disse-Lhe: «Não têm vinho». Jesus respondeu-Lhe: «Mulher, que temos nós com isso? Ainda não chegou a minha hora». Sua Mãe disse aos serventes: «Fazei tudo o que Ele vos disser». Havia ali seis talhas de pedra, destinadas à purificação dos judeus, levando cada uma de duas a três medidas. Disse-lhes Jesus: «Enchei essas talhas de água». Eles encheram-nas até acima. Depois disse-lhes: «Tirai agora e levai ao chefe de mesa». E eles levaram. Quando o chefe de mesa provou a água transformada em vinho, – ele não sabia de onde viera, pois só os serventes, que tinham tirado a água, sabiam – chamou o noivo e disse-lhe: «Toda a gente serve primeiro o vinho bom e, depois de os convidados terem bebido bem, serve o inferior. Mas tu guardaste o vinho bom até agora». Foi assim que, em Caná da Galileia, Jesus deu início aos seus milagres. Manifestou a sua glória e os discípulos acreditaram n’Ele.
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Concedei-nos, Senhor,
a graça de participar dignamente nestes mistérios,
pois todas as vezes que celebramos o memorial deste sacrifício
realiza-se a obra da nossa redenção.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 22, 5
Para mim preparais a mesa
e o meu cálice transborda.
Ou 1 Jo 4, 16
Nós conhecemos e acreditámos
no amor de Deus para connosco.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Infundi em nós, Senhor, o espírito da vossa caridade,
para que vivam unidos num só coração e numa só alma
aqueles que saciastes com o mesmo pão do Céu.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
« O sangue dos mártires
é semente de novos cristãos. Também hoje urge mais o testemunho do que a
pregação».
ORAÇÃO BÍBLICA
Reza a PALAVRA do dia
1.
Leitura: Lê, respeita,
situa o que lês
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação:
Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
-
Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: Louva
o Senhor, suplica, escuta
-
Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra
LEITURA: Is. 62, 1-5: O
amor entre Deus e o seu povo é frequentemente comparado, na Sagrada Escritura,
ao amor dos esposos. Jerusalém é a imagem de todo o povo de Deus, é a imagem
antecipada da própria Igreja. Pelo amor que lhe tem, o Senhor fará dela sua
esposa; será essa a glória de Jerusalém, da Igreja, a Esposa de Cristo. Com
esta leitura prepara-se a compreensão da leitura do Evangelho deste dia, onde
se lê o “sinal” das Bodas de Caná.
1
Cor 12, 4-11: Começamos hoje a leitura da terceira
parte desta epístola, de que se leu o ano passado a segunda parte. Por ser
bastante longa, é assim distribuída por mais de um ano. Ao dirigir-se a uma
comunidade onde eram frequentes as divisões, o Apóstolo apela para a unidade,
fruto da acção do Espírito de Deus, que é a fonte comum de todos os dons que
existem na Igreja. Assim, a unidade na Igreja não provém de qualquer motivo
humano, mas do facto de todos os dons que nela existem procederem do mesmo e
único Espírito.
Jo
2, 1-11: O milagre que Jesus fez nas Bodas de Caná pertence
ainda ao ciclo da Epifania. De facto, por meio dele o Senhor Se manifestou. A
transformação da água em vinho e o facto de tal ter acontecido num banquete de
núpcias e ainda o chamar-lhe o Evangelho um “sinal” leva-nos a perscrutar o
mistério desta epifania ou manifestação do Senhor. Aquela não era ainda a hora
de Jesus, que havia de chegar na hora da Cruz; mas aquele “sinal” apontava já
para lá, para a hora das núpcias do Cordeiro, a hora do sacrifício que sela a
Aliança, nova e definitiva, entre Deus e os homens, pelo Sangue de Jesus.
_________________
LEITURA DO EVANGELHO:
MEDITAÇÃO:
ORAÇÃO: Ajuda-nos, Senhor, a gostar de nós mesmos,
simplesmente porque tu nos amas.
AGENDA
09.30 horas: Missa em
Amieira do Tejo
10.00 horas:
Celebração da Palavra em Arez
10.45 horas:
Celebração da Palavra em Tolosa
11.00 horas: Missa em
Nisa. Precedida e seguida de Procissão
12.00 horas: Missa em
Alpalhão
15.30 horas:
Celebração da Palavra em Montalvão
15.30 horas:
Celebração da Palavra no Arneiro
15.30 horas: Celebração da Palavra no Cacheiro
17.30 horas: Procissão
em Alpalhão.
A VOZ DO PASTOR
DOS 24, 17 TINHAM MAIS
DE 80 etc. etc. etc.
Não
é de estranhar que as pessoas se mantenham saudáveis e durem mais. A melhor
alimentação, os cuidados prestados, a boa resposta aos fármacos, tudo, tudo
constitui uma espécie de arjão a escorar a vida por entre as alegrias e as
tristezas desta Casa Comum. Casa Comum onde se continua a tagarelar com a
mafiosa serpente e a cair na esparrela de querer ser como Deus; onde se
continua a teimar e a ensinar que o melhor e muito necessário é trepar ao fruto
da árvore proibida; onde os Cains, os fingidos, os corruptos e os agentes do
suborno surgem onde menos se espera com a justiça a ter dois pesos e duas
medidas; e onde, porque já não há sequer azémolas categóricas como a jumenta de
Balaão a fazer arrepiar caminho aos mais renitentes, sim, porque até disso já não
há, a torre de Babel continua a crescer, gerando cada vez mais confusão entre
nós, os bípedes, sempre insatisfeitos na busca do espetacular, do poder e da
riqueza, mesmo que seja fantasiando, roubando, esmagando ou matando. O Senhor,
que veio por causa disso e para o que era Seu, embora muitos dos Seus não O
tenham reconhecido nem O queiram reconhecer, preveniu-nos disso, e a História
confirma-o: quando Deus é abandonado, logo se instala o egoísmo, a indiferença,
o desprezo do homem pelo homem com todo o seu cortejo de funestas
consequências.
Mas
voltemos à vaca das cordas, como se diz e faz em Ponte de Lima, e não fiquem a
pensar que estou pessimista. Não, não estou nem sou, estou de bem com Deus, com
os outros e com a vida. E se há na seara algum joio, o trigo é muito muito
muitíssimo mais. Há muita gente boa e coisas muito bem feitas, há muita gente
solidária e a lutar desinteressadamente pelo bem dos outros e pela sua
qualidade de vida, há muita gente que sempre soube dar a César o que é de César
e a Deus o que é de Deus. E como dizia o Padre Américo do Gaiato, recordo
também que não há rapazes maus, mesmo que tenham comportamentos arrapazados. A
ocasião é que faz o ladrão, diz a sabedoria popular, faz o ladrão, faz o
corrupto, faz o que suborna, faz o que... e o que...
O
Salmo 90 diz-nos que a vida das pessoas são setenta anos, se robustos, uns
oitenta, mas tal fasquia há muito foi ultrapassada. A prová-lo está, por
exemplo, um ilustre Senhor meu amigo, lá para os lados da Sertã, que fez 103
anos no dia 9 do corrente mês. Fez-me um telefonema na véspera do Ano Novo. Eu
fiz-lhe outro no dia do seu aniversário. Em ambos os telefonemas, desafiamo-nos
para, pelo menos, tomarmos um café juntos, lá pela vila da Sertã, para
cavaquearmos um pouco e pormos a conversa em ordem. Há dias, depois de ele ter
vindo de junto dos parentes na Cova da Piedade, onde foi festejar o
aniversário, lá fui, feliz e de surpresa, cumprir a promessa, mas o homem já
não estava no sítio que eu julgava. Após a Eucaristia, onde até lhe cantaram os
parabéns, esgueirou-se no seu carro para o café. Fui lá, já de lá tinha
zarpado. Fui a sua casa, ficou feliz, não queria acreditar no eu a visitá-lo!
Após um caloroso abraço, logo ele puxa pela gola do casaco, escondida debaixo
de um outro agasalho, e pede-me para ler o que estava escrito num pin de
lapela: “não tenho 103, tenho 18 e 85 de experiência”. Ah, grande homem e
sempre bem-disposto!... Como gosta de ler, lá, sobre a mesa junto de outros,
deixei-lhe o livro “Dá mais Vida aos meus anos”, de Luigi Guglielmoni e Fausto
Negri. Saímos, e lá fomos ao café, na esperança de que o tempo fosse longo,
mas, nesta alegria de estar e ouvir com prazer, foi muito curtinho. Na nossa
missão de proximidade com as populações, sempre encontramos gente com idade
muito avançada. Uma, mais abatida, sim, mas outra, muito reguila, a querer
saber e a querer contar, a reclamar tempo para ser ouvida até ao fim. Mas
encontrar pessoas como o Senhor Manuel, isso não, não é fácil encontrar, é ave
rara e a saber voar alto! Apresenta-se ali para as encruzilhadas da vida, a
desafiar os mais novos e apaparicados, direitinho e ativo, sem ilusões, muito
devoto de Nossa Senhora dos Remédios e sem vontade de colocar quaisquer
entraves à Providência divina, a quem se sente muito reverente e agradecido
pela sua vida escorreita, em muita alegria e paz, numa família que o estima,
numa sociedade envolvente que o aprecia e lhe agradece toda a colaboração que
ainda lhe presta.
Em
2017, em Termas de Monfortinho, fui ajudar à festa de um casal que fazia
oitenta e dois anos de matrimónio, ele com 103, ela com 101, dois amores na
alegria e dinâmica do amor, um orgulho de familiares e vizinhos. Despedi-me
sensibilizado e afortunado. Foi bonito e admirável, foi lição de vida, por
vidas sacrificadas e lutadoras, mas sempre amorosas e agradecidas.
E
falar disto porquê e para quê? Porque, há dias, numa das listas concorrentes
aos Órgãos Sociais da Irmandade de uma Santa Casa da Misericórdia desta Diocese
- a Diocese tem quarenta Misericórdias -, entre vinte e quatro pessoas
constantes dessa lista concorrente, dezassete tinham mais de oitenta anos, dois
destes, oitenta e sete; seis, mais de setenta; o mais novo contava sessenta e
seis anos. Uma maravilha, dirão os promotores da estratégia nacional para o
envelhecimento ativo e saudável. Uma preocupação quanto ao futuro da
instituição, dirão os que já deram o corpo ao manifesto e sabem quantas
cambalhotas e insónias aquele serviço lhes fez dar. Bué da fixe, dirão aqueles
que não se querem comprometer com nada e jogam sorrateiramente no relvado da
má-língua.
Tudo
isto teria a sua graça, sim, se não tivesse acontecido, penso eu, por artimanha
de alguém muito convencido da vitória, o que não aconteceu! Mesmo que tenha
sido por isso, também o é pelas circunstâncias deste interior envelhecido, sem
gente, sem jovens e a esvair-se em direção ao vazio, sempre na esperança de que
o último, confiante no calcitrin, apague a luz, desande a taramela do postigo,
feche a porta e deixe a chave na caixa do correio. É verdade que, de quando em
vez, rasgam-se nos céus uns momentos de inflamado entusiasmo sobre a
necessidade de reverter a situação. Salta de lá um punhado de gente importante
e sábia no falar, de mangas arregaçadas e sapatos envernizados, a dizer que agora
é que vai ser. Sabemos, porém, que não vai ser nada: tudo como dantes no
quartel de Abrantes. Podem existir as melhores intenções, podem até ter aquela
visibilidade divertida de sachola nas mãos sob o olhar esticado e sorridente de
grande comitiva de agrossilvicultores da mais alta ciência e luzidia sociedade
no sector, como convém. Não adiantará muito! Tal como no pinhal do Rei
Lavrador, também aqui os “sobreiros” irão secar: falta água, falta húmus,
faltam partículas minerais, falta persistência, falta confiança, faltam braços
para o trabalho, já quase tudo falta neste jardim de amores fingidos e paixões
desencontradas! As autoridades locais, por mais que se esfolem, como, aliás, o
vão fazendo, já pouco ou nada conseguirão fazer sozinhas, com a população
restante. Só um sério e nacional investimento político, económico e estrutural,
fruto da melhor vontade e das melhores ideias e iniciativas, será capaz de
repor tanta população quanta baste para o normal funcionamento do mínimo
exigível à qualidade de vida de quem aguarda pacientemente melhores dias, que,
mesmo assim, se demorarem muito, só na eternidade serão possíveis!
Fala-se
na necessidade da implementação de projetos e empresas. E bem! Mas quem vai
investir sabendo que não há mão-de-obra para movimentar tais empresas e
projetos? Fala-se no desenvolvimento dos produtos endógenos, com qualidade. E
bem! Mas quem os vai desenvolver e produzir se não há quem trabalhe? Fala-se na
implementação do turismo porque a paisagem é única, o artesanato é interessante,
o património é ímpar, a culinária é boa e os locais a visitar são importantes.
E bem! Mas… quê dê se os monumentos estão sem cuidados e fechados, se os
restaurantes e afins estão quase todos encerrados ao fim de semana, se os
promotores do turismo não encontram dinâmicas atrativas e capazes ao nível
local? E dir-me-ão: e por que cargas d’água os restaurantes hão de estar
abertos ao fim de semana, para quê dinamizar eventos, implementar projetos e
criar empresas se aquém não há gente que o justifique e alimente? E
dir-lhes-ei: porque a gente d’além sabe que, aquém, os monumentos, os
restaurantes e os cafés estão fechados, que não há nada que seduza a vir e
estar um pouco, que não há projetos nem empresas nem emprego… Fala-se em... e
em... E bem, é conveniente falar, embora o falar e o escrever seja sempre muito
mais fácil! Mas como concretizar se... e se... e se? Tive um professor que,
quando o seu saber já não tinha grande pano para as mangas, logo arrematava com
um trio de etc. etc. etc. que ele, sob o júbilo da catraiada irreverente,
prenunciava adecétera adecétera adecétera.
Sempre
pensei que os ingleses eram mais polidos no debate de ideias, no ouvir e no
falar. Mas não é assim, acho que não são exemplo para ninguém, mesmo que aquilo
seja só para inglês ver. No entanto, enquanto eles gritam como desalmados
naquele amontoado e frenético parlamento a exigir que, mesmo após o brexit,
possam continuar a ter sol na eira e chuva no naval, nós, enquanto o naufrágio
acontece, não deixemos de, pelo menos, de viver felizes ao som do violino, não
o do telhado, mas o daquela história épica, de romance e drama, etc. etc.
etc....
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco,
18-01-2019.
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