terça-feira, 27 de novembro de 2018







PARÓQUIAS DE NISA


Quarta, 28 de novembro de 2018







Quarta da XXXIV semana do tempo comum
Ofício: II semana
B. Maria Helena Stollenwerk



QUARTA-FEIRA da semana XXXIV

Verde – Ofício da féria.
Missa à escolha

L 1 Ap 15, 1-4; Sal 97 (98), 1. 2-3ab. 7-8. 9
Ev Lc 21, 12-19


* Na Ordem Franciscana – S. Tiago da Marca, presbítero, da I Ordem – MO
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – S. Tiago da Marca, presbítero, da I Ordem – MF
* Na Ordem Hospitaleira de S. João de Deus – S. João de Deus, na transladação das suas relíquias – MF
* Na Congregação das Irmãs Missionárias Servas do Espírito Santo – B. Maria Helena Stollenwerk, religiosa, Co-fundadora da Congregação – FESTA
* Na Congregação da Missão e na Companhia das Filhas da Caridade – S. Catarina Labouré, virgem – MO
* Na Congregação dos Missionários de S. Carlos (Scalabrinianos) – Aniversário da fundação da Congregação(1887)
* Na Congregação dos Missionários do Verbo Divino – B. Maria Helena Stollenwerk, religiosa – MO



MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 84, 9
O Senhor fala de paz ao seu povo e aos seus fiéis
e a todos os que a Ele se convertem de coração sincero.


ORAÇÃO COLECTA
Despertai, Senhor, a vontade dos vossos fiéis,
para que, correspondendo mais generosamente
à ação da graça divina,
recebamos maiores auxílios da vossa bondade.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I (anos pares) Ap 15, 1-4
«Cantavam o cântico de Moisés e o cântico do Cordeiro»


Leitura do Livro do Apocalipse

Eu, João, vi no Céu mais um sinal, grandioso e admirável: sete Anjos com sete flagelos, que são os últimos, porque eles vinham consumar a ira de Deus. Vi também uma espécie de mar de cristal misturado com fogo. Sobre o mar de cristal, estavam de pé, os vencedores do Monstro, da sua imagem e do número do seu nome. Tinham na mão harpas divinas e cantavam o cântico de Moisés, o servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: «Grandes e admiráveis são as vossas obras, Senhor, Deus omnipotente. Justos e verdadeiros são os vossos caminhos, Rei das nações. Senhor, quem não há de temer e glorificar o vosso nome? Porque só Vós sois santo e todas as nações virão prostrar-se diante de Vós, porque se manifestaram os vossos juízos».

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 97 (98), 1.2-3ab.7-8.9 (Ap 15, 3b)
Refrão: Grandes e admiráveis são as vossas obras,
Senhor Deus omnipotente. Repete-se


Cantai ao Senhor um cântico novo
pelas maravilhas que Ele operou.
A sua mão e o seu santo braço
Lhe deram a vitória. Refrão:

O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade
em favor da casa de Israel. Refrão:

Ressoe o mar e tudo o que ele encerra,
a terra inteira e tudo o que nela habita;
aplaudam os rios
e as montanhas exultem de alegria. Refrão:

Diante do Senhor que vem,
que vem para julgar a terra:
julgará o mundo com justiça
e os povos com equidade. Refrão:  


ALELUIA Ap 2, 10c
Refrão: Aleluia. Repete-se

Sê fiel até à morte, diz o Senhor,
e dar-te-ei a coroa da vida. Refrão:  


EVANGELHO Lc 21, 12-19
« Todos vos odiarão por causa do meu nome;
mas nenhum cabelo da vossa cabeça se perderá»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Deitar-vos-ão as mãos e hão de perseguir-vos, entregando-vos às sinagogas e às prisões, conduzindo-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome. Assim tereis ocasião de dar testemunho. Tende presente em vossos corações que não deveis preparar a vossa defesa. Eu vos darei língua e sabedoria a que nenhum dos vossos adversários poderá resistir ou contradizer. Sereis entregues até pelos vossos pais, irmãos, parentes e amigos. Causarão a morte a alguns de vós e todos vos odiarão por causa do meu nome; mas nenhum cabelo da vossa cabeça se perderá. Pela vossa perseverança salvareis as vossas almas».

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Recebei, Senhor, estes dons sagrados
que nos mandastes oferecer em honra do vosso nome
e fazei que, obedecendo sempre aos vossos mandamentos,
nos tornemos também nós
uma oblação agradável aos vossos olhos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 116, 1-2
Louvai o Senhor, povos de toda a terra,
porque é eterna a sua misericórdia.

Ou Mt 28, 20
Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos, diz o Senhor.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Deus todo-poderoso e eterno,
não permitais que se separem de Vós
aqueles a quem destes a graça
de participar neste divino sacramento.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.




«O sábio nunca diz tudo o que pensa, mas pensa em tudo o que diz»

Aristóteles



ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia



1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra



LEITURA: Antes de serem apresentados os sete flagelos, intercala-se aqui a visão dos Santos, vencedores do Monstro, isto é, os que não cederam à perseguição dos que os queriam arrastar para a idolatria pagã. Eles cantam em coro o cântico da libertação, que, no Antigo Testamento, celebrava a saída do Egipto e a passagem para a Terra Prometida. Este Cântico de Moisés, cantamo-lo nós hoje na Vigília pascal, depois da leitura da passagem do Mar Vermelho. Com maior razão o podem cantar os santos no Céu, eles que já entraram na posse definitiva da Terra Prometida, como com razão ainda maior cantam o Cântico do Cordeiro, do Senhor que morreu e ressuscitou para ressuscitar e dar a vida divina àqueles que n’Ele crêem, O esperam e O amam

Lc 21, 12-19: A destruição do templo e da cidade será acompanhada da perseguição. O que aconteceu aos habitantes de Jerusalém, como é descrito nesta leitura, repetiu-se, algum tempo depois, em todo o império romano. Nesta passagem anuncia-se um fim, fim que o foi para os perseguidores, não para os perseguidos, que, a esses, o Nome do Senhor por quem sofriam os salvou. Deste modo, o fim deste tempo litúrgico, que nos recorda o fim dos tempos, anuncia-nos a vitória pascal do Senhor, que, depois de crucificado, ressuscitou e vive para sempre.   
 
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LEITURA DO EVANGELHO

MEDITAÇÃO: 

ORAÇÃO: Ajuda-nos, Senhor, a gostar de nós mesmos, simplesmente porque tu nos amas.






AGENDA

17.00 horas: Missa em Gáfete
18.00 horas: Missa em Tolosa
18.00 horas: Missa em Nisa.





A VOZ DO PASTOR



LIMPARAM-LHE O SARAMPO O SEBO E A TOSSE!...

Quando se lê um artigo ou um livro, por vezes, nesta ou naquela curva da leitura, surgem afirmações que nos fazem travar de repente, não vamos nós bater com a cabeça na parede e fazer partir a parede e a cabeça. Convém travar, parar, refletir, tal como é pedido, com um sinal de perigo lá plantado, a quem atravessa a linha do comboio: pare, escute e olhe. Acho que é uma das maiores valias do ler... Há dias, numa entrevista publicada no jornal Público, sob o título “Ciência e religião são totalmente incompatíveis”, o Senhor Peter Atkins, Professor de Química em Oxford e autor de livros de divulgação científica, afirmou: “O funcionamento do mundo foi por alguns atribuído a um Criador extraordinariamente metediço, mas incorpóreo, a guiar ativamente cada eletrão, quark e fotão até aos respetivos destinos. As minhas entranhas revolvem-se perante esta visão extravagante do funcionamento do mundo e a minha cabeça segue o mesmo caminho das entranhas”. Sempre admirei e admiro quem se dedica a estas causas e saberes tão aliciantes. E vejo esta afirmação um pouco no sentido cartesiano, em jeito de dúvida metódica. Duvidar de tudo, até ao extremo, para chegar a uma verdade incontestável. Tendo, porém, em conta que Peter Atkis afirmou não existir qualquer prova da existência de um deus, nem vê como é que um deus possa criar, do nada, o universo; que a ciência tem feito grandes progressos no entendimento do nada e que os cientistas estão a chegar a um ponto em que podem dar uma resposta verdadeira àquilo que os teólogos fingem compreender e perante o qual os filósofos se manifestam pessimistas, tendo em conta tudo isso, aguardo ser confirmado no que sei, ainda “deste lado do túmulo”, e aguardo, na paciência do tempo, diante do stop proposto: “Espera só um pouco, havemos de lá chegar”. É isso, acredito sinceramente que Peter Atkis não está longe do reino de Deus!... Sendo mesmo impossível provar que Deus não existe, é mais fácil, quase evidente, provar a Sua existência. O primeiro grande tratado que d’Ele nos fala abundantemente, um tratado que todos, mesmo os que não sabem ler, o podem soletrar e folhear, é, sem dúvida, a própria natureza com as suas iluminuras, os seus encantos e maravilhas, a sua diversidade e leis, a sua harmonia e beleza: “Os céus cantam a glória de Deus e o firmamento proclama a obra das suas mãos...” (Salmo 19). “O mundo intriga-me, e não posso imaginar que este relógio exista e não haja relojoeiro”, é um pensamento solto que anda por aí, atribuído a Voltaire. E mesmo que o relógio de quando em vez precise do relojoeiro, ele, depois de montado, funciona por si, autonomamente, tal como o universo.
A humanidade reconhece, admira e agradece todos os avanços científicos que têm dado resposta a tantas perguntas que o espírito humano faz e continuará a fazer. Fomos criados seres inteligentes, com capacidade para pensar, criar, amar e agir em liberdade. É sempre bom que haja cada vez mais dados, se façam novas experimentações, se formulem novas teorias, surjam novos e importantes conhecimentos que deem azo a mais avanços cientificamente esclarecedores, que a origem e toda a complexidade da criação seja descodificada para melhor a conhecermos, amarmos, contemplarmos e usufruirmos! Que bom!... Só na verdade nos encontraremos!... A verdade é sempre o caminho de Deus!... Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida, disse-nos Jesus. E todos torcemos para que a ciência progrida e ajude a conhecer mais e melhor, não só a complexidade deste mundo, mas também os elementos do cosmos e as leis da matéria, o enigma de tantas outras coisas que nele existem e funcionam tão maravilhosamente. Pessoalmente acredito em Deus, sim. E embora me sinta mais que pequenino diante da ciência e dos seus avanços, avanços cada vez mais destemidos em rasgar autoestradas que o desenvolvimento humano usará, acredito também que não será pelos métodos da ciência que alguém possa chegar ao conhecimento de Deus ou O possa encontrar ou O possa negar. É possível, isso sim, que, um dia, a ciência resolva afirma-l’O perante o fascínio de tanta maravilha que descobre e vê, mas não sabe explicar. Deus, embora esteja lá, não se manuseia, não entra nem cabe em métodos de laboratório ou semelhantes. E se o mistério deste mundo e das coisas se pode ir esclarecendo através da ciência e dos seus métodos, o encontro com o mistério de Deus, só é possível através do amor. A própria vida, assim o acreditamos, “não é um simples produto das leis e da casualidade da matéria, mas em tudo e, contemporaneamente, acima de tudo há uma vontade pessoal, há um Espírito que em Jesus se revelou como amor” (SpS5). O amor não vai contra a ciência, a ciência também precisa de amor. Só a sabedoria e a ciência que brotam do amor nos permitem penetrar no mistério de Deus, o mistério último que sustenta e dá sentido a toda essa realidade que a ciência nos mostra, e bem quando a favor do homem. Reconhecemos a legítima autonomia da ciência, louvamos e aplaudimos todo o progresso que ela proporciona à qualidade de vida da comunidade humana, mas também acreditamos que só o amor redime o ser humano.
Peter Atkins afirmou que “a filosofia e a teologia são ambas formas corruptas de entender o mundo”. Bem, são opiniões, há muitas formas de corrupção, é verdade. Entendo, porém, que melhor seria que elas fossem tidas, pela ciência, como companheiras de viagem nesta busca da verdade, já que a verdade não é monopólio de ninguém: nem das religiões, nem da ciência, nem da política, nem da economia, de ninguém. Todos somos verdadeiros, isso sim, na medida em que, honesta e humildemente, lutamos pela verdade e vivemos na verdade, reconhecendo, com amor, a verdade que também está nos outros. A fidelidade à pessoa humana reclama fidelidade à verdade, só a verdade nos liberta, só a verdade é garantia de verdadeiro progresso humano e humanizador, só a verdade fará que a humanidade se encontre e viva em paz.
Continuamos a ler e a ouvir, aqui e ali, na sequência de Nietzsche e de outros, os que proclamam a necessidade da morte de Deus ou quem parta já do princípio de que Ele está morto e bem morto. E tudo isto para que nasça o verdadeiro homem, pois, segundo eles, Deus, que não existe nem nunca existiu, é um obstáculo para a autonomia e o crescimento do homem e as religiões são resposta arcaica e ineficaz. Intriga-me saber como é que Alguém que morreu ou nunca existiu nem existe, como é que esse Alguém pode incomodar tanta gente, rica de tantos quereres e saberes, ao ponto de querer acabar com Ele, mesmo quando afirma que Ele nunca existiu nem existe!...
“Este é o herdeiro: vamos! matemo-lo e apoderemo-nos da sua herança”, foi o plano dos vinhateiros (Mt 21, 38). E limparam-lhe mesmo o sarampo e o sebo, tiraram-lhe a tosse, mas não resolveram nada, só complicaram as suas vidas!...
O verdadeiro amor é sempre iluminado pela luz da razão e pela luz da fé. Deus arriscou, deu-nos capacidade, engenho e arte, confiou em nós a tarefa de esmiuçarmos e continuarmos a Sua obra. Assim enriquecido, o homem procura e descobre, explica e constrói, pode produzir e produz, e até já produz máquinas que se assemelham a homens. Por vezes, tudo isto espevita o seu orgulho e leva-o a cair na tentação de se querer colocar no lugar de Deus. É assim desde os primórdios da humanidade, com todas as consequências que isso tem provocado ao longo dos tempos. Mas, o que é certo, é que cada vez mais os homens se assemelham às máquinas, o amor não é amado, como repetia, chorando, São Francisco de Assis.
Celebramos a Solenidade de Cristo Rei do Universo. Um Reino que nos conduz a Deus em quem tudo começa e tudo acaba. Uma realeza que inverte a lógica do poder e da força na lógica da verdade e do serviço, por amor.

Antonino Dias
Portalegre, 23-11-2018






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