segunda-feira, 3 de setembro de 2018








PARÓQUIAS DE NISA


Terça, 04 de setembro de 2018










Terça da XXII semana do tempo comum

Salt. II




 

TERÇA-FEIRA da semana XXII

Verde – Ofício da féria.
Missa à escolha

L 1 1 Cor 2, 10b-16; Sal 144 (145), 8-9. 10-11. 12-13ab. 13cd-14
Ev Lc 4, 31-37


* Na Ordem Agostiniana – Nossa Senhora da Consolação, Patrona da Família Agostiniana – SOLENIDADE
* Na Ordem Franciscana (III Ordem) – S. Rosa de Viterbo, virgem, da III Ordem – MF
* Na Congregação das Missionárias da Caridade –  I Vésp. de S. Teresa de Calcutá.


MISSA


ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 85, 3.5
Tende compaixão de mim, Senhor,
que a Vós clamo o dia inteiro.
Vós, Senhor, sois bom e indulgente,
cheio de misericórdia para àqueles que Vos invocam.


ORAÇÃO
Deus do universo, de quem procede todo o dom perfeito,
infundi em nossos corações o amor do vosso nome
e, estreitando a nossa união convosco,
dai vida ao que em nós é bom
e protegei com solicitude esta vida nova.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I 1 Cor 2, 10b-16
«O homem natural não aceita as coisas que vêm do Espírito de Deus;
o homem espiritual julga todas as coisas»



Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios

Irmãos: O Espírito Santo conhece todas as coisas, até o que há de mais profundo em Deus. Na verdade, quem sabe o que há no homem senão o espírito humano que nele se encontra? Assim também, ninguém conhece o que há em Deus, senão o Espírito de Deus. Nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que vem de Deus, para conhecermos os dons da graça de Deus. Para falarmos desses dons, não usamos a linguagem ensinada pela sabedoria humana, mas a linguagem que o Espírito de Deus nos ensina, exprimindo em termos espirituais as realidades espirituais. O homem natural não aceita as coisas que vêm do Espírito de Deus, pois são loucura para ele. Não pode entendê-las, porque só podem ser julgadas com critério espiritual. Mas o homem espiritual julga todas as coisas, enquanto ele próprio não é julgado por ninguém. Na verdade, quem conheceu o pensamento do Senhor, para que O possa instruir? Nós, porém, temos o pensamento de Cristo.

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL
Salmo 144 (145), 8-9.10-11.12-13ab.13cd-14 (R. 17a)
Refrão: O Senhor é justo em todos os seus caminhos. Repete-se


O Senhor é clemente e compassivo,
paciente e cheio de bondade.
O Senhor é bom para com todos
e a sua misericórdia se estende a todas as criaturas. Refrão

Graças Vos dêem, Senhor, todas as criaturas
e bendigam-Vos os vossos fiéis.
Proclamem a glória do vosso reino
e anunciem os vossos feitos gloriosos; Refrão

Para darem a conhecer aos homens o vosso poder,
a glória e o esplendor do vosso reino.
O vosso reino é um reino eterno,
o vosso domínio estende-se por todas as gerações. Refrão

O Senhor é fiel à sua palavra
e perfeito em todas as suas obras.
O Senhor ampara os que vacilam
e levanta todos os oprimidos. Refrão


ALELUIA Lc 7, 16
Refrão: Aleluia Repete-se

Apareceu no meio de nós um grande profeta:
Deus visitou o seu povo. Refrão


EVANGELHO Lc 4, 31-37
«Eu sei quem Tu és: o Santo de Deus»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, Jesus desceu a Cafarnaum, cidade da Galileia, e ali ensinava aos sábados. Todos se maravilhavam com a sua doutrina, porque falava com autoridade. Encontrava-se então na sinagoga um homem que tinha um espírito de demónio impuro, que bradou com voz forte: «Ah! Que tens que ver connosco, Jesus de Nazaré? Vieste para nos destruir? Eu sei quem Tu és: o Santo de Deus». Disse-lhe Jesus em tom severo: «Cala-te e sai desse homem». O demónio, depois de o ter arremessado para o meio dos presentes, saiu dele sem lhe fazer mal nenhum. Todos se encheram de assombro e diziam entre si: «Que palavra esta! Ordena com autoridade e poder aos espíritos impuros e eles saem!». E a fama de Jesus espalhava-se por todos os lugares da região.
 
Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Santificai, Senhor, a oferta que Vos apresentamos
e realizai em nós, com o poder da vossa graça,
a redenção que celebramos nestes mistérios.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 30, 20
Como é grande, Senhor,
a vossa bondade para aqueles que Vos servem!

Ou Mt 5, 9-10
Bem-aventurados os pacíficos,
porque serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os perseguidos por amor da justiça,
porque deles é o reino dos céus.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentastes com o pão da mesa celeste,
fazei que esta fonte de caridade
fortaleça os nossos corações
e nos leve a servir-Vos nos nossos irmãos.
Por Nosso Senhor.




«Se te propões mandar com dignidade, aprenderás a servir com diligência».

Conde de Chesterfield






3.Leitura:  Lê, respeita, situa o que lês 
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.


LEITURA:  1 Cor 2, 10b-16: Compreensão das coisas de Deus, só a pode ter quem tiver o Espírito de Deus; e não lhe bastam as luzes dos conhecimentos naturais, comuns a qualquer homem. Só o Espírito de Deus conhece as profundidades de Deus. O cristão será por isso guiado pelo Espírito de Deus, sob pena de não viver cristãmente a sua vida cristã.

Lc 4, 31-37: De Nazaré, Jesus desce até Cafarnaum, na beira do lago. Mais tarde será aí a sua cidade habitual. Ao sábado, lá está na celebração da Palavra na sinagoga e ensina o povo, que se encanta com as suas palavras e o seu poder revelado na cura do possesso. Palavras e ações, tudo são palavras da Palavra, que é o Verbo, o Filho de Deus, que o Pai envia ao mundo.

Tema da Leitura: São muitas as tradições evangélicas que apresentam Jesus a lutar contra as forças do mal. E o povo, que aceitou o sentido da sua autoridade e a razão dos seus ensinamentos, admira também a autoridade do seu poder sobre todo o mal que submete e domina as pessoas.

MEDITAÇÃO: Ordenar com autoridade que provem da Palavra de Deus é o que as pessoas esperam dos Seus seguidores. É um mandato que não precisa de autoritarismos egoístas, desprovistos de qualquer sentido de bem ou de honradez. A verdadeira autoridade consiste em servir e não em servir-se.

ORAÇÃO: Concede-nos, Senhor, o dom do teu Espírito, para que sejamos anunciadores da Boa Nova na comunidade, mostrando continuamente o teu amor e a tua misericórdia.





AGENDA

Retiro em Fátima




A VOZ DO PASTOR



DO ALENTEJO A XUNQUIM COM TATIANA INCORRIGÍVEL

Portugueses houve que sempre deram ares de fortíssimos, de muito destemidos, de muito mais aventureiros, de nada oportunistas, nada. Oh, oh se não deram!... E a moquenquice de uns dias de férias também dão para ver sítios alusivos, ouvir coisas e loisas e ter conversas de chacha sobre tais lusitanas prerrogativas. Vou partilhar, embora não seja carnaval ninguém levará a mal. É fim de férias, tempo de levezas e de algumas futilidades. E de protesto por terem acabado ou nem começado!...
Quanto à nossa hercúlea fortaleza, sem escavacar muito a memória, corroboro com a clarividência de uma fonte fidedigna. Quando uns valorosos defensores da pátria, com uma vertiginosa e europeia dor ciática de sintoma junckeriano, estavam aí, num determinado rincão deste jardim à beira mar plantado, a discutir como haveriam de se defender do inimigo e qual a estratégia a usar, logo um deles concluiu com afoita determinação e sangue frio na guelra: “É fácil!... Se fizermos como eu penso, estamos safos, estão-nos todos no papo, todos!...”. De imediato, curiosos e esperançados no produto desta cabecinha pensadora, todos os valentes companheiros esticaram o pescoço, os olhos e os ouvidos, em silêncio profundo, para assimilar bem e não perder cheta de tão heroico quão urgente e necessário plano, assim exposto: “Ora, escutem bem a minha ideia, oiçam bem!... Se forem muitos!?.... fugimos!... Se forem poucos!?... escondemo-nos!... Se não for nenhum!?... combateremos até à morte, exclusive!...”. Houve fortes aplausos ao iluminado estratega, houve gritos de entusiasmo e de gratidão pela tática a implementar, houve foguetes, fogo-de-vistas e de artifício, zabumbas e charanga... Um alívio!
Destemidos também sempre fomos, não há dúvida, até passámos além da Taprobana. Lá na vila sede do meu concelho, por exemplo, ergue-se uma estátua no chafariz da praça, onde, no brasão da qual, também se recorda o gesto destemido duma senhora que, no tempo das guerras fernandinas, extenuados e quase vencidos, sem grande gente para combater, sem pão para comer e nada para oferecer, essa mulher de armas e de pêlo na venta como sói dizer-se, arrebata às mãos dos homens ineficazes o comando da praça cercada pelos castelhanos, salta os obstáculos, encoraja os desanimados, dirige a peleja. À pertinácia do inimigo que julgava conquistar a vila pela fome, ela engendra uma última e genial estratégia. Arregaça as malgas, vai à masseira, varre a pouca farinha que lá restava, coze uns pães, os possíveis, sobe às muralhas da vila e, com garbo e pose de farta e de grande humanista, lança-os ao inimigo. Dá-lhes a entender que, na praça há pão para dar e vender. Assim: “A vós, que não podendo conquistar-nos pela força das armas, nos haveis querido render pela fome, nós, mais humanos e porque, graças a Deus, nos achamos bem providos, vendo que não estais fartos, vos enviamos esse socorro e vos daremos mais, se pedirdes!”. Diz-se que os castelhanos, também eles exaustos e cheios de fome, acreditaram, desistiram, derrotados e envergonhados. E pronto, ponto, raiou a desejada bonança e inaugurou-se o heroico sossego!
Mas queiram saber que o meu apreço pelo heroísmo dos meus patrícios esboroou-se. Rolou por outra muralha e monte abaixo, como bola fugitiva, com grande dor e ranger de dentes da minha parte, por ter de reconhecer a não exclusividade do feito. Foi há anos, em Israel, em Massada. O amável cicerone contou que, quando os romanos pensavam que iriam matar à sede os últimos judeus resistentes e concentrados no alto do monte, na fortaleza de Massada, alguém, de entre eles, lançou umas bilhas de água da muralha a baixo para dar a entender aos romanos que por falta de água não seriam vencidos. Os romanos, porém, não acreditaram em tanta fartura. Arranjaram forma de fazer rampa até ao alto do monte e entrar na fortaleza. Mas, que desconforto!... Ao chegarem à fortaleza, os judeus estavam todos mortos, mais de novecentos. Preferiram combinar matar-se uns aos outros do que entregar-se às mãos dos romanos. Se era um grupo de sicários, se era um gangue de assassinos a limpar ou se era o núcleo duro da resistência contra Roma, agora não interessa saber, já lá vão dois mil anos, mais minuto menos minuto. Flávio Josefo, que se obrigou a contar a história, bem poderia ter sido mais esclarecedor!... O que é certo é que tal acontecimento ainda hoje é símbolo e motivação do patriotismo judaico.
Para falar do aventureirismo português, com todas as suas subtilezas, arranjos e desarranjos, nada melhor do que tornar presente o Senhor Ventura de Miguel Torga! Era de Penedono, Alentejo. Depois de guardar gado e trabalhar nas herdades do Sr. Gaudêncio, deixou tudo e atirou-se ao mundo. Foi tropa, esteve preso, brigou, matou, serviu em Macau, enamorou-se da filha do secretário do governador, tornou-se desertor. No mar da China meteu-se no contrabando de ópio. Em Hong Kong provocou zaragata. Em Pequim cruzou-se com o Sr. Pereira, um minhoto cozinheiro com quem abre uma casa de petiscos.
Um dia, uns americanos, bêbados, insultam o minhoto. Foi o cabo dos trabalhos. A tasca ficou em cacos, as costas de uns e de outros experimentaram a força das irritadas pauladas, a casa, um caos, foi encerrada pelas autoridades locais. Mas estes dois portugueses de olho fino e pé ligeiro não era gente de desistir. A pedido do diretor da Ford, ambos vão entregar, pelo deserto, 200 camiões na Mongólia. As coisas voltam a correr mal. O deserto foi-lhes terrível e assustador. O rapto de um milionário dá azo a mais tiros e violência. E eis que a doença bate à porta do Sr. Ventura que sobrevive graças às saborosas canjas de galinha que o Sr. Pereira lhe cozinhava. A saudade leva-os a pensar visitar Portugal mas os percalços não davam tréguas nem tempo. Um grupo de supostos negociantes de armas não queria comprar as armas que os portugueses agora vendiam, queriam obtê-las pela força. Nova guerra, mais tiroteio e violência. O alentejano, a sangrar, pisgou-se com o Sr. Pereira às costas. Este, o minhoto, tinha sido ferido de morte por uma bala bem precisa em direção a ponto fraco. Mas, se este morrera, a vida do Sr. Ventura tinha de continuar, não era homem de baixar os braços. Passado um mês, em Pequim, já dançava no Grande Hotel com Tatiana, uma russa com quem casa, contra tudo e todos. A própria Tatiana achava o casamento uma parvoeira e não mudou o seu jeito de ser e estar. Era uma mulher com gosto pela vida noturna, uma mulher do mundo e da borga. Mesmo no meio de frequente pancadaria, ela dá à luz um menino, a quem é dado o nome de Sérgio. O Sr. Ventura sonha rios de dinheiro para o filho e nessa tarefa de o conseguir, mete-se em negócios tais que o obrigaram a repatriar-se. Tatiana sente-se aliviada e mais livre, fica com o filho e a fortuna. De novo no Alentejo, o Sr. Ventura dedica-se à exploração da terra. As saudades do filho, do Sr. Pereira e de Tatiana, porém, não lhe davam sossego. Entretanto, a guerra na China e a indiferença de Tatiana, trouxeram-lhe, de surpresa, ao Alentejo, o filho com 8 anos. Soube então que Tatiana lhe escoara toda a fortuna e continuava a ser aquela mulher com gosto por cabarés e variada companhia. O Sr. Ventura, de fusíveis altamente aquecidos, ferve e deixa saltar a tampa. Interna o seu filho no Colégio de Santo António, em Lisboa,  e entrega-lhe a chave da sua casa no Alentejo. Doente, triste com o que ficara a saber e sem que nada o demovesse, parte para a China com a intenção de encontrar Tatiana. Após meio ano à sua procura sem qualquer êxito, cai gravemente doente, em Xunquim. Eis senão quando, Tatiana aparece-lhe no Hospital. Olha para ela com antipatia e refila palavras de esquecer. Tatiana, porém, fria e imperturbável, cerrou-lhe os olhos que a morte lhe deixara abertos. Porque as mensalidades não eram pagas, o Colégio de Santo António despachou o filho, o Sérgio, para Penedono onde foi retomar os caminhos do seu pai: guardar ovelhas na herdade do Farrobo, do Sr. Gaudêncio.
Na verdade, o português sempre foi fortíssimo, muito destemido, muito mais aventureiro, nada oportunista, nada, basta apreciar o elevado altruísmo de quem quis dar um ombrinho na árdua tarefa de burlar, desviar ou aplicar os donativos que foram dados para as vítimas dos incêndios. No país, estes ilustríssimos professores são mais que muitos. E em paga de tais benfeitorias, ainda há quem, alegadamente, lhes queira negar este gesto de amor ao próximo e ao afastado. Já lá dizia o sapateiro de Braga: Haja moralidade ou comam todos!
Tal como Tatiana: Incorrigíveis!...

Antonino Dias
31-08-2018.






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