PARÓQUIAS DE NISA
Quinta, 06 de setembro de 2018
Quinta, 06 de setembro de 2018
Quinta da XXII semana do tempo comum
Salt. II
QUINTA-FEIRA
da semana XXII
Verde – Ofício da féria.
Missa à escolha
L 1 1 Cor 3, 18-23; Sal 23 (24), 1-2. 3-4ab. 5-6
Ev Lc 5, 1-11
Missa à escolha
L 1 1 Cor 3, 18-23; Sal 23 (24), 1-2. 3-4ab. 5-6
Ev Lc 5, 1-11
Missa
ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 85, 3.5
Tende compaixão de mim, Senhor,
que a Vós clamo o dia inteiro.
Vós, Senhor, sois bom e indulgente,
cheio de misericórdia para àqueles que Vos invocam.
ORAÇÃO
Deus do universo, de quem procede todo o dom perfeito,
infundi em nossos corações o amor do vosso nome
e, estreitando a nossa união convosco,
dai vida ao que em nós é bom
e protegei com solicitude esta vida nova.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I 1 Cor 3, 18-23
«Tudo é vosso; vós sois de Cristo; Cristo é de Deus»
Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios
Tende compaixão de mim, Senhor,
que a Vós clamo o dia inteiro.
Vós, Senhor, sois bom e indulgente,
cheio de misericórdia para àqueles que Vos invocam.
ORAÇÃO
Deus do universo, de quem procede todo o dom perfeito,
infundi em nossos corações o amor do vosso nome
e, estreitando a nossa união convosco,
dai vida ao que em nós é bom
e protegei com solicitude esta vida nova.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I 1 Cor 3, 18-23
«Tudo é vosso; vós sois de Cristo; Cristo é de Deus»
Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios
Irmãos: Ninguém tenha ilusões. Se alguém entre vós se julga sábio aos olhos do mundo, faça-se louco, para se tornar sábio. Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus, como está escrito: «Apanharei os sábios na sua própria astúcia». E ainda: «O Senhor sabe como são vãos os pensamentos dos sábios». Por isso, ninguém deve gloriar-se nos homens. Tudo é vosso: Paulo, Apolo e Pedro, o mundo, a vida e a morte, as coisas presentes e as futuras. Tudo é vosso; mas vós sois de Cristo, e Cristo é de Deus.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 23 (24), 1-2.3-4ab.5-6 (R. 1)
Refrão: Do Senhor é a terra e tudo o que nela existe. Repete-se
Do Senhor é a terra e o que nela existe,
o mundo e quantos nele habitam.
Ele a fundou sobre os mares
e a consolidou sobre as águas. Refrão
Quem poderá subir à montanha do Senhor?
Quem habitará no seu santuário?
O que tem as mãos inocentes e o coração puro,
que não invocou o seu nome em vão nem jurou falso. Refrão
Este será abençoado pelo Senhor
e recompensado por Deus, seu Salvador.
Esta é a geração dos que O procuram,
que procuram a face do Deus de Jacob. Refrão
ALELUIA Mt 4, 19
Refrão: Aleluia. Repete-se
Vinde comigo, diz o Senhor,
e farei de vós pescadores de homens. Refrão
EVANGELHO Lc 5, 1-11
«Deixaram tudo e seguiram Jesus»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, estava a multidão aglomerada em volta de Jesus, para ouvir a palavra de Deus. Ele encontrava-Se na margem do lago de Genesaré e viu dois barcos estacionados no lago. Os pescadores tinham deixado os barcos e estavam a lavar as redes. Jesus subiu para um barco, que era de Simão, e pediu-lhe que se afastasse um pouco da terra. Depois sentou-Se e do barco pôs-Se a ensinar a multidão. Quando acabou de falar, disse a Simão: «Faz-te ao largo e lançai as redes para a pesca». Respondeu-Lhe Simão: «Mestre, andámos na faina toda a noite e não apanhámos nada. Mas, já que o dizes, lançarei as redes». Eles assim fizeram e apanharam tão grande quantidade de peixes que as redes começavam a romper-se. Fizeram sinal aos companheiros que estavam no outro barco para os virem ajudar; eles vieram e encheram ambos os barcos de tal modo que quase se afundavam. Ao ver o sucedido, Simão Pedro lançou-se aos pés de Jesus e disse-Lhe: «Senhor, afasta-Te de mim, que sou um homem pecador». Na verdade, o temor tinha-se apoderado dele e de todos os seus companheiros, por causa da pesca realizada. Isto mesmo sucedeu a Tiago e a João, filhos de Zebedeu, que eram companheiros de Simão. Jesus disse a Simão: «Não temas. Daqui em diante serás pescador de homens». Tendo conduzido os barcos para terra, eles deixaram tudo e seguiram Jesus.
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Santificai, Senhor, a oferta que Vos apresentamos
e realizai em nós, com o poder da vossa graça,
a redenção que celebramos nestes mistérios.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 30, 20
Como é grande, Senhor,
a vossa bondade para aqueles que Vos servem!
Ou Mt 5, 9-10
Bem-aventurados os pacíficos,
porque serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os perseguidos por amor da justiça,
porque deles é o reino dos céus.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentastes com o pão da mesa celeste,
fazei que esta fonte de caridade
fortaleça os nossos corações
e nos leve a servir-Vos nos nossos irmãos.
Por Nosso Senhor.
«A Palavra de Deus é acontecimento de Deus».
Severino Croato
3.Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2.
Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: Louva
o Senhor, suplica, escuta
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURA: 1 Cor 3, 18-23: As
divisões que existiam entre os Coríntios eram devidas a uma perspetiva errada
que eles tinham acerca dos pregadores do Evangelho. Uns diziam que eram de
Paulo, outros de Pedro. E não é assim que as coisas devem ser encaradas. Eles
não são de nenhum dos pregadores; os pregadores é que são para eles. Tudo está
ao serviço deles. Deus tudo fez para nós, para que todos estejamos agora ao
serviço de Cristo e do seu reino, como Cristo está ao serviço de Deus..
Lc 5, 1-11: Jesus continua nas margens do lago
junto dos pescadores. Através da experiência da sua vida de trabalho, Jesus
leva-os a compreender, particularmente a Simão Pedro, que o seu futuro será
outro. A cena da pesca miraculosa tem uma significação mais larga do que a
simples abundância do peixe que foi apanhado na rede: Pedro, a barca, a rede, a
pesca, o acto de fé de Pedro e dos colegas, o chamamento e a resposta dos
futuros Apóstolos, traduzem o mistério da Igreja e o dos Apóstolos no meio da
Igreja: doravante eles serão pescadores de homens. E eles compreenderam a
lição: deixaram as redes e seguiram Jesus.
__________
Tema
da Leitura:
Jesus mostra-se como Senhor mostrando a autoridade da sua Palavra (“remai mais
além e lançai as redes”) e a capacidade transformadora da sua graça (“desde
agora serás pescador de homens”). A resposta dos discípulos acontece ao
deixarem tudo e seguindo-O.
MEDITAÇÃO: Jesus continua a manifestar-se na história através da sua Palavra. A
Palavra converte o habitual em extraordinário e abre um novo caminho na vida de
caa pessoa que O escuta e acolhe. Tudo ser relativiza ao responder ao convite
de juntar a outros homens e mulheres para anúncio do Reino.
ORAÇÃO: Abre, Senhor, os nossos ouvidos à Tua Palavra
que nos seduz e que nos desperta para a vida e para o amor. Concede-nos a graça
de nos comprometermos no anúncio do Reino na vida quotidiana.
AGENDA
Retiro em Fátima
A VOZ DO PASTOR
DO ALENTEJO A XUNQUIM COM TATIANA
INCORRIGÍVEL
Portugueses
houve que sempre deram ares de fortíssimos, de muito destemidos, de muito mais
aventureiros, de nada oportunistas, nada. Oh, oh se não deram!... E a
moquenquice de uns dias de férias também dão para ver sítios alusivos, ouvir
coisas e loisas e ter conversas de chacha sobre tais lusitanas prerrogativas.
Vou partilhar, embora não seja carnaval ninguém levará a mal. É fim de férias,
tempo de levezas e de algumas futilidades. E de protesto por terem acabado ou
nem começado!...
Quanto
à nossa hercúlea fortaleza, sem escavacar muito a memória, corroboro com a
clarividência de uma fonte fidedigna. Quando uns valorosos defensores da
pátria, com uma vertiginosa e europeia dor ciática de sintoma junckeriano,
estavam aí, num determinado rincão deste jardim à beira mar plantado, a
discutir como haveriam de se defender do inimigo e qual a estratégia a usar,
logo um deles concluiu com afoita determinação e sangue frio na guelra: “É
fácil!... Se fizermos como eu penso, estamos safos, estão-nos todos no papo,
todos!...”. De imediato, curiosos e esperançados no produto desta cabecinha
pensadora, todos os valentes companheiros esticaram o pescoço, os olhos e os
ouvidos, em silêncio profundo, para assimilar bem e não perder cheta de tão
heroico quão urgente e necessário plano, assim exposto: “Ora, escutem bem a
minha ideia, oiçam bem!... Se forem muitos!?.... fugimos!... Se forem
poucos!?... escondemo-nos!... Se não for nenhum!?... combateremos até à morte,
exclusive!...”. Houve fortes aplausos ao iluminado estratega, houve gritos de
entusiasmo e de gratidão pela tática a implementar, houve foguetes,
fogo-de-vistas e de artifício, zabumbas e charanga... Um alívio!
Destemidos
também sempre fomos, não há dúvida, até passámos além da Taprobana. Lá na vila
sede do meu concelho, por exemplo, ergue-se uma estátua no chafariz da praça,
onde, no brasão da qual, também se recorda o gesto destemido duma senhora que,
no tempo das guerras fernandinas, extenuados e quase vencidos, sem grande gente
para combater, sem pão para comer e nada para oferecer, essa mulher de armas e
de pêlo na venta como sói dizer-se, arrebata às mãos dos homens ineficazes o
comando da praça cercada pelos castelhanos, salta os obstáculos, encoraja os
desanimados, dirige a peleja. À pertinácia do inimigo que julgava conquistar a
vila pela fome, ela engendra uma última e genial estratégia. Arregaça as
malgas, vai à masseira, varre a pouca farinha que lá restava, coze uns pães, os
possíveis, sobe às muralhas da vila e, com garbo e pose de farta e de grande
humanista, lança-os ao inimigo. Dá-lhes a entender que, na praça há pão para
dar e vender. Assim: “A vós, que não podendo conquistar-nos pela força das
armas, nos haveis querido render pela fome, nós, mais humanos e porque, graças
a Deus, nos achamos bem providos, vendo que não estais fartos, vos enviamos
esse socorro e vos daremos mais, se pedirdes!”. Diz-se que os castelhanos,
também eles exaustos e cheios de fome, acreditaram, desistiram, derrotados e
envergonhados. E pronto, ponto, raiou a desejada bonança e inaugurou-se o
heroico sossego!
Mas
queiram saber que o meu apreço pelo heroísmo dos meus patrícios esboroou-se.
Rolou por outra muralha e monte abaixo, como bola fugitiva, com grande dor e
ranger de dentes da minha parte, por ter de reconhecer a não exclusividade do
feito. Foi há anos, em Israel, em Massada. O amável cicerone contou que, quando
os romanos pensavam que iriam matar à sede os últimos judeus resistentes e
concentrados no alto do monte, na fortaleza de Massada, alguém, de entre eles,
lançou umas bilhas de água da muralha a baixo para dar a entender aos romanos
que por falta de água não seriam vencidos. Os romanos, porém, não acreditaram
em tanta fartura. Arranjaram forma de fazer rampa até ao alto do monte e entrar
na fortaleza. Mas, que desconforto!... Ao chegarem à fortaleza, os judeus
estavam todos mortos, mais de novecentos. Preferiram combinar matar-se uns aos
outros do que entregar-se às mãos dos romanos. Se era um grupo de sicários, se
era um gangue de assassinos a limpar ou se era o núcleo duro da resistência
contra Roma, agora não interessa saber, já lá vão dois mil anos, mais minuto
menos minuto. Flávio Josefo, que se obrigou a contar a história, bem poderia
ter sido mais esclarecedor!... O que é certo é que tal acontecimento ainda hoje
é símbolo e motivação do patriotismo judaico.
Para
falar do aventureirismo português, com todas as suas subtilezas, arranjos e
desarranjos, nada melhor do que tornar presente o Senhor Ventura de Miguel
Torga! Era de Penedono, Alentejo. Depois de guardar gado e trabalhar nas
herdades do Sr. Gaudêncio, deixou tudo e atirou-se ao mundo. Foi tropa, esteve
preso, brigou, matou, serviu em Macau, enamorou-se da filha do secretário do
governador, tornou-se desertor. No mar da China meteu-se no contrabando de
ópio. Em Hong Kong provocou zaragata. Em Pequim cruzou-se com o Sr. Pereira, um
minhoto cozinheiro com quem abre uma casa de petiscos.
Um
dia, uns americanos, bêbados, insultam o minhoto. Foi o cabo dos trabalhos. A
tasca ficou em cacos, as costas de uns e de outros experimentaram a força das
irritadas pauladas, a casa, um caos, foi encerrada pelas autoridades locais.
Mas estes dois portugueses de olho fino e pé ligeiro não era gente de desistir.
A pedido do diretor da Ford, ambos vão entregar, pelo deserto, 200 camiões na
Mongólia. As coisas voltam a correr mal. O deserto foi-lhes terrível e
assustador. O rapto de um milionário dá azo a mais tiros e violência. E eis que
a doença bate à porta do Sr. Ventura que sobrevive graças às saborosas canjas
de galinha que o Sr. Pereira lhe cozinhava. A saudade leva-os a pensar visitar
Portugal mas os percalços não davam tréguas nem tempo. Um grupo de supostos
negociantes de armas não queria comprar as armas que os portugueses agora
vendiam, queriam obtê-las pela força. Nova guerra, mais tiroteio e violência. O
alentejano, a sangrar, pisgou-se com o Sr. Pereira às costas. Este, o minhoto,
tinha sido ferido de morte por uma bala bem precisa em direção a ponto fraco.
Mas, se este morrera, a vida do Sr. Ventura tinha de continuar, não era homem
de baixar os braços. Passado um mês, em Pequim, já dançava no Grande Hotel com
Tatiana, uma russa com quem casa, contra tudo e todos. A própria Tatiana achava
o casamento uma parvoeira e não mudou o seu jeito de ser e estar. Era uma
mulher com gosto pela vida noturna, uma mulher do mundo e da borga. Mesmo no
meio de frequente pancadaria, ela dá à luz um menino, a quem é dado o nome de
Sérgio. O Sr. Ventura sonha rios de dinheiro para o filho e nessa tarefa de o
conseguir, mete-se em negócios tais que o obrigaram a repatriar-se. Tatiana
sente-se aliviada e mais livre, fica com o filho e a fortuna. De novo no
Alentejo, o Sr. Ventura dedica-se à exploração da terra. As saudades do filho,
do Sr. Pereira e de Tatiana, porém, não lhe davam sossego. Entretanto, a guerra
na China e a indiferença de Tatiana, trouxeram-lhe, de surpresa, ao Alentejo, o
filho com 8 anos. Soube então que Tatiana lhe escoara toda a fortuna e
continuava a ser aquela mulher com gosto por cabarés e variada companhia. O Sr.
Ventura, de fusíveis altamente aquecidos, ferve e deixa saltar a tampa. Interna
o seu filho no Colégio de Santo António, em Lisboa, e entrega-lhe a chave da sua casa no
Alentejo. Doente, triste com o que ficara a saber e sem que nada o demovesse,
parte para a China com a intenção de encontrar Tatiana. Após meio ano à sua
procura sem qualquer êxito, cai gravemente doente, em Xunquim. Eis senão
quando, Tatiana aparece-lhe no Hospital. Olha para ela com antipatia e refila
palavras de esquecer. Tatiana, porém, fria e imperturbável, cerrou-lhe os olhos
que a morte lhe deixara abertos. Porque as mensalidades não eram pagas, o
Colégio de Santo António despachou o filho, o Sérgio, para Penedono onde foi
retomar os caminhos do seu pai: guardar ovelhas na herdade do Farrobo, do Sr.
Gaudêncio.
Na
verdade, o português sempre foi fortíssimo, muito destemido, muito mais
aventureiro, nada oportunista, nada, basta apreciar o elevado altruísmo de quem
quis dar um ombrinho na árdua tarefa de burlar, desviar ou aplicar os donativos
que foram dados para as vítimas dos incêndios. No país, estes ilustríssimos
professores são mais que muitos. E em paga de tais benfeitorias, ainda há quem,
alegadamente, lhes queira negar este gesto de amor ao próximo e ao afastado. Já
lá dizia o sapateiro de Braga: Haja moralidade ou comam todos!
Tal
como Tatiana: Incorrigíveis!...
Antonino
Dias
31-08-2018.
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