PARÓQUIAS DE NISA
Domingo, 02 de setembro de 2018
XXII domingo do
tempo comum
Salt. II
DOMINGO XXII DO TEMPO COMUM
Verde – Ofício do domingo (Semana II do Saltério). Te Deum.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. dominical.
L 1 Deut 4, 1-2. 6-8; Sal 14 (15), 2-3a. 3cd-4ab. 4c-5
L 2 Tg 1, 17-18. 21b-22. 27
Ev Mc 7, 1-8. 14-15. 21-23
* Proibidas as Missas de defuntos, excepto a exequial.
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. dominical.
L 1 Deut 4, 1-2. 6-8; Sal 14 (15), 2-3a. 3cd-4ab. 4c-5
L 2 Tg 1, 17-18. 21b-22. 27
Ev Mc 7, 1-8. 14-15. 21-23
* Proibidas as Missas de defuntos, excepto a exequial.
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo
85, 3.5
Tende compaixão de mim, Senhor,
que a Vós clamo o dia inteiro.
Vós, Senhor, sois bom e indulgente,
cheio de misericórdia para aqueles que Vos invocam.
ORAÇÃO
Deus do universo, de quem procede todo o dom perfeito,
infundi em nossos corações o amor do vosso nome
e, estreitando a nossa união convosco,
dai vida ao que em nós é bom
e protegei com solicitude esta vida nova.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Deut 4, 1-2.6-8
«Não acrescentareis nada ao que vos ordeno...
mas guardareis os mandamentos do Senhor»
Leitura do Livro do Deuteronómio
Tende compaixão de mim, Senhor,
que a Vós clamo o dia inteiro.
Vós, Senhor, sois bom e indulgente,
cheio de misericórdia para aqueles que Vos invocam.
ORAÇÃO
Deus do universo, de quem procede todo o dom perfeito,
infundi em nossos corações o amor do vosso nome
e, estreitando a nossa união convosco,
dai vida ao que em nós é bom
e protegei com solicitude esta vida nova.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Deut 4, 1-2.6-8
«Não acrescentareis nada ao que vos ordeno...
mas guardareis os mandamentos do Senhor»
Leitura do Livro do Deuteronómio
Moisés falou ao povo, dizendo: «Agora escuta, Israel, as leis e os preceitos que vos dou a conhecer e ponde-os em prática, para que vivais e entreis na posse da terra que vos dá o Senhor, Deus de vossos pais. Não acrescentareis nada ao que vos ordeno, nem suprimireis coisa alguma, mas guardareis os mandamentos do Senhor vosso Deus, tal como eu vo-los prescrevo. Observai-os e ponde-os em prática: eles serão a vossa sabedoria e a vossa prudência aos olhos dos povos, que, ao ouvirem falar de todas estas leis, dirão: ‘Que povo tão sábio e tão prudente é esta grande nação!’. Qual é, na verdade, a grande nação que tem a divindade tão perto de si como está perto de nós o Senhor, nosso Deus, sempre que O invocamos? E qual é a grande nação que tem mandamentos e decretos tão justos como esta lei que hoje vos apresento?».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 14 (15), 2-3a.3cd-4ab.5 (R. 1a)
Refrão: Quem habitará, Senhor, no vosso santuário? Repete-se
Ou: Ensinai-nos, Senhor: quem habitará em vossa casa? Repete-se
O que vive sem mancha e pratica a justiça
e diz a verdade que tem no seu coração
e guarda a sua língua da calúnia. Refrão
O que não faz mal ao seu próximo,
nem ultraja o seu semelhante;
o que tem por desprezível o ímpio,
mas estima os que temem o Senhor. Refrão
O que não falta ao juramento,
mesmo em seu prejuízo,
e não empresta dinheiro com usura,
nem aceita presentes para condenar o inocente.
Quem assim proceder jamais será abalado. Refrão
LEITURA II Tg 1, 17-18.21b-22.27
«Sede cumpridores da palavra»
Leitura da Epístola de São Tiago
Caríssimos irmãos: Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vêm do alto, descem do Pai das luzes, no qual não há variação nem sombra de mudança. Foi Ele que nos gerou pela palavra da verdade, para sermos como primícias das suas criaturas. Acolhei docilmente a palavra em vós plantada, que pode salvar as vossas almas. Sede cumpridores da palavra e não apenas ouvintes, pois seria enganar-vos a vós mesmos. A religião pura e sem mancha, aos olhos de Deus, nosso Pai, consiste em visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e conservar-se limpo do contágio do mundo.
Palavra do Senhor.
ALELUIA Tg 1, 18
Refrão: Aleluia. Repete-se
Deus Pai nos gerou pela palavra da verdade,
para sermos como primícias das suas criaturas. Refrão
EVANGELHO Mc 7, 1-8.14-15.21-23
«Deixais o mandamento de Deus
para vos prenderdes à tradição dos homens»
A palavra de Deus pode vir a ser adulterada pelas palavras dos homens, mesmo quando pretendem explicar e aplicar a palavra de Deus. O Senhor adverte-nos para que saibamos ler a palavra de Deus à luz do Espírito de Deus, que a inspirou, e não com a visão estreita e acanhada, e, por vezes, interesseira, do nosso espírito, demasiado humano e limitado. A palavra de Deus é espírito e vida, e não apenas letra, que, por si só, pode matar.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Marcos
Naquele tempo, reuniu-se à volta de Jesus um grupo de fariseus e alguns escribas que tinham vindo de Jerusalém. Viram que alguns dos discípulos de Jesus comiam com as mãos impuras, isto é, sem as lavar. – Na verdade, os fariseus e os judeus em geral não comem sem ter lavado cuidadosamente as mãos, conforme a tradição dos antigos. Ao voltarem da praça pública, não comem sem antes se terem lavado. E seguem muitos outros costumes a que se prenderam por tradição, como lavar os copos, os jarros e as vasilhas de cobre –. Os fariseus e os escribas perguntaram a Jesus: «Porque não seguem os teus discípulos a tradição dos antigos, e comem sem lavar as mãos?». Jesus respondeu-lhes: «Bem profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo honra-Me com os lábios, mas o seu coração está longe de Mim. É vão o culto que Me prestam, e as doutrinas que ensinam não passam de preceitos humanos’. Vós deixais de lado o mandamento de Deus, para vos prenderdes à tradição dos homens». Depois, Jesus chamou de novo a Si a multidão e começou a dizer-lhe: «Escutai-Me e procurai compreender. Não há nada fora do homem que ao entrar nele o possa tornar impuro. O que sai do homem é que o torna impuro; porque do interior do homem é que saem as más intenções: imoralidades, roubos, assassínios, adultérios, cobiças, injustiças, fraudes, devassidão, inveja, difamação, orgulho, insensatez. Todos estes vícios saem do interior do homem e são eles que o tornam impuro».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Santificai, Senhor, a oferta que Vos apresentamos
e realizai em nós, com o poder da vossa graça,
a redenção que celebramos nestes mistérios.
Por Nosso Senhor.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 30, 20
Como é grande, Senhor,
a vossa bondade para aqueles que Vos servem!
Ou Mt 5, 9-10
Bem-aventurados os pacíficos,
porque serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os perseguidos por amor da justiça,
porque deles é o reino dos céus.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentastes com o pão da mesa celeste,
fazei que esta fonte de caridade
fortaleça os nossos corações
e nos leve a servir-Vos nos nossos irmãos.
Por Nosso Senhor..
«Se alguém quiser ser o primeiro, há de ser o último».
JESUS Cf
Mc. 9,33
3.Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2.
Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: Louva
o Senhor, suplica, escuta
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURA: Deut 4, 1-2.6-8: Já
à vista da Terra Prometida, Moisés recorda ao Povo de Israel a conveniência em
observar a Lei de Deus, a sua perfeição e superioridade em comparação com as
leis dos outros povos. A lei de Deus é a única luz que ensina aos homens o
caminho da vida autêntica e verdadeiramente feliz. Mas essa lei procura antes
de mais educar o coração do homem.
Tg 1,
17-18.21b-22.27: Começamos hoje a ler, e leremos
ainda durante mais alguns domingos, a Epístola de S. Tiago. A passagem que hoje
escutamos diz-nos que tudo o que há de bom vem de Deus, e Deus tudo criou pela
sua palavra. Esta palavra continua a fazer ouvir-se no mundo e como que lançou
em nós as suas raízes. Por isso, a nossa vida cristã consistirá em fazer que
essa palavra desabroche em nós, dando muito fruto.
Mc 7,
1-8.14-15.21-23: A palavra de Deus pode vir a ser
adulterada pelas palavras dos homens, mesmo quando pretendem explicar e aplicar
a palavra de Deus. O Senhor adverte-nos para que saibamos ler a palavra de Deus
à luz do Espírito de Deus, que a inspirou, e não com a visão estreita e
acanhada, e, por vezes, interesseira, do nosso espírito, demasiado humano e
limitado. A palavra de Deus é espírito e vida, e não apenas letra, que, por si
só, pode matar.
MEDITAÇÃO: Sem pureza (=
santidade) não se pode entrar na presença de Deus. O objetivo é muito bom:
criar um povo dedicado ao Senhor. O problema coloca-se quando o culto é só formal (“o seu coração está longe de mim”) e
o cumprimento da lei se reduz a uma série de ritos externos que invalidam a
religiosidade (“é em vão que me prestam culto”). Jesus aprofunda estes
ensinamentos com os discípulos: a prática exclusivamente exterior de lei não é
suficiente; é o coração humano que se deve orientar para cumprir a vontade de
Deus. Por isso, cada um deve tomar a determinação de “cuidar” do coração,
recusando as perversidades que saem de
dentro (toda a atitude negativa, antes de ser constatada exteriormente, foi
gerada no interior de cada um) e situando-se em sintonia com o querer, com os
sentimentos e com o projeto de Deus para ele próprio e para com todo o mundo.
ORAÇÃO: Jesus, dá-nos um coração paciente, que te
saiba esperar mesmo na desolação. Renova a nossa esperança quando a nossa fé
esmorece.
AGENDA
09.30 horas: Missa na
Igreja da Amieira do Tejo
09.30 horas: Missa na
Igreja na Falagueira
10.45 horas: Missa em
Tolosa
11.00 horas: Missa em
Nisa
12.00 horas: Missa em
Gáfete
15.30 horas: Missa em Montalvão
15.30 horas: Missa no
Arneiro
A VOZ DO PASTOR
DO ALENTEJO A XUNQUIM COM TATIANA
INCORRIGÍVEL
Portugueses
houve que sempre deram ares de fortíssimos, de muito destemidos, de muito mais
aventureiros, de nada oportunistas, nada. Oh, oh se não deram!... E a
moquenquice de uns dias de férias também dão para ver sítios alusivos, ouvir
coisas e loisas e ter conversas de chacha sobre tais lusitanas prerrogativas.
Vou partilhar, embora não seja carnaval ninguém levará a mal. É fim de férias,
tempo de levezas e de algumas futilidades. E de protesto por terem acabado ou
nem começado!...
Quanto
à nossa hercúlea fortaleza, sem escavacar muito a memória, corroboro com a
clarividência de uma fonte fidedigna. Quando uns valorosos defensores da
pátria, com uma vertiginosa e europeia dor ciática de sintoma junckeriano,
estavam aí, num determinado rincão deste jardim à beira mar plantado, a
discutir como haveriam de se defender do inimigo e qual a estratégia a usar,
logo um deles concluiu com afoita determinação e sangue frio na guelra: “É
fácil!... Se fizermos como eu penso, estamos safos, estão-nos todos no papo,
todos!...”. De imediato, curiosos e esperançados no produto desta cabecinha
pensadora, todos os valentes companheiros esticaram o pescoço, os olhos e os
ouvidos, em silêncio profundo, para assimilar bem e não perder cheta de tão
heroico quão urgente e necessário plano, assim exposto: “Ora, escutem bem a
minha ideia, oiçam bem!... Se forem muitos!?.... fugimos!... Se forem
poucos!?... escondemo-nos!... Se não for nenhum!?... combateremos até à morte,
exclusive!...”. Houve fortes aplausos ao iluminado estratega, houve gritos de
entusiasmo e de gratidão pela tática a implementar, houve foguetes,
fogo-de-vistas e de artifício, zabumbas e charanga... Um alívio!
Destemidos
também sempre fomos, não há dúvida, até passámos além da Taprobana. Lá na vila
sede do meu concelho, por exemplo, ergue-se uma estátua no chafariz da praça,
onde, no brasão da qual, também se recorda o gesto destemido duma senhora que,
no tempo das guerras fernandinas, extenuados e quase vencidos, sem grande gente
para combater, sem pão para comer e nada para oferecer, essa mulher de armas e
de pêlo na venta como sói dizer-se, arrebata às mãos dos homens ineficazes o
comando da praça cercada pelos castelhanos, salta os obstáculos, encoraja os
desanimados, dirige a peleja. À pertinácia do inimigo que julgava conquistar a
vila pela fome, ela engendra uma última e genial estratégia. Arregaça as
malgas, vai à masseira, varre a pouca farinha que lá restava, coze uns pães, os
possíveis, sobe às muralhas da vila e, com garbo e pose de farta e de grande
humanista, lança-os ao inimigo. Dá-lhes a entender que, na praça há pão para
dar e vender. Assim: “A vós, que não podendo conquistar-nos pela força das
armas, nos haveis querido render pela fome, nós, mais humanos e porque, graças
a Deus, nos achamos bem providos, vendo que não estais fartos, vos enviamos
esse socorro e vos daremos mais, se pedirdes!”. Diz-se que os castelhanos,
também eles exaustos e cheios de fome, acreditaram, desistiram, derrotados e
envergonhados. E pronto, ponto, raiou a desejada bonança e inaugurou-se o
heroico sossego!
Mas
queiram saber que o meu apreço pelo heroísmo dos meus patrícios esboroou-se.
Rolou por outra muralha e monte abaixo, como bola fugitiva, com grande dor e
ranger de dentes da minha parte, por ter de reconhecer a não exclusividade do
feito. Foi há anos, em Israel, em Massada. O amável cicerone contou que, quando
os romanos pensavam que iriam matar à sede os últimos judeus resistentes e
concentrados no alto do monte, na fortaleza de Massada, alguém, de entre eles,
lançou umas bilhas de água da muralha a baixo para dar a entender aos romanos
que por falta de água não seriam vencidos. Os romanos, porém, não acreditaram
em tanta fartura. Arranjaram forma de fazer rampa até ao alto do monte e entrar
na fortaleza. Mas, que desconforto!... Ao chegarem à fortaleza, os judeus
estavam todos mortos, mais de novecentos. Preferiram combinar matar-se uns aos
outros do que entregar-se às mãos dos romanos. Se era um grupo de sicários, se
era um gangue de assassinos a limpar ou se era o núcleo duro da resistência
contra Roma, agora não interessa saber, já lá vão dois mil anos, mais minuto
menos minuto. Flávio Josefo, que se obrigou a contar a história, bem poderia
ter sido mais esclarecedor!... O que é certo é que tal acontecimento ainda hoje
é símbolo e motivação do patriotismo judaico.
Para
falar do aventureirismo português, com todas as suas subtilezas, arranjos e
desarranjos, nada melhor do que tornar presente o Senhor Ventura de Miguel
Torga! Era de Penedono, Alentejo. Depois de guardar gado e trabalhar nas
herdades do Sr. Gaudêncio, deixou tudo e atirou-se ao mundo. Foi tropa, esteve
preso, brigou, matou, serviu em Macau, enamorou-se da filha do secretário do
governador, tornou-se desertor. No mar da China meteu-se no contrabando de
ópio. Em Hong Kong provocou zaragata. Em Pequim cruzou-se com o Sr. Pereira, um
minhoto cozinheiro com quem abre uma casa de petiscos.
Um
dia, uns americanos, bêbados, insultam o minhoto. Foi o cabo dos trabalhos. A
tasca ficou em cacos, as costas de uns e de outros experimentaram a força das
irritadas pauladas, a casa, um caos, foi encerrada pelas autoridades locais.
Mas estes dois portugueses de olho fino e pé ligeiro não era gente de desistir.
A pedido do diretor da Ford, ambos vão entregar, pelo deserto, 200 camiões na
Mongólia. As coisas voltam a correr mal. O deserto foi-lhes terrível e
assustador. O rapto de um milionário dá azo a mais tiros e violência. E eis que
a doença bate à porta do Sr. Ventura que sobrevive graças às saborosas canjas
de galinha que o Sr. Pereira lhe cozinhava. A saudade leva-os a pensar visitar
Portugal mas os percalços não davam tréguas nem tempo. Um grupo de supostos
negociantes de armas não queria comprar as armas que os portugueses agora
vendiam, queriam obtê-las pela força. Nova guerra, mais tiroteio e violência. O
alentejano, a sangrar, pisgou-se com o Sr. Pereira às costas. Este, o minhoto,
tinha sido ferido de morte por uma bala bem precisa em direção a ponto fraco.
Mas, se este morrera, a vida do Sr. Ventura tinha de continuar, não era homem
de baixar os braços. Passado um mês, em Pequim, já dançava no Grande Hotel com
Tatiana, uma russa com quem casa, contra tudo e todos. A própria Tatiana achava
o casamento uma parvoeira e não mudou o seu jeito de ser e estar. Era uma
mulher com gosto pela vida noturna, uma mulher do mundo e da borga. Mesmo no
meio de frequente pancadaria, ela dá à luz um menino, a quem é dado o nome de
Sérgio. O Sr. Ventura sonha rios de dinheiro para o filho e nessa tarefa de o
conseguir, mete-se em negócios tais que o obrigaram a repatriar-se. Tatiana
sente-se aliviada e mais livre, fica com o filho e a fortuna. De novo no
Alentejo, o Sr. Ventura dedica-se à exploração da terra. As saudades do filho,
do Sr. Pereira e de Tatiana, porém, não lhe davam sossego. Entretanto, a guerra
na China e a indiferença de Tatiana, trouxeram-lhe, de surpresa, ao Alentejo, o
filho com 8 anos. Soube então que Tatiana lhe escoara toda a fortuna e
continuava a ser aquela mulher com gosto por cabarés e variada companhia. O Sr.
Ventura, de fusíveis altamente aquecidos, ferve e deixa saltar a tampa. Interna
o seu filho no Colégio de Santo António, em Lisboa, e entrega-lhe a chave da sua casa no
Alentejo. Doente, triste com o que ficara a saber e sem que nada o demovesse, parte
para a China com a intenção de encontrar Tatiana. Após meio ano à sua procura
sem qualquer êxito, cai gravemente doente, em Xunquim. Eis senão quando,
Tatiana aparece-lhe no Hospital. Olha para ela com antipatia e refila palavras
de esquecer. Tatiana, porém, fria e imperturbável, cerrou-lhe os olhos que a
morte lhe deixara abertos. Porque as mensalidades não eram pagas, o Colégio de
Santo António despachou o filho, o Sérgio, para Penedono onde foi retomar os
caminhos do seu pai: guardar ovelhas na herdade do Farrobo, do Sr. Gaudêncio.
Na
verdade, o português sempre foi fortíssimo, muito destemido, muito mais
aventureiro, nada oportunista, nada, basta apreciar o elevado altruísmo de quem
quis dar um ombrinho na árdua tarefa de burlar, desviar ou aplicar os donativos
que foram dados para as vítimas dos incêndios. No país, estes ilustríssimos
professores são mais que muitos. E em paga de tais benfeitorias, ainda há quem,
alegadamente, lhes queira negar este gesto de amor ao próximo e ao afastado. Já
lá dizia o sapateiro de Braga: Haja moralidade ou comam todos!
Tal
como Tatiana: Incorrigíveis!...
Antonino
Dias
31-08-2018.
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