PARÓQUIAS
DE NISA
Segunda,
16 de abril de 2018
Segunda da III semana de Páscoa
SEGUNDA-FEIRA
da semana III
Branco – Ofício da
féria.
Missa da féria, pf. pascal.
L 1 Act 6, 8-15; Sal 118 (119), 23-24. 26-27. 29-30
Ev Jo 6, 22-29
Missa da féria, pf. pascal.
L 1 Act 6, 8-15; Sal 118 (119), 23-24. 26-27. 29-30
Ev Jo 6, 22-29
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA
Ressuscitou o Bom Pastor,
que deu a vida pelas suas ovelhas
e Se entregou à morte pelo seu rebanho. Aleluia.
ORAÇÃO
Senhor nosso Deus, que mostrais aos errantes a luz da vossa verdade para poderem voltar ao bom caminho, concedei a quantos se declaram cristãos que, rejeitando tudo o que é indigno deste nome, sigam fielmente as exigências da sua fé. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Actos 6, 8-15
«Não eram capazes de resistir à sabedoria
e ao Espírito Santo com que ele falava»
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Ressuscitou o Bom Pastor,
que deu a vida pelas suas ovelhas
e Se entregou à morte pelo seu rebanho. Aleluia.
ORAÇÃO
Senhor nosso Deus, que mostrais aos errantes a luz da vossa verdade para poderem voltar ao bom caminho, concedei a quantos se declaram cristãos que, rejeitando tudo o que é indigno deste nome, sigam fielmente as exigências da sua fé. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Actos 6, 8-15
«Não eram capazes de resistir à sabedoria
e ao Espírito Santo com que ele falava»
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Naqueles dias, Estêvão, cheio de graça e fortaleza, fazia grandes prodígios e milagres entre o povo. Entretanto, alguns membros da sinagoga chamada dos Libertos, oriundos de Cirene, de Alexandria, da Cilícia e da Ásia, vieram discutir com Estêvão, mas não eram capazes de resistir à sabedoria e ao Espírito Santo com que ele falava. Subornaram então uns homens para afirmarem: «Ouvimos Estêvão proferir blasfémias contra Moisés e contra Deus». Provocaram assim a ira do povo, dos anciãos e dos escribas. Depois surgiram inesperadamente à sua frente, apoderaram-se dele e levaram-no ao Sinédrio, apresentando falsas testemunhas, que disseram: «Este homem não cessa de proferir palavras contra este Lugar Santo e contra a Lei, pois ouvimo-l’O dizer que Jesus, o Nazareno, destruirá este lugar e mudará os costumes que recebemos de Moisés». Todos os membros do Sinédrio tinham os olhos fixos nele e viram que o seu rosto parecia o rosto de um Anjo.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 118 (119), 23-24.26-27.29-30 (R. 1b)
Refrão: Ditosos os que seguem a lei do Senhor. Repete-se
Ainda que os príncipes conspirem contra mim,
o vosso servo meditará os vossos decretos.
As vossas ordens são as minhas delícias
e os vossos decretos meus conselheiros. Refrão
Expus meus caminhos e destes-me ouvidos:
ensinai-me os vossos decretos.
Fazei-me compreender o caminho dos vossos preceitos
para meditar nas vossas maravilhas. Refrão
Afastai-me do caminho da mentira
e dai-me a graça da vossa lei.
Escolhi o caminho da verdade
e decidi-me pelos vossos juízos. Refrão
ALELUIA Mt 4, 4b
Refrão: Aleluia Repete-se
Nem só de pão vive o homem,
mas de toda a palavra que sai da boca de Deus. Refrão
EVANGELHO Jo 6, 22-29
«Trabalhai, não tanto pela comida que se perde,
mas pelo alimento que dura até à vida eterna»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Depois de Jesus ter saciado os cinco mil homens, os seus discípulos viram-n’O a caminhar sobre as águas. No dia seguinte, a multidão que permanecera no outro lado do mar notou que ali só estivera um barco e que Jesus não tinha embarcado com os discípulos; estes tinham partido sozinhos. Entretanto, chegaram outros barcos de Tiberíades, perto do lugar onde eles tinham comido o pão, depois de o Senhor ter dado graças. Quando a multidão viu que nem Jesus nem os seus discípulos estavam ali, subiram todos para os barcos e foram para Cafarnaum, à procura de Jesus. Ao encontrá-l’O no outro lado do mar, disseram-Lhe: «Mestre, quando chegaste aqui?» Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: vós procurais-Me, não porque vistes milagres, mas porque comestes dos pães e ficastes saciados. Trabalhai, não tanto pela comida que se perde, mas pelo alimento que dura até à vida eterna e que o Filho do homem vos dará. A Ele é que o Pai, o próprio Deus, marcou com o seu selo». Disseram-Lhe então: «Que devemos nós fazer para praticar as obras de Deus?» Respondeu-lhes Jesus: «A obra de Deus consiste em acreditar n’Aquele que Ele enviou».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Subam à vossa presença, Senhor, as nossas orações e as nossas ofertas, de modo que, purificados pela vossa graça, possamos participar dignamente nos sacramentos da vossa misericórdia. Por Nosso Senhor.
Prefácio pascal
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Jo 14, 27
Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz, diz o Senhor. Aleluia.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor Deus todo-poderoso, que em Cristo ressuscitado nos renovais para a vida eterna, multiplicai em nós os frutos do sacramento pascal e infundi em nossos corações a força do alimento que nos salva. Por Nosso Senhor.
«Um amigo fiel é um refúgio
seguro: aquele que o encontra, encontra um tesouro. Um amigo fiel não tem preço,
nem há maneira de avaliar o seu valor».
LIVRO DO ECLESIÁSTICO 6,14-15
MÉTODO DE ORAÇÃO
BÍBLICA
3.Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2.
Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: Louva
o Senhor, suplica, escuta
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS: Actos 6, 8-15: Estamos em presença das
primeiras manifestações do Espírito na Igreja. É agora que o mistério de Jesus
se começa a revelar aos homens para além do grupo que O tinha acompanhado em
sua vida mortal. E é o Espírito Santo quem o revela. Então em Estêvão, o
primeiro mártir, como depois em todos os outros mártires, a Páscoa de Jesus vai
arrastando em si os que se deixam ensinar pela sabedoria do Espírito Santo. O
processo de S. Estêvão segue os mesmos passos que o de Jesus: as mesmas falsas
testemunhas, o mesmo ódio da parte dos acusadores; e, da parte de Estêvão, o
mesmo olhar fixo em Deus e as mesmas palavras de perdão para os seus algozes,
como Jesus para aqueles que O crucificavam.
Jo 6, 22-29
: A partir da multiplicação dos pães, proclamada na semana anterior, Jesus vai
fazer uma longa catequese sobre o Pão da Vida. E começa, hoje, por criar nos
seus ouvintes a fome de Deus, pela fé, pois que os sacramentos são sinais da fé.
A multiplicação dos pães e dos peixes era também um sinal. Jesus tinha matado a
fome àquela gente com o alimento que lhe multiplicara no monte. Mas, o alimento
de que eles precisam e que devem esforçar-se por encontrar é Ele próprio, o
Senhor, a quem alcançarão pela fé. Acreditar em Jesus e viver dessa fé é
alimentar-se com o alimento que leva à vida eterna.
ORAÇÃO: Senhor, concede-nos que amemos sempre a Vida.
AGENDA
21.00 horas: Oração de louvor no Calvário
PALAVRA
DO PASTOR
E BASTAVA UM EMPURRÃOZINHO!...
Torno presente uma história que,
tal como outrora, pode acontecer ainda hoje com qualquer um de nós se a
indiferença para com os outros nos dominar e paralisar.
A noroeste de Jerusalém havia uma
piscina cuja existência é hoje confirmada pela arqueologia. As suas águas
agitavam-se de tempos a tempos. Alguns estudiosos aventam a hipótese de que
esse rebuliço das águas talvez se devesse a uma corrente de água que, de vez em
quando, alimentaria a piscina, ou então a uma fonte intermitente. São
hipóteses, embora, como é evidente, alguma explicação tivesse de ter. O povo
acreditava que, depois dessa agitação da água, ela tinha poderes milagrosos,
poderes de cura. Mas a crença popular ia mais longe. Afirmava que esse remexer
das águas se devia a um anjo que, de quando em vez, se dava a esses preciosos
afazeres, agitava as águas. Talvez que esta crença tenha a sua origem em tempos
do profeta Ezequiel. Ele fala duma água que corre do Santuário, do Templo, uma
água abundante, que dá vida, cura, é o símbolo do poder de Deus no meio do Seu
povo (cf. Ezeq 47,1-12). São João, na passagem do Evangelho que já iremos ler,
evoca essa crença. No livro do Apocalipse retoma essa ideia para dizer que a
nova humanidade recebe a vida de Deus, do Seu Espírito, rio de Água Viva (cf.
Ap 22, 1-5).
Mas voltemos à piscina, mesmo sem
traje nem toalha nem sol. Porque as doenças sempre fizeram parte da vida e a
vida sempre se desejou saudável e sem sofrimento, nessa piscina amontoavam-se
doentes de toda a espécie de achaques, aguardando o tal agitar das águas. O
primeiro a nelas mergulhar ficaria curado, assim se acreditava.
Ora, por ocasião de uma das festas
dos judeus, Jesus subiu a Jerusalém e esteve junto dessa piscina. Dêmos a
palavra a São João e apreciemos como ele descreve a cena:
“Houve uma festa judaica e Jesus
foi a Jerusalém. Em Jerusalém, junto da porta das ovelhas, existe uma piscina
rodeada por cinco corredores cobertos. Em hebraico, a piscina chama-se Betesda.
Muitos doentes ficavam ali deitados: eram cegos, coxos e paralíticos, à espera
que a água se movesse, porque um anjo do Senhor descia de vez em quando e
agitava a água da piscina. O primeiro doente que entrasse na piscina, depois de
a água ser agitada, ficava curado de qualquer doença que tivesse. Encontrava-se
lá um homem que estava doente havia trinta e oito anos. Jesus viu o homem
deitado e soube que estava doente há tanto tempo. Então perguntou-lhe: “Queres
ficar curado?”. O doente respondeu: “Senhor, não tenho ninguém que me lance na
piscina quando a água começa a agitar-se. Quando lá chego, já outro entrou na
minha frente”. Jesus disse: “Levanta-te, toma a tua cama e anda”. No mesmo
instante, o homem ficou curado, tomou a sua cama e começou a andar” (Jo 5,
1-18).
O texto de São João continua a
falar-nos do imbróglio que se seguiu por causa de Jesus ter feito isto ao
sábado. Fiquemos, porém, por aqui e imaginemos só este pobre coitado!... Trinta
e oito anos à espera duma alma caridosa que o ajudasse. E bastava um simples
empurrão para a água, um pequenino impulso! Ele estava mesmo mesmo mesmo ali à
beirinha da piscina. Mas ninguém apareceu para o ajudar, ninguém! Trinta e oito
anos, Santo Deus!... Certamente que é um número simbólico e tem também sentido
simbólico. Talvez queira recordar os trinta e oito anos de esperança
desesperada que o povo de Israel teve de viver enquanto atravessava de Cades
Barne até ao outro lado do rio Zared, onde assumiria a terra prometida (cf.
Deut 2, 14). O paralítico também estava ali, numa longa peregrinação em busca
da cura e de sentido para a sua vida, há trinta e oito anos!... E pensarmos nós
que bastaria mesmo um leve empurrãozinho para que isso acontecesse!...
Mas eis que surge o inesperado, um
desconhecido, Jesus. O paralítico não conhecia Jesus e é Jesus quem o provoca,
quem toma a iniciativa, quem vai ao seu encontro e lhe pergunta se quer ser
curado. O paralítico com certeza que ficou surpreendido com o teor da pergunta.
Não era coisa que se perguntasse, até porque ele estava ali para isso, para ser
curado. E acabou por não dizer se queria ou não ser curado. Queixou-se, isso
sim, por não ter ninguém que o ajudasse a tempo e horas…Jesus, porém, curou-o e
ele começou a andar.
Constata-se hoje, que, não poucos,
fiados em fantasias e conversas vãs, também procuram sentido para a vida em
variadíssimas piscinas, mas tantas delas de água turba. E o que é mais
sintomático é que encontram sempre alguém que os estimula, acompanha e ajuda a
espraiarem-se nessas águas inquinadas, insalubres, águas que arruínam, destroem
e matam. Tanto sofrimento debaixo de tantos telhados devido à droga, ao álcool,
à marginalização, à infidelidade, ao descarte, à violência e quejandos de
turma…
No entanto, mesmo junto dessas
situações, Jesus, fonte de água viva, faz-se encontrado, continua a perguntar
se queremos ser curados e a propor-se como o caminho a verdade e a vida.
Desconhecido para muita gente, Ele continua a Sua ação salvadora mas confiou
aos Seus discípulos a sublime missão de O apresentar e O dar a conhecer a todos
e em toda a parte para que em toda a parte e todos se possam lançar nesta feliz
aventura de O seguir, curados, livres e saudáveis mesmo que no meio do
sofrimento que a vida a todos possa oferecer.
O Papa Francisco lembra que “há uma
forma de pregação que nos compete a todos como tarefa diária: é cada um levar o
Evangelho às pessoas com quem se encontra, tanto aos mais íntimos como aos
desconhecidos. É a pregação informal que se pode realizar durante uma conversa,
e é também a que realiza um missionário quando visita um lar. Ser discípulo
significa ter a disposição permanente de levar aos outros o amor de Jesus; e
isto sucede espontaneamente em qualquer lugar: na rua, na praça, no trabalho,
num caminho” (EG127).
Isto, porém, só acontecerá se,
primeiro, cada um se deixar tocar por Jesus, se se deixar tocar pela Sua
Palavra, traduzindo-a em atitudes concretas na vida. Sem isso, não haverá
entusiasmo nem alegria nem vontade de aceitar o mandato do Senhor de ir e
ensinar, com alegria e entusiasmo. Mas todos, na verdade, todos somos
corresponsáveis na transformação da sociedade. Cada um, a seu modo e nas
circunstâncias próprias da sua vida, está convidado e mandatado para fazer
penetrar os valores cristãos no mundo social, politico, económico e cultural,
ajudando a modificar pela força do Evangelho os valores que contam e os modelos
de vida que libertam e salvam. E há sempre alguém, mesmo mesmo à beirinha da
piscina (ou não!...), à espera de ajuda para que possa mudar de situação e
caminhar pelos seus próprios pés, com alegria e esperança, no seguimento de
Jesus, fonte de água viva. Tanta gente desiludida, desanimada e triste que em
vez de perceber uma mão estendida de alguém para a ajudar a levantar-se e a
caminhar, parece mas é que sente a algazarra de todos a saltar-lhe para cima da
cabeça para a empurrar ainda mais para baixo. Não é humano, muito menos
cristão.
Jesus classificou como Seus amigos
aqueles que fazem o que Ele manda, e o que Ele nos manda é que nos amemos uns
aos outros como Ele nos amou. E enviou-nos em Seu nome, prometendo estar sempre
connosco até ao fim dos tempos. Dar Cristo a conhecer aos outros é uma
importante forma de os amar e ajudar. Que ninguém espere tanto tempo! Quem
espera desespera!
Antonino Dias
Portalegre, 13-04-2018.
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