terça-feira, 17 de abril de 2018





PARÓQUIAS DE NISA



Quarta, 18 de abril de 2018










Quarta da III semana de Páscoa








QUARTA-FEIRA da semana III

Branco – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. pascal.

L 1 Act 8, 1b-8; Sal 65 (66), 1-3a. 4-5. 6-7a
Ev Jo 6, 35-40





MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 70, 8.23
Cante a minha boca, Senhor, a vossa glória,
proclamando continuamente os vossos louvores.
Os meus lábios exultem de alegria. Aleluia.


ORAÇÃO
Vinde, Senhor, em auxílio da vossa família reunida em oração e concedei que participem eternamente na ressurreição do vosso Filho Unigénito aqueles a quem destes a graça da fé. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Actos 8, 1b-8
«Andaram de terra em terra a anunciar a palavra do Evangelho»



Leitura dos Atos dos Apóstolos

Naquele dia, levantou-se uma grande perseguição contra a Igreja de Jerusalém e todos, à exceção dos Apóstolos, se dispersaram pelas terras da Judeia e da Samaria. Alguns homens piedosos sepultaram Estêvão e fizeram grandes lamentações por ele. Saulo, por sua vez, devastava a Igreja: ia de casa em casa, arrastava homens e mulheres e metia-os na prisão. Entretanto, os irmãos dispersos andaram de terra em terra, a anun¬ciar a palavra do Evangelho. Foi assim que Filipe, tendo descido a uma cidade da Samaria, começou a anunciar Cristo àquela gente. As multidões aderiam unânimemente às palavras de Filipe, porque ouviam falar dos milagres que fazia e também os viam. De muitos possessos saíam espíritos impuros, soltando enormes gritos, e numerosos paralíticos e coxos foram curados. E houve muita alegria naquele cidade.


Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 65 (66) l-3a.4-5.6-7a (R. l)
Refrão:
A terra inteira aclame o Senhor. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se

Aclamai o Senhor, terra inteira,
cantai a glória do seu nome,
celebrai os seus louvores, dizei a Deus:
«Maravilhosas são as vossas obras». Refrão

«A terra inteira Vos adore e celebre,
entoe hinos ao vosso nome».
Vinde contemplar as obras de Deus,
admirável na sua ação pelos homens. Refrão

Mudou o mar em terra firme,
atravessaram o rio a pé enxuto.
Alegremo-nos n’Ele:
domina eternamente com o seu poder. Refrão


ALELUIA cf. Jo 6, 40
Refrão: Aleluia. Repete-se


Quem acredita no Filho de Deus tem a vida eterna:
Eu o ressuscitarei no último dia, diz o Senhor. Refrão

EVANGELHO Jo 6, 35-40
«A vontade d’Aquele que Me enviou é esta:
que Eu não perca nenhum dos que Ele Me deu»



Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
 
Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «Eu sou o pão da vida: Quem vem a Mim nunca mais terá fome e quem acredita em Mim nunca mais terá sede. No entanto, como vos disse, ‘embora tivésseis visto, não acreditais’. Todos aqueles que o Pai Me dá virão a Mim e àqueles que vêm a Mim não os rejeitarei, porque desci do Céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade d’Aquele que Me enviou. E a vontade d’Aquele que Me enviou é esta: que Eu não perca nenhum dos que Ele Me deu, mas os ressuscite no último dia. De facto, é esta a vontade de meu Pai: que todo aquele que vê o Filho e acredita n’Ele tenha a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia».


Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Concedei, Senhor, que em todo o tempo possamos alegrar-nos com estes mistérios pascais, de modo que o acto sempre renovado da nossa redenção seja para nós causa de alegria eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Prefácio pascal


ANTÍFONA DA COMUNHÃO

Fomos resgatados pelo Sangue de Cristo
que, ressuscitando de entre os mortos,
fez brilhar sobre nós a sua luz. Aleluia.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Ouvi, Senhor, as nossas preces e fazei que estes santos mistérios da nossa redenção nos auxiliem na vida presente e nos alcancem as alegrias eternas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.








 «Que excelente mestre aquele que, depois do estômago cheio, discursa sobre o jejum».


Jerónimo de Hierápolis




MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA

3.Leitura:  Lê, respeita, situa o que lês 
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.


LEITURAS: Atos 8, 1b-8: Um conjunto de pequenas notícias enche esta leitura; mas em todas elas perpassa o sopro do Espírito do Ressuscitado. Até a dispersão de que sofreu a comunidade de Jerusalém foi ocasião para que o Evangelho chegasse ás outras províncias mais distantes. E o próprio ardor de Saulo, aquela testemunha ocular da morte de Estêvão, irá transformar-se em zelo pela Boa Nova de Jesus ressuscitado. Está-se verdadeiramente no Tempo Pascal da Igreja, sob o signo do Espírito.

Jo 6, 35-40: Jesus afirma-Se agora, claramente, o “Pão da Vida”. Já assim fora anteriormente prefigurado no pão multiplicado e no maná evocado na fala com os Judeus; mas agora é Ele mesmo que Se apresenta claramente como o Pão, o alimento que mata a fome. E este Pão assimila-se pela fé. Por isso, Jesus, como outrora a Sabedoria (cf. Pr 9) ergue a voz e clama, convidando para o banquete. Quem d’Ele se alimentar terá a vida eterna na glória da ressurreição, que o Tempo Pascal prefigura.
 

ORAÇÃO: Senhor, concede-nos que amemos sempre a Vida.





AGENDA

17.00 horas: Missa Gáfete
18.00 horas: Missa em Tolosa
18.00 horas: Missa em Nisa
21.00 horas: Reunião e catequistas.




PALAVRA DO PASTOR

E BASTAVA UM EMPURRÃOZINHO!...

Torno presente uma história que, tal como outrora, pode acontecer ainda hoje com qualquer um de nós se a indiferença para com os outros nos dominar e paralisar.
A noroeste de Jerusalém havia uma piscina cuja existência é hoje confirmada pela arqueologia. As suas águas agitavam-se de tempos a tempos. Alguns estudiosos aventam a hipótese de que esse rebuliço das águas talvez se devesse a uma corrente de água que, de vez em quando, alimentaria a piscina, ou então a uma fonte intermitente. São hipóteses, embora, como é evidente, alguma explicação tivesse de ter. O povo acreditava que, depois dessa agitação da água, ela tinha poderes milagrosos, poderes de cura. Mas a crença popular ia mais longe. Afirmava que esse remexer das águas se devia a um anjo que, de quando em vez, se dava a esses preciosos afazeres, agitava as águas. Talvez que esta crença tenha a sua origem em tempos do profeta Ezequiel. Ele fala duma água que corre do Santuário, do Templo, uma água abundante, que dá vida, cura, é o símbolo do poder de Deus no meio do Seu povo (cf. Ezeq 47,1-12). São João, na passagem do Evangelho que já iremos ler, evoca essa crença. No livro do Apocalipse retoma essa ideia para dizer que a nova humanidade recebe a vida de Deus, do Seu Espírito, rio de Água Viva (cf. Ap 22, 1-5).
Mas voltemos à piscina, mesmo sem traje nem toalha nem sol. Porque as doenças sempre fizeram parte da vida e a vida sempre se desejou saudável e sem sofrimento, nessa piscina amontoavam-se doentes de toda a espécie de achaques, aguardando o tal agitar das águas. O primeiro a nelas mergulhar ficaria curado, assim se acreditava.
Ora, por ocasião de uma das festas dos judeus, Jesus subiu a Jerusalém e esteve junto dessa piscina. Dêmos a palavra a São João e apreciemos como ele descreve a cena:
“Houve uma festa judaica e Jesus foi a Jerusalém. Em Jerusalém, junto da porta das ovelhas, existe uma piscina rodeada por cinco corredores cobertos. Em hebraico, a piscina chama-se Betesda. Muitos doentes ficavam ali deitados: eram cegos, coxos e paralíticos, à espera que a água se movesse, porque um anjo do Senhor descia de vez em quando e agitava a água da piscina. O primeiro doente que entrasse na piscina, depois de a água ser agitada, ficava curado de qualquer doença que tivesse. Encontrava-se lá um homem que estava doente havia trinta e oito anos. Jesus viu o homem deitado e soube que estava doente há tanto tempo. Então perguntou-lhe: “Queres ficar curado?”. O doente respondeu: “Senhor, não tenho ninguém que me lance na piscina quando a água começa a agitar-se. Quando lá chego, já outro entrou na minha frente”. Jesus disse: “Levanta-te, toma a tua cama e anda”. No mesmo instante, o homem ficou curado, tomou a sua cama e começou a andar” (Jo 5, 1-18).
O texto de São João continua a falar-nos do imbróglio que se seguiu por causa de Jesus ter feito isto ao sábado. Fiquemos, porém, por aqui e imaginemos só este pobre coitado!... Trinta e oito anos à espera duma alma caridosa que o ajudasse. E bastava um simples empurrão para a água, um pequenino impulso! Ele estava mesmo mesmo mesmo ali à beirinha da piscina. Mas ninguém apareceu para o ajudar, ninguém! Trinta e oito anos, Santo Deus!... Certamente que é um número simbólico e tem também sentido simbólico. Talvez queira recordar os trinta e oito anos de esperança desesperada que o povo de Israel teve de viver enquanto atravessava de Cades Barne até ao outro lado do rio Zared, onde assumiria a terra prometida (cf. Deut 2, 14). O paralítico também estava ali, numa longa peregrinação em busca da cura e de sentido para a sua vida, há trinta e oito anos!... E pensarmos nós que bastaria mesmo um leve empurrãozinho para que isso acontecesse!...
Mas eis que surge o inesperado, um desconhecido, Jesus. O paralítico não conhecia Jesus e é Jesus quem o provoca, quem toma a iniciativa, quem vai ao seu encontro e lhe pergunta se quer ser curado. O paralítico com certeza que ficou surpreendido com o teor da pergunta. Não era coisa que se perguntasse, até porque ele estava ali para isso, para ser curado. E acabou por não dizer se queria ou não ser curado. Queixou-se, isso sim, por não ter ninguém que o ajudasse a tempo e horas…Jesus, porém, curou-o e ele começou a andar.
Constata-se hoje, que, não poucos, fiados em fantasias e conversas vãs, também procuram sentido para a vida em variadíssimas piscinas, mas tantas delas de água turba. E o que é mais sintomático é que encontram sempre alguém que os estimula, acompanha e ajuda a espraiarem-se nessas águas inquinadas, insalubres, águas que arruínam, destroem e matam. Tanto sofrimento debaixo de tantos telhados devido à droga, ao álcool, à marginalização, à infidelidade, ao descarte, à violência e quejandos de turma…
No entanto, mesmo junto dessas situações, Jesus, fonte de água viva, faz-se encontrado, continua a perguntar se queremos ser curados e a propor-se como o caminho a verdade e a vida. Desconhecido para muita gente, Ele continua a Sua ação salvadora mas confiou aos Seus discípulos a sublime missão de O apresentar e O dar a conhecer a todos e em toda a parte para que em toda a parte e todos se possam lançar nesta feliz aventura de O seguir, curados, livres e saudáveis mesmo que no meio do sofrimento que a vida a todos possa oferecer.
O Papa Francisco lembra que “há uma forma de pregação que nos compete a todos como tarefa diária: é cada um levar o Evangelho às pessoas com quem se encontra, tanto aos mais íntimos como aos desconhecidos. É a pregação informal que se pode realizar durante uma conversa, e é também a que realiza um missionário quando visita um lar. Ser discípulo significa ter a disposição permanente de levar aos outros o amor de Jesus; e isto sucede espontaneamente em qualquer lugar: na rua, na praça, no trabalho, num caminho” (EG127).
Isto, porém, só acontecerá se, primeiro, cada um se deixar tocar por Jesus, se se deixar tocar pela Sua Palavra, traduzindo-a em atitudes concretas na vida. Sem isso, não haverá entusiasmo nem alegria nem vontade de aceitar o mandato do Senhor de ir e ensinar, com alegria e entusiasmo. Mas todos, na verdade, todos somos corresponsáveis na transformação da sociedade. Cada um, a seu modo e nas circunstâncias próprias da sua vida, está convidado e mandatado para fazer penetrar os valores cristãos no mundo social, politico, económico e cultural, ajudando a modificar pela força do Evangelho os valores que contam e os modelos de vida que libertam e salvam. E há sempre alguém, mesmo mesmo à beirinha da piscina (ou não!...), à espera de ajuda para que possa mudar de situação e caminhar pelos seus próprios pés, com alegria e esperança, no seguimento de Jesus, fonte de água viva. Tanta gente desiludida, desanimada e triste que em vez de perceber uma mão estendida de alguém para a ajudar a levantar-se e a caminhar, parece mas é que sente a algazarra de todos a saltar-lhe para cima da cabeça para a empurrar ainda mais para baixo. Não é humano, muito menos cristão.
Jesus classificou como Seus amigos aqueles que fazem o que Ele manda, e o que Ele nos manda é que nos amemos uns aos outros como Ele nos amou. E enviou-nos em Seu nome, prometendo estar sempre connosco até ao fim dos tempos. Dar Cristo a conhecer aos outros é uma importante forma de os amar e ajudar. Que ninguém espere tanto tempo! Quem espera desespera!

Antonino Dias

Portalegre, 13-04-2018.






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