PARÓQUIAS
DE NISA
Quarta,
18 de abril de 2018
Quarta da III semana de Páscoa
QUARTA-FEIRA
da semana III
Branco – Ofício da
féria.
Missa da féria, pf. pascal.
L 1 Act 8, 1b-8; Sal 65 (66), 1-3a. 4-5. 6-7a
Ev Jo 6, 35-40
Missa da féria, pf. pascal.
L 1 Act 8, 1b-8; Sal 65 (66), 1-3a. 4-5. 6-7a
Ev Jo 6, 35-40
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Salmo 70,
8.23
Cante a minha boca, Senhor, a vossa glória,
proclamando continuamente os vossos louvores.
Os meus lábios exultem de alegria. Aleluia.
ORAÇÃO
Vinde, Senhor, em auxílio da vossa família reunida em oração e concedei que participem eternamente na ressurreição do vosso Filho Unigénito aqueles a quem destes a graça da fé. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Actos 8, 1b-8
«Andaram de terra em terra a anunciar a palavra do Evangelho»
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Cante a minha boca, Senhor, a vossa glória,
proclamando continuamente os vossos louvores.
Os meus lábios exultem de alegria. Aleluia.
ORAÇÃO
Vinde, Senhor, em auxílio da vossa família reunida em oração e concedei que participem eternamente na ressurreição do vosso Filho Unigénito aqueles a quem destes a graça da fé. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Actos 8, 1b-8
«Andaram de terra em terra a anunciar a palavra do Evangelho»
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Naquele dia, levantou-se uma grande perseguição contra a Igreja de Jerusalém e
todos, à exceção dos Apóstolos, se dispersaram pelas terras da Judeia e da
Samaria. Alguns homens piedosos sepultaram Estêvão e fizeram grandes
lamentações por ele. Saulo, por sua vez, devastava a Igreja: ia de casa em
casa, arrastava homens e mulheres e metia-os na prisão. Entretanto, os irmãos
dispersos andaram de terra em terra, a anun¬ciar a palavra do Evangelho. Foi
assim que Filipe, tendo descido a uma cidade da Samaria, começou a anunciar Cristo
àquela gente. As multidões aderiam unânimemente às palavras de Filipe, porque
ouviam falar dos milagres que fazia e também os viam. De muitos possessos saíam
espíritos impuros, soltando enormes gritos, e numerosos paralíticos e coxos
foram curados. E houve muita alegria naquele cidade.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 65 (66) l-3a.4-5.6-7a (R. l)
Refrão: A terra inteira aclame o Senhor. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se
Aclamai o Senhor, terra inteira,
cantai a glória do seu nome,
celebrai os seus louvores, dizei a Deus:
«Maravilhosas são as vossas obras». Refrão
«A terra inteira Vos adore e celebre,
entoe hinos ao vosso nome».
Vinde contemplar as obras de Deus,
admirável na sua ação pelos homens. Refrão
Mudou o mar em terra firme,
atravessaram o rio a pé enxuto.
Alegremo-nos n’Ele:
domina eternamente com o seu poder. Refrão
ALELUIA cf. Jo 6, 40
Refrão: Aleluia. Repete-se
Quem acredita no Filho de Deus tem a vida eterna:
Eu o ressuscitarei no último dia, diz o Senhor. Refrão
EVANGELHO Jo 6, 35-40
«A vontade d’Aquele que Me enviou é esta:
que Eu não perca nenhum dos que Ele Me deu»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «Eu sou o pão da vida: Quem vem a Mim
nunca mais terá fome e quem acredita em Mim nunca mais terá sede. No entanto,
como vos disse, ‘embora tivésseis visto, não acreditais’. Todos aqueles que o
Pai Me dá virão a Mim e àqueles que vêm a Mim não os rejeitarei, porque desci
do Céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade d’Aquele que Me enviou. E
a vontade d’Aquele que Me enviou é esta: que Eu não perca nenhum dos que Ele Me
deu, mas os ressuscite no último dia. De facto, é esta a vontade de meu Pai:
que todo aquele que vê o Filho e acredita n’Ele tenha a vida eterna; e Eu o
ressuscitarei no último dia».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Concedei, Senhor, que em todo o tempo possamos alegrar-nos com estes mistérios pascais, de modo que o acto sempre renovado da nossa redenção seja para nós causa de alegria eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Prefácio pascal
ANTÍFONA DA COMUNHÃO
Fomos resgatados pelo Sangue de Cristo
que, ressuscitando de entre os mortos,
fez brilhar sobre nós a sua luz. Aleluia.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Ouvi, Senhor, as nossas preces e fazei que estes santos mistérios da nossa redenção nos auxiliem na vida presente e nos alcancem as alegrias eternas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
«Que excelente mestre aquele que,
depois do estômago cheio, discursa sobre o jejum».
Jerónimo de Hierápolis
MÉTODO DE ORAÇÃO
BÍBLICA
3.Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2.
Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: Louva
o Senhor, suplica, escuta
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS: Atos 8, 1b-8: Um
conjunto de pequenas notícias enche esta leitura; mas em todas elas perpassa o
sopro do Espírito do Ressuscitado. Até a dispersão de que sofreu a comunidade
de Jerusalém foi ocasião para que o Evangelho chegasse ás outras províncias
mais distantes. E o próprio ardor de Saulo, aquela testemunha ocular da morte
de Estêvão, irá transformar-se em zelo pela Boa Nova de Jesus ressuscitado.
Está-se verdadeiramente no Tempo Pascal da Igreja, sob o signo do Espírito.
Jo 6, 35-40: Jesus
afirma-Se agora, claramente, o “Pão da Vida”. Já assim fora anteriormente
prefigurado no pão multiplicado e no maná evocado na fala com os Judeus; mas
agora é Ele mesmo que Se apresenta claramente como o Pão, o alimento que mata a
fome. E este Pão assimila-se pela fé. Por isso, Jesus, como outrora a Sabedoria
(cf. Pr 9) ergue a voz e clama, convidando para o banquete. Quem d’Ele se
alimentar terá a vida eterna na glória da ressurreição, que o Tempo Pascal
prefigura.
ORAÇÃO: Senhor, concede-nos que amemos sempre a Vida.
AGENDA
17.00 horas: Missa Gáfete
18.00 horas: Missa em Tolosa
18.00 horas: Missa em Nisa
21.00 horas: Reunião e catequistas.
PALAVRA
DO PASTOR
E BASTAVA UM EMPURRÃOZINHO!...
Torno presente uma história que,
tal como outrora, pode acontecer ainda hoje com qualquer um de nós se a
indiferença para com os outros nos dominar e paralisar.
A noroeste de Jerusalém havia uma
piscina cuja existência é hoje confirmada pela arqueologia. As suas águas
agitavam-se de tempos a tempos. Alguns estudiosos aventam a hipótese de que
esse rebuliço das águas talvez se devesse a uma corrente de água que, de vez em
quando, alimentaria a piscina, ou então a uma fonte intermitente. São
hipóteses, embora, como é evidente, alguma explicação tivesse de ter. O povo
acreditava que, depois dessa agitação da água, ela tinha poderes milagrosos,
poderes de cura. Mas a crença popular ia mais longe. Afirmava que esse remexer
das águas se devia a um anjo que, de quando em vez, se dava a esses preciosos
afazeres, agitava as águas. Talvez que esta crença tenha a sua origem em tempos
do profeta Ezequiel. Ele fala duma água que corre do Santuário, do Templo, uma
água abundante, que dá vida, cura, é o símbolo do poder de Deus no meio do Seu
povo (cf. Ezeq 47,1-12). São João, na passagem do Evangelho que já iremos ler,
evoca essa crença. No livro do Apocalipse retoma essa ideia para dizer que a
nova humanidade recebe a vida de Deus, do Seu Espírito, rio de Água Viva (cf.
Ap 22, 1-5).
Mas voltemos à piscina, mesmo sem
traje nem toalha nem sol. Porque as doenças sempre fizeram parte da vida e a
vida sempre se desejou saudável e sem sofrimento, nessa piscina amontoavam-se
doentes de toda a espécie de achaques, aguardando o tal agitar das águas. O
primeiro a nelas mergulhar ficaria curado, assim se acreditava.
Ora, por ocasião de uma das festas
dos judeus, Jesus subiu a Jerusalém e esteve junto dessa piscina. Dêmos a
palavra a São João e apreciemos como ele descreve a cena:
“Houve uma festa judaica e Jesus
foi a Jerusalém. Em Jerusalém, junto da porta das ovelhas, existe uma piscina
rodeada por cinco corredores cobertos. Em hebraico, a piscina chama-se Betesda.
Muitos doentes ficavam ali deitados: eram cegos, coxos e paralíticos, à espera
que a água se movesse, porque um anjo do Senhor descia de vez em quando e
agitava a água da piscina. O primeiro doente que entrasse na piscina, depois de
a água ser agitada, ficava curado de qualquer doença que tivesse. Encontrava-se
lá um homem que estava doente havia trinta e oito anos. Jesus viu o homem
deitado e soube que estava doente há tanto tempo. Então perguntou-lhe: “Queres
ficar curado?”. O doente respondeu: “Senhor, não tenho ninguém que me lance na
piscina quando a água começa a agitar-se. Quando lá chego, já outro entrou na
minha frente”. Jesus disse: “Levanta-te, toma a tua cama e anda”. No mesmo
instante, o homem ficou curado, tomou a sua cama e começou a andar” (Jo 5,
1-18).
O texto de São João continua a
falar-nos do imbróglio que se seguiu por causa de Jesus ter feito isto ao
sábado. Fiquemos, porém, por aqui e imaginemos só este pobre coitado!... Trinta
e oito anos à espera duma alma caridosa que o ajudasse. E bastava um simples
empurrão para a água, um pequenino impulso! Ele estava mesmo mesmo mesmo ali à
beirinha da piscina. Mas ninguém apareceu para o ajudar, ninguém! Trinta e oito
anos, Santo Deus!... Certamente que é um número simbólico e tem também sentido
simbólico. Talvez queira recordar os trinta e oito anos de esperança desesperada
que o povo de Israel teve de viver enquanto atravessava de Cades Barne até ao
outro lado do rio Zared, onde assumiria a terra prometida (cf. Deut 2, 14). O
paralítico também estava ali, numa longa peregrinação em busca da cura e de
sentido para a sua vida, há trinta e oito anos!... E pensarmos nós que bastaria
mesmo um leve empurrãozinho para que isso acontecesse!...
Mas eis que surge o inesperado, um
desconhecido, Jesus. O paralítico não conhecia Jesus e é Jesus quem o provoca,
quem toma a iniciativa, quem vai ao seu encontro e lhe pergunta se quer ser
curado. O paralítico com certeza que ficou surpreendido com o teor da pergunta.
Não era coisa que se perguntasse, até porque ele estava ali para isso, para ser
curado. E acabou por não dizer se queria ou não ser curado. Queixou-se, isso
sim, por não ter ninguém que o ajudasse a tempo e horas…Jesus, porém, curou-o e
ele começou a andar.
Constata-se hoje, que, não poucos,
fiados em fantasias e conversas vãs, também procuram sentido para a vida em
variadíssimas piscinas, mas tantas delas de água turba. E o que é mais
sintomático é que encontram sempre alguém que os estimula, acompanha e ajuda a
espraiarem-se nessas águas inquinadas, insalubres, águas que arruínam, destroem
e matam. Tanto sofrimento debaixo de tantos telhados devido à droga, ao álcool,
à marginalização, à infidelidade, ao descarte, à violência e quejandos de
turma…
No entanto, mesmo junto dessas
situações, Jesus, fonte de água viva, faz-se encontrado, continua a perguntar
se queremos ser curados e a propor-se como o caminho a verdade e a vida.
Desconhecido para muita gente, Ele continua a Sua ação salvadora mas confiou
aos Seus discípulos a sublime missão de O apresentar e O dar a conhecer a todos
e em toda a parte para que em toda a parte e todos se possam lançar nesta feliz
aventura de O seguir, curados, livres e saudáveis mesmo que no meio do
sofrimento que a vida a todos possa oferecer.
O Papa Francisco lembra que “há uma
forma de pregação que nos compete a todos como tarefa diária: é cada um levar o
Evangelho às pessoas com quem se encontra, tanto aos mais íntimos como aos
desconhecidos. É a pregação informal que se pode realizar durante uma conversa,
e é também a que realiza um missionário quando visita um lar. Ser discípulo
significa ter a disposição permanente de levar aos outros o amor de Jesus; e
isto sucede espontaneamente em qualquer lugar: na rua, na praça, no trabalho,
num caminho” (EG127).
Isto, porém, só acontecerá se,
primeiro, cada um se deixar tocar por Jesus, se se deixar tocar pela Sua
Palavra, traduzindo-a em atitudes concretas na vida. Sem isso, não haverá
entusiasmo nem alegria nem vontade de aceitar o mandato do Senhor de ir e
ensinar, com alegria e entusiasmo. Mas todos, na verdade, todos somos
corresponsáveis na transformação da sociedade. Cada um, a seu modo e nas
circunstâncias próprias da sua vida, está convidado e mandatado para fazer
penetrar os valores cristãos no mundo social, politico, económico e cultural,
ajudando a modificar pela força do Evangelho os valores que contam e os modelos
de vida que libertam e salvam. E há sempre alguém, mesmo mesmo à beirinha da
piscina (ou não!...), à espera de ajuda para que possa mudar de situação e
caminhar pelos seus próprios pés, com alegria e esperança, no seguimento de
Jesus, fonte de água viva. Tanta gente desiludida, desanimada e triste que em
vez de perceber uma mão estendida de alguém para a ajudar a levantar-se e a
caminhar, parece mas é que sente a algazarra de todos a saltar-lhe para cima da
cabeça para a empurrar ainda mais para baixo. Não é humano, muito menos
cristão.
Jesus classificou como Seus amigos
aqueles que fazem o que Ele manda, e o que Ele nos manda é que nos amemos uns
aos outros como Ele nos amou. E enviou-nos em Seu nome, prometendo estar sempre
connosco até ao fim dos tempos. Dar Cristo a conhecer aos outros é uma
importante forma de os amar e ajudar. Que ninguém espere tanto tempo! Quem
espera desespera!
Antonino Dias
Portalegre, 13-04-2018.
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