sexta-feira, 6 de abril de 2018







PARÓQUIAS DE NISA





Sábado, 07 de abril de 2018










SÁBADO DE PÁSCOA






SÁBADO DA OITAVA DA PÁSCOA

Branco – Ofício próprio. Te Deum.
Missa própria, Glória, sequência facultativa, pf. pascal.

L 1 Act 4, 13-21; Sal 117 (118), 1 e 14-15. 16ab-18. 19-21
Ev Mc 16, 9-15


* Proibidas as Missas de defuntos, exceto a exequial.
* I Vésp. do domingo – Compl. dep. I Vésp. dom.


MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 104, 43
O Senhor libertou o seu povo entre vozes de alegria
e os seus eleitos com brados de júbilo. Aleluia.

Diz-se o Glória.


ORAÇÃO
Senhor nosso Deus, que, na vossa imensa bondade, ofereceis a todos os povos o dom da fé, olhai benignamente para os vossos filhos e fazei que, renascidos pelo sacramento do Baptismo, sejam revestidos da vida imortal na glória celeste. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Actos 4, 13-21
«Não podemos calar o que vimos e ouvimos»


Leitura dos Actos dos Apóstolos

Naqueles dias, os chefes do povo, os anciãos e os escribas, vendo a firmeza de Pedro e de João e verificando que eram homens iletrados e plebeus, ficaram surpreendidos. Reconheciam-nos como companheiros de Jesus, mas, como viam diante deles o homem que fora curado, nada podiam replicar. Mandaram-nos então sair do Sinédrio e começaram a deliberar entre si: «Que havemos de fazer a estes homens? Que se realizou por meio deles um milagre, sabem-no todos os habitantes de Jerusalém e não podemos negá-lo. Mas para que isto não continue a divulgar-se entre o povo, vamos intimá-los com ameaças que não falem desse nome a ninguém. Chamaram-nos então e proibiram-nos terminantemente falar ou ensinar em nome de Jesus. Mas Pedro e João responderam: «Se é justo aos olhos de Deus obedecer-vos antes a vós que a Ele, julgai-o vós próprios. Nós é que não podemos calar o que vimos e ouvimos». Depois de novas ameaças, puseram-nos em liberdade, pois não encontravam modo de os castigar, por causa do povo, uma vez que todos davam glória a Deus pelo que tinha acontecido.

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 117 (118),1.14-15.16ab-18.19-21 (R. 21a)
Refrão: Eu Vos dou graças, Senhor, porque me ouvistes. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se

Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom,
porque é eterna a sua misericórdia.
O Senhor é a minha força e a minha glória,
foi Ele o meu salvador.
Há gritos de júbilo e de vitória
nas tendas dos justos. Refrão

A mão do Senhor fez prodígios,
a mão do Senhor foi magnífica.
Não morrerei, mas hei-de viver
para anunciar as obras do Senhor.
Com dureza me castigou o Senhor,
mas não me deixou morrer. Refrão

Abri-me as portas da justiça:
entrarei para dar graças ao Senhor.
Esta é a porta do Senhor:
os justos entrarão por ela.
Eu Vos darei graças porque me ouvistes
e fostes o meu salvador. Refrão


ALELUIA Salmo 117 (118), 24
Refrão: Aleluia Repete-se

Este é o dia que o Senhor fez:
exultemos e cantemos de alegria. Refrão


EVANGELHO Mc 16, 9-15
«Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos

Jesus ressuscitou na manhã do primeiro dia da semana e apareceu em primeiro lugar a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demónios. Ela foi anunciar aos que tinham andado com Ele e estavam mergulhados em tristeza e pranto. Eles, porém, ouvindo dizer que Jesus estava vivo e fora visto por ela, não acreditaram. Depois disto, manifestou-Se com aspeto diferente a dois deles que iam a caminho do campo. E eles correram a anunciar aos outros, mas também não lhes deram crédito. Mais tarde apareceu aos Onze, quando eles estavam sentados à mesa, e censurou-os pela sua incredulidade e dureza de coração, porque não acreditaram naqueles que O tinham visto ressuscitado. E disse-lhes: «Ide por todo o mundo e proclamai o Evangelho a toda a criatura».

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Concedei, Senhor, que em todo o tempo possamos alegrar-nos com estes mistérios pascais, de modo que o ato sempre renovado da nossa redenção seja para nós causa de alegria eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Prefácio pascal I [mas com maior solenidade neste dia]


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Gal 3, 27
Vós que fostes batizados em Cristo
estais revestidos de Cristo. Aleluia.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Olhai com bondade, Senhor, para o vosso povo e fazei chegar à gloriosa ressurreição da carne aqueles que renovastes com os sacramentos de vida eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo
.







 «Como quererás vencer Satanás se nem tens força para  desligares a televisã0?».


LEONARDO RAVENHILL




MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA

3.Leitura:  Lê, respeita, situa o que lês 
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.


LEITURAS: Actos 4, 13-21: A primeira semana da Páscoa termina com a grande afirmação dos Apóstolos diante do tribunal judaico, a que justificará, para sempre, a presença da Igreja no meio mundo: “Não podemos calar o que vimos e ouvimos”. Assim o proclamamos agora na celebração da liturgia, proclamação que sentimos necessidade de prolongar para além desta semana, por uma longa semana ou oitava de Domingos durante todo o Tempo Pascal, e, fora da celebração da liturgia, todos os dias e em toda a parte..
 
Mc 16, 9-15: Está exatamente na linha da leitura anterior o que o Senhor deixou como última mensagem aos seus Apóstolos: “Ide... e proclamai a Boa Nova”. As aparições dos primeiros dias após a Ressurreição do Senhor revestiram-se de oportunidade e valor particular, pois que eram como que a resposta à sua Morte na Cruz. Mas, se a vida terrena de Jesus findou no Calvário, a sua vida gloriosa é eterna. Por isso, Ele pode continuar a ser reconhecido, até que venha no fim dos tempos, na assembleia do seu povo reunido, na sua palavra, nos seus sacramentos, particularmente no da Eucaristia, na vida quotidiana dos que vivem da sua própria Vida. Assim o afirmou o Concílio (SC 7).
  
ORAÇÃO: Senhor, concede-nos que amemos sempre a Vida.






AGENDA


15.00 horas: Missa em Salavessa
15.30 horas: Funeral em Ares
16.00 horas: Missa no Pé da Serra
16.00 horas: Missa no Pardo
18.00 horas: Missa  em Nisa – Espírito Santo.




PALAVRA DO PASTOR

QUE QUERERÁ DIZER ESTE PAPAGAIO?

D. Antonino Dias, Bispo de Portalegre-Castelo Branco

São Paulo, que não era pessoa de atirar com a toalha ao chão, passou as passinhas do Algarve para ir ao encontro das periferias geográficas, existenciais e culturais do seu tempo. Era aí que ele, impulsionado pelo Espírito, sentia a obrigação de levar a Boa-Nova do Senhor Jesus. Numa dessas situações, acossado por uns judeus que provocaram a agitação e a discórdia entre o povo – sempre houve gente dessa! -, ele viu-se na necessidade de dar às de Vila Diogo de Bereia para Atenas. Atenas era uma cidade onde se cruzavam comerciantes, culturas, artes e saberes, uma importante e influente cidade. Tinha, como ainda tem, porto de mar, o porto de Pireu, com todas as potencialidades, virtudes e vícios que isso arrasta. As pessoas viviam mergulhadas num mar imenso de superstições e idolatria. A cidade estava repleta de ídolos em escala de mais ou menos valor e devoção, conforme os gostos. Mas era também, de facto, uma cidade da cultura desde há muito tempo atrás. Foi sede de grandes filósofos que ainda hoje fazem queimar as pestanas a muitos estudantes e professores, influenciaram e continuam a influenciar a humanidade. Sócrates, Platão, Aristóteles, Zenão, Epicuro e muitos outros fazem parte dessa rara estirpe. Em alguma medida, Atenas foi também o berço do conhecimento científico, da civilização ocidental e da democracia, uma cidade global, mesmo que no tempo de Paulo a sua influência já não fosse tão acentuada. Poder-se-á dizer que Paulo estava bem no centro da civilização clássica da Antiguidade, na milenar Atenas dedicada a Atena, a deusa da sabedoria. Chegado a Atenas, Paulo percorre a cidade e constata que, de facto, em Atenas, "é mais fácil encontrar um deus que um homem". Não podendo fazer vista grossa, agonia-se e chora por dentro, não sossega. Procura descobrir como entrar no coração daquela gente e daquele mundo para lhes anunciar a Boa-Nova de Jesus Cristo. Com calma, sem pressas, mas sem amolecer, tenta desenterrar a ponta por onde lhe haveria de pegar e a estratégia a implementar, tanto para falar à gente simples como aos mais ilustrados e influentes. Aos sábados, vai às sinagogas para falar a judeus e a prosélitos. Diariamente, na praça pública, fala e discute com quem lhe aparece, onde não faltam filósofos epicuristas e estoicos para trocar impressões com ele, não fossem os atenienses tão abertos a ouvir as últimas novidades que lá chegassem doutras paragens! Mas já com a pulga atrás da orelha, alguns troçavam: “Que quererá dizer este papagaio?”. E outros casquinavam: “Parece que é um pregoeiro de deuses estrangeiros”. Todos, porém, se manifestavam curiosos: “Poderemos saber que nova doutrina é essa que ensinas? O que nos dizes é muito estranho e gostaríamos de saber o que é que isso quer dizer”. Convidaram-no, então, para ir com eles e falar no Areópago, próximo da Acrópole. São lugares que ainda hoje, ao visitá-los, nos atiram com o pensamento para este tempo, nos fazem imaginar e admirar a força e as dificuldades sentidas por Paulo. Ali se reunia o grande Conselho da cidade-estado de Atenas, com fins culturais, políticos, judiciais e outros. Ao longo dos tempos, foi palco de grandes acontecimentos e decisões políticas que marcaram a história grega. E vai ser mesmo ali, bem no coração de tão importante cidade cosmopolita, que o Evangelho vai ser testemunhado às autoridades e aos mais altos representantes do mundo grego, com engenho e arte.
Ao falar a judeus, Paulo, como é evidente, citava-lhes as Escrituras. Aos atenienses, porém, Paulo, embora talvez lhe apetecesse gritar e desancar neles com vergasta de marmeleiro, ele faz, isso sim, um excelente exercício de inculturação, inteligente e de bom senso. Começa por lhes louvar a sua grande religiosidade e cita-lhes até filósofos e poetas gregos. Fala-lhes ao coração e mostra-se conhecedor da sua religiosidade e cultura. Para levar a água ao seu moinho, ele sabe fazê-lo com sabedoria e prudência, clara e habilidosamente, dirigindo-se mais à consciência dos presentes do que à sua curiosidade de espiões. Começa pelo facto de, ao andar pela cidade e ter visto tantos altares e deuses, até viu um altar dedicado “Ao Deus desconhecido”. E logo se apresenta como alguém capaz para lhes falar desse Deus desconhecido, desse Deus que eles veneram mas não conhecem, o Deus verdadeiro que dá a vida, o Deus que fez o mundo e tudo quanto nele existe. E citando-lhes de imediato um filósofo grego de pensamento afim, não demora em criticar a idolatria que aliena o homem. No entanto, para evitar comparações com os filósofos gregos, Paulo nunca menciona o nome de Jesus, mas toda a assembleia acaba, mesmo assim, por ficar concentrada em Cristo Jesus quando ele, Paulo, anuncia que Deus, um dia, há de julgar o mundo com justiça “por meio de um Homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos". Ao falar em ressurreição dos mortos, entornou-se o caldo, a paciência daquela gente esgotou-se, o discurso foi interrompido. A mensagem de Paulo, porém, – o kerygma -, não deixou ninguém indiferente. Uns troçaram, é certo, talvez contorcendo-se por aquilo que acabavam de ouvir e lhes abalava as suas certezas, outros acreditaram, outros queriam ouvir mais: «Ouvir-te-emos falar sobre isso ainda outra vez». 
Eis, então, o discurso que Paulo, de pé no meio do Areópago, lhes fez:
«Atenienses, vejo que sois, em tudo, os mais religiosos dos homens. Percorrendo a vossa cidade e examinando os vossos monumentos sagrados, até encontrei um altar com esta inscrição: ‘Ao Deus desconhecido.’ Pois bem! Aquele que venerais sem o conhecer é esse que eu vos anuncio. O Deus que criou o mundo e tudo quanto nele se encontra, Ele, que é o Senhor do Céu e da Terra, não habita em santuários construídos pela mão do homem, nem é servido por mãos humanas, como se precisasse de alguma coisa, Ele, que a todos dá a vida, a respiração e tudo mais. Fez, a partir de um só homem, todo o género humano, para habitar em toda a face da Terra; e fixou a sequência dos tempos e os limites para a sua habitação, a fim de que os homens procurem a Deus e se esforcem por encontrá-lo, mesmo tateando, embora não se encontre longe de cada um de nós. É nele, realmente, que vivemos, nos movemos e existimos, como também o disseram alguns dos vossos poetas: ‘Pois nós somos também da sua estirpe.’
Se nós somos da raça de Deus, não devemos pensar que a Divindade é semelhante ao ouro, à prata ou à pedra, trabalhados pela arte e engenho do homem. Sem ter em conta estes tempos de ignorância, Deus faz saber, agora, a todos os homens e em toda a parte, que todos têm de se arrepender, pois fixou um dia em que julgará o universo com justiça, por intermédio de um Homem, que designou, oferecendo a todos um motivo de crédito, com o facto de o ter ressuscitado de entre os mortos»
Ao ouvirem falar da ressurreição dos mortos, uns começaram a troçar, enquanto outros disseram: «Ouvir-te-emos falar sobre isso ainda outra vez.» Foi assim que Paulo saiu do meio deles. Alguns dos homens, no entanto, concordaram com ele e abraçaram a fé, entre os quais Dionísio, o areopagita, e também uma mulher de nome Dâmaris e outros com eles. Depois disso, Paulo afastou-se de Atenas e foi para Corinto” (At 17).

Antonino Dias

Portalegre, 06-04-2018.






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