sexta-feira, 20 de abril de 2018





PARÓQUIAS DE NISA



Sábado, 21 de abril de 2018










Sábado da III semana de Páscoa








SÁBADO da semana III (de manhã)

S. Anselmo, bispo e doutor da Igreja – MF
Branco – Ofício da féria ou da memória.
Missa da féria ou da memória, pf. pascal.


L 1 Act 9, 31-42; Sal 115 (116), 12-13. 14-15. 16-17
Ev Jo 6, 60-69


* I Vésp. do domingo – Compl. dep. I Vésp. dom.



MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA Col 2, 12
Com Cristo fostes sepultados no Batismo
e também com Ele fostes ressuscitados pela fé no poder de Deus que O ressuscitou dos mortos. Aleluia.

ORAÇÃO
Senhor nosso Deus, que renovais nas águas do Batismo os que acreditam em Vós, protegei os que renasceram em Cristo, para que, vencendo todos os ataques do mal, conservem fielmente os dons da vossa graça. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Atos 9, 31-42
«A Igreja crescia na consolação do Espírito Santo»


Leitura dos Atos dos Apóstolos

Naqueles dias, a Igreja gozava de paz, por toda a Judeia, Galileia e Samaria, consolidava-se e caminhava no temor do Senhor e crescia na consolação do Espírito Santo. Pedro, que percorria todas essas regiões, desceu também até junto dos fiéis que habitavam em Lida. Encontrou lá, prostrado numa enxerga havia oito anos, um homem chamado Eneias, que era paralítico. Disse-lhe Pedro: «Eneias, Jesus Cristo vai curar-te. Levanta-te e compõe a tua enxerga». E ele pôs-se logo de pé. Todos os habitantes de Lida e de Saron o viram e se converteram ao Senhor. Havia em Jope, entre os discípulos, uma senhora crente chamada Tabita, que quer dizer «Gazela». Era rica em boas obras e esmolas que fazia. Nesses dias caiu doente e morreu. Depois de a terem lavado, depositaram-na na sala superior. Como Lida era perto de Jope e os discípulos ouviram dizer que Pedro estava lá, enviaram-lhe dois homens com este pedido: «Vem depressa ter connosco». Pedro partiu imediatamente com eles. Quando chegou, levaram-no à sala superior e apresentaram-se todas as viúvas, chorando e mostrando as túnicas e mantos feitos por Gazela, enquanto estava ainda com elas. Pedro mandou sair toda a gente, pôs-se de joelhos e orou. Depois voltou-se para a defunta e disse: «Tabita, levanta-te». Ela abriu os olhos e, ao ver Pedro, sentou-se. Pedro estendeu-lhe a mão e levantou-a e, chamando os fiéis e as viúvas, apresentou-lha viva. Isto soube-se em toda a cidade de Jope e muitos acreditaram no Senhor.

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Sal. 115 (116), 12-13.14-15.16-17 (R. cf. 12 ou Aleluia)
Refrão: Bendito seja o Senhor
por tudo quanto fez por mim. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se

Como agradecerei ao Senhor
tudo quanto Ele me deu?
Elevarei o cálice da salvação,
invocando o nome do Senhor. Refrão

Cumprirei as minhas promessas ao Senhor
na presença de todo o povo.
É preciosa aos olhos do Senhor
a morte dos seus fiéis. Refrão

Senhor, sou vosso servo, filho da vossa serva:
quebrastes as minhas cadeias.
Oferecer-Vos-ei um sacrifício de louvor,
invocando, Senhor, o vosso nome. Refrão


ALELUIA cf. Jo 6, 63c.68c
Refrão Aleluia. Repete-se

As vossas palavras, Senhor, são espírito e vida:
Vós tendes palavras de vida eterna. Refrão


EVANGELHO Jo 6, 60-69
«Para quem iremos, Senhor?
Tu tens palavras de vida eterna»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo, muitos discípulos, ao ouvirem Jesus, disseram: «Estas palavras são duras. Quem pode escutá-las?». Jesus, conhecendo interiormente que os discípulos murmuravam por causa disso, perguntou-lhes: «Isto escandaliza-vos? E se virdes o Filho do homem subir para onde estava anteriormente? O espírito é que dá vida, a carne não serve de nada. As palavras que Eu vos disse são espírito e vida. Mas, entre vós, há alguns que não acreditam». Na verdade, Jesus bem sabia, desde o início, quais eram os que não acreditavam e quem era aquele que O havia de entregar. E acrescentou: «Por isso é que vos disse: Ninguém pode vir a Mim, se não lhe for concedido por meu Pai». A partir de então, muitos dos discípulos afastaram-se e já não andavam com Ele. Jesus disse aos Doze: «Também vós quereis ir embora?» Respondeu-Lhe Simão Pedro: «Para quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós acreditamos e sabemos que Tu és o Santo de Deus».

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Acolhei benignamente, Senhor, os dons da vossa família e concedei-lhe o auxílio da vossa proteção, para que não perca as graças recebidas e alcance os bens eternos. Por Nosso Senhor.

Prefácio pascal


ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Jo 17, 20-21
Pai santo,
Eu rogo por aqueles que hão de acreditar em Mim,
para que sejam em Nós confirmados na unidade
e o mundo acredite que Tu Me enviaste. Aleluia.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Guardai sempre, Senhor, com paternal bondade o povo que salvastes, para que se alegrem com a ressurreição do vosso Filho aqueles que foram redimidos pela sua paixão. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo
.







 «Os sábios crescem na sabedoria mas boca do insensato preanuncia desgraça».


LIVRO DOS PROVÉRBIOS, 10,14




MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA

3.Leitura:  Lê, respeita, situa o que lês 
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.


LEITURAS: Atos 9, 31-42: A Igreja não é uma ideia abstrata, nem uma realidade invisível; a Igreja é a comunidade dos que creem no Senhor Jesus, e está em cada lugar onde esta comunidade se encontrar, mas sempre na comunhão universal da mesma fé, da mesma esperança e do mesmo amor. Por isso, Pedro, cabeça visível do Colégio dos Apóstolos, começa a percorrer as várias comunidades locais; e em todas se faz sentir a presença do Espírito Santo e a força da ressurreição..

EVANGELHO Jo 6, 60-69: A passagem da ordem material, como a que foi possível experimentar na refeição servida por Jesus, mesmo recorrendo à multiplicação maravilhosa dos pães e dos peixes, para a ordem do Espírito, como aquela de que Jesus falava quando Se apresentou como o Pão da vida, pareceu coisa muito dura aos seus ouvintes. O homem carnal dificilmente sobe à esfera espiritual. No entanto, as palavras de Jesus são reveladoras de realidades divinas, que só o Espírito pode fazer compreender. A religião cristã é mais do que uma doutrina ou uma moral ou uma prática ritual; é a experiência de um mistério, só acessível à fé pela ação do Espírito de Deus. O Tempo Pascal é o Tempo privilegiado desta experiência.
  
ORAÇÃO: Senhor, concede-nos que amemos sempre a Vida.





AGENDA

14.00 horas: Funeral em Nisa – Mártir e Santo
15.00 horas: Missa no Pardo
15.00 horas: Batismo em Nisa – Nossa Senhora da Graça
16.00 horas: Ordenação presbiteral em Portalegre
17.00 horas: Missa em Arez
18.00 horas: Missa ma Igreja do Espírito Santo em Nisa.




PALAVRA DO PASTOR

E BASTAVA UM EMPURRÃOZINHO!...

Torno presente uma história que, tal como outrora, pode acontecer ainda hoje com qualquer um de nós se a indiferença para com os outros nos dominar e paralisar.
A noroeste de Jerusalém havia uma piscina cuja existência é hoje confirmada pela arqueologia. As suas águas agitavam-se de tempos a tempos. Alguns estudiosos aventam a hipótese de que esse rebuliço das águas talvez se devesse a uma corrente de água que, de vez em quando, alimentaria a piscina, ou então a uma fonte intermitente. São hipóteses, embora, como é evidente, alguma explicação tivesse de ter. O povo acreditava que, depois dessa agitação da água, ela tinha poderes milagrosos, poderes de cura. Mas a crença popular ia mais longe. Afirmava que esse remexer das águas se devia a um anjo que, de quando em vez, se dava a esses preciosos afazeres, agitava as águas. Talvez que esta crença tenha a sua origem em tempos do profeta Ezequiel. Ele fala duma água que corre do Santuário, do Templo, uma água abundante, que dá vida, cura, é o símbolo do poder de Deus no meio do Seu povo (cf. Ezeq 47,1-12). São João, na passagem do Evangelho que já iremos ler, evoca essa crença. No livro do Apocalipse retoma essa ideia para dizer que a nova humanidade recebe a vida de Deus, do Seu Espírito, rio de Água Viva (cf. Ap 22, 1-5).
Mas voltemos à piscina, mesmo sem traje nem toalha nem sol. Porque as doenças sempre fizeram parte da vida e a vida sempre se desejou saudável e sem sofrimento, nessa piscina amontoavam-se doentes de toda a espécie de achaques, aguardando o tal agitar das águas. O primeiro a nelas mergulhar ficaria curado, assim se acreditava.
Ora, por ocasião de uma das festas dos judeus, Jesus subiu a Jerusalém e esteve junto dessa piscina. Dêmos a palavra a São João e apreciemos como ele descreve a cena:
“Houve uma festa judaica e Jesus foi a Jerusalém. Em Jerusalém, junto da porta das ovelhas, existe uma piscina rodeada por cinco corredores cobertos. Em hebraico, a piscina chama-se Betesda. Muitos doentes ficavam ali deitados: eram cegos, coxos e paralíticos, à espera que a água se movesse, porque um anjo do Senhor descia de vez em quando e agitava a água da piscina. O primeiro doente que entrasse na piscina, depois de a água ser agitada, ficava curado de qualquer doença que tivesse. Encontrava-se lá um homem que estava doente havia trinta e oito anos. Jesus viu o homem deitado e soube que estava doente há tanto tempo. Então perguntou-lhe: “Queres ficar curado?”. O doente respondeu: “Senhor, não tenho ninguém que me lance na piscina quando a água começa a agitar-se. Quando lá chego, já outro entrou na minha frente”. Jesus disse: “Levanta-te, toma a tua cama e anda”. No mesmo instante, o homem ficou curado, tomou a sua cama e começou a andar” (Jo 5, 1-18).
O texto de São João continua a falar-nos do imbróglio que se seguiu por causa de Jesus ter feito isto ao sábado. Fiquemos, porém, por aqui e imaginemos só este pobre coitado!... Trinta e oito anos à espera duma alma caridosa que o ajudasse. E bastava um simples empurrão para a água, um pequenino impulso! Ele estava mesmo mesmo mesmo ali à beirinha da piscina. Mas ninguém apareceu para o ajudar, ninguém! Trinta e oito anos, Santo Deus!... Certamente que é um número simbólico e tem também sentido simbólico. Talvez queira recordar os trinta e oito anos de esperança desesperada que o povo de Israel teve de viver enquanto atravessava de Cades Barne até ao outro lado do rio Zared, onde assumiria a terra prometida (cf. Deut 2, 14). O paralítico também estava ali, numa longa peregrinação em busca da cura e de sentido para a sua vida, há trinta e oito anos!... E pensarmos nós que bastaria mesmo um leve empurrãozinho para que isso acontecesse!...
Mas eis que surge o inesperado, um desconhecido, Jesus. O paralítico não conhecia Jesus e é Jesus quem o provoca, quem toma a iniciativa, quem vai ao seu encontro e lhe pergunta se quer ser curado. O paralítico com certeza que ficou surpreendido com o teor da pergunta. Não era coisa que se perguntasse, até porque ele estava ali para isso, para ser curado. E acabou por não dizer se queria ou não ser curado. Queixou-se, isso sim, por não ter ninguém que o ajudasse a tempo e horas…Jesus, porém, curou-o e ele começou a andar.
Constata-se hoje, que, não poucos, fiados em fantasias e conversas vãs, também procuram sentido para a vida em variadíssimas piscinas, mas tantas delas de água turba. E o que é mais sintomático é que encontram sempre alguém que os estimula, acompanha e ajuda a espraiarem-se nessas águas inquinadas, insalubres, águas que arruínam, destroem e matam. Tanto sofrimento debaixo de tantos telhados devido à droga, ao álcool, à marginalização, à infidelidade, ao descarte, à violência e quejandos de turma…
No entanto, mesmo junto dessas situações, Jesus, fonte de água viva, faz-se encontrado, continua a perguntar se queremos ser curados e a propor-se como o caminho a verdade e a vida. Desconhecido para muita gente, Ele continua a Sua ação salvadora mas confiou aos Seus discípulos a sublime missão de O apresentar e O dar a conhecer a todos e em toda a parte para que em toda a parte e todos se possam lançar nesta feliz aventura de O seguir, curados, livres e saudáveis mesmo que no meio do sofrimento que a vida a todos possa oferecer.
O Papa Francisco lembra que “há uma forma de pregação que nos compete a todos como tarefa diária: é cada um levar o Evangelho às pessoas com quem se encontra, tanto aos mais íntimos como aos desconhecidos. É a pregação informal que se pode realizar durante uma conversa, e é também a que realiza um missionário quando visita um lar. Ser discípulo significa ter a disposição permanente de levar aos outros o amor de Jesus; e isto sucede espontaneamente em qualquer lugar: na rua, na praça, no trabalho, num caminho” (EG127).
Isto, porém, só acontecerá se, primeiro, cada um se deixar tocar por Jesus, se se deixar tocar pela Sua Palavra, traduzindo-a em atitudes concretas na vida. Sem isso, não haverá entusiasmo nem alegria nem vontade de aceitar o mandato do Senhor de ir e ensinar, com alegria e entusiasmo. Mas todos, na verdade, todos somos corresponsáveis na transformação da sociedade. Cada um, a seu modo e nas circunstâncias próprias da sua vida, está convidado e mandatado para fazer penetrar os valores cristãos no mundo social, politico, económico e cultural, ajudando a modificar pela força do Evangelho os valores que contam e os modelos de vida que libertam e salvam. E há sempre alguém, mesmo mesmo à beirinha da piscina (ou não!...), à espera de ajuda para que possa mudar de situação e caminhar pelos seus próprios pés, com alegria e esperança, no seguimento de Jesus, fonte de água viva. Tanta gente desiludida, desanimada e triste que em vez de perceber uma mão estendida de alguém para a ajudar a levantar-se e a caminhar, parece mas é que sente a algazarra de todos a saltar-lhe para cima da cabeça para a empurrar ainda mais para baixo. Não é humano, muito menos cristão.
Jesus classificou como Seus amigos aqueles que fazem o que Ele manda, e o que Ele nos manda é que nos amemos uns aos outros como Ele nos amou. E enviou-nos em Seu nome, prometendo estar sempre connosco até ao fim dos tempos. Dar Cristo a conhecer aos outros é uma importante forma de os amar e ajudar. Que ninguém espere tanto tempo! Quem espera desespera!

Antonino Dias

Portalegre, 13-04-2018.









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