quarta-feira, 18 de abril de 2018





PARÓQUIAS DE NISA



Quinta, 19 de abril de 2018










Quinta-feira da III semana de Páscoa








QUINTA-FEIRA da semana III

Branco – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. pascal.

L 1 Act 8, 26-40; Sal 65 (66), 8-9. 16-17. 20
Ev Jo 6, 44-51

MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA Ex 15, 1-2
Cantemos ao Senhor, que fez brilhar a sua glória.
O Senhor é a minha força e a minha alegria.
Ele é o meu Salvador. Aleluia.


ORAÇÃO
Deus eterno e omnipotente, que, neste tempo pascal, nos fizestes conhecer mais profundamente a grandeza do vosso amor, aumentai em nós os dons da vossa graça, a fim de que, libertos das trevas do pecado, possamos aderir mais firmemente à vossa palavra de vida eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Atos 8, 26-40
«Ali está água. Que me impede de ser batizado?»


Leitura dos Atos dos Apóstolos

Naqueles dias, o Anjo do Senhor disse a Filipe: «Levanta-te e dirige-te para o sul, pelo caminho deserto que vai de Jerusalém para Gaza». Filipe partiu e dirigiu-se para lá. Quando ia a caminho, encontrou-se com um eunuco etíope, que era alto funcionário de Candace, rainha da Etiópia, e administrador geral do seu tesouro. Tinha ido a Jerusalém para adorar a Deus e regressava ao seu país, sentado no seu carro, a ler o livro do profeta Isaías. O Espírito de Deus disse a Filipe: «Aproxima-te e acompanha esse carro». Filipe aproximou-se do carro e, ouvindo o etíope a ler o profeta Isaías, perguntou-lhe: «Entendes, porventura, o que estás a ler?». Ele respondeu: «Como é que eu posso entender sem ninguém me explicar?» Convidou então Filipe a subir para o carro e a sentar-se junto dele. A passagem da Escritura que ele ia a ler era a seguinte: «Como cordeiro levado ao matadouro, como ovelha muda ante aqueles que a tosquiam, ele não abriu a boca. Foi humilhado e não se lhe fez justiça. Quem poderá falar da sua descendência? Porque a sua vida desapareceu da terra». O eunuco perguntou a Filipe: «Diz-me, por favor: de quem é que o profeta está a falar? De si próprio ou de outro?». Então Filipe tomou a palavra e, a partir daquela passagem da Escritura, anunciou-lhe Jesus. Ao passar por um lugar onde havia água, o eunuco exclamou: «Ali está água. Que me impede de ser baptizado?». Mandou parar o carro, desceram ambos à água e Filipe baptizou-o. Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou Filipe e o eunuco deixou de o ver. Mas continuou o seu caminho cheio de alegria. Filipe encontrou-se em Azoto e foi anunciando a boa nova a todas as cidades por onde passava, até que chegou a Cesareia.

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 65 (66), 8-9.16-17.20 (R. 1)
Refrão: A terra inteira aclame o Senhor. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se

Povos da terra, bendizei o nosso Deus,
fazei ressoar os seus louvores.
Foi Ele quem conservou a nossa vida
e não deixou que nossos pés vacilassem. Refrão

Todos os que temeis a Deus, vinde e ouvi,
vou narrar-vos quanto Ele fez por mim.
Meus lábios O invocaram
e minha língua O louvou. Refrão

Bendito seja Deus que não rejeitou a minha prece,
nem me retirou a sua misericórdia. Refrão

ALELUIA Jo 6, 51
Refrão: Aleluia Repete-se
Eu sou o pão vivo descido do Céu, diz o Senhor.
Quem comer deste pão viverá eternamente. Refrão


EVANGELHO Jo 6, 44-51
«Eu sou o pão vivo que desce do Céu»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «Ninguém pode vir a Mim, se o Pai, que Me enviou, não o trouxer; e Eu ressuscitá-lo-ei no último dia. Está escrito no livro dos Profetas: ‘Serão todos instruídos por Deus’. Todo aquele que ouve o Pai e recebe o seu ensino vem a Mim. Não porque alguém tenha visto o Pai; só Aquele que vem de junto de Deus viu o Pai. Em verdade, em verdade vos digo: Quem acredita tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida. No deserto, os vossos pais comeram o maná e morreram. Mas este pão é o que desce do Céu, para que não morra quem dele comer. Eu sou o pão vivo que desceu do Céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que Eu hei de dar é a minha carne que Eu darei pela vida do mundo».

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Senhor nosso Deus, que, pela admirável permuta de dons neste sacrifício, nos fazeis participar na comunhão convosco, único e sumo bem, concedei-nos que, conhecendo a vossa verdade, dêmos testemunho dela na prática das boas obras. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Prefácio pascal


ANTÍFONA DA COMUNHÃO 2 Cor 5, 15
Cristo morreu por todos os homens,
para que já não vivam para si mesmos,
mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou. Aleluia.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Protegei, Senhor, o vosso povo que saciastes nestes divinos mistérios e fazei-nos passar da antiga condição do pecado à vida nova da graça. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.







 «Para mim seria preferível viver sem pele do que sem a devoção a Maria».


João de Ávila




MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA

3.Leitura:  Lê, respeita, situa o que lês 
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.


LEITURAS: Atos 8, 26-40: O peregrino de Jerusalém, que regressa agora à sua terra, a Etiópia, e no caminho encontra Filipe e é por ele evangelizado, é uma das primeiras pessoas de origem estranha ao antigo povo de Deus a receber o batismo de Jesus. O batismo aparece aqui profundamente ligado à fé e esta tem como tema central Jesus Cristo, o Servo sofredor, que dá a vida para salvação dos homens. É esta a fé de todo o que é batizado.

Jo 6, 44-51 :A compreensão dos dons de Deus é já, por si, grande dom de Deus. É o Pai quem atrai os homens para o Filho, como é pelo Filho que o Pai nos dá a vida. De novo, Jesus Se contrapõe ao maná que caiu do Céu no tempo de Moisés. O verdadeiro Pão do Céu é Ele próprio, que na Eucaristia Se torna o alimento do seu povo. Na Cruz, Ele deu a vida por nós; na Eucaristia, dá-nos o sacramento da sua passagem da morte à vida, e assim, pela Eucaristia, Ela faz chegar até nós essa mesma vida.
  
ORAÇÃO: Senhor, concede-nos que amemos sempre a Vida.





AGENDA

16.00 horas: Missa na Santa Casa de Nisa
18.00 horas: Missa na igreja do Espírito Santo
21.00 horas: Adoração ao Santíssimo, seguido de ensaio de canto.




PALAVRA DO PASTOR

E BASTAVA UM EMPURRÃOZINHO!...

Torno presente uma história que, tal como outrora, pode acontecer ainda hoje com qualquer um de nós se a indiferença para com os outros nos dominar e paralisar.
A noroeste de Jerusalém havia uma piscina cuja existência é hoje confirmada pela arqueologia. As suas águas agitavam-se de tempos a tempos. Alguns estudiosos aventam a hipótese de que esse rebuliço das águas talvez se devesse a uma corrente de água que, de vez em quando, alimentaria a piscina, ou então a uma fonte intermitente. São hipóteses, embora, como é evidente, alguma explicação tivesse de ter. O povo acreditava que, depois dessa agitação da água, ela tinha poderes milagrosos, poderes de cura. Mas a crença popular ia mais longe. Afirmava que esse remexer das águas se devia a um anjo que, de quando em vez, se dava a esses preciosos afazeres, agitava as águas. Talvez que esta crença tenha a sua origem em tempos do profeta Ezequiel. Ele fala duma água que corre do Santuário, do Templo, uma água abundante, que dá vida, cura, é o símbolo do poder de Deus no meio do Seu povo (cf. Ezeq 47,1-12). São João, na passagem do Evangelho que já iremos ler, evoca essa crença. No livro do Apocalipse retoma essa ideia para dizer que a nova humanidade recebe a vida de Deus, do Seu Espírito, rio de Água Viva (cf. Ap 22, 1-5).
Mas voltemos à piscina, mesmo sem traje nem toalha nem sol. Porque as doenças sempre fizeram parte da vida e a vida sempre se desejou saudável e sem sofrimento, nessa piscina amontoavam-se doentes de toda a espécie de achaques, aguardando o tal agitar das águas. O primeiro a nelas mergulhar ficaria curado, assim se acreditava.
Ora, por ocasião de uma das festas dos judeus, Jesus subiu a Jerusalém e esteve junto dessa piscina. Dêmos a palavra a São João e apreciemos como ele descreve a cena:
“Houve uma festa judaica e Jesus foi a Jerusalém. Em Jerusalém, junto da porta das ovelhas, existe uma piscina rodeada por cinco corredores cobertos. Em hebraico, a piscina chama-se Betesda. Muitos doentes ficavam ali deitados: eram cegos, coxos e paralíticos, à espera que a água se movesse, porque um anjo do Senhor descia de vez em quando e agitava a água da piscina. O primeiro doente que entrasse na piscina, depois de a água ser agitada, ficava curado de qualquer doença que tivesse. Encontrava-se lá um homem que estava doente havia trinta e oito anos. Jesus viu o homem deitado e soube que estava doente há tanto tempo. Então perguntou-lhe: “Queres ficar curado?”. O doente respondeu: “Senhor, não tenho ninguém que me lance na piscina quando a água começa a agitar-se. Quando lá chego, já outro entrou na minha frente”. Jesus disse: “Levanta-te, toma a tua cama e anda”. No mesmo instante, o homem ficou curado, tomou a sua cama e começou a andar” (Jo 5, 1-18).
O texto de São João continua a falar-nos do imbróglio que se seguiu por causa de Jesus ter feito isto ao sábado. Fiquemos, porém, por aqui e imaginemos só este pobre coitado!... Trinta e oito anos à espera duma alma caridosa que o ajudasse. E bastava um simples empurrão para a água, um pequenino impulso! Ele estava mesmo mesmo mesmo ali à beirinha da piscina. Mas ninguém apareceu para o ajudar, ninguém! Trinta e oito anos, Santo Deus!... Certamente que é um número simbólico e tem também sentido simbólico. Talvez queira recordar os trinta e oito anos de esperança desesperada que o povo de Israel teve de viver enquanto atravessava de Cades Barne até ao outro lado do rio Zared, onde assumiria a terra prometida (cf. Deut 2, 14). O paralítico também estava ali, numa longa peregrinação em busca da cura e de sentido para a sua vida, há trinta e oito anos!... E pensarmos nós que bastaria mesmo um leve empurrãozinho para que isso acontecesse!...
Mas eis que surge o inesperado, um desconhecido, Jesus. O paralítico não conhecia Jesus e é Jesus quem o provoca, quem toma a iniciativa, quem vai ao seu encontro e lhe pergunta se quer ser curado. O paralítico com certeza que ficou surpreendido com o teor da pergunta. Não era coisa que se perguntasse, até porque ele estava ali para isso, para ser curado. E acabou por não dizer se queria ou não ser curado. Queixou-se, isso sim, por não ter ninguém que o ajudasse a tempo e horas…Jesus, porém, curou-o e ele começou a andar.
Constata-se hoje, que, não poucos, fiados em fantasias e conversas vãs, também procuram sentido para a vida em variadíssimas piscinas, mas tantas delas de água turba. E o que é mais sintomático é que encontram sempre alguém que os estimula, acompanha e ajuda a espraiarem-se nessas águas inquinadas, insalubres, águas que arruínam, destroem e matam. Tanto sofrimento debaixo de tantos telhados devido à droga, ao álcool, à marginalização, à infidelidade, ao descarte, à violência e quejandos de turma…
No entanto, mesmo junto dessas situações, Jesus, fonte de água viva, faz-se encontrado, continua a perguntar se queremos ser curados e a propor-se como o caminho a verdade e a vida. Desconhecido para muita gente, Ele continua a Sua ação salvadora mas confiou aos Seus discípulos a sublime missão de O apresentar e O dar a conhecer a todos e em toda a parte para que em toda a parte e todos se possam lançar nesta feliz aventura de O seguir, curados, livres e saudáveis mesmo que no meio do sofrimento que a vida a todos possa oferecer.
O Papa Francisco lembra que “há uma forma de pregação que nos compete a todos como tarefa diária: é cada um levar o Evangelho às pessoas com quem se encontra, tanto aos mais íntimos como aos desconhecidos. É a pregação informal que se pode realizar durante uma conversa, e é também a que realiza um missionário quando visita um lar. Ser discípulo significa ter a disposição permanente de levar aos outros o amor de Jesus; e isto sucede espontaneamente em qualquer lugar: na rua, na praça, no trabalho, num caminho” (EG127).
Isto, porém, só acontecerá se, primeiro, cada um se deixar tocar por Jesus, se se deixar tocar pela Sua Palavra, traduzindo-a em atitudes concretas na vida. Sem isso, não haverá entusiasmo nem alegria nem vontade de aceitar o mandato do Senhor de ir e ensinar, com alegria e entusiasmo. Mas todos, na verdade, todos somos corresponsáveis na transformação da sociedade. Cada um, a seu modo e nas circunstâncias próprias da sua vida, está convidado e mandatado para fazer penetrar os valores cristãos no mundo social, politico, económico e cultural, ajudando a modificar pela força do Evangelho os valores que contam e os modelos de vida que libertam e salvam. E há sempre alguém, mesmo mesmo à beirinha da piscina (ou não!...), à espera de ajuda para que possa mudar de situação e caminhar pelos seus próprios pés, com alegria e esperança, no seguimento de Jesus, fonte de água viva. Tanta gente desiludida, desanimada e triste que em vez de perceber uma mão estendida de alguém para a ajudar a levantar-se e a caminhar, parece mas é que sente a algazarra de todos a saltar-lhe para cima da cabeça para a empurrar ainda mais para baixo. Não é humano, muito menos cristão.
Jesus classificou como Seus amigos aqueles que fazem o que Ele manda, e o que Ele nos manda é que nos amemos uns aos outros como Ele nos amou. E enviou-nos em Seu nome, prometendo estar sempre connosco até ao fim dos tempos. Dar Cristo a conhecer aos outros é uma importante forma de os amar e ajudar. Que ninguém espere tanto tempo! Quem espera desespera!

Antonino Dias

Portalegre, 13-04-2018.







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