PARÓQUIAS DE NISA
Quarta, 07 de fevereiro de 2018
Quarta da V semana do tempo comum
QUARTA-FEIRA
da semana V
Cinco Chagas do Senhor
– FESTA
Vermelho – Ofício da festa. Te Deum.
Missa própria, Glória, pf. da Cruz.
L 1 Is 53, 1-10; Sal 21 (22), 7-8. 15. 17-18a. 22-23
Ev Jo 19, 28-37 ou Jo 20, 24-29
* Proibidas as Missas de defuntos, excepto a exequial.
Vermelho – Ofício da festa. Te Deum.
Missa própria, Glória, pf. da Cruz.
L 1 Is 53, 1-10; Sal 21 (22), 7-8. 15. 17-18a. 22-23
Ev Jo 19, 28-37 ou Jo 20, 24-29
* Proibidas as Missas de defuntos, excepto a exequial.
AS CINCO CHAGAS DO
SENHOR
Nota
Histórica:
O culto das Cinco Chagas do Senhor,
isto é, as feridas que Cristo recebeu na cruz e manifestou aos Apóstolos depois
da ressurreição, foi sempre uma devoção muito viva entre os portugueses, desde
os começos da nacionalidade. São disso testemunho a literatura religiosa e a
onomástica referente a pessoas e instituições. Os Lusíadas sintetizam (I, 7) o
simbolismo que tradicionalmente relaciona as armas da bandeira nacional com as
Chagas de Cristo. Assim, os Romanos Pontífices, a partir de Bento XIV,
concederam para Portugal uma festa particular, que ultimamente veio a ser
fixada neste dia.
Missa
ANTÍFONA
DE ENTRADA Is 53, 5
Cristo foi trespassado por causa das nossas culpas
e esmagado por causa das nossas iniquidades.
Pelas suas Chagas fomos curados.
Diz-se o Glória.
ORAÇÃO
Deus de infinita misericórdia,
que por meio do vosso Filho Unigénito, pregado na cruz, quisestes salvar todos os homens,
concedei-nos que, venerando na terra as suas santas Chagas, mereçamos gozar no Céu o fruto redentor do seu Sangue.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Is 53, 1-10
Foi trespassado por causa das nossas culpas»
(Quarto cântico do servo do Senhor)
Leitura do Livro de Isaías
Cristo foi trespassado por causa das nossas culpas
e esmagado por causa das nossas iniquidades.
Pelas suas Chagas fomos curados.
Diz-se o Glória.
ORAÇÃO
Deus de infinita misericórdia,
que por meio do vosso Filho Unigénito, pregado na cruz, quisestes salvar todos os homens,
concedei-nos que, venerando na terra as suas santas Chagas, mereçamos gozar no Céu o fruto redentor do seu Sangue.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Is 53, 1-10
Foi trespassado por causa das nossas culpas»
(Quarto cântico do servo do Senhor)
Leitura do Livro de Isaías
Quem acreditou no que ouvimos dizer?
A quem se revelou o braço do Senhor?
O meu servo cresceu diante do Senhor como um rebento,
como raiz numa terra árida,
sem distinção nem beleza para atrair o nosso olhar
nem aspecto agradável que possa cativar-nos.
Desprezado e repelido pelos homens,
homem de dores, acostumado ao sofrimento,
era como aquele de quem se desvia o rosto,
pessoa desprezível e sem valor para nós.
Ele suportou as nossas enfermidades
e tomou sobre si as nossas dores.
Mas nós víamos nele um homem castigado,
ferido por Deus e humilhado.
Ele foi trespassado por causa das nossas culpas
e esmagado por causa das nossas iniquidades.
Caiu sobre ele o castigo que nos salva:
pelas suas chagas fomos curados.
Todos nós, como ovelhas, andávamos errantes,
cada qual seguia o seu caminho.
E o Senhor fez cair sobre ele as faltas de todos nós.
Maltratado, humilhou-se voluntariamente
e não abriu a boca.
Como cordeiro levado ao matadouro,
como ovelha muda ante aqueles que a tosquiam,
ele não abriu a boca.
Foi eliminado por sentença iníqua,
mas, quem se preocupa com a sua sorte?
Foi arrancado da terra dos vivos
e ferido de morte pelos pecados do seu povo.
Foi-lhe dada sepultura entre os ímpios
e um túmulo no meio de malfeitores,
embora não tivesse cometido injustiça
nem se tivesse encontrado mentira na sua boca.
Aprouve ao Senhor esmagá-lo pelo sofrimento.
Mas se oferecer a sua vida como sacrifício de expiação,
terá uma descendência duradoira,
viverá longos dias
e a obra do Senhor prosperará em suas mãos.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 21 (22), 7-8.15.17-18a.22-23 (R. 18ab)
Refrão:Trespassaram as minhas mãos e os meus pés,
posso contar todos os meus ossos.
Eu sou um verme e não um homem,
o opróbrio dos homens e o desprezo da plebe.
Todos os que me vêem escarnecem de mim,
estendem os lábios e meneiam a cabeça.
Sou como água derramada,
desconjuntam-se todos os meus ossos.
O meu coração tornou-se como cera
e derreteu-se dentro do meu peito.
Matilhas de cães me rodearam,
cercou-me um bando de malfeitores.
Trespassaram as minhas mãos e os os meus pés,
posso contar todos os meus ossos.
Salvai-me das fauces do leão
e dos chifres dos búfalos livrai este infeliz.
Hei-de falar do vosso nome aos meus irmãos,
hei-de louvar-Vos no meio da assembleia.
ALELUIA Jo 19, 34
Refrão: Aleluia. Repete-se
Um dos soldados trespassou o lado do Senhor
e logo saiu sangue e água. Refrão
Em vez deste Evangelho, pode utilizar-se o que se lhe segue.
EVANGELHO Jo 19, 28-37
«Hão-de olhar para Aquele que trespassaram»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo,
sabendo que tudo estava consumado
e para que se cumprisse a Escritura,
Jesus disse:
«Tenho sede».
Estava ali um vaso cheio de vinagre.
Prenderam a uma vara uma esponja embebida em vinagre
e levaram-Lha à boca.
Quando Jesus tomou o vinagre, exclamou:
«Tudo está consumado».
E, inclinando a cabeça, expirou.
Por ser a Preparação da Páscoa,
e para que os corpos não ficassem na cruz durante o sábado
– era um grande dia aquele sábado –
os judeus pediram a Pilatos
que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados.
Os soldados vieram e quebraram as pernas ao primeiro,
depois ao outro que tinha sido crucificado com ele.
Ao chegarem a Jesus, vendo-O já morto,
não Lhe quebraram as pernas,
mas um dos soldados trespassou-Lhe o lado com uma lança,
e logo saiu sangue e água.
Aquele que viu é que dá testemunho
e o seu testemunho é verdadeiro.
Ele sabe que diz a verdade,
para que também vós acrediteis.
Assim aconteceu para se cumprir a Escritura, que diz:
«Nenhum osso lhe será quebrado».
Diz ainda outra passagem da Escritura:
«Hão de olhar para Aquele que trespassaram».
Palavra da salvação.
Em vez do Evangelho precedente, pode ler-se o seguinte:
EVANGELHO Jo 20, 24-29
«Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos;
aproxima a tua mão e mete-a no meu lado»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo,
Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo,
não estava com eles quando veio Jesus.
Disseram-lhe os outros discípulos:
«Vimos o Senhor».
Mas ele respondeu-lhes:
«Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos,
se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado,
não acreditarei».
Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa
e Tomé com eles.
Veio Jesus, estando as portas fechadas,
apresentou-Se no meio deles e disse:
«A paz esteja convosco».
Depois disse a Tomé:
«Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos;
aproxima a tua mão e mete-a no meu lado;
e não sejas incrédulo, mas crente».
Tomé respondeu-Lhe:
«Meu Senhor e meu Deus!».
Disse-lhe Jesus:
«Porque Me viste acreditaste:
felizes os que acreditam sem terem visto».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Recebei, Senhor, os dons que trazemos ao vosso altar
e fazei que, unidos a Jesus, mediador da nova aliança,
renovemos nestes santos mistérios
a aspersão redentora do seu Sangue
que brota das suas santas Chagas.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
PREFÁCIO As santas Chagas de Cristo na cruz
V. O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
V. Corações ao alto.
R. O nosso coração está em Deus.
V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus.
R. É nosso dever, é nossa salvação.
Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente,
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças, sempre e em toda a parte,
por Cristo nosso Senhor.
Ele foi trespassado por causa das nossas culpas
e suportou as nossas enfermidades em seu Corpo,
sobre o madeiro da cruz,
para que, mortos para o pecado,
vivamos, pelo seu Sangue, para a justiça e santidade
e, fortalecidos na fé,
enraizados na caridade,
firmes na esperança,
alcancemos a herança da vida eterna.
Por isso, com os Anjos e os Santos,
proclamamos a vossa glória,
cantando numa só voz:
Santo, Santo, Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Lc 24, 38
Vede as minhas mãos e os meus pés, diz o Senhor. Sou Eu.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentastes com o pão da vida,
concedei-nos que, celebrando dignamente
as gloriosas Chagas do nosso Salvador,
dêmos testemunho do seu mistério pascal na nossa vida.
Por Nosso Senhor.
«Uma
família verdadeiramente cristã é uma das coisas mais belas do mundo.»
S. José Freinademetz
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
3.Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2.
Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: Louva
o Senhor, suplica, escuta
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS:
ORAÇÃO: Senhor, concede-nos que amemos
sempre a verdade.
AGENDA
17.00 horas: Missa em Gáfete
18.00 horas: Missa em Tolosa
18.00 horas: Missa em Nisa
PALAVRA DO
PASTOR
Dom Antonino Dias
E DIREI A SÃO PEDRO: FECHA A PORTA PORQUE FICO
Todos somos convidados e
temos por obrigação tender à santidade e à perfeição do próprio estado. É uma
obrigação exigente à qual não podemos renunciar. Os santos e santas foram
sempre fonte e origem de renovação nas circunstâncias mais difíceis em toda a história
da Igreja. Hoje temos muitíssima falta de santos, que devemos pedir com
assiduidade, afirmava São João Paulo II (cf. ChFL16). Vamos recordar e celebrar
Santa Josefina Bakhita – a Santa Irmã Moreninha -, uma antiga e sofrida escrava
negra que se abriu admiravelmente à graça e a quem humildemente pedimos a sua
proteção.
Nasceu em 1869, no
Sudão, um dos países mais pobres da África. Ainda menina, foi raptada e feita
escrava. O susto, a violência, o trauma, a angústia de ter sido raptada e feita
escrava foram tão profundos que lhe provocaram lapsos de memória e até esqueceu
o seu próprio nome. O nome "Bakhita" que significa em idioma
africano, "afortunada", não é o nome recebido de seus pais, foi-lhe
atribuído pelos raptores. Na situação de escrava, comprada e vendida várias
vezes nos mercados de El Obeid e de Cartum, experimentou a humilhação e todo o
tipo de sofrimento tanto físico como moral e psicológico.
Na capital do Sudão,
Bakhita foi finalmente comprada aos negociantes de escravos negros por um Cônsul
italiano, Calixto Legnani. Pela primeira vez, desde o dia em que fora raptada,
percebeu, com agradável surpresa, que agora a tratavam com maneiras afáveis e
cordiais. Na casa do Cônsul, Bakhita encontrou serenidade, carinho e momentos
de alegria, ainda que sempre escurecidos pela saudade de sua própria família.
Situações políticas
obrigaram o Cônsul a partir para Itália. Bakhita pediu-lhe que a levasse
consigo e com eles partiu também um amigo do Cônsul, Augusto Michieli.
Chegados a Gênova, o Sr.
Legnani, pressionado pelos pedidos da esposa do Sr. Michieli que simpatizara
muito com Bakhita e a tratava com muito carinho, concordou que ela fosse morar
com eles. Assim, ela partiu para a nova família que residia em Zeniago, Veneza.
Algum tempo depois, nasceu uma filha deste casal e Bakhita passou a cuidar da
menina e tornaram-se grandes amigas. Esta família com a qual Bakhita vivia
tinha negócios em África. A um dado momento, esses negócios exigiram que o
casal voltasse à África. Eles até pensaram em levar também as duas meninas, mas
foram aconselhados a deixa-las em Itália, por mais algum tempo. Ficaram sob os
cuidados das irmãs da Congregação das Filhas da Caridade de Santa Madalena de
Canossa, em Veneza. Alí, Bakhita recebeu a mensagem do Evangelho, conheceu
Jesus e foi batizada aos vinte e um anos, em 9 de janeiro de 1890, com o nome
de Josefina em homenagem a São josé, não sabendo como exprimir a sua alegria.
Desse dia em diante, era fácil vê-la beijar a pia batismal e dizer: «Aqui me
tornei filha de Deus!». Sentindo que Deus a segurava pela mão, tornava-se cada
vez mais consciente de como aquele Deus, que agora conhecia e amava, a havia
conduzido a Si por caminhos tão difíceis e misteriosos.
Algum tempo mais tarde,
o casal retornou de África para buscar a sua filha e Bakhita. Para surpresa de
todos, Bakhita pediu para ficar, pois queria tornar-se religiosa canossiana.
Depois de “tantas provas de amor recebidas”, dizia ela, queria servir a Deus
nessa vocação. Seus “pais” concordaram e ela ficou. Começava ali uma nova
jornada na sua vida. Tendo ainda passado por um tempo de discernimento
vocacional, em 8 de dezembro de 1896 fez os seus votos, consagrando-se ao
Senhor perante o qual se interrogava e a quem chamava carinhosamente de “meu
Patrão”: «Vendo o sol, a lua e as estrelas, dizia comigo mesma: Quem é o Patrão
dessas coisas tão bonitas? E sentia uma vontade imensa de vê-Lo, conhecê-Lo e
prestar-lhe homenagem».
E assim viveu, na vida
religiosa, por mais de meio século. Durante esse tempo, cheia de humildade e
amor, dedicou-se a todos os tipos de atividade da Congregação. Cuidou das
roupas, foi cozinheira, sacristã, porteira e bordadeira, sempre com um sorriso
contagiante a conquistar o coração de toda a gente. As irmãs e os fiéis
tratavam-na carinhosamente por “irmã morena”, admiravam-na pela sua bondade e
dedicação generosa e pelo seu grande desejo de fazer com que Jesus fosse cada
vez mais conhecido e amado. Ela sempre aconselhava: "Sede boas, amai a
Deus, rezai por aqueles que não O conhecem. Se soubésseis que grande graça é
conhecer a Deus!".
Com o passar dos anos
ficou doente e sofreu longa e dolorosamente. No entanto, a quem a visitava e
lhe perguntava como se sentia, respondia sorridente: «Como o Patrão quer». E
continuava firme no seu sorriso, dando um precioso testemunho de fé. Falando no
sério, tinha uma grande capacidade de rir de si mesma e de brincar. Dizendo-se
carregada em viagem, gracejava confiante: "Vou devagar, passo a passo,
porque levo duas grandes malas: numa vão os meus pecados, e na outra, muito
mais pesada, os méritos infinitos de Jesus. Quando chegar ao céu abrirei as
malas e direi a Deus: Pai eterno, agora podes julgar. E a São Pedro: fecha a
porta, porque fico". Ao final de sua vida, Santa Josefina Bakhita reviveu
os horrores da escravidão, que ainda estavam gravados no seu inconsciente e
várias vezes suplicava à enfermeira que a assistia: «Solta-me as correntes ...
pesam muito!». As suas últimas palavras antes de fechar definitivamente os
olhos, aos 78 anos de idade, em 8 de fevereiro de 1947, em casa da Congregação,
em Schio, Itália, foram para dizer: «Nossa Senhora! Nossa Senhora!»,
percebendo-se o seu último sorriso a testemunhar o encontro com a Mãe de Jesus
a quem tinha profunda devoção. Foi sepultada na capela de uma família de Schio,
os Gasparella, tendo passado mais tarde para o Templo da Sagrada Família, onde
está sob o altar da Igreja do mesmo convento.
Em 1992, a “Santa Irmã
Morena ou Moreninha” foi beatificada por João Paulo II e, em outubro de 2000,
foi canonizada pelo mesmo Papa, tendo como dia litúrgico o dia da sua morte, 8
de fevereiro.
Antonino Dias
Portalegre, 02-02-2018
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