terça-feira, 6 de fevereiro de 2018



PARÓQUIAS DE NISA




Quarta, 07 de fevereiro de 2018









Quarta da V semana do tempo comum






QUARTA-FEIRA da semana V

Cinco Chagas do Senhor – FESTA
Vermelho – Ofício da festa. Te Deum.
Missa própria, Glória, pf. da Cruz.

L 1 Is 53, 1-10; Sal 21 (22), 7-8. 15. 17-18a. 22-23
Ev Jo 19, 28-37 ou Jo 20, 24-29

* Proibidas as Missas de defuntos, excepto a exequial.



AS CINCO CHAGAS DO SENHOR


Nota Histórica:
O culto das Cinco Chagas do Senhor, isto é, as feridas que Cristo recebeu na cruz e manifestou aos Apóstolos depois da ressurreição, foi sempre uma devoção muito viva entre os portugueses, desde os começos da nacionalidade. São disso testemunho a literatura religiosa e a onomástica referente a pessoas e instituições. Os Lusíadas sintetizam (I, 7) o simbolismo que tradicionalmente relaciona as armas da bandeira nacional com as Chagas de Cristo. Assim, os Romanos Pontífices, a partir de Bento XIV, concederam para Portugal uma festa particular, que ultimamente veio a ser fixada neste dia.

Missa

ANTÍFONA DE ENTRADA Is 53, 5
Cristo foi trespassado por causa das nossas culpas
e esmagado por causa das nossas iniquidades.
Pelas suas Chagas fomos curados.

Diz-se o Glória.


ORAÇÃO
Deus de infinita misericórdia,
que por meio do vosso Filho Unigénito, pregado na cruz, quisestes salvar todos os homens,
concedei-nos que, venerando na terra as suas santas Chagas, mereçamos gozar no Céu o fruto redentor do seu Sangue.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Is 53, 1-10
Foi trespassado por causa das nossas culpas»
(Quarto cântico do servo do Senhor)

Leitura do Livro de Isaías

Quem acreditou no que ouvimos dizer?
A quem se revelou o braço do Senhor?
O meu servo cresceu diante do Senhor como um rebento,
como raiz numa terra árida,
sem distinção nem beleza para atrair o nosso olhar
nem aspecto agradável que possa cativar-nos.
Desprezado e repelido pelos homens,
homem de dores, acostumado ao sofrimento,
era como aquele de quem se desvia o rosto,
pessoa desprezível e sem valor para nós.
Ele suportou as nossas enfermidades
e tomou sobre si as nossas dores.
Mas nós víamos nele um homem castigado,
ferido por Deus e humilhado.
Ele foi trespassado por causa das nossas culpas
e esmagado por causa das nossas iniquidades.
Caiu sobre ele o castigo que nos salva:
pelas suas chagas fomos curados.
Todos nós, como ovelhas, andávamos errantes,
cada qual seguia o seu caminho.
E o Senhor fez cair sobre ele as faltas de todos nós.
Maltratado, humilhou-se voluntariamente
e não abriu a boca.
Como cordeiro levado ao matadouro,
como ovelha muda ante aqueles que a tosquiam,
ele não abriu a boca.
Foi eliminado por sentença iníqua,
mas, quem se preocupa com a sua sorte?
Foi arrancado da terra dos vivos
e ferido de morte pelos pecados do seu povo.
Foi-lhe dada sepultura entre os ímpios
e um túmulo no meio de malfeitores,
embora não tivesse cometido injustiça
nem se tivesse encontrado mentira na sua boca.
Aprouve ao Senhor esmagá-lo pelo sofrimento.
Mas se oferecer a sua vida como sacrifício de expiação,
terá uma descendência duradoira,
viverá longos dias
e a obra do Senhor prosperará em suas mãos.

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 21 (22), 7-8.15.17-18a.22-23 (R. 18ab)
Refrão:Trespassaram as minhas mãos e os meus pés,
posso contar todos os meus ossos.

Eu sou um verme e não um homem,
o opróbrio dos homens e o desprezo da plebe.
Todos os que me vêem escarnecem de mim,
estendem os lábios e meneiam a cabeça.

Sou como água derramada,
desconjuntam-se todos os meus ossos.
O meu coração tornou-se como cera
e derreteu-se dentro do meu peito.

Matilhas de cães me rodearam,
cercou-me um bando de malfeitores.
Trespassaram as minhas mãos e os os meus pés,
posso contar todos os meus ossos.
Salvai-me das fauces do leão
e dos chifres dos búfalos livrai este infeliz.
Hei-de falar do vosso nome aos meus irmãos,
hei-de louvar-Vos no meio da assembleia.


ALELUIA Jo 19, 34
Refrão: Aleluia. Repete-se
Um dos soldados trespassou o lado do Senhor
e logo saiu sangue e água. Refrão

Em vez deste Evangelho, pode utilizar-se o que se lhe segue.


EVANGELHO Jo 19, 28-37
«Hão-de olhar para Aquele que trespassaram»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo,
sabendo que tudo estava consumado
e para que se cumprisse a Escritura,
Jesus disse:
«Tenho sede».
Estava ali um vaso cheio de vinagre.
Prenderam a uma vara uma esponja embebida em vinagre
e levaram-Lha à boca.
Quando Jesus tomou o vinagre, exclamou:
«Tudo está consumado».
E, inclinando a cabeça, expirou.
Por ser a Preparação da Páscoa,
e para que os corpos não ficassem na cruz durante o sábado
– era um grande dia aquele sábado –
os judeus pediram a Pilatos
que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados.
Os soldados vieram e quebraram as pernas ao primeiro,
depois ao outro que tinha sido crucificado com ele.
Ao chegarem a Jesus, vendo-O já morto,
não Lhe quebraram as pernas,
mas um dos soldados trespassou-Lhe o lado com uma lança,
e logo saiu sangue e água.
Aquele que viu é que dá testemunho
e o seu testemunho é verdadeiro.
Ele sabe que diz a verdade,
para que também vós acrediteis.
Assim aconteceu para se cumprir a Escritura, que diz:
«Nenhum osso lhe será quebrado».
Diz ainda outra passagem da Escritura:
«Hão de olhar para Aquele que trespassaram».

Palavra da salvação.


Em vez do Evangelho precedente, pode ler-se o seguinte:


EVANGELHO Jo 20, 24-29
«Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos;
aproxima a tua mão e mete-a no meu lado»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo,
Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo,
não estava com eles quando veio Jesus.
Disseram-lhe os outros discípulos:
«Vimos o Senhor».
Mas ele respondeu-lhes:
«Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos,
se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado,
não acreditarei».
Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa
e Tomé com eles.
Veio Jesus, estando as portas fechadas,
apresentou-Se no meio deles e disse:
«A paz esteja convosco».
Depois disse a Tomé:
«Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos;
aproxima a tua mão e mete-a no meu lado;
e não sejas incrédulo, mas crente».
Tomé respondeu-Lhe:
«Meu Senhor e meu Deus!».
Disse-lhe Jesus:
«Porque Me viste acreditaste:
felizes os que acreditam sem terem visto».

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Recebei, Senhor, os dons que trazemos ao vosso altar
e fazei que, unidos a Jesus, mediador da nova aliança,
renovemos nestes santos mistérios
a aspersão redentora do seu Sangue
que brota das suas santas Chagas.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


PREFÁCIO As santas Chagas de Cristo na cruz
V. O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
V. Corações ao alto.
R. O nosso coração está em Deus.
V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus.
R. É nosso dever, é nossa salvação.

Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente,
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças, sempre e em toda a parte,
por Cristo nosso Senhor.
Ele foi trespassado por causa das nossas culpas
e suportou as nossas enfermidades em seu Corpo,
sobre o madeiro da cruz,
para que, mortos para o pecado,
vivamos, pelo seu Sangue, para a justiça e santidade
e, fortalecidos na fé,
enraizados na caridade,
firmes na esperança,
alcancemos a herança da vida eterna.
Por isso, com os Anjos e os Santos,
proclamamos a vossa glória,
cantando numa só voz:
Santo, Santo, Santo.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Lc 24, 38
Vede as minhas mãos e os meus pés, diz o Senhor. Sou Eu.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentastes com o pão da vida,
concedei-nos que, celebrando dignamente
as gloriosas Chagas do nosso Salvador,
dêmos testemunho do seu mistério pascal na nossa vida.
Por Nosso Senhor.




«Uma família verdadeiramente cristã é uma das coisas mais belas do mundo.»

S. José Freinademetz





MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA

3.Leitura:  Lê, respeita, situa o que lês 
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.


LEITURAS:

ORAÇÃO: Senhor, concede-nos que amemos sempre a verdade.




AGENDA

17.00 horas: Missa em Gáfete
18.00 horas: Missa em Tolosa
18.00 horas: Missa em Nisa



PALAVRA DO PASTOR
Dom Antonino Dias


E DIREI A SÃO PEDRO: FECHA A PORTA PORQUE FICO

Todos somos convidados e temos por obrigação tender à santidade e à perfeição do próprio estado. É uma obrigação exigente à qual não podemos renunciar. Os santos e santas foram sempre fonte e origem de renovação nas circunstâncias mais difíceis em toda a história da Igreja. Hoje temos muitíssima falta de santos, que devemos pedir com assiduidade, afirmava São João Paulo II (cf. ChFL16). Vamos recordar e celebrar Santa Josefina Bakhita – a Santa Irmã Moreninha -, uma antiga e sofrida escrava negra que se abriu admiravelmente à graça e a quem humildemente pedimos a sua proteção.
Nasceu em 1869, no Sudão, um dos países mais pobres da África. Ainda menina, foi raptada e feita escrava. O susto, a violência, o trauma, a angústia de ter sido raptada e feita escrava foram tão profundos que lhe provocaram lapsos de memória e até esqueceu o seu próprio nome. O nome "Bakhita" que significa em idioma africano, "afortunada", não é o nome recebido de seus pais, foi-lhe atribuído pelos raptores. Na situação de escrava, comprada e vendida várias vezes nos mercados de El Obeid e de Cartum, experimentou a humilhação e todo o tipo de sofrimento tanto físico como moral e psicológico.
Na capital do Sudão, Bakhita foi finalmente comprada aos negociantes de escravos negros por um Cônsul italiano, Calixto Legnani. Pela primeira vez, desde o dia em que fora raptada, percebeu, com agradável surpresa, que agora a tratavam com maneiras afáveis e cordiais. Na casa do Cônsul, Bakhita encontrou serenidade, carinho e momentos de alegria, ainda que sempre escurecidos pela saudade de sua própria família.
Situações políticas obrigaram o Cônsul a partir para Itália. Bakhita pediu-lhe que a levasse consigo e com eles partiu também um amigo do Cônsul, Augusto Michieli.
Chegados a Gênova, o Sr. Legnani, pressionado pelos pedidos da esposa do Sr. Michieli que simpatizara muito com Bakhita e a tratava com muito carinho, concordou que ela fosse morar com eles. Assim, ela partiu para a nova família que residia em Zeniago, Veneza. Algum tempo depois, nasceu uma filha deste casal e Bakhita passou a cuidar da menina e tornaram-se grandes amigas. Esta família com a qual Bakhita vivia tinha negócios em África. A um dado momento, esses negócios exigiram que o casal voltasse à África. Eles até pensaram em levar também as duas meninas, mas foram aconselhados a deixa-las em Itália, por mais algum tempo. Ficaram sob os cuidados das irmãs da Congregação das Filhas da Caridade de Santa Madalena de Canossa, em Veneza. Alí, Bakhita recebeu a mensagem do Evangelho, conheceu Jesus e foi batizada aos vinte e um anos, em 9 de janeiro de 1890, com o nome de Josefina em homenagem a São josé, não sabendo como exprimir a sua alegria. Desse dia em diante, era fácil vê-la beijar a pia batismal e dizer: «Aqui me tornei filha de Deus!». Sentindo que Deus a segurava pela mão, tornava-se cada vez mais consciente de como aquele Deus, que agora conhecia e amava, a havia conduzido a Si por caminhos tão difíceis e misteriosos.
Algum tempo mais tarde, o casal retornou de África para buscar a sua filha e Bakhita. Para surpresa de todos, Bakhita pediu para ficar, pois queria tornar-se religiosa canossiana. Depois de “tantas provas de amor recebidas”, dizia ela, queria servir a Deus nessa vocação. Seus “pais” concordaram e ela ficou. Começava ali uma nova jornada na sua vida. Tendo ainda passado por um tempo de discernimento vocacional, em 8 de dezembro de 1896 fez os seus votos, consagrando-se ao Senhor perante o qual se interrogava e a quem chamava carinhosamente de “meu Patrão”: «Vendo o sol, a lua e as estrelas, dizia comigo mesma: Quem é o Patrão dessas coisas tão bonitas? E sentia uma vontade imensa de vê-Lo, conhecê-Lo e prestar-lhe homenagem».
E assim viveu, na vida religiosa, por mais de meio século. Durante esse tempo, cheia de humildade e amor, dedicou-se a todos os tipos de atividade da Congregação. Cuidou das roupas, foi cozinheira, sacristã, porteira e bordadeira, sempre com um sorriso contagiante a conquistar o coração de toda a gente. As irmãs e os fiéis tratavam-na carinhosamente por “irmã morena”, admiravam-na pela sua bondade e dedicação generosa e pelo seu grande desejo de fazer com que Jesus fosse cada vez mais conhecido e amado. Ela sempre aconselhava: "Sede boas, amai a Deus, rezai por aqueles que não O conhecem. Se soubésseis que grande graça é conhecer a Deus!".
Com o passar dos anos ficou doente e sofreu longa e dolorosamente. No entanto, a quem a visitava e lhe perguntava como se sentia, respondia sorridente: «Como o Patrão quer». E continuava firme no seu sorriso, dando um precioso testemunho de fé. Falando no sério, tinha uma grande capacidade de rir de si mesma e de brincar. Dizendo-se carregada em viagem, gracejava confiante: "Vou devagar, passo a passo, porque levo duas grandes malas: numa vão os meus pecados, e na outra, muito mais pesada, os méritos infinitos de Jesus. Quando chegar ao céu abrirei as malas e direi a Deus: Pai eterno, agora podes julgar. E a São Pedro: fecha a porta, porque fico". Ao final de sua vida, Santa Josefina Bakhita reviveu os horrores da escravidão, que ainda estavam gravados no seu inconsciente e várias vezes suplicava à enfermeira que a assistia: «Solta-me as correntes ... pesam muito!». As suas últimas palavras antes de fechar definitivamente os olhos, aos 78 anos de idade, em 8 de fevereiro de 1947, em casa da Congregação, em Schio, Itália, foram para dizer: «Nossa Senhora! Nossa Senhora!», percebendo-se o seu último sorriso a testemunhar o encontro com a Mãe de Jesus a quem tinha profunda devoção. Foi sepultada na capela de uma família de Schio, os Gasparella, tendo passado mais tarde para o Templo da Sagrada Família, onde está sob o altar da Igreja do mesmo convento.
Em 1992, a “Santa Irmã Morena ou Moreninha” foi beatificada por João Paulo II e, em outubro de 2000, foi canonizada pelo mesmo Papa, tendo como dia litúrgico o dia da sua morte, 8 de fevereiro.

Antonino Dias
Portalegre, 02-02-2018




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