sexta-feira, 17 de abril de 2020





PARÓQUIAS DE NISA



Sexta-feira, 17 de abril de 2020






Sexta da oitava de Páscoa






ALELUIA! ALELUIA! ALELUIA!

CRISTO RESSUSCITOU!

CELEBREMOS





SEXTA-FEIRA DA OITAVA DA PÁSCOA
Branco – Ofício próprio. Te Deum.
Missa própria, Glória, sequência facultativa, pf. pascal.

L 1 At 4, 1-12; Sal 117 (118), 1-2 e 4. 22-24. 25-27a
Ev  Jo 21, 1-14

* Proibidas as Missas de defuntos, exceto a exequial.



MISSA 

ANTÍFONA DE ENTRADA cf. Salmo 77, 53
O Senhor conduziu o seu povo com mão poderosa,
enquanto o mar submergia os inimigos. Aleluia.

Diz-se o Glória.


ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente, que na Páscoa da nova aliança oferecestes aos homens o dom da reconciliação e da paz, fazei que realizemos na vida o que celebramos na fé. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Atos 4, 1-12
«Em nenhum outro nome podemos ser salvos»


Leitura dos Atos dos Apóstolos


Naqueles dias, estavam Pedro e João a falar ao povo, depois da cura do cego de nascença, quando surgiram os sacerdotes, o comandante do templo e os saduceus, irritados por eles estarem a ensinar o povo e a anunciar a ressurreição dos mortos que se verificara em Jesus. Apoderaram-se deles e, porque já era tarde, meteram-nos na prisão, até ao dia seguinte. Entretanto, muitos dos que tinham ouvido a palavra de Deus abraçaram a fé e o número de homens elevou-se a uns cinco mil. No dia seguinte, os chefes do povo, os anciãos e os escribas reuniram-se em Jerusalém, com o sumo sacerdote Anás, com Caifás, João e Alexandre, e todos os que eram da família dos príncipes dos sacerdotes. Mandaram vir os Apóstolos à sua presença e começaram a interrogá-los: «Com que poder ou em nome de quem fizestes semelhante coisa?» Então Pedro, cheio do Espírito Santo, disse-lhes: «Chefes do povo e anciãos, já que hoje somos interrogados sobre um benefício feito a um enfermo e o modo como ele foi curado, ficai sabendo todos vós e todo o povo de Israel: É em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, que vós crucificastes e Deus ressuscitou dos mortos, é por Ele que este homem se encontra perfeitamente curado na vossa presença. Jesus é a pedra que vós, os construtores, desprezastes e que veio a tornar se pedra angular. E em nenhum outro há salvação, pois não existe debaixo do céu outro nome, dado aos homens, pelo qual possamos ser salvos».

Palavra do Senhor.



SALMO RESPONSORIAL Salmo 117 (118), 1-2.4.22-24.25-27a (R. 22 ou Aleluia)
Refrão: A pedra rejeitada tornou-se pedra angular. Repete-se

Ou: A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se pedra angular. Repete-se

Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom,
porque é eterna a sua misericórdia.
Diga a casa de Israel:
é eterna a sua misericórdia.
Digam os que temem o Senhor:
é eterna a sua misericórdia. Refrão

A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se pedra angular.
Tudo isto veio do Senhor:
é admirável aos nossos olhos.
Este é o dia que o Senhor fez:
exultemos e cantemos de alegria. Refrão

Senhor, salvai os vossos servos,
Senhor, dai-nos a vitória.
Bendito o que vem em nome do Senhor,
da casa do Senhor nós vos abençoamos.
O Senhor é Deus
e fez brilhar sobre nós a sua luz. Refrão


ALELUIA Salmo 117 (118), 24
Refrão: Aleluia Repete-se
Este é o dia que o Senhor fez:
exultemos e cantemos de alegria. Refrão


EVANGELHO Jo 21, 1-14
«Jesus aproximou-Se, tomou o pão e deu-lho,
fazendo o mesmo com o peixe»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo, Jesus manifestou-Se novamente aos discípulos junto ao Mar de Tiberíades. Manifestou-Se deste modo: Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, e Natanael, que era de Caná da Galileia. Também estavam presentes os filhos de Zebedeu e mais dois discípulos de Jesus. Disse-lhes Simão Pedro: «Vou pescar». Eles responderam-lhe: «Nós vamos contigo». Saíram de casa e subiram para o barco, mas naquela noite não apanharam nada. Ao romper da manhã, Jesus apresentou-Se na margem, mas os discípulos não sabiam que era Ele. Disse-lhes então Jesus: «Rapazes, tendes alguma coisa para comer?» Eles responderam: «Não». Disse-lhes Jesus: «Lançai a rede para a direita do barco e encontrareis». Eles lançaram a rede e já mal a podiam arrastar por causa da abundância de peixes. Então o discípulo predileto de Jesus disse a Pedro: «É o Senhor». Simão Pedro, quando ouviu dizer que era o Senhor, vestiu a túnica que tinha tirado e lançou-se ao mar. Os outros discípulos, que estavam distantes apenas uns duzentos côvados da margem, vieram no barco, puxando a rede com os peixes. Logo que saltaram em terra, viram brasas acesas com peixe em cima, e pão. Disse-lhes Jesus: «Trazei alguns dos peixes que apanhastes agora». Simão Pedro subiu ao barco e puxou a rede para terra, cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes. E, apesar de serem tantos, não se rompeu a rede. Disse-lhes Jesus: «Vinde comer». Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar: «Quem és Tu?»: bem sabiam que era o Senhor. Então Jesus aproximou-Se, tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmo com o peixe. Foi esta a terceira vez que Jesus Se manifestou aos discípulos, depois de ter ressuscitado dos mortos.

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Realizai em nós, Senhor, o mistério desta admirável permuta de dons pascais, para que, da afeição dos bens terrenos passemos ao amor dos bens eternos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Prefácio pascal I [mas com maior solenidade neste dia]


ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Jo 21, 12-13
Disse Jesus: Vinde comer.
E tomando o pão, deu-o aos seus discípulos. Aleluia.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Guardai sempre, Senhor, com paternal bondade o povo que salvastes, para que se alegrem com a ressurreição do vosso Filho aqueles que foram remidos pela sua paixão. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo..






«Jesus é a pedra que vós, os construtores, desprezastes e que veio a tornar se pedra angular».
PEDRO – (Cf. Atos 4,1-12).






ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia



1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra


LEITURAS: I Atos 4, 1-12: A cura do cego foi ocasião para uma longa catequese, que a liturgia continua a propor-nos ao longo desta semana. É quase uma mistagogia, uma catequese para iniciados sobre os mistérios da sua própria iniciação. De facto, esta semana foi sempre a semana das catequeses mistagógicas para os que receberam os Sacramentos da Iniciação Cristã na Noite Santa da Páscoa. Hoje esta catequese insiste sobre o “Nome”, o nome divino de “Senhor”, que é agora título do Homem-Deus, o Senhor Jesus, o Ressuscitado. É o nome que tão frequentemente pronunciamos, quando exclamamos: Kyrie, Senhor, misericórdia.
 
Jo 21, 1-14: As aparições do Senhor ressuscitado vêm frequentemente em ambiente de refeição, e esta é descrita com termos semelhantes aos que são usados para falar da celebração da Eucaristia. A celebração eucarística foi, desde o início, o lugar privilegiado onde os cristãos reconheceram o Senhor no seu Mistério Pascal. A pesca abundante, como outros factos semelhantes do Evangelho, evoca a abundância de vida de que o mistério da Páscoa de Jesus é fonte e origem.





AGENDA DO DIA




12.00 horas: Oração em rede pedindo a erradicação da epidemia
18.00 horas: Celebração da Eucaristia de segunda-feira de Páscoa, com transmissão





A VOZ DO PASTOR



UM MUNDO DOENTE AOS PÉS DA CRUZ

O gesto impressionou o mundo, um mundo de olhos esticados para lá! Foi mais uma página da História humana, uma página inesquecível, escrita a letras de ouro! Vestido de branco, sozinho e debruçado sobre si mesmo, como que a carregar aos ombros as tragédias do mundo inteiro, o Papa Francisco subia em direção às portas da Basílica de São Pedro, para, voltado para o imenso largo, quotidianamente palco de milhares e milhares de pessoas, mas agora completamente livre, convidar o mundo crente a rezar, também pelos não crentes. Sem dizer monossílabo que se ouvisse, a tristeza gritava e pulava, incomodativa, do chão deserto e silencioso daquela praça, do caminhar pesado e lento do Santo Padre, do tom sofrido da sua voz, dos parcos gestos que a circunstância lhe impunha naquela praça circundada pela monumental colunata de Bernini a abraçar a cidade e o mundo. As nuvens choramingavam!...

Foi um momento que ficará para a História, como para a História ficarão as imagens das cidades freneticamente movimentadas pelas exigências da vida, e, agora, completamente desertas, a causarem medo como se de noite escura, ameaçada por bandidos, se tratasse. Foi um momento extraordinário de oração nestes tempos em que, como referia o Papa, “densas trevas cobriram as nossas praças, ruas e cidades; apoderaram-se das nossas vidas, enchendo tudo dum silêncio ensurdecedor e um vazio desolador, que paralisa tudo à sua passagem: pressente-se no ar, nota-se nos gestos, dizem-no os olhares. Revemo-nos temerosos e perdidos. À semelhança dos discípulos do Evangelho, fomos surpreendidos por uma tempestade inesperada e furibunda. Demo-nos conta de estar no mesmo barco, todos frágeis e desorientados mas ao mesmo tempo importantes e necessários: todos chamados a remar juntos, todos carecidos de mútuo encorajamento. E, neste barco, estamos todos”. A situação sanitária que hoje aflige toda a humanidade “desmascara a nossa vulnerabilidade e deixa a descoberto as falsas e supérfluas seguranças com que construímos os nossos programas, os nossos projetos, os nossos hábitos e prioridades. Mostra-nos como deixamos adormecido e abandonado aquilo que nutre, sustenta e dá força à nossa vida e à nossa comunidade”. Tudo nos faz perceber que “caiu a maquilhagem dos estereótipos com que mascaramos o nosso «eu» sempre preocupado com a própria imagem; e ficou a descoberto, uma vez mais, aquela (abençoada) pertença comum a que não nos podemos subtrair: a pertença como irmãos.” Agimos como se não houvesse limites, “avançamos a toda a velocidade, sentindo-nos em tudo fortes e capazes. Na nossa avidez de lucro, deixamo-nos absorver pelas coisas e transtornar pela pressa”, não escutamos os apelos do Senhor, “não despertamos face a guerras e injustiças planetárias, não ouvimos o grito dos pobres e do nosso planeta gravemente enfermo. Avançamos, destemidos, pensando que continuaríamos sempre saudáveis num mundo doente”.

Recordando que, neste tempo em que fazemos memória da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor, ressoa em todos nós o apelo urgente à conversão feito por Jesus, Francisco pede-nos que reajustemos a rota da vida, que aproveitemos “este tempo de prova como um tempo de decisão (...) o tempo de decidir o que conta e o que passa, de separar o que é necessário daquilo que não o é”.

De facto, a celebração do Tríduo Pascal convida-nos ao silêncio. Um silêncio fecundo, um silêncio que nos faz encontrar connosco mesmos e com Deus, adorando-O em espírito e verdade. Há dois mil anos, Jesus, o Filho de Deus, foi condenado à morte, a morte mais ignominiosa do tempo: a morte na cruz. Acusações sem consistência, calúnias, testemunhas falsas, autoridades pusilânimes, tribunais ao serviço dos caprichos humanos, tudo, tudo convergiu contra Jesus que, por obediência ao Pai e por amor aos homens, se foi entregando, esvaziando, abandonando, até se entregar nos braços do Pai, sem oferecer violência à violência. Pelo contrário, antes de tudo estar consumado, Ele pede o perdão para quem o matava. E morreu, e foi sepultado, e fez-se silêncio, e tornou-se fonte de salvação para todos os homens. A lógica de Deus não é a nossa lógica. Esta procura realizar-se através do poder, do ter e da construção de torres de Babel para atingir e ser como Deus. A Cruz recorda-nos que a realização plena consiste em conformar a vontade humana à vontade de Deus Pai. Obedecendo, Jesus carregou a cruz de todos os homens, as cruzes duma humanidade sofredora. Se Adão, desobedecendo e confiando nas suas próprias forças, ao pretender ser como Deus perdeu a sua dignidade original, Jesus, por sua vez, em total fidelidade ao Pai, sendo de condição divina, rebaixou-se, entrou na condição humana para redimir o Adão que está em nós e restituir ao homem a dignidade que perdera (cf. Bento XVI, 27-6-2012). “Ele tinha a condição divina, mas não se apegou à sua igualdade com Deus. Pelo contrário, esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de servo e tornando-Se semelhante aos homens. Assim, apresentando-Se como simples homem, humilhou-Se a Si mesmo, tornando-Se obediente até à morte, e morte de cruz! Por isso, Deus o exaltou grandemente, e Lhe deu o Nome que está acima de qualquer outro nome; para que, ao nome de Jesus, se dobre todo o joelho no céu, na terra e sob a terra; e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai” (Fil 2, 6-11).
Jesus continua a fazer-nos o convite: «Se alguém quiser vir após Mim, renegue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me» (Mt 16, 24). E siga-me, isto é, partilhe comigo o mesmo caminho, mesmo que o mundo não compreenda e ache ser uma derrota. E aponta o modo de o fazer: “Então Jesus, levantou-Se da mesa, tirou o manto, pegou numa toalha e atou-a à cintura. Deitou água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugá-los com a toalha que tinha à cintura (...) sentou-Se de novo e perguntou: «Compreendeis o que vos fiz? Vós chamais-Me “o Mestre” e “o Senhor”, e dizeis bem, porque o sou. Ora, se Eu, o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós vos deveis lavar os pés uns aos outros» (Jo 13, 13-14).

Nestes dias de pandemia tão aflitivos, com o Papa Francisco saibamos apreciar aqueles que hoje estão a “escrever os acontecimentos decisivos da nossa história: médicos, enfermeiros e enfermeiras, trabalhadores dos supermercados, pessoal da limpeza, curadores, transportadores, forças policiais, voluntários, sacerdotes, religiosas e muitos – mas muitos – outros que compreenderam que ninguém se salva sozinho. Perante o sofrimento, onde se mede o verdadeiro desenvolvimento dos nossos povos, descobrimos e experimentamos a oração sacerdotal de Jesus: «Que todos sejam um só» (Jo 17, 21). Quantas pessoas dia a dia exercitam a paciência e infundem esperança, tendo a peito não semear pânico, mas corresponsabilidade! Quantos pais, mães, avôs e avós, professores mostram às nossas crianças, com pequenos gestos do dia a dia, como enfrentar e atravessar uma crise, readaptando hábitos, levantando o olhar e estimulando a oração! Quantas pessoas rezam, se imolam e intercedem pelo bem de todos! A oração e o serviço silencioso: são as nossas armas vencedoras”.

Celebrando a Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo, adoremos a Cruz. Nela encontramos “Aquele que não aponta o dedo contra ninguém, mas abre os braços para todos; que não nos esmaga com a sua glória, mas se despe por nós; que não nos ama em palavras, mas nos dá a vida em silêncio; que não nos obriga, mas nos liberta; que não nos trata como estranhos, mas assume os nossos males, os nossos pecados. Para nos libertar dos preconceitos sobre Deus, olhemos o crucifixo e depois abramos o Evangelho (...) Não se esqueçam: Crucifixo e Evangelho! A liturgia doméstica será essa”, diz-nos Francisco.

Santa Páscoa!

Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 09-04-2020.



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