terça-feira, 21 de abril de 2020





PARÓQUIAS DE NISA




Quarta, 22 de abril de 2020






Quarta-feira da II semana do tempo de Páscoa






ALELUIA! ALELUIA! ALELUIA!

CRISTO RESSUSCITOU!

CELEBREMOS





QUARTA-FEIRA da semana II
Branco – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. pascal.

L 1 Act 5, 17-26; Sal 33 (34), 2-3. 4-5. 6-7. 8-9
Ev Jo 3, 16-21


* Na Arquidiocese de Braga – S. Senhorinha, religiosa – MO
* Na Ordem Cartusiana – S. Hugo de Grenoble, pastor – FESTA
* Na Ordem de Cister e na Ordem Cisterciense da Estrita Observância – B. Maria Gabriela Sagheddu, monja OCEO – MF e FESTA
* Na Companhia de Jesus – Nossa Senhora, Mãe da Companhia de Jesus – FESTA


MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 17, 50; 21, 23
Eu Vos louvarei, Senhor, entre os povos
e anunciarei o vosso nome aos meus irmãos. Aleluia.


ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que pelo mistério pascal de Cristo restaurastes a dignidade da natureza humana e lhe destes a nova esperança da ressurreição, fazei-nos viver em amor constante o mistério que anualmente celebramos na fé. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Atos 5, 17-26
«Os homens que metestes na prisão estão no templo a ensinar o povo»

Leitura dos Actos dos Apóstolos

Naqueles dias, o sumo sacerdote e todo o seu grupo, isto é, o partido dos saduceus, enfurecidos contra os Apóstolos, mandaram-nos prender e meteram-nos na cadeia pública. Mas, durante a noite, o Anjo do Senhor abriu as portas da prisão, levou-os para fora e disse-lhes: «Ide apresentar-vos no templo, a anunciar ao povo todas estas palavras de vida». Tendo ouvido isto, eles entraram no templo de madrugada e começaram a ensinar. Entretanto, chegou o sumo sacerdote com o seu grupo. Convocaram o Sinédrio e todo o Senado dos israelitas e mandaram buscar os Apóstolos à cadeia. Os guardas foram lá, mas não os encontraram na prisão; e voltaram para avisar: «Encontrámos a cadeia fechada com toda a segurança e os guardas de sentinela à porta. Abrimo-la, mas não encontrámos ninguém lá dentro». Ao ouvirem estas palavras, o comandante do templo e os príncipes dos sacerdotes ficaram muito perplexos, perguntando entre si o que se tinha passado com os presos. Entretanto, veio alguém comunicar-lhes: «Os homens que metestes na cadeia estão no templo a ensinar o povo». Então o comandante do templo foi lá com os guardas e trouxe os Apóstolos, mas sem vio¬lência, porque tinham receio de serem apedrejados pelo povo.

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Sal. 33 (34), 2-3.4-5.6-7.8-9
(R. cf. 7a ou Aleluia)
Refrão: O pobre clamou e o Senhor ouviu a sua voz. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se

A toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.
A minha alma gloria-se no Senhor:
escutem e alegrem-se os humildes. Refrão

Enaltecei comigo o Senhor
e exaltemos juntos o seu nome.
Procurei o Senhor e Ele atendeu-me,
libertou-me de toda a ansiedade. Refrão

Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes,
o vosso rosto não se cobrirá de vergonha.
Este pobre clamou e o Senhor o ouviu,
salvou-o de todas as angústias. Refrão

O Anjo do Senhor protege os que O temem
e defende-os dos perigos.
Saboreai e vede como o Senhor é bom:
feliz o homem que n’Ele se refugia. Refrão


ALELUIA Jo 3, 16
Refrão: Aleluia Repete-se
Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho
Unigénito;
quem acredita n’Ele tem a vida eterna. Refrão


EVANGELHO
Jo 3, 16-21
«Deus enviou o seu Filho, para que o mundo seja salvo por Ele»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: «Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito, para que todo o homem que acredita n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus não enviou o Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele. Quem acredita n’Ele não é condenado, mas quem não acredita já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho Unigénito de Deus. E a causa da condenação é esta: a luz veio ao mundo e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque eram más as suas obras. Todo aquele que pratica más ações odeia a luz e não se aproxima dela, para que as suas obras não sejam denunciadas. Mas quem pratica a verdade aproxima-se da luz, para que as suas obras sejam manifestas, pois são feitas em Deus».

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Senhor nosso Deus, que pela admirável permuta de dons neste sacrifício nos fazeis participar na comunhão convosco, único e sumo bem, concedei-nos que, conhecendo a vossa verdade, dêmos testemunho dela na prática das boas obras. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Prefácio pascal


ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Jo 15, 16.19
Eu vos escolhi do mundo e vos destinei, diz o Senhor,
para que deis fruto e o vosso fruto permaneça. Aleluia.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Protegei, Senhor, o vosso povo que saciastes nestes divinos mistérios e fazei-nos passar da antiga condição do pecado à vida nova da graça. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso ¬Fi¬lho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.






« Não quero saber para crer, mas crer para saber».
Santo Anselmo







ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia



1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra


LEITURAS: I Atos 5, 17-26: A palavra de Deus ilumina e salva os que a acolhem com fé e lhe correspondem, como endurece e cega os que se obstinam em se lhe fecharem. Enquanto, aos primeiros, os encanta, aos segundos, irrita-os, e eles acabam por serem por ela preteridos. Mas a palavra de Deus não pode ser julgada; é ela que julga. Foi assim que os Apóstolos, depois de terem sido presos, acabaram por ser libertados e vieram a ser encontrados a anunciar, de novo, essa mesma palavra, pela qual tinham estado prisioneiros.

Jo 3, 16-21: Cristo é o grande dom de Deus aos homens, é a fonte da salvação. É a luz que ilumina mais fortemente que todas as demais luzes. Ao lado d’Ele, todas as outras luzes não passam de trevas. Quem d’Ele se aproximar praticará obras de bem e não terá nenhum receio de ser visto pelos homens; ao contrário, o que d’Ele se afastar tem receio de que os homens o vejam, porque as suas obras o hão de envergonhar.





AGENDA DO DIA



12.00 horas: Oração em rede pedindo a erradicação da epidemia covid – 19
17.00 horas: Funeral em Amieira do Tejo
1800 horas: Missa .






A VOZ DO PASTOR



CASQUINADAS DO CONFINAMENTO

1 - No princípio da semana, no jornal das 8, a TVI teve um rasgo menos feliz ao dizer o que disse. São coisas que acontecem!... Quem anda à chuva molha-se. E, neste caso, molha-se tanto mais quanto o tempo tem pressa e leva a dizer o que se pensa sem se poder pensar bem em tudo o que se diz. A propósito de o norte de Portugal ser a zona mais castigada pelo Convid-19, a TVI quis esclarecer porque é que isso acontecia. Puxou por trunfos demográficos e sociológicos indagados junto de gente que julgou habilitada para o fazer, confiou nos intermediários e a coisa saiu como saiu: “população menos educada, mais pobre, envelhecida e concentrada em lares”. Isto fez chover mosquitos por cordas nas redes sociais. Colocou a paciência dos nortenhos a fazer o pino olímpico, e o coração de muitos ferveu até lhe saltar o testo. Não tardou a vontade de “cevar a arma com os zagalotes” necessários para mimosear a dita cuja com “um tiroteio de palavradas de tarimba”, usando linguagem de Camilo. E foi o que aconteceu! Sem amolgadelas que se olhassem, deram-lhe uma sova de fazer doer e explicar-se. Ela, porém, redimiu-se, reconheceu o erro, chamou-lhe “erro grosseiro”, pediu desculpa pela “construção de uma frase infeliz no ecrã” e pela “parte do texto que a suportava”. Defendeu os pergaminhos da Estação nos serviços que presta, inclusive ao Norte. Se começou mal, acabou bem, a febre baixou, e o estudo sobre a questão continua nas mãos dos especialistas! 

Assanhados quanto baste com as diabruras do covid-19, esses piropos atirados assim do alto, mesmo que involuntários, são precioso combustível para a fogueira do protesto. E, como sabemos, o toutiço aquecido, tirado do sério, fica a zaranzar, acredita no pior e faz o que acha melhor. Esperamos que isto não aconteça muitas vezes, senão, qualquer dia, já tão desalentados, pode acontecer-nos como aconteceu ao caixeiro-viajante de Kafka, o Gregor Samsa. Podemos acordar metamorfoseados num inseto gigante ou noutra coisa assim (ao gosto do leitor!). Se nos virem a passear pelas paredes e pelo teto do quarto, se fizermos desmaiar quem nos olhar, não nos incomodaremos muito com isso. A preocupação com as consequências do bichito em que nos tornamos, bem como a preocupação com o trabalho, o emprego, a família e a sua vida financeira a rabiar, não o permitirão. Mas continuaremos a dizer que tudo está bem, mesmo que embalados ao som do violino. Mas não está, e é feio mentir. E, nesta hora, pior ainda, não está mesmo. Com tantos colaboradores admiráveis, e de boa vontade, em frenesim de cuidados e atenções, pode acontecer que, na possível e infeliz hora em que nos batam à porta para que nos expliquemos, é possível que já não tenhamos médico nem marceneiro que nos destranque a porta. Tidos, porventura, como mal educados, pobres, envelhecidos e a viver em lares, talvez que este aranhiço (ou isso!) em que nos possamos transformar, seja repelente e se queiram livrar dele, ou morramos de inanição, ou ferozmente acarinhados ao colo desse bandalho que é o vírus e que nem físico tem para lhe chegarmos a roupa ao pelo. Tenhamos esperança que não, vai ficar tudo bem, fique em casa, não chegará atrasado ao emprego, o trem aguarda!... (Sugiro a leitura de A Metamorfose de Franz Kafka).

2 - Este outro, sim, mesmo que o leitor lhe queira dizer umas tantas por ele ter dito o que disse, ele já não se ralará, não estará recetivo ao contraditório nem presente em qualquer debate. Nem que o debate seja sobre o futebol ou para discutir a relevância do fósforo como acendalha do cigarro. Embora gostasse de viver, já partiu para o outro lado da vida, e partiu bem vivido e humorado. Partiu em dezembro de 2000, com 99 anos de idade, mesmo fumando cachimbo! Acredito que, se lá onde está, memória deste mundo se consente, acredito que, à mesa do banquete eterno, dê por lá, contagiando os convivas, algumas sonoras gargalhadas ao apreciar como estes bípedes humanos se comportam por estas terras, tão desempoeirados em peneiras e quejandos. Chamava-se Louis Leprince-Ringuet, engenheiro, professor catedrático, físico nuclear, historiador, ensaísta, membro da Academia Francesa e da Academia de Ciências de França, detentor de prémios e comendas, com papel importante no Comissariado para a energia atómica e na Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear, mais conhecida por CERN, o maior laboratório de física de partículas do mundo. Quem mais souber acerca dele tenha a liberdade de acrescentar, a galhofa dele será maior!... Mas não era mosca morta não senhor, nem tinha vergonha de dizer que a sua fé em Deus lhe justificava a fé no homem e na sua capacidade de transformar o mundo para melhor. Vivia fiel ao princípio de que “o homem só tem luz na medida em que se inclina, a humildade da inteligência é a medida da sua grandeza”. No seu livro “Fé de Físico – o testamento de um cientista”, deixa transparecer muito da sua maneira de ser e estar. Se atento à ciência, não menos à sociedade e à causa pública. Um homem do saber e interventivo. Não apreciava muito os intelectuais descomprometidos, os “de mãos limpas” aqueles que pretendem observar e ver o mundo à luz do candeeiro da sua secretária e vivem em ambiente fechado, preocupados com a publicação dos seus livros, com o reconhecimento do público, com discussões sem fim com os do mesmo cenáculo ou com a passagem num programa de televisão. Ele considerava-os cegos, com uma visão abstrata das coisas. “Lançam grandes ideias, definem largas orientações da sociedade, pronunciam generosamente anátemas, dizem-nos onde, como e quando é preciso pensar, mas preocupam-se pouco com que as suas palavras sejam seguidas em atos”. Se “dão prova de grande habilidade nos discursos que fazem, não conhecem o mundo, não conhecem os outros homens, conhecimento esse que é o fundamento” da cultura. A cultura “não é uma questão de memória, de conhecimento livresco, nem de inteligência e de génio, é uma soma de experiências humanas, de bom senso e de caráter” que permite adaptar-nos e ancorar-nos à vida. A palavra cultura, dizia ele, “é muito mal tratada. Fala-se hoje de ‘cultura da empresa’, de ‘cultura da sanduíche’, de cultura a propósito de tudo e de nada. Os que fizeram estudos literários pretendem-se cultos porque podem ornamentar os seus discursos com toda a espécie de floreados”.
Fez-me lembrar o herói d’A Queda d’um Anjo, de Camilo Castelo Branco, o sr. deputado Calisto Eloy de Silos e Benevides de Barbuda, morgado da Agra de Freimas, natural da aldeia de Caçarelhos, termo de Miranda, e que orçava quarenta e nove anos de vida, segundo o autor. Perguntava ele, no Parlamento, cujo Presidente o interpelou para que se abstivesse de usar frases não parlamentares, perguntava ele se certas locuções repolhudas do deputado sr. dr. Libório de Meireles, do Porto, do discurso do qual tinha entendido quase nada e percebido, “a longes, pouquinhas ideias”, perguntava ele se essas coisas eram parlamentares e onde é que se estudavam tais farfalhices. É que, no seu entender, naquela “casa, onde a nação nos manda depurar a verdade dos falaciosos ornatos com que a mentira se arreia, mister é que sejamos sinceros”. E mais disse em relação à empolgante intervenção do sr. deputado dr. Libório do Porto. Disse que até lhe parecia “que os obreiros da torre de Babel, quando Deus os puniu do atrevimento ímpio, falaram daquele feitio!”. Por isso: “Com aquele dr. Libório do Porto nem para o céu. Tenho medo que Deus o não entenda, e nos ponha ambos fora de cambulhada”, afirmou ele.

Hoje divaguei, a impiedosa clausura dá nisto. Se o leitor porventura não gostou, faça o favor de fazer como eu costumo fazer: mesmo sem vontade, ria-se, ria-se outra vez, e outra ainda, mais outra! Sem comentários para o vizinho, coloque o desgosto, discretamente, na beirinha do prato... e siga em frente, com esperança: do quarto para a sala, da sala para a cozinha, da cozinha para a sala, da sala para o quarto... Se usar máscara, que não seja a do carnaval, os de casa já o conhecem de ginjeira e o vírus não se assusta!

E não se esqueça, ELE ressuscitou e disse a Tomé: “Acreditaste porque viste. Felizes os que acreditam sem terem visto” (Jo 20,29).

Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 17-04-2020.





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