quarta-feira, 22 de abril de 2020





PARÓQUIAS DE NISA




Quinta, 23 de abril de 2020






Quinta-feira da II semana do tempo de Páscoa






ALELUIA! ALELUIA! ALELUIA!

CRISTO RESSUSCITOU!

CELEBREMOS





QUINTA-FEIRA da semana II
S. Jorge, mártir – MF
S. Adalberto, bispo e mártir – MF
Branco e verm. – Ofício da féria ou da memória.
Missa da féria ou da memória, pf. pascal.

L 1 Act 5, 27-33; Sal 33 (34), 2 e 9. 17-18. 19-20
Ev Jo 3, 31-36


* Na Ordem Agostiniana – B. Helena de Údine, viúva – MF
* Na Ordem Beneditina – S. Adalberto, bispo e mártir – MF; S. Jorge – MF
* Na Ordem dos Carmelitas Descalços – B. Teresa Maria da Cruz Manetti, virgem – MF
* Na Ordem Franciscana – B. Egídio de Assis, religioso, da I Ordem – MF
* Na Congregação das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus – I Vésp. de S. Bento Menni.
* Na Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor – I Vésp. de S. Maria Eufrásia Pelletier.


MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA cf. Salmo 67, 8-9.20
Quando saístes, Senhor, à frente do vosso povo,
abrindo-lhe o caminho e habitando no meio dele,
estremeceu a terra e abriram-se as fontes do céu. Aleluia.


ORAÇÃO COLECTA
Nós Vos pedimos, Deus misericordioso, que os dons recebidos neste tempo pascal dêem fruto abundante em toda a nossa vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Atos 5, 27-33
«Somos testemunhas destes factos, nós e o Espírito Santo»


Leitura dos Atos dos Apóstolos

Naqueles dias, o comandante do templo e os guardas trouxeram os Apóstolos e fizeram-nos comparecer diante do Sinédrio. O su¬¬mo sacerdote interpelou-os, dizendo: «Já vos proibimos formalmente de ensinar em nome de Jesus; e vós encheis Jerusalém com a vossa doutrina e quereis fazer recair sobre nós o sangue desse homem». Pedro e os Apóstolos responderam: «Deve obedecer-se antes a Deus que aos homens. O Deus dos nossos pais ressuscitou Jesus, a quem vós destes a morte, suspendendo-O no madeiro. Deus exaltou-O pelo seu poder, como Chefe e Salvador, a fim de conceder a Israel o arrependimento e o perdão dos pecados. E nós somos testemunhas destes factos, nós e o Espírito Santo que Deus tem concedido àqueles que Lhe obedecem». Exasperados com esta resposta, decidiram dar-lhes a morte.

Palavra do Senhor.



SALMO RESPONSORIAL Sal. 33 (34), 2.9.17-18.19-20
(R. cf. 7a ou Aleluia)
Refrão: O pobre clamou e o Senhor ouviu a sua voz.
Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se

A toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.
Saboreai e vede como o Senhor é bom:
escutem e alegrem-se os humildes. Refrão

A face do Senhor volta-se contra os que fazem o mal,
para apagar da terra a sua memória.
Os justos clamaram e o Senhor os ouviu,
livrou-os de todas as angústias. Refrão

O Senhor está perto dos que têm o coração atribulado
e salva os de ânimo abatido.
Muitas são as tribulações do justo,
mas de todas elas o livra o Senhor. Refrão


ALELUIA Jo 20, 29
Refrão: Aleluia. Repete-se


Disse o Senhor a Tomé:
«Porque Me viste, acreditaste; felizes os que acreditam sem terem visto. Refrão


EVANGELHO Jo 3, 31-36
«O Pai ama o Filho e entregou tudo nas suas mãos»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: «Aquele que vem do alto está acima de todos; quem é da terra, à terra pertence e da terra fala. Aquele que vem do Céu dá testemunho do que viu e ouviu; mas ninguém recebe o seu testemunho. Quem recebe o seu testemunho confirma que Deus é verdadeiro. De facto, Aquele que Deus enviou diz palavras de Deus, porque Deus dá o Espírito sem medida. O Pai ama o Filho e entregou tudo nas suas mãos. Quem acredita no Filho tem a vida eterna. Quem se recusa a acreditar no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele».

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Subam à vossa presença, Senhor, as nossas orações e as nossas ofertas, de modo que, purificados pela vossa graça, possamos participar dignamente nos sacramentos da vossa misericórdia. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Prefácio pascal



ANTÍFONA DA COMUNHÃO Mt 28, 20
Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos. Aleluia.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor Deus todo-poderoso, que em Cristo ressuscitado nos renovais para a vida eterna, multiplicai em nós os frutos do sacramento pascal e infundi em nossos corações a força do alimento que nos salva. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.







« Não quero saber para crer, mas crer para saber».
Santo Anselmo







ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia



1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra


LEITURAS I: Atos 5, 27-33: A pregação basilar dos Apóstolos é sempre o anúncio do Mistério Pascal: «Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador», que morreu e ressuscitou. Este será também o pregão fundamental da pregação da Igreja. Todo o desenvolvimento que a catequese depois irá fazer partirá deste acontecimento central. O testemunho que os Apóstolos dão deste acontecimento pascal e que a Igreja agora continua a dar é, ao mesmo tempo, dado pelo próprio Espírito Santo. É, por isso, testemunho do próprio Deus.

Jo 3, 31-36: Esta passagem faz continuação à conversa de Jesus com Nicodemos, começada a ler-se ontem. São verdadeiras catequeses sobre o mistério da pessoa de Jesus, a sua origem, a sua relação com o Pai, a sua missão. A terra é o mundo dos homens com as suas limitações, as suas carências, até a sua cegueira que os impede de ver a luz de Deus; o Céu é o mundo de Deus, donde nos vem Jesus, o Filho, para tornar os homens participantes da sua vida divina e os conduzir ao Pai. Mas quem aceitará o seu testemunho?





AGENDA DO DIA



12.00 horas: Oração em rede pedindo a erradicação da epidemia covid – 19
1800 horas: Missa.






A VOZ DO PASTOR



CASQUINADAS DO CONFINAMENTO

1 - No princípio da semana, no jornal das 8, a TVI teve um rasgo menos feliz ao dizer o que disse. São coisas que acontecem!... Quem anda à chuva molha-se. E, neste caso, molha-se tanto mais quanto o tempo tem pressa e leva a dizer o que se pensa sem se poder pensar bem em tudo o que se diz. A propósito de o norte de Portugal ser a zona mais castigada pelo Convid-19, a TVI quis esclarecer porque é que isso acontecia. Puxou por trunfos demográficos e sociológicos indagados junto de gente que julgou habilitada para o fazer, confiou nos intermediários e a coisa saiu como saiu: “população menos educada, mais pobre, envelhecida e concentrada em lares”. Isto fez chover mosquitos por cordas nas redes sociais. Colocou a paciência dos nortenhos a fazer o pino olímpico, e o coração de muitos ferveu até lhe saltar o testo. Não tardou a vontade de “cevar a arma com os zagalotes” necessários para mimosear a dita cuja com “um tiroteio de palavradas de tarimba”, usando linguagem de Camilo. E foi o que aconteceu! Sem amolgadelas que se olhassem, deram-lhe uma sova de fazer doer e explicar-se. Ela, porém, redimiu-se, reconheceu o erro, chamou-lhe “erro grosseiro”, pediu desculpa pela “construção de uma frase infeliz no ecrã” e pela “parte do texto que a suportava”. Defendeu os pergaminhos da Estação nos serviços que presta, inclusive ao Norte. Se começou mal, acabou bem, a febre baixou, e o estudo sobre a questão continua nas mãos dos especialistas! 

Assanhados quanto baste com as diabruras do covid-19, esses piropos atirados assim do alto, mesmo que involuntários, são precioso combustível para a fogueira do protesto. E, como sabemos, o toutiço aquecido, tirado do sério, fica a zaranzar, acredita no pior e faz o que acha melhor. Esperamos que isto não aconteça muitas vezes, senão, qualquer dia, já tão desalentados, pode acontecer-nos como aconteceu ao caixeiro-viajante de Kafka, o Gregor Samsa. Podemos acordar metamorfoseados num inseto gigante ou noutra coisa assim (ao gosto do leitor!). Se nos virem a passear pelas paredes e pelo teto do quarto, se fizermos desmaiar quem nos olhar, não nos incomodaremos muito com isso. A preocupação com as consequências do bichito em que nos tornamos, bem como a preocupação com o trabalho, o emprego, a família e a sua vida financeira a rabiar, não o permitirão. Mas continuaremos a dizer que tudo está bem, mesmo que embalados ao som do violino. Mas não está, e é feio mentir. E, nesta hora, pior ainda, não está mesmo. Com tantos colaboradores admiráveis, e de boa vontade, em frenesim de cuidados e atenções, pode acontecer que, na possível e infeliz hora em que nos batam à porta para que nos expliquemos, é possível que já não tenhamos médico nem marceneiro que nos destranque a porta. Tidos, porventura, como mal educados, pobres, envelhecidos e a viver em lares, talvez que este aranhiço (ou isso!) em que nos possamos transformar, seja repelente e se queiram livrar dele, ou morramos de inanição, ou ferozmente acarinhados ao colo desse bandalho que é o vírus e que nem físico tem para lhe chegarmos a roupa ao pelo. Tenhamos esperança que não, vai ficar tudo bem, fique em casa, não chegará atrasado ao emprego, o trem aguarda!... (Sugiro a leitura de A Metamorfose de Franz Kafka).

2 - Este outro, sim, mesmo que o leitor lhe queira dizer umas tantas por ele ter dito o que disse, ele já não se ralará, não estará recetivo ao contraditório nem presente em qualquer debate. Nem que o debate seja sobre o futebol ou para discutir a relevância do fósforo como acendalha do cigarro. Embora gostasse de viver, já partiu para o outro lado da vida, e partiu bem vivido e humorado. Partiu em dezembro de 2000, com 99 anos de idade, mesmo fumando cachimbo! Acredito que, se lá onde está, memória deste mundo se consente, acredito que, à mesa do banquete eterno, dê por lá, contagiando os convivas, algumas sonoras gargalhadas ao apreciar como estes bípedes humanos se comportam por estas terras, tão desempoeirados em peneiras e quejandos. Chamava-se Louis Leprince-Ringuet, engenheiro, professor catedrático, físico nuclear, historiador, ensaísta, membro da Academia Francesa e da Academia de Ciências de França, detentor de prémios e comendas, com papel importante no Comissariado para a energia atómica e na Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear, mais conhecida por CERN, o maior laboratório de física de partículas do mundo. Quem mais souber acerca dele tenha a liberdade de acrescentar, a galhofa dele será maior!... Mas não era mosca morta não senhor, nem tinha vergonha de dizer que a sua fé em Deus lhe justificava a fé no homem e na sua capacidade de transformar o mundo para melhor. Vivia fiel ao princípio de que “o homem só tem luz na medida em que se inclina, a humildade da inteligência é a medida da sua grandeza”. No seu livro “Fé de Físico – o testamento de um cientista”, deixa transparecer muito da sua maneira de ser e estar. Se atento à ciência, não menos à sociedade e à causa pública. Um homem do saber e interventivo. Não apreciava muito os intelectuais descomprometidos, os “de mãos limpas” aqueles que pretendem observar e ver o mundo à luz do candeeiro da sua secretária e vivem em ambiente fechado, preocupados com a publicação dos seus livros, com o reconhecimento do público, com discussões sem fim com os do mesmo cenáculo ou com a passagem num programa de televisão. Ele considerava-os cegos, com uma visão abstrata das coisas. “Lançam grandes ideias, definem largas orientações da sociedade, pronunciam generosamente anátemas, dizem-nos onde, como e quando é preciso pensar, mas preocupam-se pouco com que as suas palavras sejam seguidas em atos”. Se “dão prova de grande habilidade nos discursos que fazem, não conhecem o mundo, não conhecem os outros homens, conhecimento esse que é o fundamento” da cultura. A cultura “não é uma questão de memória, de conhecimento livresco, nem de inteligência e de génio, é uma soma de experiências humanas, de bom senso e de caráter” que permite adaptar-nos e ancorar-nos à vida. A palavra cultura, dizia ele, “é muito mal tratada. Fala-se hoje de ‘cultura da empresa’, de ‘cultura da sanduíche’, de cultura a propósito de tudo e de nada. Os que fizeram estudos literários pretendem-se cultos porque podem ornamentar os seus discursos com toda a espécie de floreados”.
Fez-me lembrar o herói d’A Queda d’um Anjo, de Camilo Castelo Branco, o sr. deputado Calisto Eloy de Silos e Benevides de Barbuda, morgado da Agra de Freimas, natural da aldeia de Caçarelhos, termo de Miranda, e que orçava quarenta e nove anos de vida, segundo o autor. Perguntava ele, no Parlamento, cujo Presidente o interpelou para que se abstivesse de usar frases não parlamentares, perguntava ele se certas locuções repolhudas do deputado sr. dr. Libório de Meireles, do Porto, do discurso do qual tinha entendido quase nada e percebido, “a longes, pouquinhas ideias”, perguntava ele se essas coisas eram parlamentares e onde é que se estudavam tais farfalhices. É que, no seu entender, naquela “casa, onde a nação nos manda depurar a verdade dos falaciosos ornatos com que a mentira se arreia, mister é que sejamos sinceros”. E mais disse em relação à empolgante intervenção do sr. deputado dr. Libório do Porto. Disse que até lhe parecia “que os obreiros da torre de Babel, quando Deus os puniu do atrevimento ímpio, falaram daquele feitio!”. Por isso: “Com aquele dr. Libório do Porto nem para o céu. Tenho medo que Deus o não entenda, e nos ponha ambos fora de cambulhada”, afirmou ele.

Hoje divaguei, a impiedosa clausura dá nisto. Se o leitor porventura não gostou, faça o favor de fazer como eu costumo fazer: mesmo sem vontade, ria-se, ria-se outra vez, e outra ainda, mais outra! Sem comentários para o vizinho, coloque o desgosto, discretamente, na beirinha do prato... e siga em frente, com esperança: do quarto para a sala, da sala para a cozinha, da cozinha para a sala, da sala para o quarto... Se usar máscara, que não seja a do carnaval, os de casa já o conhecem de ginjeira e o vírus não se assusta!

E não se esqueça, ELE ressuscitou e disse a Tomé: “Acreditaste porque viste. Felizes os que acreditam sem terem visto” (Jo 20,29).

Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 17-04-2020.






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