PARÓQUIAS
DE NISA
Sábado,
11 de abril de 2020
Sábado Santo
Sumário:
1.Laudes.
Durante o dia nã há nenhuma celebração
2.
Agenda do dia
3.
Palavra do Senhor Bispo,
SÁBADO SANTO
Roxo.
Ofício próprio.
* Hoje, antes da Vigília Pascal, a sagrada comunhão só pode ser levada como Viático.
* As Completas são omitidas por aqueles que participam na Vigília Pascal.
Ofício próprio.
* Hoje, antes da Vigília Pascal, a sagrada comunhão só pode ser levada como Viático.
* As Completas são omitidas por aqueles que participam na Vigília Pascal.
ORAÇÃO DE LAUDES
INÍCIO
V. Deus, vinde em nosso auxílio.
R. Senhor, socorrei-nos e salvai-nos.
R. Senhor, socorrei-nos e salvai-nos.
Glória ao Pai e ao Filho
e ao Espírito Santo,
como era no princípio,
agora e sempre. Amen.
e ao Espírito Santo,
como era no princípio,
agora e sempre. Amen.
HINO
Insígnia
triunfal, honrosa e santa,
Chave do céu, penhor de eterna glória,
Que com Jesus da terra nos levanta.
Chave do céu, penhor de eterna glória,
Que com Jesus da terra nos levanta.
Sacrário
em que ficou viva a memória
Do imenso amor divino onde se alcança
De inimigos domésticos vitória.
Do imenso amor divino onde se alcança
De inimigos domésticos vitória.
Sinal
que após dilúvio traz bonança,
Por quem o mundo novo é reformado
E se converte o espanto em esperança.
Por quem o mundo novo é reformado
E se converte o espanto em esperança.
Ó
Cruz, minha saudade e meu cuidado,
Que sustentar pudeste o doce peso
Da nossa redenção tão desejado!
Que sustentar pudeste o doce peso
Da nossa redenção tão desejado!
SALMODIA
Ant. 1 Hão-de chorá-lo como se chora o filho único, porque o Senhor morreu
inocente.
Salmo 63 (64)
Elogio da lei divina
Elogio da lei divina
Este salmo aplica-se de modo especial
à paixão do Senhor
(S. Agostinho).
(S. Agostinho).
Ouvi,
ó Deus, a minha voz na aflição, *
do temor dos inimigos defendei a minha vida.
Livrai-me da caterva dos malfeitores, *
do bando dos que praticam a iniquidade.
do temor dos inimigos defendei a minha vida.
Livrai-me da caterva dos malfeitores, *
do bando dos que praticam a iniquidade.
Afiaram
a língua como espada, *
desferiram como setas palavras de ódio,
atirando à traição sobre o inocente, *
ferindo de improviso, sem nada recear.
desferiram como setas palavras de ódio,
atirando à traição sobre o inocente, *
ferindo de improviso, sem nada recear.
Obstinam-se
no mal, combinam armar ciladas *
e perguntam: «Quem nos verá?».
Maquinam iniquidades, ocultam planos bem pensados, *
o íntimo do seu coração é insondável.
e perguntam: «Quem nos verá?».
Maquinam iniquidades, ocultam planos bem pensados, *
o íntimo do seu coração é insondável.
Deus,
porém, atingiu-os com suas setas; *
são feridos de improviso,
e a sua língua foi a causa da ruína. *
Quem os vê meneia a cabeça.
são feridos de improviso,
e a sua língua foi a causa da ruína. *
Quem os vê meneia a cabeça.
Todos
tiveram medo e proclamaram a obra de Deus *
e reconheceram o que Ele fez.
Alegre-se o justo no Senhor e n’Ele se refugie *
e congratulem-se todos os homens rectos de coração.
e reconheceram o que Ele fez.
Alegre-se o justo no Senhor e n’Ele se refugie *
e congratulem-se todos os homens rectos de coração.
Ant. Hão-de chorá-lo como se chora
o filho único, porque o Senhor morreu inocente.
Ant. 2 Livrai-me,
Senhor, das portas do abismo.
Cântico Is
38, 10-14.17-20
Angústias dum moribundo, alegria da cura
Angústias dum moribundo, alegria da cura
Eu sou o que vive e estava
morto...
E tenho as chaves da morte (Ap 1, 17.18).
E tenho as chaves da morte (Ap 1, 17.18).
Eu
disse: «Em meio da vida, †
vou descer às portas da morte, *
privado do resto dos meus anos».
vou descer às portas da morte, *
privado do resto dos meus anos».
Eu
disse: «Não mais verei o Senhor na terra dos vivos, †
não verei mais ninguém *
entre os habitantes do mundo».
não verei mais ninguém *
entre os habitantes do mundo».
Para
longe de mim foi arrancada a minha morada, *
como tenda de pastores.
Como tecelão, eu tecia a minha vida, *
mas cortaram-me a trama.
como tenda de pastores.
Como tecelão, eu tecia a minha vida, *
mas cortaram-me a trama.
De
manhã até à noite *
sou consumido.
sou consumido.
Grito
até ao amanhecer, *
como um leão que dilacera os meus ossos;
De manhã até à noite *
sou consumido.
como um leão que dilacera os meus ossos;
De manhã até à noite *
sou consumido.
Grito
como a andorinha *
e gemo como a pomba.
Cansam-se meus olhos de olhar para o alto. *
Socorrei-me, Senhor.
e gemo como a pomba.
Cansam-se meus olhos de olhar para o alto. *
Socorrei-me, Senhor.
Preservastes
a minha alma da corrupção da morte, *
perdoastes todos os meus pecados.
perdoastes todos os meus pecados.
Nem
a morada dos mortos Vos louvará, *
nem a morte Vos dará glória.
Para quem desce ao túmulo, *
acaba a esperança na vossa fidelidade.
nem a morte Vos dará glória.
Para quem desce ao túmulo, *
acaba a esperança na vossa fidelidade.
Só
os vivos podem louvar-Vos, *
como eu Vos louvo hoje.
O pai dará a conhecer aos seus filhos *
a vossa fidelidade.
como eu Vos louvo hoje.
O pai dará a conhecer aos seus filhos *
a vossa fidelidade.
Senhor,
vinde em meu auxílio, *
e cantaremos nossos salmos,
todos os dias da nossa vida, *
no templo do Senhor.
e cantaremos nossos salmos,
todos os dias da nossa vida, *
no templo do Senhor.
Ant. Livrai-me, Senhor, das portas
do abismo.
Ant. 3 Eu estive morto, mas agora
vivo para sempre e tenho as chaves da morte e do abismo.
Salmo 150
A alegria dos santos
A alegria dos santos
Glorificai a Deus com o corpo e com a
alma (Hesíquio).
Louvai
o Senhor no seu santuário, *
louvai-O no seu majestoso firmamento.
Louvai-O pela grandeza das suas obras, *
louvai-O pela sua infinita majestade.
louvai-O no seu majestoso firmamento.
Louvai-O pela grandeza das suas obras, *
louvai-O pela sua infinita majestade.
Louvai-O
ao som da trombeta, *
louvai-O ao som da lira e da cítara.
Louvai-O com o tímpano e com a dança, *
louvai-O ao som da harpa e da flauta.
louvai-O ao som da lira e da cítara.
Louvai-O com o tímpano e com a dança, *
louvai-O ao som da harpa e da flauta.
Louvai-O
com címbalos sonoros, *
louvai-O com címbalos retumbantes. †
Tudo quanto respira louve o Senhor.
louvai-O com címbalos retumbantes. †
Tudo quanto respira louve o Senhor.
Ant. Eu estive morto, mas agora
vivo para sempre e tenho as chaves da morte e do abismo.
LEITURA BREVE Os 5, 15d – 6, 2
Eis o que diz o Senhor: Na sua
angústia, hão de procurar-Me: «Vinde, voltemos para o Senhor. Se Ele nos feriu,
Ele nos curará. Se nos atingiu com os seus golpes, Ele tratará as nossas
feridas. Ao fim de dois dias, Ele nos fará viver de novo. Ao terceiro dia nos
levantará e viveremos na sua presença».
Em vez do RESPONSÓRIO
BREVE, diz-se:
Ant. Por nosso amor, Cristo obedeceu até à morte e morte de cruz. Por isso Deus O exaltou e Lhe deu um nome que está acima de todos os nomes.
Ant. Por nosso amor, Cristo obedeceu até à morte e morte de cruz. Por isso Deus O exaltou e Lhe deu um nome que está acima de todos os nomes.
CÂNTICO EVANGÉLICO (Benedictus) Lc 1, 68-79
Ant. Salvador do mundo, salvai-nos. Vós que na
cruz nos resgatastes com o vosso Sangue, vinde em nosso auxílio, Senhor, nosso
Deus.
Cântico
O Messias e seu Precursor
Bendito o Senhor Deus de Israel *
que visitou e redimiu o seu povo
e nos deu um Salvador poderoso *
na casa de David, seu servo,
conforme prometeu pela boca dos seus santos, *
os profetas dos tempos antigos,
para
nos libertar dos nossos inimigos *
e das mãos daqueles que nos odeiam,
para mostrar a sua misericórdia a favor dos nossos pais, *
recordando a sua sagrada aliança
e o juramento que fizera a Abraão, nosso pai, *
que nos havia de conceder esta graça:
e das mãos daqueles que nos odeiam,
para mostrar a sua misericórdia a favor dos nossos pais, *
recordando a sua sagrada aliança
e o juramento que fizera a Abraão, nosso pai, *
que nos havia de conceder esta graça:
de
O servirmos um dia, sem temor, *
livres das mãos dos nossos inimigos,
em santidade e justiça, na sua presença, *
todos os dias da nossa vida.
livres das mãos dos nossos inimigos,
em santidade e justiça, na sua presença, *
todos os dias da nossa vida.
E
tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, *
porque irás à sua frente a preparar os seus caminhos,
para dar a conhecer ao seu povo a salvação *
pela remissão dos seus pecados,
porque irás à sua frente a preparar os seus caminhos,
para dar a conhecer ao seu povo a salvação *
pela remissão dos seus pecados,
graças
ao coração misericordioso do nosso Deus, *
que das alturas nos visita como sol nascente,
para iluminar os que jazem nas trevas e na sombra da morte *
e dirigir os nossos passos no caminho da paz.
que das alturas nos visita como sol nascente,
para iluminar os que jazem nas trevas e na sombra da morte *
e dirigir os nossos passos no caminho da paz.
Glória
ao Pai e ao Filho
e ao Espírito Santo, *
como era no princípio,
agora e sempre. Amen.
e ao Espírito Santo, *
como era no princípio,
agora e sempre. Amen.
Ant. Salvador do mundo, salvai-nos. Vós que na cruz nos resgatastes com o
vosso Sangue, vinde em nosso auxílio, Senhor, nosso Deus.
PRECES
Adoremos
com sincera piedade a Cristo, nosso Redentor, que por nós padeceu e foi
sepultado para ressuscitar ao terceiro dia; e imploremos humildemente:
Senhor, tende piedade de nós.
Cristo,
nosso Salvador, que junto à cruz e ao sepulcro quisestes ser acompanhado pela
vossa Mãe dolorosa,
— fazei-nos também participar na vossa paixão por meio dos sofrimentos da vida.
— fazei-nos também participar na vossa paixão por meio dos sofrimentos da vida.
Senhor Jesus Cristo, que como grão de trigo caído na terra frutificastes para nós o dom admirável da vida divina,
— dai-nos a graça de morrer para o pecado e viver só para Deus.
Pastor da Igreja, que, sepultado no túmulo, quisestes ocultar-Vos à vista dos homens,
— ensinai-nos a amar a nossa vida escondida convosco em Deus Pai.
Cristo, novo Adão, que descestes ao reino dos mortos para libertar os justos que, desde a origem do mundo, estavam encarcerados,
— compadecei-Vos dos que estão mortos no túmulo dos seus pecados, para que escutem a vossa voz e recuperem a vida.
Cristo, Filho de Deus vivo, que pelo Baptismo nos sepultastes convosco na morte,
— conformai-nos cada vez mais à imagem da vossa ressurreição, para vivermos uma vida nova.
Pai
nosso
Oração
Deus eterno e omnipotente: ao celebrarmos o mistério redentor de vosso
Filho Unigénito, que depois de ter descido à morada dos mortos saiu
vitoriosamente do sepulcro, concedei aos vossos fiéis que, sepultados com
Cristo no Baptismo, também com Cristo ressuscitem para a vida eterna. Ele que é
Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
V. O Senhor nos abençoe,
nos livre de todo o mal
e nos conduza à vida eterna.
R. Amen.
nos livre de todo o mal
e nos conduza à vida eterna.
R. Amen.
«Mulher,
eis o teu filho».
ORAÇÃO BÍBLICA
Reza a PALAVRA do dia
1.
Leitura: Lê, respeita,
situa o que lês
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação:
Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
-
Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: Louva
o Senhor, suplica, escuta
-
Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra
LEITURAS:
AGENDA DO DIA
12.00 horas: Oração em rede em toda a diocese
pedir a graça do fim da .
21.00 horas: Vigília Pascal na Igreja do
Espírito Santo. Sem assembleia!
NB.:
O Sábado Santo é dia do silêncio. Da espectativa. Esperamos a volta do Vencedor
da morte.
A VOZ DO PASTOR
UM MUNDO DOENTE AOS PÉS DA CRUZ
O gesto impressionou o mundo, um mundo
de olhos esticados para lá! Foi mais uma página da História humana, uma página
inesquecível, escrita a letras de ouro! Vestido de branco, sozinho e debruçado
sobre si mesmo, como que a carregar aos ombros as tragédias do mundo inteiro, o
Papa Francisco subia em direção às portas da Basílica de São Pedro, para,
voltado para o imenso largo, quotidianamente palco de milhares e milhares de
pessoas, mas agora completamente livre, convidar o mundo crente a rezar, também
pelos não crentes. Sem dizer monossílabo que se ouvisse, a tristeza gritava e
pulava, incomodativa, do chão deserto e silencioso daquela praça, do caminhar
pesado e lento do Santo Padre, do tom sofrido da sua voz, dos parcos gestos que
a circunstância lhe impunha naquela praça circundada pela monumental colunata
de Bernini a abraçar a cidade e o mundo. As nuvens choramingavam!...
Foi um momento que ficará para a
História, como para a História ficarão as imagens das cidades freneticamente
movimentadas pelas exigências da vida, e, agora, completamente desertas, a
causarem medo como se de noite escura, ameaçada por bandidos, se tratasse. Foi
um momento extraordinário de oração nestes tempos em que, como referia o Papa,
“densas trevas cobriram as nossas praças, ruas e cidades; apoderaram-se das
nossas vidas, enchendo tudo dum silêncio ensurdecedor e um vazio desolador, que
paralisa tudo à sua passagem: pressente-se no ar, nota-se nos gestos, dizem-no
os olhares. Revemo-nos temerosos e perdidos. À semelhança dos discípulos do
Evangelho, fomos surpreendidos por uma tempestade inesperada e furibunda.
Demo-nos conta de estar no mesmo barco, todos frágeis e desorientados mas ao
mesmo tempo importantes e necessários: todos chamados a remar juntos, todos
carecidos de mútuo encorajamento. E, neste barco, estamos todos”. A situação
sanitária que hoje aflige toda a humanidade “desmascara a nossa vulnerabilidade
e deixa a descoberto as falsas e supérfluas seguranças com que construímos os
nossos programas, os nossos projetos, os nossos hábitos e prioridades.
Mostra-nos como deixamos adormecido e abandonado aquilo que nutre, sustenta e
dá força à nossa vida e à nossa comunidade”. Tudo nos faz perceber que “caiu a
maquilhagem dos estereótipos com que mascaramos o nosso «eu» sempre preocupado
com a própria imagem; e ficou a descoberto, uma vez mais, aquela (abençoada)
pertença comum a que não nos podemos subtrair: a pertença como irmãos.” Agimos
como se não houvesse limites, “avançamos a toda a velocidade, sentindo-nos em
tudo fortes e capazes. Na nossa avidez de lucro, deixamo-nos absorver pelas
coisas e transtornar pela pressa”, não escutamos os apelos do Senhor, “não
despertamos face a guerras e injustiças planetárias, não ouvimos o grito dos
pobres e do nosso planeta gravemente enfermo. Avançamos, destemidos, pensando
que continuaríamos sempre saudáveis num mundo doente”.
Recordando que, neste tempo em que
fazemos memória da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor, ressoa em todos nós
o apelo urgente à conversão feito por Jesus, Francisco pede-nos que reajustemos
a rota da vida, que aproveitemos “este tempo de prova como um tempo de decisão
(...) o tempo de decidir o que conta e o que passa, de separar o que é
necessário daquilo que não o é”.
De facto, a celebração do Tríduo Pascal
convida-nos ao silêncio. Um silêncio fecundo, um silêncio que nos faz encontrar
connosco mesmos e com Deus, adorando-O em espírito e verdade. Há dois mil anos,
Jesus, o Filho de Deus, foi condenado à morte, a morte mais ignominiosa do
tempo: a morte na cruz. Acusações sem consistência, calúnias, testemunhas
falsas, autoridades pusilânimes, tribunais ao serviço dos caprichos humanos,
tudo, tudo convergiu contra Jesus que, por obediência ao Pai e por amor aos
homens, se foi entregando, esvaziando, abandonando, até se entregar nos braços
do Pai, sem oferecer violência à violência. Pelo contrário, antes de tudo estar
consumado, Ele pede o perdão para quem o matava. E morreu, e foi sepultado, e
fez-se silêncio, e tornou-se fonte de salvação para todos os homens. A lógica
de Deus não é a nossa lógica. Esta procura realizar-se através do poder, do ter
e da construção de torres de Babel para atingir e ser como Deus. A Cruz
recorda-nos que a realização plena consiste em conformar a vontade humana à
vontade de Deus Pai. Obedecendo, Jesus carregou a cruz de todos os homens, as
cruzes duma humanidade sofredora. Se Adão, desobedecendo e confiando nas suas
próprias forças, ao pretender ser como Deus perdeu a sua dignidade original,
Jesus, por sua vez, em total fidelidade ao Pai, sendo de condição divina,
rebaixou-se, entrou na condição humana para redimir o Adão que está em nós e
restituir ao homem a dignidade que perdera (cf. Bento XVI, 27-6-2012). “Ele
tinha a condição divina, mas não se apegou à sua igualdade com Deus. Pelo
contrário, esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de servo e tornando-Se
semelhante aos homens. Assim, apresentando-Se como simples homem, humilhou-Se a
Si mesmo, tornando-Se obediente até à morte, e morte de cruz! Por isso, Deus o
exaltou grandemente, e Lhe deu o Nome que está acima de qualquer outro nome;
para que, ao nome de Jesus, se dobre todo o joelho no céu, na terra e sob a
terra; e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de
Deus Pai” (Fil 2, 6-11).
Jesus continua a fazer-nos o convite: «Se alguém quiser vir após Mim, renegue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me» (Mt 16, 24). E siga-me, isto é, partilhe comigo o mesmo caminho, mesmo que o mundo não compreenda e ache ser uma derrota. E aponta o modo de o fazer: “Então Jesus, levantou-Se da mesa, tirou o manto, pegou numa toalha e atou-a à cintura. Deitou água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugá-los com a toalha que tinha à cintura (...) sentou-Se de novo e perguntou: «Compreendeis o que vos fiz? Vós chamais-Me “o Mestre” e “o Senhor”, e dizeis bem, porque o sou. Ora, se Eu, o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós vos deveis lavar os pés uns aos outros» (Jo 13, 13-14).
Nestes dias de pandemia tão aflitivos,
com o Papa Francisco saibamos apreciar aqueles que hoje estão a “escrever os
acontecimentos decisivos da nossa história: médicos, enfermeiros e enfermeiras,
trabalhadores dos supermercados, pessoal da limpeza, curadores,
transportadores, forças policiais, voluntários, sacerdotes, religiosas e muitos
– mas muitos – outros que compreenderam que ninguém se salva sozinho. Perante o
sofrimento, onde se mede o verdadeiro desenvolvimento dos nossos povos,
descobrimos e experimentamos a oração sacerdotal de Jesus: «Que todos sejam um
só» (Jo 17, 21). Quantas pessoas dia a dia exercitam a paciência e infundem
esperança, tendo a peito não semear pânico, mas corresponsabilidade! Quantos
pais, mães, avôs e avós, professores mostram às nossas crianças, com pequenos
gestos do dia a dia, como enfrentar e atravessar uma crise, readaptando
hábitos, levantando o olhar e estimulando a oração! Quantas pessoas rezam, se
imolam e intercedem pelo bem de todos! A oração e o serviço silencioso: são as
nossas armas vencedoras”.
Celebrando a Paixão, Morte e Ressurreição
de Cristo, adoremos a Cruz. Nela encontramos “Aquele que não aponta o dedo
contra ninguém, mas abre os braços para todos; que não nos esmaga com a sua
glória, mas se despe por nós; que não nos ama em palavras, mas nos dá a vida em
silêncio; que não nos obriga, mas nos liberta; que não nos trata como
estranhos, mas assume os nossos males, os nossos pecados. Para nos libertar dos
preconceitos sobre Deus, olhemos o crucifixo e depois abramos o Evangelho (...)
Não se esqueçam: Crucifixo e Evangelho! A liturgia doméstica será essa”,
diz-nos Francisco.
Santa Páscoa!
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 09-04-2020.
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