sexta-feira, 10 de abril de 2020







PARÓQUIAS DE NISA




Sábado, 11 de abril de 2020











Sábado Santo






Sumário:
1.Laudes. Durante o dia nã há nenhuma celebração
2. Agenda do dia
3. Palavra do Senhor Bispo,




SÁBADO SANTO
Roxo.
Ofício próprio.

* Hoje, antes da Vigília Pascal, a sagrada comunhão só pode ser levada como Viático.
* As Completas são omitidas por aqueles que participam na Vigília Pascal.





ORAÇÃO DE LAUDES
INÍCIO

V. Deus, vinde em nosso auxílio.
R. Senhor, socorrei-nos e salvai-nos.
Glória ao Pai e ao Filho
e ao Espírito Santo,
como era no princípio,
agora e sempre. Amen.



HINO

Insígnia triunfal, honrosa e santa,
Chave do céu, penhor de eterna glória,
Que com Jesus da terra nos levanta.


Sacrário em que ficou viva a memória
Do imenso amor divino onde se alcança
De inimigos domésticos vitória.


Sinal que após dilúvio traz bonança,
Por quem o mundo novo é reformado
E se converte o espanto em esperança.


Ó Cruz, minha saudade e meu cuidado,
Que sustentar pudeste o doce peso
Da nossa redenção tão desejado!



SALMODIA

Ant. 1 Hão-de chorá-lo como se chora o filho único, porque o Senhor morreu inocente.
Salmo 63 (64)
Elogio da lei divina
Este salmo aplica-se de modo especial à paixão do Senhor
(S. Agostinho).


Ouvi, ó Deus, a minha voz na aflição, *
   do temor dos inimigos defendei a minha vida.
Livrai-me da caterva dos malfeitores, *
   do bando dos que praticam a iniquidade.


Afiaram a língua como espada, *
   desferiram como setas palavras de ódio,
atirando à traição sobre o inocente, *
   ferindo de improviso, sem nada recear.


Obstinam-se no mal, combinam armar ciladas *
   e perguntam: «Quem nos verá?».
Maquinam iniquidades, ocultam planos bem pensados, *
   o íntimo do seu coração é insondável.


Deus, porém, atingiu-os com suas setas; *
   são feridos de improviso,
e a sua língua foi a causa da ruína. *
   Quem os vê meneia a cabeça.
Todos tiveram medo e proclamaram a obra de Deus *
   e reconheceram o que Ele fez.


Alegre-se o justo no Senhor e n’Ele se refugie *
   e congratulem-se todos os homens rectos de coração. 


Ant. Hão-de chorá-lo como se chora o filho único, porque o Senhor morreu inocente.

Ant. 2 Livrai-me, Senhor, das portas do abismo.

Cântico Is 38, 10-14.17-20
Angústias dum moribundo, alegria da cura


Eu sou o que vive e estava morto... 
E tenho as chaves da morte (Ap 1, 17.18).



Eu disse: «Em meio da vida, †
vou descer às portas da morte, *
   privado do resto dos meus anos».


Eu disse: «Não mais verei o Senhor na terra dos vivos, †
não verei mais ninguém *
   entre os habitantes do mundo».
Para longe de mim foi arrancada a minha morada, *
   como tenda de pastores.


Como tecelão, eu tecia a minha vida, *
   mas cortaram-me a trama.
De manhã até à noite *
   sou consumido.


Grito até ao amanhecer, *
   como um leão que dilacera os meus ossos;
De manhã até à noite *
   sou consumido.


Grito como a andorinha *
   e gemo como a pomba.
Cansam-se meus olhos de olhar para o alto. *
   Socorrei-me, Senhor.


Preservastes a minha alma da corrupção da morte, *
   perdoastes todos os meus pecados.
Nem a morada dos mortos Vos louvará, *
   nem a morte Vos dará glória.


Para quem desce ao túmulo, *
   acaba a esperança na vossa fidelidade.
Só os vivos podem louvar-Vos, *
   como eu Vos louvo hoje.


O pai dará a conhecer aos seus filhos *
   a vossa fidelidade.
Senhor, vinde em meu auxílio, *
   e cantaremos nossos salmos,
todos os dias da nossa vida, *
   no templo do Senhor.


Ant. Livrai-me, Senhor, das portas do abismo.

Ant. 3 Eu estive morto, mas agora vivo para sempre e tenho as chaves da morte e do abismo.

Salmo 150
A alegria dos santos
Glorificai a Deus com o corpo e com a alma (Hesíquio).

Louvai o Senhor no seu santuário, *
   louvai-O no seu majestoso firmamento.
Louvai-O pela grandeza das suas obras, *
   louvai-O pela sua infinita majestade.


Louvai-O ao som da trombeta, *
   louvai-O ao som da lira e da cítara.
Louvai-O com o tímpano e com a dança, *
   louvai-O ao som da harpa e da flauta.


Louvai-O com címbalos sonoros, *
   louvai-O com címbalos retumbantes. †
   Tudo quanto respira louve o Senhor.


Ant. Eu estive morto, mas agora vivo para sempre e tenho as chaves da morte e do abismo.

LEITURA BREVE Os 5, 15d – 6, 2
Eis o que diz o Senhor: Na sua angústia, hão de procurar-Me: «Vinde, voltemos para o Senhor. Se Ele nos feriu, Ele nos curará. Se nos atingiu com os seus golpes, Ele tratará as nossas feridas. Ao fim de dois dias, Ele nos fará viver de novo. Ao terceiro dia nos levantará e viveremos na sua presença».

Em vez do RESPONSÓRIO BREVE, diz-se:
Ant. Por nosso amor, Cristo obedeceu até à morte e morte de cruz. Por isso Deus O exaltou e Lhe deu um nome que está acima de todos os nomes.

CÂNTICO EVANGÉLICO (Benedictus) Lc 1, 68-79 
Ant. Salvador do mundo, salvai-nos. Vós que na cruz nos resgatastes com o vosso Sangue, vinde em nosso auxílio, Senhor, nosso Deus.

Cântico
O Messias e seu Precursor 

Bendito o Senhor Deus de Israel *
   que visitou e redimiu o seu povo
e nos deu um Salvador poderoso *
   na casa de David, seu servo,
conforme prometeu pela boca dos seus santos, *
   os profetas dos tempos antigos,


para nos libertar dos nossos inimigos *
   e das mãos daqueles que nos odeiam,
para mostrar a sua misericórdia a favor dos nossos pais, *
   recordando a sua sagrada aliança
e o juramento que fizera a Abraão, nosso pai, *
   que nos havia de conceder esta graça:


de O servirmos um dia, sem temor, *
   livres das mãos dos nossos inimigos,
em santidade e justiça, na sua presença, *
   todos os dias da nossa vida.


E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, *
   porque irás à sua frente a preparar os seus caminhos,
para dar a conhecer ao seu povo a salvação *
   pela remissão dos seus pecados,


graças ao coração misericordioso do nosso Deus, *
   que das alturas nos visita como sol nascente,
para iluminar os que jazem nas trevas e na sombra da morte *
   e dirigir os nossos passos no caminho da paz.


Glória ao Pai e ao Filho
   e ao Espírito Santo, *
como era no princípio,
   agora e sempre. Amen.


Ant. Salvador do mundo, salvai-nos. Vós que na cruz nos resgatastes com o vosso Sangue, vinde em nosso auxílio, Senhor, nosso Deus.

PRECES
Adoremos com sincera piedade a Cristo, nosso Redentor, que por nós padeceu e foi sepultado para ressuscitar ao terceiro dia; e imploremos humildemente:
   Senhor, tende piedade de nós.

Cristo, nosso Salvador, que junto à cruz e ao sepulcro quisestes ser acompanhado pela vossa Mãe dolorosa,
 fazei-nos também participar na vossa paixão por meio dos sofrimentos da vida.

Senhor Jesus Cristo, que como grão de trigo caído na terra frutificastes para nós o dom admirável da vida divina,
 dai-nos a graça de morrer para o pecado e viver só para Deus.

Pastor da Igreja, que, sepultado no túmulo, quisestes ocultar-Vos à vista dos homens,
 ensinai-nos a amar a nossa vida escondida convosco em Deus Pai.

Cristo, novo Adão, que descestes ao reino dos mortos para libertar os justos que, desde a origem do mundo, estavam encarcerados,
 compadecei-Vos dos que estão mortos no túmulo dos seus pecados, para que escutem a vossa voz e recuperem a vida.

Cristo, Filho de Deus vivo, que pelo Baptismo nos sepultastes convosco na morte,
 conformai-nos cada vez mais à imagem da vossa ressurreição, para vivermos uma vida nova.
Pai nosso
Oração
   Deus eterno e omnipotente: ao celebrarmos o mistério redentor de vosso Filho Unigénito, que depois de ter descido à morada dos mortos saiu vitoriosamente do sepulcro, concedei aos vossos fiéis que, sepultados com Cristo no Baptismo, também com Cristo ressuscitem para a vida eterna. Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

V. O Senhor nos abençoe,
nos livre de todo o mal
e nos conduza à vida eterna.


R. Amen.









«Mulher, eis o teu filho».








ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia



1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra



LEITURAS:





AGENDA DO DIA





12.00 horas: Oração em rede em toda a diocese pedir a graça do fim da .

21.00 horas: Vigília Pascal na Igreja do Espírito Santo. Sem assembleia!


NB.: O Sábado Santo é dia do silêncio. Da espectativa. Esperamos a volta do Vencedor da morte.




A VOZ DO PASTOR




UM MUNDO DOENTE AOS PÉS DA CRUZ

O gesto impressionou o mundo, um mundo de olhos esticados para lá! Foi mais uma página da História humana, uma página inesquecível, escrita a letras de ouro! Vestido de branco, sozinho e debruçado sobre si mesmo, como que a carregar aos ombros as tragédias do mundo inteiro, o Papa Francisco subia em direção às portas da Basílica de São Pedro, para, voltado para o imenso largo, quotidianamente palco de milhares e milhares de pessoas, mas agora completamente livre, convidar o mundo crente a rezar, também pelos não crentes. Sem dizer monossílabo que se ouvisse, a tristeza gritava e pulava, incomodativa, do chão deserto e silencioso daquela praça, do caminhar pesado e lento do Santo Padre, do tom sofrido da sua voz, dos parcos gestos que a circunstância lhe impunha naquela praça circundada pela monumental colunata de Bernini a abraçar a cidade e o mundo. As nuvens choramingavam!...

Foi um momento que ficará para a História, como para a História ficarão as imagens das cidades freneticamente movimentadas pelas exigências da vida, e, agora, completamente desertas, a causarem medo como se de noite escura, ameaçada por bandidos, se tratasse. Foi um momento extraordinário de oração nestes tempos em que, como referia o Papa, “densas trevas cobriram as nossas praças, ruas e cidades; apoderaram-se das nossas vidas, enchendo tudo dum silêncio ensurdecedor e um vazio desolador, que paralisa tudo à sua passagem: pressente-se no ar, nota-se nos gestos, dizem-no os olhares. Revemo-nos temerosos e perdidos. À semelhança dos discípulos do Evangelho, fomos surpreendidos por uma tempestade inesperada e furibunda. Demo-nos conta de estar no mesmo barco, todos frágeis e desorientados mas ao mesmo tempo importantes e necessários: todos chamados a remar juntos, todos carecidos de mútuo encorajamento. E, neste barco, estamos todos”. A situação sanitária que hoje aflige toda a humanidade “desmascara a nossa vulnerabilidade e deixa a descoberto as falsas e supérfluas seguranças com que construímos os nossos programas, os nossos projetos, os nossos hábitos e prioridades. Mostra-nos como deixamos adormecido e abandonado aquilo que nutre, sustenta e dá força à nossa vida e à nossa comunidade”. Tudo nos faz perceber que “caiu a maquilhagem dos estereótipos com que mascaramos o nosso «eu» sempre preocupado com a própria imagem; e ficou a descoberto, uma vez mais, aquela (abençoada) pertença comum a que não nos podemos subtrair: a pertença como irmãos.” Agimos como se não houvesse limites, “avançamos a toda a velocidade, sentindo-nos em tudo fortes e capazes. Na nossa avidez de lucro, deixamo-nos absorver pelas coisas e transtornar pela pressa”, não escutamos os apelos do Senhor, “não despertamos face a guerras e injustiças planetárias, não ouvimos o grito dos pobres e do nosso planeta gravemente enfermo. Avançamos, destemidos, pensando que continuaríamos sempre saudáveis num mundo doente”.

Recordando que, neste tempo em que fazemos memória da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor, ressoa em todos nós o apelo urgente à conversão feito por Jesus, Francisco pede-nos que reajustemos a rota da vida, que aproveitemos “este tempo de prova como um tempo de decisão (...) o tempo de decidir o que conta e o que passa, de separar o que é necessário daquilo que não o é”.

De facto, a celebração do Tríduo Pascal convida-nos ao silêncio. Um silêncio fecundo, um silêncio que nos faz encontrar connosco mesmos e com Deus, adorando-O em espírito e verdade. Há dois mil anos, Jesus, o Filho de Deus, foi condenado à morte, a morte mais ignominiosa do tempo: a morte na cruz. Acusações sem consistência, calúnias, testemunhas falsas, autoridades pusilânimes, tribunais ao serviço dos caprichos humanos, tudo, tudo convergiu contra Jesus que, por obediência ao Pai e por amor aos homens, se foi entregando, esvaziando, abandonando, até se entregar nos braços do Pai, sem oferecer violência à violência. Pelo contrário, antes de tudo estar consumado, Ele pede o perdão para quem o matava. E morreu, e foi sepultado, e fez-se silêncio, e tornou-se fonte de salvação para todos os homens. A lógica de Deus não é a nossa lógica. Esta procura realizar-se através do poder, do ter e da construção de torres de Babel para atingir e ser como Deus. A Cruz recorda-nos que a realização plena consiste em conformar a vontade humana à vontade de Deus Pai. Obedecendo, Jesus carregou a cruz de todos os homens, as cruzes duma humanidade sofredora. Se Adão, desobedecendo e confiando nas suas próprias forças, ao pretender ser como Deus perdeu a sua dignidade original, Jesus, por sua vez, em total fidelidade ao Pai, sendo de condição divina, rebaixou-se, entrou na condição humana para redimir o Adão que está em nós e restituir ao homem a dignidade que perdera (cf. Bento XVI, 27-6-2012). “Ele tinha a condição divina, mas não se apegou à sua igualdade com Deus. Pelo contrário, esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de servo e tornando-Se semelhante aos homens. Assim, apresentando-Se como simples homem, humilhou-Se a Si mesmo, tornando-Se obediente até à morte, e morte de cruz! Por isso, Deus o exaltou grandemente, e Lhe deu o Nome que está acima de qualquer outro nome; para que, ao nome de Jesus, se dobre todo o joelho no céu, na terra e sob a terra; e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai” (Fil 2, 6-11).

          Jesus continua a fazer-nos o convite: «Se alguém quiser vir após Mim, renegue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me» (Mt 16, 24). E siga-me, isto é, partilhe comigo o mesmo caminho, mesmo que o mundo não compreenda e ache ser uma derrota. E aponta o modo de o fazer: “Então Jesus, levantou-Se da mesa, tirou o manto, pegou numa toalha e atou-a à cintura. Deitou água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugá-los com a toalha que tinha à cintura (...) sentou-Se de novo e perguntou: «Compreendeis o que vos fiz? Vós chamais-Me “o Mestre” e “o Senhor”, e dizeis bem, porque o sou. Ora, se Eu, o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós vos deveis lavar os pés uns aos outros» (Jo 13, 13-14).

Nestes dias de pandemia tão aflitivos, com o Papa Francisco saibamos apreciar aqueles que hoje estão a “escrever os acontecimentos decisivos da nossa história: médicos, enfermeiros e enfermeiras, trabalhadores dos supermercados, pessoal da limpeza, curadores, transportadores, forças policiais, voluntários, sacerdotes, religiosas e muitos – mas muitos – outros que compreenderam que ninguém se salva sozinho. Perante o sofrimento, onde se mede o verdadeiro desenvolvimento dos nossos povos, descobrimos e experimentamos a oração sacerdotal de Jesus: «Que todos sejam um só» (Jo 17, 21). Quantas pessoas dia a dia exercitam a paciência e infundem esperança, tendo a peito não semear pânico, mas corresponsabilidade! Quantos pais, mães, avôs e avós, professores mostram às nossas crianças, com pequenos gestos do dia a dia, como enfrentar e atravessar uma crise, readaptando hábitos, levantando o olhar e estimulando a oração! Quantas pessoas rezam, se imolam e intercedem pelo bem de todos! A oração e o serviço silencioso: são as nossas armas vencedoras”.

Celebrando a Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo, adoremos a Cruz. Nela encontramos “Aquele que não aponta o dedo contra ninguém, mas abre os braços para todos; que não nos esmaga com a sua glória, mas se despe por nós; que não nos ama em palavras, mas nos dá a vida em silêncio; que não nos obriga, mas nos liberta; que não nos trata como estranhos, mas assume os nossos males, os nossos pecados. Para nos libertar dos preconceitos sobre Deus, olhemos o crucifixo e depois abramos o Evangelho (...) Não se esqueçam: Crucifixo e Evangelho! A liturgia doméstica será essa”, diz-nos Francisco.
Santa Páscoa!

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 09-04-2020.






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