PARÓQUIAS
DE NISA
Domingo,
19 de abril de 2020
II Domingo de Páscoa
Domingo da Misericórdia
ALELUIA!
ALELUIA! ALELUIA!
CRISTO
RESSUSCITOU!
CELEBREMOS
DOMINGO
II DA PÁSCOA ou da Divina Misericórdia
Branco – Ofício próprio. Te Deum.
+ Missa própria, Glória, sequência facultativa, Credo, pf. pascal.
L 1 Act 2, 42-47; Sal 117 (118), 2-4. 13-15. 22-24
L 2 1 Pedro 1, 3-9
Ev Jo 20, 19-31
* Proibidas todas as Missas de defuntos, mesmo a exequial.
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.
+ Missa própria, Glória, sequência facultativa, Credo, pf. pascal.
L 1 Act 2, 42-47; Sal 117 (118), 2-4. 13-15. 22-24
L 2 1 Pedro 1, 3-9
Ev Jo 20, 19-31
* Proibidas todas as Missas de defuntos, mesmo a exequial.
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA 1 Pedro 2, 2
Como crianças recém-nascidas, desejai o leite espiritual,
que vos fará crescer
e progredir no caminho da salvação. Aleluia.
Ou 4 Esd 2, 36-37
Exultai de alegria, cantai hinos de glória.
Dai graças a Deus, que vos chamou ao reino eterno. Aleluia.
ORAÇÃO COLECTA
Deus de eterna misericórdia, que reanimais a fé do vosso povo na celebração anual das festas pascais, aumentai em nós os dons da vossa graça, para compreendermos melhor as riquezas inesgotáveis do Baptismo com que fomos purificados, do Espírito em que fomos renovados e do Sangue com que fomos redimidos. Por Nosso Senhor.
LEITURA I Atos 2, 42-47
«Todos os que haviam abraçado a fé
viviam unidos e tinham tudo em comum»
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Como crianças recém-nascidas, desejai o leite espiritual,
que vos fará crescer
e progredir no caminho da salvação. Aleluia.
Ou 4 Esd 2, 36-37
Exultai de alegria, cantai hinos de glória.
Dai graças a Deus, que vos chamou ao reino eterno. Aleluia.
ORAÇÃO COLECTA
Deus de eterna misericórdia, que reanimais a fé do vosso povo na celebração anual das festas pascais, aumentai em nós os dons da vossa graça, para compreendermos melhor as riquezas inesgotáveis do Baptismo com que fomos purificados, do Espírito em que fomos renovados e do Sangue com que fomos redimidos. Por Nosso Senhor.
LEITURA I Atos 2, 42-47
«Todos os que haviam abraçado a fé
viviam unidos e tinham tudo em comum»
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Os irmãos eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à comunhão fraterna, à fração do pão e às orações. Perante os inumeráveis prodígios e milagres realizados pelos Apóstolos, toda a gente se enchia de temor. Todos os que haviam abraçado a fé viviam unidos e tinham tudo em comum. Vendiam propriedades e bens e distribuíam o dinheiro por todos, conforme as necessidades de cada um. Todos os dias frequentavam o templo, como se tivessem uma só alma, e partiam o pão em suas casas; tomavam o alimento com alegria e simplicidade de coração, louvando a Deus e gozando da simpatia de todo o povo. E o Senhor aumentava todos os dias o número dos que deviam salvar-se.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 117 (118), 2-4.13-15.22-24 (R. 1)
Refrão: Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom,
porque é eterna a sua misericórdia. Repete-se
Ou: Aclamai o Senhor, porque Ele é bom:
o seu amor é para sempre. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se
Diga a casa de Israel:
é eterna a sua misericórdia.
Diga a casa de Aarão:
é eterna a sua misericórdia. Refrão
Digam os que temem o Senhor:
é eterna a sua misericórdia.
Empurraram-me para cair,
mas o Senhor me amparou. Refrão
O Senhor é a minha fortaleza e a minha glória,
foi Ele o meu Salvador.
Gritos de júbilo e de vitória nas tendas dos justos:
a mão do Senhor fez prodígios. Refrão
A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se pedra angular.
Tudo isto veio do Senhor:
é admirável aos nossos olhos.
Este é o dia que o Senhor fez:
exultemos e cantemos de alegria. Refrão
LEITURA II 1 Pedro 1, 3-9
«Fez-nos renascer para uma esperança viva
pela ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos»
Leitura da Primeira Epístola de São Pedro
Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, na sua grande misericórdia, nos fez renascer, pela ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos, para uma esperança viva, para uma herança que não se corrompe, nem se mancha, nem desaparece. Esta herança está reservada nos Céus para vós que pelo poder de Deus sois guardados, mediante a fé, para a salvação que se vai revelar nos últimos tempos. Isto vos enche de alegria, embora vos seja preciso ainda, por pouco tempo, passar por diversas provações, para que a prova a que é submetida a vossa fé – muito mais preciosa que o ouro perecível, que se prova pelo fogo – seja digna de louvor, glória e honra, quando Jesus Cristo Se manifestar. Sem O terdes visto, vós O amais; sem O ver ainda, acreditais n’Ele. E isto é para vós fonte de uma alegria inefável e gloriosa, porque conseguis o fim da vossa fé: a salvação das vossas almas.
Palavra do Senhor.
ALELUIA Jo 20, 29
Refrão: Aleluia. Repete-se
Disse o Senhor a Tomé:
«Porque Me viste, acreditaste;
felizes os que acreditam sem terem visto. Refrão
EVANGELHO Jo 20, 19-31
«Oito dias depois, veio Jesus...»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus, apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco». Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. Jesus disse-lhes de novo: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós». Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes ser-lhes-ão retidos». Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor». Mas ele respondeu-lhes: «Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado, não acreditarei». Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa e Tomé com eles. Veio Jesus, estando as portas fechadas, apresentou-Se no meio deles e disse: «A paz esteja convosco». Depois disse a Tomé: «Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente». Tomé respondeu-Lhe: «Meu Senhor e meu Deus!». Disse-lhe Jesus: «Porque Me viste acreditaste: felizes os que acreditam sem terem visto». Muitos outros milagres fez Jesus na presença dos seus discípulos, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, e para que, acreditando, tenhais a vida em seu nome.
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai benignamente, Senhor, as ofertas do vosso povo
[e dos vossos novos filhos], de modo que, renovados pela profissão da fé e pelo Baptismo, mereçamos alcançar
a bem-aventurança eterna. Por Nosso Senhor.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Jo 20, 27
Disse Jesus a Tomé:
Com a tua mão reconhece o lugar dos cravos.
Não sejas incrédulo, mas fiel. Aleluia.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Concedei, Deus todo-poderoso, que a força do sacramento pascal que recebemos permaneça sempre em nossas almas. Por Nosso Senhor.
« A mensagem da
Divina Misericórdia constitui um programa de vida muito concreto e exigente,
pois implica as obras».
PAPA FRANCISCO
ORAÇÃO BÍBLICA
Reza a PALAVRA do dia
1.
Leitura: Lê, respeita,
situa o que lês
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação:
Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
-
Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: Louva
o Senhor, suplica, escuta
-
Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra
LEITURAS: I
Atos 2, 42-47: No Tempo Pascal a
primeira leitura é sempre tirada dos Atos dos Apóstolos, o livro da história
dos primeiros dias da Igreja. A passagem que hoje se lê conta precisamente o
ambiente em que vivia a primeira comunidade cristã de Jerusalém. Essa
comunidade ficará para sempre o tipo exemplar de todas as comunidades cristãs,
mesmo que as circunstâncias venham a ser muito diferentes: eles eram unidos na
fé, na vida de caridade até à comunhão de bens e nas celebrações, em que, ao
lado da Palavra, tinha lugar a “fração do pão”, isto é, a Eucaristia.
1
Pedro 1, 3-9 : A vida que outrora foi
vivida pela comunidade de Jerusalém é vivida pelas nossas comunidades de hoje:
anima-as a mesma fé e a mesma esperança, e estas fazem-nas viver na mesma
alegria e na mesma paz, apesar das provações que sempre as hão de acompanhar.
Como aconteceu com o Senhor, também para nós da morte surgirá a vida.
Jo 20, 19-31: É de novo Domingo. Jesus volta a aparecer no meio dos seus. Como na aparição de que hoje fala o Evangelho, em cada Missa de domingo Jesus está no meio dos seus discípulos e leva-os à fé n’Ele, ressuscitado. Para isto, mostra-lhes as mãos, os pés e o lado. São os sinais da sua Paixão, e agora da Ressurreição. E tudo isto se passa “oito dias depois”, como para nós acontece em cada oitavo dia, na assembleia de cada domingo. Por isso, o Domingo é o Dia da Ressurreição, primeiro e oitavo ao mesmo tempo, princípio dos dias e já o dia que está para além do tempo, o dia que nos faz participar na vida da eternidade.
AGENDA DO DIA
12.00 horas: Oração em rede pedindo a erradicação da
epidemia
11.00 horas:
Celebração da Eucaristia de II Domingo de Páscoa ou Domingo da Misericórdia,
com transmissão
A VOZ DO PASTOR
CASQUINADAS
DO CONFINAMENTO
1
- No princípio da semana, no jornal das 8, a TVI teve um rasgo menos feliz ao
dizer o que disse. São coisas que acontecem!... Quem anda à chuva molha-se. E,
neste caso, molha-se tanto mais quanto o tempo tem pressa e leva a dizer o que
se pensa sem se poder pensar bem em tudo o que se diz. A propósito de o norte
de Portugal ser a zona mais castigada pelo Convid-19, a TVI quis esclarecer
porque é que isso acontecia. Puxou por trunfos demográficos e sociológicos
indagados junto de gente que julgou habilitada para o fazer, confiou nos
intermediários e a coisa saiu como saiu: “população menos educada, mais pobre,
envelhecida e concentrada em lares”. Isto fez chover mosquitos por cordas nas
redes sociais. Colocou a paciência dos nortenhos a fazer o pino olímpico, e o
coração de muitos ferveu até lhe saltar o testo. Não tardou a vontade de “cevar
a arma com os zagalotes” necessários para mimosear a dita cuja com “um tiroteio
de palavradas de tarimba”, usando linguagem de Camilo. E foi o que aconteceu!
Sem amolgadelas que se olhassem, deram-lhe uma sova de fazer doer e
explicar-se. Ela, porém, redimiu-se, reconheceu o erro, chamou-lhe “erro
grosseiro”, pediu desculpa pela “construção de uma frase infeliz no ecrã” e
pela “parte do texto que a suportava”. Defendeu os pergaminhos da Estação nos
serviços que presta, inclusive ao Norte. Se começou mal, acabou bem, a febre
baixou, e o estudo sobre a questão continua nas mãos dos especialistas!
Assanhados
quanto baste com as diabruras do covid-19, esses piropos atirados assim do
alto, mesmo que involuntários, são precioso combustível para a fogueira do
protesto. E, como sabemos, o toutiço aquecido, tirado do sério, fica a
zaranzar, acredita no pior e faz o que acha melhor. Esperamos que isto não
aconteça muitas vezes, senão, qualquer dia, já tão desalentados, pode
acontecer-nos como aconteceu ao caixeiro-viajante de Kafka, o Gregor Samsa.
Podemos acordar metamorfoseados num inseto gigante ou noutra coisa assim (ao
gosto do leitor!). Se nos virem a passear pelas paredes e pelo teto do quarto,
se fizermos desmaiar quem nos olhar, não nos incomodaremos muito com isso. A
preocupação com as consequências do bichito em que nos tornamos, bem como a
preocupação com o trabalho, o emprego, a família e a sua vida financeira a
rabiar, não o permitirão. Mas continuaremos a dizer que tudo está bem, mesmo
que embalados ao som do violino. Mas não está, e é feio mentir. E, nesta hora,
pior ainda, não está mesmo. Com tantos colaboradores admiráveis, e de boa vontade,
em frenesim de cuidados e atenções, pode acontecer que, na possível e infeliz
hora em que nos batam à porta para que nos expliquemos, é possível que já não
tenhamos médico nem marceneiro que nos destranque a porta. Tidos, porventura,
como mal educados, pobres, envelhecidos e a viver em lares, talvez que este
aranhiço (ou isso!) em que nos possamos transformar, seja repelente e se
queiram livrar dele, ou morramos de inanição, ou ferozmente acarinhados ao colo
desse bandalho que é o vírus e que nem físico tem para lhe chegarmos a roupa ao
pelo. Tenhamos esperança que não, vai ficar tudo bem, fique em casa, não
chegará atrasado ao emprego, o trem aguarda!... (Sugiro a leitura de A
Metamorfose de Franz Kafka).
2
- Este outro, sim, mesmo que o leitor lhe queira dizer umas tantas por ele ter
dito o que disse, ele já não se ralará, não estará recetivo ao contraditório
nem presente em qualquer debate. Nem que o debate seja sobre o futebol ou para
discutir a relevância do fósforo como acendalha do cigarro. Embora gostasse de
viver, já partiu para o outro lado da vida, e partiu bem vivido e humorado.
Partiu em dezembro de 2000, com 99 anos de idade, mesmo fumando cachimbo!
Acredito que, se lá onde está, memória deste mundo se consente, acredito que, à
mesa do banquete eterno, dê por lá, contagiando os convivas, algumas sonoras
gargalhadas ao apreciar como estes bípedes humanos se comportam por estas
terras, tão desempoeirados em peneiras e quejandos. Chamava-se Louis
Leprince-Ringuet, engenheiro, professor catedrático, físico nuclear,
historiador, ensaísta, membro da Academia Francesa e da Academia de Ciências de
França, detentor de prémios e comendas, com papel importante no Comissariado
para a energia atómica e na Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear, mais
conhecida por CERN, o maior laboratório de física de partículas do mundo. Quem
mais souber acerca dele tenha a liberdade de acrescentar, a galhofa dele será
maior!... Mas não era mosca morta não senhor, nem tinha vergonha de dizer que a
sua fé em Deus lhe justificava a fé no homem e na sua capacidade de transformar
o mundo para melhor. Vivia fiel ao princípio de que “o homem só tem luz na
medida em que se inclina, a humildade da inteligência é a medida da sua
grandeza”. No seu livro “Fé de Físico – o testamento de um cientista”, deixa
transparecer muito da sua maneira de ser e estar. Se atento à ciência, não
menos à sociedade e à causa pública. Um homem do saber e interventivo. Não
apreciava muito os intelectuais descomprometidos, os “de mãos limpas” aqueles
que pretendem observar e ver o mundo à luz do candeeiro da sua secretária e
vivem em ambiente fechado, preocupados com a publicação dos seus livros, com o
reconhecimento do público, com discussões sem fim com os do mesmo cenáculo ou
com a passagem num programa de televisão. Ele considerava-os cegos, com uma
visão abstrata das coisas. “Lançam grandes ideias, definem largas orientações
da sociedade, pronunciam generosamente anátemas, dizem-nos onde, como e quando
é preciso pensar, mas preocupam-se pouco com que as suas palavras sejam
seguidas em atos”. Se “dão prova de grande habilidade nos discursos que fazem,
não conhecem o mundo, não conhecem os outros homens, conhecimento esse que é o
fundamento” da cultura. A cultura “não é uma questão de memória, de conhecimento
livresco, nem de inteligência e de génio, é uma soma de experiências humanas,
de bom senso e de caráter” que permite adaptar-nos e ancorar-nos à vida. A
palavra cultura, dizia ele, “é muito mal tratada. Fala-se hoje de ‘cultura da
empresa’, de ‘cultura da sanduíche’, de cultura a propósito de tudo e de nada.
Os que fizeram estudos literários pretendem-se cultos porque podem ornamentar
os seus discursos com toda a espécie de floreados”.
Fez-me lembrar o herói d’A Queda d’um Anjo, de Camilo Castelo Branco, o sr. deputado Calisto Eloy de Silos e Benevides de Barbuda, morgado da Agra de Freimas, natural da aldeia de Caçarelhos, termo de Miranda, e que orçava quarenta e nove anos de vida, segundo o autor. Perguntava ele, no Parlamento, cujo Presidente o interpelou para que se abstivesse de usar frases não parlamentares, perguntava ele se certas locuções repolhudas do deputado sr. dr. Libório de Meireles, do Porto, do discurso do qual tinha entendido quase nada e percebido, “a longes, pouquinhas ideias”, perguntava ele se essas coisas eram parlamentares e onde é que se estudavam tais farfalhices. É que, no seu entender, naquela “casa, onde a nação nos manda depurar a verdade dos falaciosos ornatos com que a mentira se arreia, mister é que sejamos sinceros”. E mais disse em relação à empolgante intervenção do sr. deputado dr. Libório do Porto. Disse que até lhe parecia “que os obreiros da torre de Babel, quando Deus os puniu do atrevimento ímpio, falaram daquele feitio!”. Por isso: “Com aquele dr. Libório do Porto nem para o céu. Tenho medo que Deus o não entenda, e nos ponha ambos fora de cambulhada”, afirmou ele.
Fez-me lembrar o herói d’A Queda d’um Anjo, de Camilo Castelo Branco, o sr. deputado Calisto Eloy de Silos e Benevides de Barbuda, morgado da Agra de Freimas, natural da aldeia de Caçarelhos, termo de Miranda, e que orçava quarenta e nove anos de vida, segundo o autor. Perguntava ele, no Parlamento, cujo Presidente o interpelou para que se abstivesse de usar frases não parlamentares, perguntava ele se certas locuções repolhudas do deputado sr. dr. Libório de Meireles, do Porto, do discurso do qual tinha entendido quase nada e percebido, “a longes, pouquinhas ideias”, perguntava ele se essas coisas eram parlamentares e onde é que se estudavam tais farfalhices. É que, no seu entender, naquela “casa, onde a nação nos manda depurar a verdade dos falaciosos ornatos com que a mentira se arreia, mister é que sejamos sinceros”. E mais disse em relação à empolgante intervenção do sr. deputado dr. Libório do Porto. Disse que até lhe parecia “que os obreiros da torre de Babel, quando Deus os puniu do atrevimento ímpio, falaram daquele feitio!”. Por isso: “Com aquele dr. Libório do Porto nem para o céu. Tenho medo que Deus o não entenda, e nos ponha ambos fora de cambulhada”, afirmou ele.
Hoje
divaguei, a impiedosa clausura dá nisto. Se o leitor porventura não gostou,
faça o favor de fazer como eu costumo fazer: mesmo sem vontade, ria-se, ria-se
outra vez, e outra ainda, mais outra! Sem comentários para o vizinho, coloque o
desgosto, discretamente, na beirinha do prato... e siga em frente, com
esperança: do quarto para a sala, da sala para a cozinha, da cozinha para a
sala, da sala para o quarto... Se usar máscara, que não seja a do carnaval, os
de casa já o conhecem de ginjeira e o vírus não se assusta!
E
não se esqueça, ELE ressuscitou e disse a Tomé: “Acreditaste porque viste.
Felizes os que acreditam sem terem visto” (Jo 20,29).
Antonino
Dias
Portalegre-Castelo
Branco, 17-04-2020.
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