sábado, 21 de julho de 2018







PARÓQUIAS DE NISA


Domingo, 22 de julho de 2018









XVI Domingo do tempo comum
Salt. IV






DOMINGO XVI DO TEMPO COMUM

Verde – Ofício do domingo (Semana IV do Saltério). Te Deum.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. dominical.

L 1 Jer 23, 1-6; Sal 22 (23), 1-3a. 3b-4. 5. 6
L 2 Ef 2, 13-18
Ev Mc 6, 30-34


* Proibidas as Missas de defuntos, excepto a exequial.
* Na Diocese de Viseu (Sé) – I Vésp. do aniversário da Dedicação da Igreja Catedral.
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.


MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 53, 6.8
Deus vem em meu auxílio, o Senhor sustenta a minha vida.
De todo o coração Vos oferecerei sacrifícios,
cantando a glória do vosso nome.


ORAÇÃO
Sede propício, Senhor, aos vossos servos
e multiplicai neles os dons da vossa graça,
para que, fervorosos na fé, esperança e caridade,
perseverem na fiel observância dos vossos mandamentos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Jer 23, 1-6
«Reunirei o resto das minhas ovelhas
e dar-lhes-ei pastores»


No Evangelho, Jesus vai revelar-Se cheio de compaixão pela multidão, que é como um rebanho sem pastor. Mas já desde o Antigo Testamento Deus Se tinha revelado como bom Pastor do seu povo. Os cuidados do pastor pelo seu rebanho são uma boa comparação que nos pode fazer compreender o amor com que Deus Se preocupa com os homens e deseja que eles encontrem os verdadeiros caminhos da vida e o verdadeiro alimento que os há-de sustentar nesses caminhos. E logo se anuncia um “rebento justo”, um “verdadeiro rei”, o Messias futuro que Se há-de um dia apresentar como o “Bom Pastor”, Nosso Senhor Jesus Cristo.

Leitura do Livro de Jeremias

Diz o Senhor: «Ai dos pastores que perdem e dispersam as ovelhas do meu rebanho!». Por isso, assim fala o Senhor, Deus de Israel, aos pastores que apascentam o meu povo: «Dispersastes as minhas ovelhas e as escorraçastes, sem terdes cuidado delas. Vou ocupar-Me de vós e castigar-vos, pedir-vos contas das vossas más ações – oráculo do Senhor. Eu mesmo reunirei o resto das minhas ovelhas de todas as terras onde se dispersaram e as farei voltar às suas pastagens, para que cresçam e se multipliquem. Dar-lhes-ei pastores que as apascentem e não mais terão medo nem sobressalto; nem se perderá nenhuma delas – oráculo do Senhor. Dias virão, diz o Senhor, em que farei surgir para David um rebento justo. Será um verdadeiro rei e governará com sabedoria; há de exercer no país o direito e a justiça. Nos seus dias, Judá será salvo e Israel viverá em segurança. Este será o seu nome: ‘O Senhor é a nossa justiça’».

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 22 (23), 1-3a.3b-4.5.6 (R. 1)
Refrão: O Senhor é meu pastor:
nada me faltará. Repete-se


O Senhor é meu pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar em verdes prados,
conduz-me às águas refrescantes
e reconforta a minha alma. Refrão

Ele me guia por sendas direitas por amor
do seu nome.
Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos,
não temerei nenhum mal, porque Vós estais comigo:
o vosso cajado e o vosso báculo
me enchem de confiança. Refrão

Para mim preparais a mesa
à vista dos meus adversários;
com óleo me perfumais a cabeça,
e o meu cálice transborda. Refrão

A bondade e a graça hão de acompanhar-me
todos os dias da minha vida,
e habitarei na casa do Senhor
para todo o sempre. Refrão


LEITURA II Ef 2, 13-18
«Ele é a nossa paz, que fez de uns e outros um só povo»


Continuando a expor o plano de Deus sobre o mundo, S. Paulo mostra como Jesus fez a união de todos os homens por meio da sua Cruz, em particular, a união entre o povo de Deus do Antigo Testamento e o do Novo Testamento. Nem são rigorosamente dois povos, mas dois momentos do mesmo povo em que se manifesta a continuação e o desenvolvimento do mesmo e único plano divino de levar todos os homens, de todos os tempos, à unidade do Corpo que tem Cristo por cabeça e pastor.

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios
 
Irmãos: Foi em Cristo Jesus que vós, outrora longe de Deus, vos aproximastes d’Ele, graças ao sangue de Cristo. Cristo é, de facto, a nossa paz. Foi Ele que fez de judeus e gregos um só povo e derrubou o muro da inimizade que os separava, anulando, pela imolação do seu corpo, a Lei de Moisés com as suas prescrições e decretos. E assim, de uns e outros, Ele fez em Si próprio um só homem novo, estabelecendo a paz. Pela cruz reconciliou com Deus uns e outros, reunidos num só Corpo, levando em Si próprio a morte à inimizade. Cristo veio anunciar a boa nova da paz, paz para vós, que estáveis longe, e paz para aqueles que estavam perto. Por Ele, uns e outros podemos aproximar-nos do Pai, num só Espírito.

Palavra do Senhor.


ALELUIA Jo 10, 27
Refrão: Aleluia. Repete-se

As minhas ovelhas escutam a minha voz,
diz o Senhor;
Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me.
Refrão


EVANGELHO Mc 6, 30-34
«Eram como ovelhas sem pastor»


Sem a palavra de Deus os homens não encontram a união, são como ovelhas tresmalhadas de um rebanho a que falta o pastor. Jesus, ao contemplar a multidão que O seguia, mas que não era ainda a sua Igreja, sente por ela grande compaixão e vai-lhes dando o pão da palavra de Deus: “começou a ensinar-lhes muitas coisas”.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos

Naquele tempo, os Apóstolos voltaram para junto de Jesus e contaram-Lhe tudo o que tinham feito e ensinado. Então Jesus disse-lhes: «Vinde comigo para um lugar isolado e descansai um pouco». De facto, havia sempre tanta gente a chegar e a partir que eles nem tinham tempo de comer. Partiram, então, de barco para um lugar isolado, sem mais ninguém. Vendo-os afastar-se, muitos perceberam para onde iam; e, de todas as cidades, acorreram a pé para aquele lugar e chegaram lá primeiro que eles. Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e compadeceu-Se de toda aquela gente, porque eram como ovelhas sem pastor. E começou a ensinar-lhes muitas coisas.

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Senhor, que levastes à plenitude os sacrifícios da Antiga Lei
no único sacrifício de Cristo,
aceitai e santificai esta oblação dos vossos fiéis,
como outrora abençoastes a oblação de Abel;
e fazei que os dons oferecidos em vossa honra
por cada um de nós
sirvam para a salvação de todos.
Por Nosso Senhor.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Salmo 110, 4-5
O Senhor misericordioso e compassivo
instituiu o memorial das suas maravilhas,
deu sustento àqueles que O temem.

Ou Ap 3, 20
Eu estou à porta e chamo, diz o Senhor.
Se alguém ouvir a minha voz e Me abrir a porta,
entrarei em sua casa, cearei com ele e ele comigo.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Protegei, Senhor, o vosso povo
que saciastes nestes divinos mistérios
e fazei-nos passar da antiga condição do pecado
à vida nova da graça.
Por Nosso Senhor.







 «Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta montanha: muda-te daqui para o mar, e ela se mudaria»

Jesus cf. Mt 17,20






MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA

3.Leitura:  Lê, respeita, situa o que lês 
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.



MEDITAÇÃO – Os discípulos, empenhados no trabalho que lhes foi entregue, também necessitam de um descanso junto do Senhor. Num lugar mais afastado e sossegado, a sós com Ele, contar-Lhe-ão tudo quanto fizeram, partilharão a mesa e, juntos, planificarão tudo o que terão de fazer. Nem tudo é missão, trabalho ou compromisso. Os momentos junto do Mestre são necessários para colocar na presença de Jesus os desafios, as dificuldades e os êxitos. Partilhar critérios e olhar juntos a realidade. Estar com Jesus é parte fundamental da missão, não só porque a comunhão com Ele conduz à comunhão com os outros, mas também porque o próprio Jesus quer descansar junto dos discípulos. Em comunidade ou a sós, o nosso tempo junto do Senhor é algo querido por Ele. Será que isso também é querido por nós? Conhecer o seu coração, os seus pensamentos e sentimentos e os sentimentos da sociedade, requer tempo…


ORAÇÃO:  Senhor, concede-nos responder fielmente aos teus ensinamentos. Renova a  nossa fé e o nosso amor no nosso caminhar para Ti.






AGENDA

10.45 horas: Missa em Tolosa
11.00 horas: Missa em Arez
11.00 horas: Missa em Nisa
12.00 horas: Missa em Gáfete
15.30 horas: Missa no Arneiro
15.30 horas: Missa em Montalvão




A VOZ DO PASTOR


SÓ OS PEQUENINOS ENTENDERÃO

Muita gente escreve sobre muita coisa. E bem, gosto de ler. Há textos belíssimos em diversas áreas, textos bonitos em conteúdo e forma, aprendo sempre. Da minha parte, e atendendo à missão que me cabe, vou recordando o que é importante não esquecer, consciente de que muitos não gostarão nem do conteúdo nem da forma. Mas esta diversidade é bonita, faz bem, confronta, leva a pensar, contribui para o enriquecimento pessoal e para a beleza da unidade sem uniformizar. Dentro deste proceder, vou recordar mais um aspeto essencial da nossa vida.
Muitas vezes ouvimos dizer: “porque não tenho nada que fazer, vou aproveitar o tempo, vou rezar!” “Não, eu não rezo porque não tenho tempo, tenho muito que fazer, tenho muito trabalho!”
Entendo que não se reza para aproveitar o tempo. Não se reza porque não se tem mais nada que fazer. Não se deve deixar de rezar porque se tem muito que fazer, não se tem tempo! As razões subjacentes a estas atitudes prendem-se talvez com o facto de não se saber bem o que é a oração e também com o facto de não se saber bem o que é rezar. É verdade que a oração é uma aprendizagem constante que também reclama trabalho cuidadoso e momentos fortes de oração na diversidade das suas expressões. Como nos ensina a Igreja, o dinamismo do amor vivido na oração configura a existência, a identidade e a ação do discípulo.
Segundo São Francisco de Sales, tal como as plantas dão fruto cada uma segundo a sua espécie, assim os cristãos, como plantas vivas da Igreja, devem produzir frutos de devoção segundo a sua qualidade, o seu estado e a sua vocação. Assim, segundo ele, a devoção deve “ser exercida de maneira diferente pelo fidalgo e pelo operário, pelo criado e pelo príncipe, pela viúva, a solteira ou a mulher casada; e não somente isto: é necessário acomodar o exercício da devoção às forças, aos trabalhos e aos deveres de cada pessoa em particular”. E faz uma pergunta pertinente: “estaria certo que um bispo quisesse viver na solidão como os Cartuxos; que os casados não quisessem amealhar mais que os Capuchinhos; que o operário passasse o dia na Igreja como o religioso; e que o religioso estivesse sempre sujeito a toda a espécie de encontros para serviço do próximo como o bispo? Não seria ridícula, desordenada e inadmissível tal devoção?”. Este erro, porém, afirma Francisco de Sales, “acontece frequentemente”. Quando a devoção “se torna contrária à legítima ocupação de alguém, é sem dúvida falsa”. A abelha “extrai o mel das flores sem lhes fazer mal, deixando-as intactas e frescas como as encontrou”. A verdadeira devoção “age melhor ainda, porque não somente não prejudica qualquer espécie de vocação ou de tarefa, como ainda as engrandece e embeleza”. Cada um torna-se “mais agradável e perfeito na sua vocação se esta for conjugada com a devoção: a atenção à família torna-se mais paciente, o amor entre marido e mulher mais sincero, mais fiel o serviço que se presta ao príncipe, e mais suave e agradável o desempenho de todas as ocupações. É um erro, se não mesmo uma heresia, querer banir a vida devota do regimento dos soldados, da oficina dos operários, da corte dos príncipes, do lar das pessoas casadas”.
É sempre possível rezar. São João Crisóstomo ensinava que é possível fazer oração fervorosa “mesmo no mercado ou durante um passeio solitário”, mesmo “sentados na vossa loja, a tratar de compras e vendas, até mesmo a cozinhar”.
Na verdade, a devoção pessoal tem vários rostos e maneiras muito próprias. Há muitas formas de oração, nenhuma delas obrigatória ou a exigir posição convencionada. Importante é atingir a meta que nos é proposta, a meta da santidade, cada um segundo o seu ritmo e circunstâncias, mas sem desistir de fazer o seu caminho!... O fundamento desta caminhada é a humildade. Somos mendigos de Deus, quem pede pede com humildade. E a oração verdadeiramente humilde brota do coração. O coração é a morada onde cada um de nós está, onde habita, onde desce. É o lugar do encontro, da aliança, da decisão. O lugar da verdade onde escolhemos a vida incendiados pelo fogo do Espírito Santo (cf. CIC2563).
 Santa Teresa do Menino Jesus dizia que a oração “é um impulso do coração, é um simples olhar lançado para o céu, é um grito de gratidão e de amor, tanto no meio da tribulação como no meio das alegrias”. E faz-se em comunhão com Cristo que “sendo o nosso Sacerdote, ora por nós; sendo a nossa Cabeça, ora em nós; e sendo o nosso Deus, a Ele oramos”. Importa, isso sim, é reconhecer “n’Ele a nossa voz e a voz d’Ele em nós” (S. Agostinho). Esta permanente recordação de Jesus ao longo do dia, manifestada, por exemplo, em pequeninos atos de fé leva-nos a estar habitualmente na presença de Deus, gera o amor e a alegria, a confiança e a intimidade, dá força e sentido às coisas da vida e à própria à vida. O Catecismo da Igreja Católica garante-nos que a invocação do santo nome de Jesus muitas vezes repetido por um coração humilde é o caminho mais simples da oração contínua (cf. CIC2668). São Paulo, por sua vez, retomando o versículo do Profeta Joel, afirma que “todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Rom 10,13). Invocar o nome do Senhor é voltarmo-nos para Ele, é abandonarmo-nos a Ele, é viver n’Ele e Ele em nós. Citando de novo São Francisco de Sales numa carta que escreveu a Joana de Chantal, ele exortava-a a que pronunciasse, do fundo do coração, com amor, o nome de Jesus a fim de que a Sua presença marcasse toda a sua vida, todo o seu ser. Há muita gente que tem este hábito de oração, o de repetir o nome de Jesus ou outras expressões ou jaculatórias que lhe são mais caras. Pessoalmente tenho predileção especial pelo ato de fé e humildade que São Tomé, naquelas circunstâncias, fez diante de Jesus: “Meu Senhor e meu Deus!”(Jo 20,28). O mundo apresenta-nos muitos senhores, com ou sem gravata. Jesus, porém, quer se aceite ou não, é o único Senhor! A sociedade fabrica, promove, adora e serve muitos deuses. O desafio, no entanto, é só um, o verdadeiro: “Adorarás ao Senhor teu Deus e somente a Ele servirás” (Mt 4,10). Os sábios e inteligentes deste mundo, apoiados no que têm, podem e julgam saber, têm dificuldade em aceitar estes sinais de pista. Os pequeninos, os mansos e humildes de coração, agradecidos, seguem-nos com muita alegria e esperança.

Antonino Dias
Portalegre, 20-07-2018.






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