Terça, 14 de junho de 2022
Terça-feira da XI semana do tempo comum
LITURGIA
Terça-feira
da semana XI
Verde
– Ofício da féria (Semana III do Saltério).
Missa à escolha (cf. p. 19, n. 18).
L1: 1 Reis 21, 17-29; Sal 50 (51), 3-4. 5-6a. 11 e 16
Ev: Mt 5, 43-48
* Na Ordem Carmelita – S. Eliseu, profeta – MO
* Na Ordem de Cister – S. Geraldo, monge – MF
* Na Congregação das Irmãs Adoradoras Escravas do Santíssimo Sacramento e da
Caridade – I Vésp. de S. Maria Micaela do Santíssimo Sacramento.
missa
Antífona de entrada Cf. Sl 26, 7.9
Ouvi, Senhor, a voz da minha súplica.
Vós sois o meu refúgio:
não me abandoneis, meu Deus, meu Salvador.
Oração coleta
Senhor nosso Deus,
fortaleza dos que esperam em Vós,
atendei propício as nossas súplicas;
e, como sem Vós nada pode a fraqueza humana,
concedei-nos sempre o auxílio da vossa graça,
para que as nossas vontades e ações Vos sejam agradáveis,
no cumprimento fiel dos vossos mandamentos.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
LEITURA I (anos pares) 1 Reis 21, 17-29
«Fizeste pecar Israel»
O castigo anunciado ao rei pelo profeta é, antes de mais, um convite à
conversão. De facto, o rei humilha-se, reconhece o seu pecado e o Senhor dá-lhe
o perdão, embora venham a fazer sentir-se as consequências do seu pecado,
sobretudo porque ele fizera pecar Israel. Na realidade, o pecado de cada um não
é apenas um acto individual; ele tem também um peso comunitário, e na medida do
lugar que cada qual desempenha no meio dos outros. No caso do rei, é dito que,
pelo seu pecado, ele fez pecar Israel.
Leitura do
Primeiro Livro dos Reis
Depois de Nabot de Jezrael ter sido assassinado, por não querer vender a sua
vinha ao rei Acab, o Senhor dirigiu a palavra ao profeta Elias, o tesbita,
dizendo: «Levanta-te e vai ao encontro de Acab, rei de Israel, na Samaria. Ele
encontra-se na vinha de Nabot, aonde foi para tomar posse dela. Fala-lhe deste
modo: ‘Assim fala o Senhor: Mataste e agora roubas. Por isso, assim fala o
Senhor: No mesmo local em que os cães lamberam o sangue de Nabot, hão-de lamber
também o teu’». Acab disse a Elias: «Conseguiste apanhar-me, ó meu inimigo».
Elias respondeu: «Sim, apanhei-te, porque te vendeste para fazer o que
desagrada aos olhos do Senhor. ‘Farei cair a desgraça sobre ti – diz o Senhor –
acabarei com a tua descendência, exterminarei todos os varões da casa de Acab,
escravos ou livres em Israel. Farei à tua casa o que fiz à casa de Jeroboão,
filho de Nebat, e à casa de Baasa, filho de Aías, porque provocaste a minha
indignação e fizeste pecar Israel’. O Senhor falou também de Jezabel, dizendo:
‘Os cães devorarão Jezabel, junto às muralhas de Jezrael’. Os da família de
Acab que morrerem na cidade serão devorados pelos cães e os que morrerem no
campo serão comidos pelas aves do céu». – Não houve ninguém que procedesse tão
perversamente, como Acab, incitado por Jezabel, sua mulher, para fazer o mal
aos olhos do Senhor. Procedeu de modo abominável, prestando culto aos ídolos,
como faziam os amorreus, que o Senhor expulsara diante dos filhos de Israel –.
Quando Acab ouviu estas palavras, rasgou as vestes, cobriu-se de saco e jejuou.
Dormia envolvido no saco e andava abatido. Então o Senhor dirigiu a palavra a
Elias, o tesbita, dizendo: «Viste como Acab se humilhou diante de Mim? Porque
se humilhou na minha presença, não o castigarei durante a sua vida, mas no
tempo do seu filho farei cair a desgraça sobre a sua casa».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 50 (51), 3-4.5-6a.11 e 16 (R. cf. 3a)
Refrão: Tende compaixão de nós, Senhor,
porque somos pecadores. Repete-se
Compadecei-Vos de mim, ó Deus, pela vossa bondade,
pela vossa grande misericórdia, apagai os meus pecados.
Lavai-me de toda a iniquidade
e purificai-me de todas as faltas. Refrão
Porque eu reconheço os meus pecados
e tenho sempre diante de mim as minhas culpas.
Pequei contra Vós, só contra Vós,
e fiz o mal diante dos vossos olhos. Refrão
Desviai o vosso rosto das minhas faltas
e purificai-me de todos os meus pecados.
Meu Deus e meu Salvador,
livrai-me do sangue derramado
e a minha língua proclamará a vossa justiça. Refrão
ALELUIA Jo 13, 34
Refrão: Aleluia Repete-se
Dou-vos um mandamento novo, diz o Senhor:
amai-vos uns aos outros como Eu vos amei. Refrão
EVANGELHO Mt 5, 43-48
«Amai os vossos inimigos»
A lei fundamental do Evangelho é a do amor, porque todo ele é, antes de tudo,
a revelação do amor de Deus pelos homens, em seu Filho feito homem. Amar, para
o discípulo de Cristo, é imitar a Deus, que primeiro nos amou. Este amor não
tem limites, estendeu-se a todos os homens, até aos inimigos. Se não se chegar
até aqui, não se terá ultrapassado a craveira dos pagãos.
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ouvistes que foi dito: ‘Amarás
o teu próximo e odiarás o teu inimigo’. Eu, porém, digo-vos: Amai os vossos
inimigos e orai por aqueles que vos perseguem, para serdes filhos do vosso Pai
que está nos Céus; pois Ele faz nascer o sol sobre bons e maus e chover sobre
justos e injustos. Se amardes aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Não
fazem a mesma coisa os publicanos? E se saudardes apenas os vossos irmãos, que
fazeis de extraordinário? Não o fazem também os pagãos? Portanto, sede
perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito».
Palavra da salvação.
Oração
sobre as oblatas
Senhor nosso Deus,
que pelo pão e pelo vinho, apresentados ao vosso altar,
dais ao género humano o alimento que o sustenta
e o sacramento que o renova,
fazei que nunca falte este auxílio ao nosso corpo e à nossa alma.
Por Cristo nosso Senhor.
Antífona
da comunhão Sl 26, 4
Uma só coisa peço ao Senhor, por ela anseio:
habitar na casa do Senhor todos os dias da minha vida.
Ou: Cf. Jo 17, 11
Pai santo, guarda no teu nome os que Me deste,
para que sejam em nós confirmados na unidade, diz o Senhor.
Oração
depois da comunhão
Fazei, Senhor, que a sagrada comunhão nos vossos mistérios,
sinal da nossa união convosco,
realize a unidade na vossa Igreja.
Por Cristo nosso Senhor.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS:: 1
Reis 21, 17-29: O castigo anunciado ao
rei pelo profeta é, antes de mais, um convite à conversão. De facto, o rei
humilha-se, reconhece o seu pecado e o Senhor dá-lhe o perdão, embora venham a
fazer sentir-se as consequências do seu pecado, sobretudo porque ele fizera
pecar Israel. Na realidade, o pecado de cada um não é apenas um acto
individual; ele tem também um peso comunitário, e na medida do lugar que cada
qual desempenha no meio dos outros. No caso do rei, é dito que, pelo seu
pecado, ele fez pecar Israel.
Mt
5, 43-48: A lei fundamental do
Evangelho é a do amor, porque todo ele é, antes de tudo, a revelação do amor de
Deus pelos homens, em seu Filho feito homem. Amar, para o discípulo de Cristo,
é imitar a Deus, que primeiro nos amou. Este amor não tem limites, estendeu-se
a todos os homens, até aos inimigos. Se não se chegar até aqui, não se terá
ultrapassado a craveira dos pagãos.
AGENDA DO DIA:
10.00
horas: Funeral em Amieira do Tejo
18.00
horas: Missa em Nisa
18.00
horas: Missa em Alpalhão.
CRUZEIROS NA ZONA PASTORAL DE NISA
A VOZ DO PASTOR
OS MAUS FÍGADOS DE GENTE SEM PAZ
A saúde da paz foi
sempre muito precária, muito débil. Sempre houve gente de maus fígados,
prepotente, volúvel. Gente fascinada pela cultura da morte, por imperialismos
históricos, por arsenais de armamento escondido a espreitar por detrás da porta
para provocar, ameaçar ou atingir quem está ou passa inocente. “Se queres
conhecer o vilão, mete-lhe o pau na mão”, diz o nosso povo. E di-lo sem grande
esperança em qualquer espécie de profilaxia ou de terapia. O povo sabe que
estes ‘doentes’ são maus doentes, não colaboram na possível cura. Antes pelo
contrário, orgulham-se dela, promovem e agravam a doença por entre os
estridentes aplausos dos seus aduladores e subservientes de serviço. Apesar de
ser um dos seus principais deveres, o mundo, graças a estas patologias humanas,
tem muita dificuldade em se governar na paz. Depressa esquece que todos fazemos
parte do género humano, da fraternidade universal, que todos somos irmãos,
responsáveis uns pelos outros.
Entre nós, porém, também
há sinais de retrocesso no que à paz diz respeito. Há quem, em pezinhos de lá e
com linguagem subtil, ocultando chamar os bois pelo nome, se esforce por levar
a água ao seu moinho para triturar e inverter o que tanto tem custado a
conquistar ao longo dos tempos: o respeito pela vida: “não matarás”. Há quem
defenda a cultura da morte como se de um salto civilizacional se tratasse ou como
se essa fosse a questão mais premente das políticas de saúde pública ou da vida
social a resolver. Se a vida é o vértice da paz, se a paz e a vida são bens por
excelência da condição humana e de qualquer ordem social, se a paz e a vida são
bens interdependentes ou correlativos, a paz não pode ser senão a vitória do
direito e a feliz celebração da vida devidamente cuidada e assistida. Toda e
qualquer ofensa à vida é um atentado contra a paz. Se queres a paz, respeita a
vida, a paz começa em ti. Esta paz que começa em cada um de nós, porém, não é
possível se baseada em sofismas ou fantasias que levem à eliminação da própria
vida ou da vida de terceiros, seja em forma de aborto, de eutanásia ou de
qualquer outra forma de violência fratricida: “não matarás”. Mal da sociedade e
do progresso quando o direito perde o seu caráter humano, quando deixa de ser o
que deve ser e se empanturra de indiferença, frieza e deturpações, deixando de
defender a vida e a pessoa diferente, criando dela uma imagem negativa e incómoda
ou fabricando uma falsa compaixão por ela, ao ponto de a excluir ou destruir,
sobretudo as mais frágeis. E tudo isto invocando o direito à plena liberdade e
à dignidade pessoal de quem o faz ou pede que lho façam, e ao dever de quem o
deve permitir ou colaborar. De facto, somos uns artistas sem igual em busca de
razões sem razão só para manifestar maus fígados, satisfazer ideologias e
egoísmos vários e não fazer o que devemos fazer para acompanhar e cuidar!
Porque não é fácil enfrentar a verdade e edificar sobre a rocha, governa-se e
vive-se ao som dos ventos, das modas e dos interesses, construindo sobre areia
movediça e querendo voar contra o SOL esquecendo que as asas são de cera!...
Nenhum projeto civilizacional se aguenta quando construído sobre os alicerces
da cultura da morte! Infelizmente, perde-se a memória, ignoram-se as lições da
história!...
Sabemos que a par dos
conflitos que acompanham a história humana, o homem sempre buscou a paz. Mas, que
paz? É certo que o mundo pode proporcionar uma certa tranquilidade a pessoas e
sociedades, levando-as a viver sem grandes preocupações e dificuldades. Deus dá
graças comuns a toda a gente, “faz nascer o sol sobre maus e bons e cair a
chuva sobre justos e injustos.” (Mt 5, 44-45). A isso, porém, só latamente se
pode chamar paz, não só porque se limita ao âmbito material e exterior, mas
também porque leva a pensar que a paz consiste na ausência de guerra. Sem negar
essa tranquilidade que o mundo pode dar, Cristo disse-nos: “Deixo-vos a paz,
dou-vos a minha paz. A paz que vos dou não é a paz que o mundo dá” (Jo 14, 27).
Realço: a Paz que Jesus nos dá não é “a paz que o mundo dá”, é a paz que Ele
nos alcançou através da morte, reconciliando-nos com Deus, servindo, amando,
lavando os pés aos outros, dando a vida. Por isso nos diz: “dou-vos a Minha
paz”. É uma paz própria, caraterística d’Ele. Não como o mundo a dá por medo de
consequências, por cansaço de violências, de injustiças, de humilhações. É uma
paz que não se pode reivindicar nem comprar porque não está armazenada nem à
venda, mas pode e deve-se pedir e construir. É uma paz dada gratuitamente, por
amor, como dom e prenda confiada aos homens, não como prémio merecido. Jesus dá
essa paz onde e quando a vontade de competir, de dominar, de ser o mais
importante e o mais forte, ceder lugar ao serviço, ao amor desinteressado pelos
últimos, à humildade de reconhecer que todos somos irmãos e responsáveis uns
pelos outros. Esta paz não é mera ausência de guerra, é presença de Deus que é
amor, é paz com Deus, é paz em Deus reconciliados que fomos com Ele pela morte
de seu Filho, o Príncipe da Paz. E se a vida nos apresenta dificuldades, não
devemos ficar perturbados nem ter medo, estamos com Ele, Ele venceu o mundo:
“Disse-vos estas coisas para que tenhais a Minha paz. Neste mundo tereis
aflições, mas tende coragem: Eu venci o mundo” (Jo 16,33).
São Paulo VI escreveu
assim: “A paz, para nós, cristãos, não é somente um equilíbrio exterior, uma
ordem jurídica, um conjunto de relações públicas disciplinadas; para nós, a Paz
é, antes de mais nada, o resultado da atuação dos desígnios de sapiência e de
amor com que Deus quis instaurar relações sobrenaturais com a humanidade. A Paz
é o primeiro efeito desta nova economia, a que nós chamamos a Graça; “graça e
paz”, repete o Apóstolo; é um dom de Deus que se torna estilo da vida cristã, é
uma fase messiânica que reflete a sua luz e a sua esperança também sobre a
cidade temporal e que fortalece com razões bem mais elevadas aquelas mesmas
razões sobre as quais ela assenta a sua paz. Na verdade, à dignidade de
cidadãos do mundo, a Paz de Cristo acrescenta a de filhos do Pai celeste; à
igualdade natural dos homens, ela ajunta a da fraternidade cristã; às
desavenças humanas que sempre comprometem e violam a paz, aquela Paz de Cristo
enfraquece os pretextos, contesta os motivos e aponta-lhes as vantagens de uma
ordem moral ideal e superior e revela-lhes ainda a prodigiosa virtude religiosa
e civil do perdão generoso; à insuficiência da habilidade humana para criar uma
paz sólida e estável, a Paz de Cristo fornece o auxílio do seu otimismo
inexaurível; à falsidade da política do prestígio orgulhoso e do interesse
material, a Paz de Cristo sugere a política da caridade; à justiça, muitas
vezes cobarde e impaciente, que afirma as suas exigências com o furor das
armas, a Paz de Cristo infunde a coragem invencível do direito, haurido das
razões profundas da natureza humana e do destino transcendente do homem. E
acentue-se ainda que não é medo da força e da resistência a Paz de Cristo, a
qual recebe o seu espírito do sacrifício que redime; não é fraqueza transigente
perante as desgraças e as deficiências dos homens sem sorte e sem defesa, esta
Paz de Cristo possui a compreensão da dor e das necessidades humanas e sabe
encontrar oportunamente amor e dádivas para os pobres, para os fracos, para os
deserdados, para os que sofrem, para os que são humilhados e para os vencidos.
Por outras palavras: a Paz de Cristo, mais do que qualquer outra fórmula
humanitária, é solícita pelos Direitos do Homem” (II Dia Mundial da Paz, 1969).
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 10-06-2022.
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