Sexta, 03 de junho de 2022
Sexta-feira
da VII semana tempo pascal
LITURGIA
Sexta-feira
da semana VII
SS.
Carlos Lwanga e Companheiros, mártires – MO
Vermelho – Ofício da memória.
Missa da memória, pf. pascal ou da Ascensão.
L1: At 25, 13b-21; Sal 102 (103), 1-2. 11-12. 19-20ab
Ev: Jo 21, 15-19
* Na Ordem Hospitaleira de S. João de Deus – S. João Grande, religioso – MO
* Na Sociedade Missionária da Boa Nova – SS. Carlos Lwanga e Companheiros,
mártires – MO
* Nas Dioceses de Cabo Verde – SS. Carlos Lwanga e Companheiros, mártires,
Padroeiros de África – FESTA
* Na Congregação das Beneditinas da Rainha dos Apóstolos – I Vésp. de Nossa
Senhora, Rainha dos Apóstolos.
* Nas Congregações e Institutos da Família Paulista – I Vésp. de Nossa Senhora,
Rainha dos Apóstolos.
Santos Carlos Lwanga e companheiros, mártires
Nota
Histórica
Entre os anos 1885 e 1887, foram condenados à morte muitos cristãos no
Uganda, por ordem do rei Mwanda, em ódio da religião. Alguns deles eram
funcionários da corte real ou até adjuntos do próprio rei. Entre eles
distinguem-se Carlos Lwanga e seus companheiros, com idades entre os catorze e
os trinta anos. Uns foram decapitados e outros queimados vivos no monte
Namugongo, no Uganda, pela sua inquebrantável adesão à fé católica. Carlos e os
vinte e um companheiros são os primeiros mártires da África negra.
Missa
Antífona de
entrada Cf. Sb 3, 6-7.9
O Senhor purificou os seus eleitos como ouro no crisol
e aceitou-os como sacrifício de holocausto.
Eles resplandecerão no tempo da recompensa,
porque a graça e a paz são para os seus santos (T. P. Aleluia).
Oração
coleta
Senhor nosso Deus,
que fazeis do sangue dos mártires semente de cristãos,
concedei que a seara da vossa Igreja,
regada com o sangue dos santos Carlos [Lwanga] e companheiros,
produza sempre abundante colheita para o vosso reino.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
LEITURA I 2 Mac 7, 1-2.9-14
«O Rei do universo ressuscitar-nos-á para a vida eterna»
Leitura do
Segundo Livro dos Macabeus
Naqueles dias, foram presos sete irmãos, juntamente com a mãe, e o rei da Síria
quis obrigá-los, à força de golpes de azorrague e de nervos de boi, a comer
carne de porco proibida pela Lei judaica. Um deles tomou a palavra em nome de
todos e falou assim ao rei: «Que pretendes perguntar e saber de nós? Estamos
prontos para morrer, antes que violar a lei de nossos pais». Prestes a soltar o
último suspiro, o segundo irmão disse: «Tu, malvado, pretendes arrancar-nos a
vida presente, mas o Rei do universo ressuscitar-nos-á para a vida eterna, se
morrermos fiéis às suas leis». Depois deste começaram a torturar o terceiro.
Intimado a pôr fora a língua, apresentou-a sem demora e estendeu as mãos
resolutamente, dizendo com nobre coragem: «Do Céu recebi estes membros e é por
causa das suas leis que os desprezo, pois do Céu espero recebê-los de novo». O
próprio rei e quantos o acompanhavam estavam admirados com a força de ânimo do
jovem, que não fazia nenhum caso das torturas. Depois de executado este último,
sujeitaram o quarto ao mesmo suplício. Quando estava para morrer, falou assim:
«Vale a pena morrermos às mãos dos homens, quando temos a esperança em Deus de
que Ele nos ressuscitará; mas tu, ó rei, não ressuscitarás para a vida».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 123 (124), 2-3.4-5.7b-8 (R. cf. 7 ou
Salmo 141 (142), 7c)
Refrão: Como pássaro liberto do laço dos caçadores,
a nossa vida foi salva pelo Senhor.
Ou: O Senhor nos liberta daqueles que nos perseguem.
Se o Senhor não estivesse connosco,
os homens que se levantaram contra nós
ter-nos-iam devorado vivos, no furor da sua ira.
As águas ter-nos-iam afogado,
a torrente teria passado sobre nós:
sobre nós teriam passado as águas impetuosas.
Quebrou-se a armadilha e nós ficámos livres.
A nossa protecção está no nome do Senhor,
que fez o céu e a terra.
ALELUIA Mt 5, 3
Refrão: Aleluia. Repete-se
Bem-aventurados os pobres em espírito,
porque deles é o reino dos Céus. Refrão
EVANGELHO Mt 5, 1-12a
«Alegrai-vos e exultai, porque é grande nos Céus a vossa recompensa»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, ao ver as multidões, Jesus subiu ao monte e sentou-Se.
Rodearam-n’O os discípulos e Ele começou a ensiná-los, dizendo:
«Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos Céus.
Bem-aventurados os humildes, porque possuirão a terra. Bem-aventurados os que choram,
porque serão consolados. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça,
porque serão saciados. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão
misericórdia. Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.
Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o
reino dos Céus. Bem-aventurados sereis, quando, por minha causa, vos
insultarem, vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós.
Alegrai-vos e exultai, porque é grande nos Céus a vossa recompensa».
Palavra da salvação.
Oração
sobre as oblatas
Senhor, que destes aos santos mártires
a graça de preferir a morte ao pecado,
recebei as nossas oferendas
e fazei que, ao servir ao vosso altar,
nos consagremos a Vós de todo o coração.
Por Cristo nosso Senhor.
Antífona
da comunhão Sl 115, 15
É preciosa aos olhos do Senhor
a morte dos seus fiéis (T. P. Aleluia).
Oração
depois da comunhão
Senhor, que nos fizestes participar nos divinos sacramentos,
ao celebrarmos o triunfo dos vossos santos mártires,
concedei-nos que, assim como eles encontraram na Eucaristia
a força para suportar os tormentos,
também nós, pela comunhão nos santos mistérios,
sejamos fortes na fé e na caridade,
para vencermos as dificuldades da vida.
Por Cristo nosso Senhor.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS:
AGENDA DO DIA:
11.00
horas: Funeral em Alpalhão /(cemitério)
17.00:
Adoração ao santíssimo em Nisa – Alpalhão
18.00
horas: Missa em Nisa
18.00
horas: Missa em Alpalhão.
CRUZES NA ZONA PASTORAL
A VOZ DO PASTOR
NÃO VÁS EM JEITO DE ‘MARIA VAI COM AS
OUTRAS’...
Dentro da mobilidade humana, as peregrinações
são um fenómeno social que tem sido objeto de estudo em diversos campos do
saber. Sobretudo a partir do ano dois mil, ganharam novo impulso, estão na
moda. Embora nem sempre segundo os parâmetros convencionais, elas têm enorme
interesse e valor. Aqui apenas nos referimos às tradicionais, às peregrinações
de fé. Pessoas de todas as latitudes, crenças, raças e culturas dirigem-se como
peregrinos em direção a lugares tidos como sagrados. É uma experiência
religiosa universal. Pela 39ª vez, também nós vamos em peregrinação diocesana
ao Santuário de Fátima, uma peregrinação presidida pelo Sr. Dom Augusto César,
nosso Bispo Emérito em Jubileu Episcopal e que as começou em 1983: “Que alegria
quando me disseram: Vamos para a casa do Senhor”.
Somos peregrinos, essa é a nossa identidade.
Estamos no mundo mas não somos do mundo. Caminhamos em direção aos novos céus e
à nova terra. E se peregrinar significa pôr-se a caminho, também significa
calcorrear os caminhos do interior de nós mesmos, os caminhos da mente e do coração.
Estes são quase sempre os mais difíceis de percorrer, os mais longos e mais
longínquos. Têm muitos obstáculos a vencer, desde o egoísmo, o pecado e a
autossuficiência, ao orgulho, a indiferença e o deixa correr. Há quem nem tente
arriscar, há quem se canse, há quem desista, há quem se engane. Mas também há
quem seja resiliente, quem resista, insista e persista nesses caminhos
exteriores que fazem contemplar a beleza da criação mas também fazem avançar
por aqueles outros caminhos que dão liberdade interior e sentindo à vida...
Foi sempre assim ao longo da história.
Pessoas e povos, ora se enganavam e desviavam, ora sentiam a necessidade de se
reencontrarem no certo e essencial com forte apelo à comunhão na gratuidade e
na misericórdia. Salpicando todo o território deste planeta terra, os
santuários descrevem a geografia da fé, são oásis no meio dos desertos da vida
a matar a sede de Deus e a reencontrar a alegria e a paz. Ir até eles em
peregrinação tem uma dinâmica própria que resumo em cinco etapas.
1 – A PREPARAÇÃO. A decisão de partir e a
preparação para a saída têm os seus quês. Tudo deve ser pensado, rezado e
programado na escuta do Espírito que atua em cada um. Tudo deve fundamentar e
justificar a decisão de partir. Não se deve partir ao jeito de ‘Maria vai com
as outras’. Deve haver um objetivo concreto para além da aventura, do turismo e
da convivência possível. Por isso, cada um deve interrogar-se: que pretendo eu
com esta peregrinação? Quero mudar de vida e regressar a casa como o filho
pródigo ou apenas manifestar a minha devoção? Quais são verdadeiramente as
minhas motivações? O que vou lá fazer? Quais são os objetivos espirituais que
pretendo? O que tenho a fazer antes de partir para atingir o ideal que desejo,
penso e programo?
2 – A CAMINHADA A FAZER. Vais iniciar uma
peregrinação quer seja de fé e devoção, quer seja uma peregrinação votiva a
cumprir uma promessa, quer seja uma peregrinação no intuito de progresso
espiritual, quer seja uma peregrinação de conversão e de penitência como expiação
de faltas graves, quer seja de ação de graças ou de mera companhia e apoio a
quem parte com as suas motivações.
Vais sozinho? Não, nem penses que isso seja
possível. Mesmo que tu vás sozinho, quem crê nunca anda sozinho! Jesus faz-se
companheiro de viagem e quer muito conversar contigo. A oração não é monólogo,
é diálogo. Ele fala-te como amigo e deves escutá-lo até ao fim e falar com
verdade para Ele. É da discussão que nasce a luz.
Vais caminhar com outros? Então, não
esqueças, o caminho conduz à solidariedade com os irmãos. Ajuda-os nessa
caminhada para o encontro com o Senhor. Não sejas motivo de dispersão nem de
banalização do sacrifício que o percurso implica. Respeita, ajuda, reza,
agradece, suplica, aprecia e contempla a natureza como dom da ternura de Deus
também para contigo.
3 - A CHEGADA AO SANTUÁRIO. É a meta, o lugar
da alegria e do perdão, da escuta. O santuário é “memória da nossa origem”.
Recorda “a iniciativa de Deus e faz com que o peregrino a acolha com o sentido
da admiração, da gratidão e do empenho”. É “lugar da presença divina”, ele
“testemunha a fidelidade de Deus e a sua ação incessante no meio do seu povo,
mediante a Palavra e os Sacramentos”. É profecia, “recorda que nem tudo foi
realizado”, “que estamos a caminho”. Mostra “a relatividade de tudo aquilo que
é penúltimo em relação à última Pátria”. Faz descobrir Cristo “como templo novo
da humanidade reconciliada com Deus”. Jesus é o verdadeiro Santuário, e, ali,
reunidos à volta da mesa da Palavra e da Eucaristia experimenta-se a alegria da
comunhão com Cristo e com os irmãos na fé.
4 – A FESTA DO ENCONTRO. Festa já vivida de
algum modo pelo caminho mas agora também manifestada pela alegria de ter
chegado. Foge-se à monotonia do quotidiano, há algo de diferente, de festivo.
Celebra-se a alegria do perdão, exprime-se a fraternidade cristã dando espaço a
momentos de convivência sadia, de amizade e de paz. É a alegria perfeita de
quem, como Zaqueu, se deixou acolher por Jesus e acolheu Jesus em sua casa, uma
alegria que ninguém jamais lha poderá tirar, a alegria de um coração fiel que
se tornou, ele mesmo, templo vivo do Eterno, santuário da adoração d'Ele em
espírito e verdade.
5 – O REGRESSO A CASA por outro caminho, o
caminho da alegria e da paz, o caminho duma maior consciência da identidade
cristã, de discípulo do Senhor. O caminho da missão no mundo com o testemunho
da palavra e da vida, tanto na família, na profissão, na vizinhança, na
convivência social e lúdica como na ajuda a dar à comunidade cristã que
necessita da participação de todos para ser casa e escola de comunhão.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 27-05-2022.
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