Quinta, 16 de junho de 2022
Quarta-feira da XI semana do tempo comum
CORPO DE DEUS
LITURGIA
Quinta-feira da Semana XI
SANTÍSSIMO
CORPO E SANGUE DE CRISTO
SOLENIDADE
Branco – Ofício da solenidade. Te Deum.
+ Missa própria, Glória, sequência facultativa, Credo,
pf. da Eucaristia.
L1: Gen 14, 18-20; Sal 109, 1. 2. 3. 4
L2: 1 Cor 11, 23-26
Ev: Lc 9, 11b-17
* Proibidas todas as Missas de defuntos, mesmo a exequial.
* Em Portugal – Dia santificado e feriado nacional.
* Aniversário da Ordenação episcopal de D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva,
Bispo Emérito de Leiria-Fátima (1979).
* Na Congregação das Irmãs «Filhas da Igreja» – Santíssimo Corpo e Sangue de
Cristo, Titular da Congregação – SOLENIDADE
* No Instituto das Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado –
Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, Titular do Instituto – SOLENIDADE
* Em Portugal – II Vésp. da solenidade – Compl. dep. II Vésp. dom.
MISSA
Antífona de entrada Cf. Sl 80, 17
O Senhor alimentou o seu povo com a flor da farinha
e saciou-o com o mel do rochedo.
Diz-se o Glória.
Oração
coleta
Senhor Jesus Cristo,
que, neste admirável sacramento,
nos deixastes o memorial da vossa paixão,
concedei-nos a graça de venerar de tal modo
os sagrados mistérios do vosso Corpo e Sangue
que sintamos continuamente os frutos da vossa redenção.
Vós que sois Deus e viveis e reinais com o Pai,
na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
LEITURA I Gen 14, 18-20
«Ofereceu pão e vinho»
Leitura do Livro
do Génesis
Naqueles dias, Melquisedec, rei de Salém, trouxe pão e vinho. Era sacerdote do
Deus Altíssimo e abençoou Abraão, dizendo: «Abençoado seja Abraão pelo Deus
Altíssimo, criador do céu e da terra. Bendito seja o Deus Altíssimo, que
entregou nas tuas mãos os teus inimigos». E Abraão deu-lhe a dízima de tudo.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 109 (110), 1-4 (R. 4bc)
Refrão: O Senhor é sacerdote para sempre. Repete-se
Ou: Tu és sacerdote para sempre,
segundo a ordem de Melquisedec. Repete-se
Disse o Senhor ao meu Senhor:
«Senta-te à minha direita,
até que Eu faça de teus inimigos escabelo de teus pés. Refrão
O Senhor estenderá de Sião
o ceptro do teu poder
e tu dominarás no meio dos teus inimigos. Refrão
A ti pertence a realeza desde o dia em que nasceste
nos esplendores da santidade,
antes da aurora, como orvalho, Eu te gerei». Refrão
O Senhor jurou e não Se arrependerá:
«Tu és sacerdote para sempre,
segundo a ordem de Melquisedec». Refrão
LEITURA II 1 Cor 11, 23-26
«Todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice,
anunciareis a morte do Senhor»
Leitura da
Primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios
Irmãos: Eu recebi do Senhor o que também vos transmiti: o Senhor Jesus, na
noite em que ia ser entregue, tomou o pão e, dando graças, partiu-o e disse:
«Isto é o meu Corpo, entregue por vós. Fazei isto em memória de Mim». Do mesmo
modo, no fim da ceia, tomou o cálice e disse: «Este cálice é a nova aliança no
meu Sangue. Todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de Mim». Na
verdade, todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice,
anunciareis a morte do Senhor, até que Ele venha».
Palavra do Senhor.
SEQUÊNCIA
Esta sequência é
facultativa e pode dizer-se na íntegra ou em forma mais breve, isto é, desde as
palavras: Eis o pão...
Terra, exulta de alegria,
Louva o teu pastor e guia,
Com teus hinos, tua voz.
Quanto possas tanto ouses,
Em louvá-l’O não repouses:
Sempre excede o teu louvor.
Hoje a Igreja te convida:
O pão vivo que dá vida
Vem com ela celebrar.
Este pão – que o mundo creia –
Por Jesus na santa Ceia
Foi entregue aos que escolheu.
Eis o pão que os Anjos comem
Transformado em pão do homem;
Só os filhos o consomem:
Não será lançado aos cães.
Em sinais prefigurado,
Por Abraão imolado,
No cordeiro aos pais foi dado,
No deserto foi maná.
Bom pastor, pão da verdade,
Tende de nós piedade,
Conservai-nos na unidade,
Extingui nossa orfandade
E conduzi-nos ao Pai.
Aos mortais dando comida,
Dais também o pão da vida:
Que a família assim nutrida
Seja um dia reunida
Aos convivas lá do Céu.
ALELUIA Jo 6, 51
Refrão: Aleluia. Repete-se
Eu sou o pão vivo descido do Céu, diz o Senhor.
Quem comer deste pão viverá eternamente. Refrão
EVANGELHO Lc 9, 11b-17
«Comeram e ficaram saciados»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, estava Jesus a falar à multidão sobre o reino de Deus e a curar
aqueles que necessitavam. O dia começava a declinar. Então os Doze
aproximaram-se e disseram-Lhe: «Manda embora a multidão para ir procurar
pousada e alimento às aldeias e casais mais próximos, pois aqui estamos num
local deserto». Disse-lhes Jesus: «Dai-lhes vós de comer». Mas eles
responderam: «Não temos senão cinco pães e dois peixes... Só se formos nós
mesmos comprar comida para todo este povo». Eram de facto uns cinco mil homens.
Disse Jesus aos discípulos: «Mandai-os sentar por grupos de cinquenta». Assim
fizeram e todos se sentaram. Então Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes,
ergueu os olhos ao Céu e pronunciou sobre eles a bênção. Depois partiu-os e
deu-os aos discípulos, para eles os distribuírem pela multidão. Todos comeram e
ficaram saciados; e ainda recolheram doze cestos dos pedaços que sobraram.
Palavra da salvação.
Diz-se o Credo.
Oração
sobre as oblatas
Concedei, Senhor, à vossa Igreja
o dom da unidade e da paz,
que estas oferendas misticamente simbolizam.
Por Cristo nosso Senhor.
Prefácio I ou II da Santíssima
Eucaristia.
Antífona
da comunhão Cf. Jo 6, 57
Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue
permanece em Mim e Eu nele, diz o Senhor.
Oração depois da comunhão
Concedei-nos, Senhor Jesus Cristo,
a participação eterna da vossa divindade,
que é prefigurada nesta comunhão
do vosso precioso Corpo e Sangue.
Vós que viveis e reinais pelos séculos dos séculos.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS Gen
14, 18-20: Melquisedec, que sai ao
encontro de Abraão de regresso dum combate, dirigindo uma acção de graças a
Deus e oferecendo pão e vinho, é, segundo o Salmo 109, a figura do futuro
Messias, Sacerdote e Rei. Na sua oferenda, a tradição cristã, a partir de S.
Cipriano, vê um verdadeiro sacrifício, tipo do Sacrifício Eucarístico. Ao
mencionar, no Cânon romano «a oblação de Melquisedec, sumo sacerdote», a
Liturgia faz sua esta interpretação.
1 Cor 11, 23-26: A Eucaristia, hoje
como no ano 57, em que Paulo nos fala da sua instituição, é um convívio
festivo, mas é muito mais do que uma confraternização. Na verdade, celebrar a
Eucaristia, segundo a vontade de Cristo, é participar no Seu Sacerdócio eterno
e é celebrar a Sua Morte e celebrá-la unidos a Ele, em Sua «memória», isto é,
para que Deus, hoje, nos salve; é participar da Sua vida de Ressuscitado,
comendo o Seu Corpo e bebendo o Seu Sangue; é unir-nos a Ele, que quer
prosseguir em nós a obra da Redenção, e unir-nos ao Seu Corpo, que é a Igreja;
é anunciar, através do tempo, a Sua Morte, na expectativa amorosa da libertação
definitiva, no mundo novo do Reino de Deus.
Lc
9, 11b : Acolhendo todos quantos a Ele
acorrem, Jesus liberta os homens pela Sua palavra e alimenta-os,
abundantemente, no deserto. O milagre da multiplicação dos pães não é apenas um
sinal do Seu amor. Ele tem uma relação tão estreita com a Eucaristia que é logo
a seguir à sua descrição que João nos dá o discurso sobre o Pão da Vida (Jo. 6,
1-13). O milagre da multiplicação dos pães é o anúncio e a preparação do
Milagre Eucarístico, pelo qual o Senhor, através do sacerdócio ministerial,
prefigurado no serviço dos discípulos encarregados de distribuir o pão,
alimentará sobrenaturalmente, a humanidade.
AGENDA DO DIA:
09.30
horas; Missa em Amieira do Tejo
10.00
horas: Missa em Montalvão
11.00
horas: Missa no Arneiro
11.00
horas: Missa no Cacheiro
12.00
horas: Missa em Gáfete
15.00
horas: Missa e procissão em Nisa
15.00
horas: Missa e procissão em Alpalhão
15.00
horas: Missa batizados e procissão em Tolosa.
MAIO, MÊS DE MARIA
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A VOZ DO PASTOR
OS MAUS FÍGADOS DE GENTE SEM PAZ
A saúde da paz foi
sempre muito precária, muito débil. Sempre houve gente de maus fígados, prepotente,
volúvel. Gente fascinada pela cultura da morte, por imperialismos históricos,
por arsenais de armamento escondido a espreitar por detrás da porta para
provocar, ameaçar ou atingir quem está ou passa inocente. “Se queres conhecer o
vilão, mete-lhe o pau na mão”, diz o nosso povo. E di-lo sem grande esperança
em qualquer espécie de profilaxia ou de terapia. O povo sabe que estes
‘doentes’ são maus doentes, não colaboram na possível cura. Antes pelo
contrário, orgulham-se dela, promovem e agravam a doença por entre os
estridentes aplausos dos seus aduladores e subservientes de serviço. Apesar de
ser um dos seus principais deveres, o mundo, graças a estas patologias humanas,
tem muita dificuldade em se governar na paz. Depressa esquece que todos fazemos
parte do género humano, da fraternidade universal, que todos somos irmãos,
responsáveis uns pelos outros.
Entre nós, porém, também
há sinais de retrocesso no que à paz diz respeito. Há quem, em pezinhos de lá e
com linguagem subtil, ocultando chamar os bois pelo nome, se esforce por levar
a água ao seu moinho para triturar e inverter o que tanto tem custado a
conquistar ao longo dos tempos: o respeito pela vida: “não matarás”. Há quem
defenda a cultura da morte como se de um salto civilizacional se tratasse ou
como se essa fosse a questão mais premente das políticas de saúde pública ou da
vida social a resolver. Se a vida é o vértice da paz, se a paz e a vida são
bens por excelência da condição humana e de qualquer ordem social, se a paz e a
vida são bens interdependentes ou correlativos, a paz não pode ser senão a
vitória do direito e a feliz celebração da vida devidamente cuidada e
assistida. Toda e qualquer ofensa à vida é um atentado contra a paz. Se queres
a paz, respeita a vida, a paz começa em ti. Esta paz que começa em cada um de
nós, porém, não é possível se baseada em sofismas ou fantasias que levem à
eliminação da própria vida ou da vida de terceiros, seja em forma de aborto, de
eutanásia ou de qualquer outra forma de violência fratricida: “não matarás”.
Mal da sociedade e do progresso quando o direito perde o seu caráter humano,
quando deixa de ser o que deve ser e se empanturra de indiferença, frieza e
deturpações, deixando de defender a vida e a pessoa diferente, criando dela uma
imagem negativa e incómoda ou fabricando uma falsa compaixão por ela, ao ponto
de a excluir ou destruir, sobretudo as mais frágeis. E tudo isto invocando o
direito à plena liberdade e à dignidade pessoal de quem o faz ou pede que lho
façam, e ao dever de quem o deve permitir ou colaborar. De facto, somos uns
artistas sem igual em busca de razões sem razão só para manifestar maus
fígados, satisfazer ideologias e egoísmos vários e não fazer o que devemos
fazer para acompanhar e cuidar! Porque não é fácil enfrentar a verdade e
edificar sobre a rocha, governa-se e vive-se ao som dos ventos, das modas e dos
interesses, construindo sobre areia movediça e querendo voar contra o SOL
esquecendo que as asas são de cera!... Nenhum projeto civilizacional se aguenta
quando construído sobre os alicerces da cultura da morte! Infelizmente,
perde-se a memória, ignoram-se as lições da história!...
Sabemos que a par dos
conflitos que acompanham a história humana, o homem sempre buscou a paz. Mas,
que paz? É certo que o mundo pode proporcionar uma certa tranquilidade a
pessoas e sociedades, levando-as a viver sem grandes preocupações e
dificuldades. Deus dá graças comuns a toda a gente, “faz nascer o sol sobre
maus e bons e cair a chuva sobre justos e injustos.” (Mt 5, 44-45). A isso,
porém, só latamente se pode chamar paz, não só porque se limita ao âmbito
material e exterior, mas também porque leva a pensar que a paz consiste na
ausência de guerra. Sem negar essa tranquilidade que o mundo pode dar, Cristo
disse-nos: “Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. A paz que vos dou não é a paz
que o mundo dá” (Jo 14, 27). Realço: a Paz que Jesus nos dá não é “a paz que o
mundo dá”, é a paz que Ele nos alcançou através da morte, reconciliando-nos com
Deus, servindo, amando, lavando os pés aos outros, dando a vida. Por isso nos
diz: “dou-vos a Minha paz”. É uma paz própria, caraterística d’Ele. Não como o
mundo a dá por medo de consequências, por cansaço de violências, de injustiças,
de humilhações. É uma paz que não se pode reivindicar nem comprar porque não
está armazenada nem à venda, mas pode e deve-se pedir e construir. É uma paz
dada gratuitamente, por amor, como dom e prenda confiada aos homens, não como
prémio merecido. Jesus dá essa paz onde e quando a vontade de competir, de
dominar, de ser o mais importante e o mais forte, ceder lugar ao serviço, ao
amor desinteressado pelos últimos, à humildade de reconhecer que todos somos
irmãos e responsáveis uns pelos outros. Esta paz não é mera ausência de guerra,
é presença de Deus que é amor, é paz com Deus, é paz em Deus reconciliados que
fomos com Ele pela morte de seu Filho, o Príncipe da Paz. E se a vida nos
apresenta dificuldades, não devemos ficar perturbados nem ter medo, estamos com
Ele, Ele venceu o mundo: “Disse-vos estas coisas para que tenhais a Minha paz.
Neste mundo tereis aflições, mas tende coragem: Eu venci o mundo” (Jo 16,33).
São Paulo VI escreveu
assim: “A paz, para nós, cristãos, não é somente um equilíbrio exterior, uma
ordem jurídica, um conjunto de relações públicas disciplinadas; para nós, a Paz
é, antes de mais nada, o resultado da atuação dos desígnios de sapiência e de
amor com que Deus quis instaurar relações sobrenaturais com a humanidade. A Paz
é o primeiro efeito desta nova economia, a que nós chamamos a Graça; “graça e
paz”, repete o Apóstolo; é um dom de Deus que se torna estilo da vida cristã, é
uma fase messiânica que reflete a sua luz e a sua esperança também sobre a
cidade temporal e que fortalece com razões bem mais elevadas aquelas mesmas
razões sobre as quais ela assenta a sua paz. Na verdade, à dignidade de
cidadãos do mundo, a Paz de Cristo acrescenta a de filhos do Pai celeste; à
igualdade natural dos homens, ela ajunta a da fraternidade cristã; às
desavenças humanas que sempre comprometem e violam a paz, aquela Paz de Cristo
enfraquece os pretextos, contesta os motivos e aponta-lhes as vantagens de uma
ordem moral ideal e superior e revela-lhes ainda a prodigiosa virtude religiosa
e civil do perdão generoso; à insuficiência da habilidade humana para criar uma
paz sólida e estável, a Paz de Cristo fornece o auxílio do seu otimismo
inexaurível; à falsidade da política do prestígio orgulhoso e do interesse
material, a Paz de Cristo sugere a política da caridade; à justiça, muitas
vezes cobarde e impaciente, que afirma as suas exigências com o furor das
armas, a Paz de Cristo infunde a coragem invencível do direito, haurido das
razões profundas da natureza humana e do destino transcendente do homem. E
acentue-se ainda que não é medo da força e da resistência a Paz de Cristo, a
qual recebe o seu espírito do sacrifício que redime; não é fraqueza transigente
perante as desgraças e as deficiências dos homens sem sorte e sem defesa, esta
Paz de Cristo possui a compreensão da dor e das necessidades humanas e sabe
encontrar oportunamente amor e dádivas para os pobres, para os fracos, para os
deserdados, para os que sofrem, para os que são humilhados e para os vencidos.
Por outras palavras: a Paz de Cristo, mais do que qualquer outra fórmula
humanitária, é solícita pelos Direitos do Homem” (II Dia Mundial da Paz, 1969).
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 10-06-2022.
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